Capítulo 10 - Segunda Temporada

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- Você é louca, né? - Maria gritava. - Como vai usar o menino só pra fazer ciúmes pro Luan?

- Ah Maria, ele é fofo, gosta de mim, isso importa né? - Argumentava.

- Mas você gosta do Luan. - Ela gritou mais uma vez.

- Fica quieta. Vai alarmar o condomínio todo? Ele mora logo ali. - Apontei pro lado da casa dele mesmo de dentro da minha casa.

- Eu desisto de você, sabia? Vai usar o menino que gosta de você só pra fazer ciúmes pro outro. - Sacudiu a cabeça em sinal de negação.

- Já ouviu que querer não é poder? Gostar também não é poder, eu amo o Luan, mas ele não gosta de mim. - Fiz uma pausa lembrando do que ele me disse. - Me humilhou.

- Tudo bem, eu entendo. Mas você entende que é errado usar o Caio? - Ela já estava mais tranquila.

- Sim, mas eu não to somente usando o Caio, eu gosto dele, um pouquinho mas gosto.

- Ai Rafaela, por que você só faz bobagem? - Ela perguntou pra si mesma.

A campainha tocou e eu fui atender, era um entregador de flores com um buquê de rosas vermelhas. Me entregou e saiu, fiquei imóvel vendo aquele presente.

- De quem é? - Maria ansiosa como sempre tentava tirar o buquê das minhas mãos pra olhar.

- Não sei menina, calma. - Disse largando o buquê nas mãos dela e pegando o cartão pra ler. - "Seu nome já faz parte da minha oração. Eu só quero mais tempo pro nosso infinito durar". - Li o que estava escrito.

- Ai que lindo. Tem nome? - Maria estava mais eufórica que eu.

- Não. Não tem. - Disse olhando pro cartão.

- Será que é do Luan? - Ela perguntou cheirando as rosas.

- Jura né, Maria. - Disse irritada.

- De quem será então? - Perguntou pulando.

- Do caio. - Meu celular começou a tocar e eu fui atender.

- Como você sabe? - Ela me seguiu com o olhar.

- A música é dele. - Peguei o celular pra atender. - Alô.

- Oi princesa. - Caio todo alegre atendeu. - Gostou das flores?

- Amei! - Peguei o buquê dos braços da Maria e cheirei.

- Que ótimo! Você gosta de rosas, né? - Ele perguntou.

- Sim, como você sabe? - Respondi surpresa.

- Li seus pensamentos. - Gargalhou.

- Idiota! Onde você está? - Maria me fuzilava com os olhos.

- Na sua porta. Abre pra mim! - Pediu e eu senti algo dentro de mim estremecer.

- Mentira? - Olhei assustada pra Maria.

- Verdade. Abre aqui. - Pediu sorrindo.

- Caio César... Você ta brincando comigo, né? - Fui até a porta e abri.

- Não, eu estou falando sério. - Ele realmente estava na minha porta, todo sorridente.

- Eu amei. - Dei um gritinho e me abracei nele.

Ele gargalhava tão gostoso que me deixava feliz. Eu não sei ao certo o que sentia pelo Caio mas era algo tão bom...

- Não vai me convidar pra entrar? - Ele pediu com uma sobrancelha arqueada.

- Sim, claro. Desculpa! Entra. - Dei passagem pra ele entrar. - A Maria ta ai, lembra dela?

- Sim. Lembro. - Estendeu a mão pra ela que devolveu num aperto. - Tudo bem Maria?

- Sim e com você? - Ela sorriu sem vontade.

- Melhor agora, né. - Me abraçou de lado e beijou meu pescoço.

- Bobo! - Respondi com um risinho. - Quer alguma coisa pra beber?

- Um café. Pode ser? - Ele pediu.

- Claro. - Me soltei dos braços dele e fui até a cozinha pedir pra Sônia, a moça que trabalha comigo preparar o café.

Aproveitei e procurei um jarro pra colocar as rosas que tinha acabado de ganhar. Maria logo apareceu na cozinha atrás de mim.

- Acho você como cantora boazinha, mas como atriz ta de parabéns. - Ela disse enquanto eu terminava de colocar as rosas no vaso.

- Ué, não entendi a tua ironia. - Respondi.

- Ah vai se ferrar Rafaela. O seu jeito todo apaixonado com ele não convenceu nem a si própria. - Ela se exaltou.

- Não foi pra convencer ninguém. Eu realmente espero me apaixonar pelo Caio tanto quanto eu... - Interrompi minha fala.

- Quanto você é pelo Luan. - Ela completou. - viu? Você ta só usando o menino e no final quem vai sair machucada e sem nenhum dos dois vai ser você. Conselho de amiga.

Ela não disse mais nada, apenas ajeitou sua bolsa no ombro e saiu. Eu fiquei ali digerindo as verdades que ela tinha me dito, por que sim, eu sabia que tudo aquilo era verdade.

Sônia me entregou uma bandeja com o café, era incrível como ela era profissional. Mesmo tendo ouvido toda a nossa discussão ainda me entregava com toda seriedade a bandeja, isso era normal. Ela já viu muita coisa na minha casa e nunca saiu nada na mídia.

- Aqui lindo, trouxe pra você. - Entrei com a bandeja na sala.

- Que linda. Você trouxe pra mim. - Ele sorria.

- Sim, cadê a Maria? - Perguntei entregando a xícara.

- Foi embora. Acho que ela não gosta muito de mim. - Ele disse cabisbaixo.

- Não tem a ver com você. É comigo mesmo. - Sentei ao seu lado.

- Ah bom.

Ficamos conversando um pouco e ele teve que ir embora. Tinha show em outro estado no dia seguinte e eu alguns compromissos também. Estava pronta pra ir dormir quando a Paula entrou batendo com a porta.

- Eu não to acreditando que você ta namorando e não me contou. - Entrou gritando.

- Como você sabe? - Perguntei.

- encontrei a loira sem graça hoje e ela disse. Com quem é? - Ela disse se atirando na minha cama.

- Com o Caio. - Respondi indiferente.

- O gemelicia? - Ela gritou.

- Sim. Vou levar bronca?

- Não. Melhor ele que o cantor sertanejo babaca. - Gargalhei

- Você acha? - Perguntei confusa.

- Sim. Caio gosta de você, já o sertanejo só te usou pra boa mídia, quando não precisou mais de você te meteu o pé. Quando viu você fazer sucesso apareceu novamente. Então quem não precisa dele é você.

Fiquei refletindo no que ela disse e por incrível que pareça ela tem razão. Mesmo sendo uma das minhas únicas amigas próximas que não sabe do contrato fez uma leitura maravilhosa da situação. Fico dividida entre o amor e a razão e me questiono qual o certo a se guiar?

Contrato - Luan SantanaWhere stories live. Discover now