Rafaela: besta
Luan: sério
Rafaela: aham
Luan: para de duvidar de mim. Quero te mostrar uma coisa.
Ele levanta da cama e vai até o outro lado do quarto onde está seu violão. Ele pega e volta pra onde estava, se senta e ajeita o violão no colo.
Luan: eu fiz essa música tem uns dias, queria mostrar pra alguém mas eu tava sem coragem.
Fiquei em silêncio e logo ele dedilhou os primeiros acordes no violão. Respirou fundo e começou a cantar.
"Quer que eu faça um café
Ou faça minha vida se encaixar na sua
Aqui mesmo na rua
Era pra ser agora
Quando é pra acontecer, tem dia, lugar e tem hora"
O observo cantar e quando termina fico com os olhos marejados, não sei qual o motivo mas não consegui conter a emoção. Luan tinha um dom que é inexplicável, ele consegue tocar nossa alma com sua voz, por mais que eu não goste de sertanejo não consigo deixar de gostar dele.
Luan: foi tão ruim assim?
Rafaela: é linda Luan -ri.
Luan: linda é você.
Ri e olhei pro meu colo, senti minhas bochechas corarem, fui surpreendida por um abraço do Luan e um beijo na testa.
Luan: vamos dormir? Acho que nós estamos muito barulhentos e pelo silêncio todo mundo ta dormindo.
Rafaela: duvido que o Breno e a Bruna estejam dormindo.
Luan levantou da cama resmungando e eu ri baixinho, foi até onde fica suas roupas e atirou uma camiseta em mim, mandou eu vestir e foi pro banheiro.
Coloquei a camiseta que ficou um vestido em mim e me deitei, Luan logo voltou pro quarto e se deitou do meu lado, desligou a luz do quarto e ligou a luz de um abajur que estava em sua cabeceira.
Luan: Boa noite
Rafaela: boa noite.
Luan desligou o abajur o escuro e o silêncio predominaram no quarto, até eu ouvir uma musiquinha desagradável e conhecida.
Liguei o abajur novamente e comecei a xinga-lo.
Rafaela: o garoto a gente já não conversou sobre isso?
Luan: sim, e concordamos que eu não durmo no silêncio.
Rafaela: Luan, eu não durmo com barulho.
Luan: da última vez você dormiu
Rafaela: bo-bom, eu só dormi por que eu tava com muito sono e por que você mexeu no meu cabelo.
Luan: não seja por isso.
Luan me puxa pra próximo a ele, me acolhe em seu peito e começa a bagunçar meu cabelo. O impurro e me solto de seus braços e paro sentada ao lado dele que estava deitado.
Rafaela: não mexe no meu cabelo. Lavei ele hoje e ele vai ficar oleoso.
Luan: ah deixa de ser fresca
Rafaela: fresca? Eu? -coloco a mão no peito ofendida.
Luan: é você! -imita minha voz- você não é mais a mesma Rafaela que eu conheci.
Rafaela: ah tu quer a Rafaela de antes?
Luan: ah eu preferia ela!
Rafaela: aquela que não gostava de ti?
Luan: a própria.
Rafaela: ata ok. Sabe que ela tinha vontade de te bater ne -ele assente com a cabeça- então tu vai ver agora o babaca.
Subo emcima dele e começo o encher de tapas ele começa a rir e desvia, num movimento rápido ele nos vira e para emcima de mim e começa a me fazer cócegas. Eu ria sem parar, ria muito alto e o Luan também.
Rafaela: para -alongo o a.
Luan: não -ria.
Rafaela: idiota -grita.
De repente o Luan para com as cócegas e coloca as duas mãos na minha boca. Eu tento tirar mas ele segura com mais força.
Luan: tem alguém batendo na porta -cochicha no meu ouvido- que foi? -grita.
Marizete: filho, tá tudo bem ?
Luan: ta mãe
Marizete: ta bom, fala mais baixo ta filho?
Luan: aham -ri e me olha.
A voz da Marizete se some e ouvimos passos pelo corredor. Luan começa a rir e eu fico brava, tiro suas mãos da minha boca e dou uns tapas nele.
Rafaela: sabe o que eles vão pensar que nos estávamos fazendo?
Luan: você que tava gritando.
Rafaela: por tua causa.
Cruzo os braços e ele me olha sério, mas logo cai na risada. Sinto meu rosto esquentar de raiva, ele ri ainda mais.
Rafaela: o que eles vão pensar de mim.
Luan: imagina se eles nos vêm como nos estamos agora.
Dou por conta que o Luan está em cima de mim e o empurro, ele cai do lado rindo ainda mais. Reviro os olhos e o ignoro.
Luan: acho que nunca ri tanto
Rafaela: que legal. Pelo menos você se diverte comigo.
Luan: demais -vai parando de rir aos poucos- Rafa? Você ta brava?
Rafaela: não
Luan: que bom