- Você é louca, né? - Maria gritava. - Como vai usar o menino só pra fazer ciúmes pro Luan?
- Ah Maria, ele é fofo, gosta de mim, isso importa né? - Argumentava.
- Mas você gosta do Luan. - Ela gritou mais uma vez.
- Fica quieta. Vai alarmar o condomínio todo? Ele mora logo ali. - Apontei pro lado da casa dele mesmo de dentro da minha casa.
- Eu desisto de você, sabia? Vai usar o menino que gosta de você só pra fazer ciúmes pro outro. - Sacudiu a cabeça em sinal de negação.
- Já ouviu que querer não é poder? Gostar também não é poder, eu amo o Luan, mas ele não gosta de mim. - Fiz uma pausa lembrando do que ele me disse. - Me humilhou.
- Tudo bem, eu entendo. Mas você entende que é errado usar o Caio? - Ela já estava mais tranquila.
- Sim, mas eu não to somente usando o Caio, eu gosto dele, um pouquinho mas gosto.
- Ai Rafaela, por que você só faz bobagem? - Ela perguntou pra si mesma.
A campainha tocou e eu fui atender, era um entregador de flores com um buquê de rosas vermelhas. Me entregou e saiu, fiquei imóvel vendo aquele presente.
- De quem é? - Maria ansiosa como sempre tentava tirar o buquê das minhas mãos pra olhar.
- Não sei menina, calma. - Disse largando o buquê nas mãos dela e pegando o cartão pra ler. - "Seu nome já faz parte da minha oração. Eu só quero mais tempo pro nosso infinito durar". - Li o que estava escrito.
- Ai que lindo. Tem nome? - Maria estava mais eufórica que eu.
- Não. Não tem. - Disse olhando pro cartão.
- Será que é do Luan? - Ela perguntou cheirando as rosas.
- Jura né, Maria. - Disse irritada.
- De quem será então? - Perguntou pulando.
- Do caio. - Meu celular começou a tocar e eu fui atender.
- Como você sabe? - Ela me seguiu com o olhar.
- A música é dele. - Peguei o celular pra atender. - Alô.
- Oi princesa. - Caio todo alegre atendeu. - Gostou das flores?
- Amei! - Peguei o buquê dos braços da Maria e cheirei.
- Que ótimo! Você gosta de rosas, né? - Ele perguntou.
- Sim, como você sabe? - Respondi surpresa.
- Li seus pensamentos. - Gargalhou.
- Idiota! Onde você está? - Maria me fuzilava com os olhos.
- Na sua porta. Abre pra mim! - Pediu e eu senti algo dentro de mim estremecer.
- Mentira? - Olhei assustada pra Maria.
- Verdade. Abre aqui. - Pediu sorrindo.
- Caio César... Você ta brincando comigo, né? - Fui até a porta e abri.
- Não, eu estou falando sério. - Ele realmente estava na minha porta, todo sorridente.
- Eu amei. - Dei um gritinho e me abracei nele.
Ele gargalhava tão gostoso que me deixava feliz. Eu não sei ao certo o que sentia pelo Caio mas era algo tão bom...
- Não vai me convidar pra entrar? - Ele pediu com uma sobrancelha arqueada.
- Sim, claro. Desculpa! Entra. - Dei passagem pra ele entrar. - A Maria ta ai, lembra dela?
- Sim. Lembro. - Estendeu a mão pra ela que devolveu num aperto. - Tudo bem Maria?
- Sim e com você? - Ela sorriu sem vontade.
- Melhor agora, né. - Me abraçou de lado e beijou meu pescoço.
- Bobo! - Respondi com um risinho. - Quer alguma coisa pra beber?
- Um café. Pode ser? - Ele pediu.
- Claro. - Me soltei dos braços dele e fui até a cozinha pedir pra Sônia, a moça que trabalha comigo preparar o café.
Aproveitei e procurei um jarro pra colocar as rosas que tinha acabado de ganhar. Maria logo apareceu na cozinha atrás de mim.
- Acho você como cantora boazinha, mas como atriz ta de parabéns. - Ela disse enquanto eu terminava de colocar as rosas no vaso.
- Ué, não entendi a tua ironia. - Respondi.
- Ah vai se ferrar Rafaela. O seu jeito todo apaixonado com ele não convenceu nem a si própria. - Ela se exaltou.
- Não foi pra convencer ninguém. Eu realmente espero me apaixonar pelo Caio tanto quanto eu... - Interrompi minha fala.
- Quanto você é pelo Luan. - Ela completou. - viu? Você ta só usando o menino e no final quem vai sair machucada e sem nenhum dos dois vai ser você. Conselho de amiga.
Ela não disse mais nada, apenas ajeitou sua bolsa no ombro e saiu. Eu fiquei ali digerindo as verdades que ela tinha me dito, por que sim, eu sabia que tudo aquilo era verdade.
Sônia me entregou uma bandeja com o café, era incrível como ela era profissional. Mesmo tendo ouvido toda a nossa discussão ainda me entregava com toda seriedade a bandeja, isso era normal. Ela já viu muita coisa na minha casa e nunca saiu nada na mídia.
- Aqui lindo, trouxe pra você. - Entrei com a bandeja na sala.
- Que linda. Você trouxe pra mim. - Ele sorria.
- Sim, cadê a Maria? - Perguntei entregando a xícara.
- Foi embora. Acho que ela não gosta muito de mim. - Ele disse cabisbaixo.
- Não tem a ver com você. É comigo mesmo. - Sentei ao seu lado.
- Ah bom.
Ficamos conversando um pouco e ele teve que ir embora. Tinha show em outro estado no dia seguinte e eu alguns compromissos também. Estava pronta pra ir dormir quando a Paula entrou batendo com a porta.
- Eu não to acreditando que você ta namorando e não me contou. - Entrou gritando.
- Como você sabe? - Perguntei.
- encontrei a loira sem graça hoje e ela disse. Com quem é? - Ela disse se atirando na minha cama.
- Com o Caio. - Respondi indiferente.
- O gemelicia? - Ela gritou.
- Sim. Vou levar bronca?
- Não. Melhor ele que o cantor sertanejo babaca. - Gargalhei
- Você acha? - Perguntei confusa.
- Sim. Caio gosta de você, já o sertanejo só te usou pra boa mídia, quando não precisou mais de você te meteu o pé. Quando viu você fazer sucesso apareceu novamente. Então quem não precisa dele é você.
Fiquei refletindo no que ela disse e por incrível que pareça ela tem razão. Mesmo sendo uma das minhas únicas amigas próximas que não sabe do contrato fez uma leitura maravilhosa da situação. Fico dividida entre o amor e a razão e me questiono qual o certo a se guiar?
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Contrato - Luan Santana
RomanceSe houvesse um prêmio para histórias complicadas essa aqui com certeza estaria no top 3. Rafaela com seus 20 anos nunca sentiu um amor que lhe causasse frio na barriga. Cantora em uma banda de garagem terá a chance de mudar sua vida e a de seus trê...