Capitulo 16 - Segunda Temporada

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- Irmão? Mas seu irmão não mora com seus pais? - Luan perguntou assustado se sentando logo a minha frente.

- Sim, Luan.

- E o que ele ta fazendo aqui? - Luan tinha um ponto de interrogação no rosto.

- Eu não sei. Não sei se você acredita, mas eu não tive tempo de perguntar. Tive que assistir a briga de duas crianças. - Falei em tom irônico.

- Desculpa, eu não sabia que ele era seu irmão. - Abaixou a cabeça.

Ainda deitada no sofá estiquei os braços pro seu lado pedindo um abraço. Ele levantou do outro sofá e veio até mim, ele sentou na pontinha do móvel e se deitou no meu peito, fiquei ali acariciando seu cabelo e sorrindo ao lembrar do ciúmes dele antes de saber que o Bernardo é meu irmão, isso me motiva a lutar por ele.

- Já tem que ir mesmo? - Perguntei escorada no batente da porta.

- Tenho. Preciso arrumar minhas coisas pra viajar. - Ele de pé na minha frente com um braço na minha cintura respondeu. - Vai sentir minha falta?

- O que você acha? - Perguntei e ele sorriu. - Me liga pra dizer que chegou bem, pode ser?

- Claro! - Selou nossa boca. - Tchau.

- Tchau. - Respondi num suspiro.

Fiquei ali na porta vendo ele se afastar da minha casa indo em direção da dele. Meus pensamentos estavam nele quando foram interrompidos pelo sorriso do meu vizinho, eu já tinha investido nele anteriormente mas ele é um dos poucos homens fiéis do mundo e pra minha não-sorte ele tinha uma namorada. Mas a julgar pelo sorriso que ele me deu agora tenho certeza que deve ter terminado com a água de salsicha morna dele. Isso não me afetou, ignorei e voltei os meus pensamentos ao Luan, procurei ele mas não encontrei, provavelmente já deve estar em casa então fechei a porta e voltei pra sala.

- O estressadinho já foi? - Bernardo disse se atirando no sofá. - Agora entendi por que vocês namoravam. O humor de vocês é parecido.

- Eu posso saber o que você ta fazendo aqui? - Gritei com ele.

- Viu? Eu disse. - Ele respondeu ignorando minha pergunta e se atirando com os tênis imundos sob o meu sofá branco.

- Eu não to brincando Bernardo. - Disse gritando. - O que você ta fazendo aqui. E tira os pés do meu sofá.

- O pai e a mãe acharam melhor eu passar uns dias com você. - Ele respondeu folheando uma revista que estava sob a mesinha.

- O que você fez? - Indaguei.

- Por que você tem que achar que logo eu fiz algo? Até parece eu quem vive escondendo um casarão de luxo como esse. - Ele disse irônico.

- Eu não escondo nada de ninguém. Minha vida ta ai pra todo mundo ver. - Gritei.

- Todo mundo, menos a tua família né?

- Quer saber? Eu não vou discutir com você. Eu vou ligar pra mãe e perguntar que merda você ta fazendo aqui. - Gritei e fui em direção da cozinha, ele ficou falando algumas coisas lá na sala mas o barulho do meu salto tilintando no assoalho era mais alto.

O telefone tocou uma, duas, três vezes até que eu ouvi a voz doce da minha mãe do outro lado da linha.

- Meu amor, quanto tempo tu não me liga. Saudade da tua voz! - Ela disse.

- O que o Bernardo ta fazendo na minha casa? - Gritei.

- Rafaela, é muito rude gritar, querida! - Minha mãe me repreendeu. - Ele vai passar uns dias contigo.

- E quando eu seria consultada sobre isso? - Perguntei.

- Em breve. É sério minha filha, seu irmão estava nos preocupando. Andava com uns homens estranhos aqui, é melhor ele ficar uns tempos ai.

- Manhê! Ele é insuportavel! - Insisti.

- Não vai ser por muito tempo, querida. Por favor, ele é seu irmão.

Minha mãe sabia ser convincente quando queria. Acabei cedendo, afinal, eu passo mais tempo trabalhando do que realmente em casa.

- Você entendeu as regras da minha casa? - Perguntei ao Bernardo.

- Sim! - Disse revirando os olhos. - Nada de gente desconhecida, nem meninas, nem festa, nem nada.

- Bernardo é sério. Todo mundo me conhece aqui. Se alguma coisa estranha acontecer aqui vai direto pra mídia e minha carreira pro lixo.

- Ah sim! Tua carreira que não tem escândalos! - Ironizou.

- Que seja! É minha casa e você tem que cumprir as minhas regras. - Disse pondo fim a discussão.

- Que seja! - Ele levantou do sofá. - To com fome, o que tem pra comer ai? Ou isso também não pode?

- Idiota, tem comida na geladeira, pega e esquenta.

- Ta bom, irmãzinha. - Ele apertou a minha bochecha e saiu. Fiquei ali na sala morrendo de raiva dele e dos meus pais.

A campainha tocou e eu fui atender, qual seria a próxima grande surpresa que eu teria hoje? Pra minha sorte era somente o Cadu querendo saber todas as novidades sobre o Luan.

- Fala baixo que o meu irmão ta ai. - Pedi.

- Irmão? Seu irmão não mora com seus pais? - Ele cochichou olhando pra cozinha.

- Sim, mas ele veio ficar uns dias comigo.

- Ele é bonito? - Cadu perguntou sem pudor.

- Ele? É! - Respondi sem ânimo.

- Solteiro?

- Ele é hetero, Cadu. - Adverti.

- Não sou preconceituosa. - Ele deu de ombros e eu ri

- Ai só você pra me fazer rir assim. - Joguei uma almofada nele.

- E o Luan? - Ele perguntou.

- Eu amo ele! - Fiz biquinho.

- Ah que linda. - levantou do sofá e me abraçou.

Contrato - Luan SantanaWhere stories live. Discover now