Capítulo 11 - Segunda Temporada

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Incrível como as vezes o tempo não passa né? Minha vó me disse uma vez, quando estamos felizes o tempo voa, será que estou infeliz no momento?

Na minha nova vida tudo acontece muito rápido, exemplo: a menos de dez dias que eu disse, de brincadeira, na casa do Caio que estamos namorando, hoje, todos os sites e jornais já noticiam um suposto affair entre nós. Incrível como as notícias correm rápido.

Ainda bem tudo tem seu lado positivo, e a fama também, eu por exemplo, adoro fazer shows. Ouvir todas aquelas pessoas cantarem minhas músicas, desde crianças, até os senhores de cabelo branco, todos formando um coral comigo, essa talvez seja minha maior motivação. Mas logo após esses momentos já vem o lado negativo: a solidão de um quarto de hotel.

Lugares luxuosos, onde todos fazem o que eu quero mas que de repente eu me sinto tão só. Antigamente tinha banda, aqueles três meninos tão jovens quanto eu, cheios de vida. Nós não tínhamos todo o conforto que eu sozinha tenho hoje, mas tínhamos um ao outro e isso nos bastava.
Sempre me imaginava vivendo isso com eles, mas a nossa imaginação é muito florida que as vezes decepciona a  vida real.

Logo após deles veio o Luan, lembro da nossa primeira noite juntos. Mesmo com todo o ódio que eu sentia dele, foi tão gostoso correr pelos corredores do hotel apenas de pijama. Éramos como duas crianças despudoradas brincando sem se importar com nada.

Como a vida gosta de nos dar rasteiras, em seguida eu levei uma. Os meninos, uma discussão boba, um desentendimento, uma incompatibilidade de ideias e de repente vi uma amizade tão sólida se desfazer. Mas essa perda eu não senti tanto por que eu tinha alguém que supria toda a falta que os meninos faziam: o Luan.

Percorri todos os sentimentos por ele, desde o mais brutal ódio, ao mais puro amor. Mas ele se foi também, essa falta eu senti. A solidão me abateu de uma maneira forte que a única solução que encontrei foi me afundar no trabalho, e na bebida. Todas as noites eu saía com a Paula, conhecia pessoas, bebia e no dia seguinte lia as coisas más que as sanguessugas jornalistas publicavam.

...

Já de volta em casa, eu não saía da cama pra nada. Estava descansando de mais um fim de semana cansativo, ouvi a campainha tocar mas não me mexi, Sônia estava em casa então deixei pra ela atender.

- Oi minha vida. - Caio arrombou a porta do meu quarto e entrou gritando.

- Oi Caio. - Respondi sem ânimo.

- Tá de molho já? Vim alegrar sua tarde. - Se jogou emcima da minha cama deixando minhas almofadas caírem no chão. - Você não responde minhas mensagens.

- Ah você me mandou mensagem? Não vi. - Menti! Tinha visto sim só não queria falar com ele.

- Eu imaginei. - Me abraçou praticamente me inforcando. - Vai ficar o dia todo aqui?

- Pretendo. - Sorri sem vontade.

- Então desiste por que já tenho planos pra nós hoje. - A animação dele me irritava.

- Ah Lindo melhor não.

- Não aceito um não como resposta. - Insistiu.

É pelo jeito meu plano de ficar o dia inteiro deitada descansando foi por água abaixo, mas discutir seria pior, então aceitei.

- E onde vamos? - Gritei de dentro do closet escolhendo minha roupa.

- Uma festa. - Ele gritou de volta.

- Mas de quem vai ser? - Tirei um vestido do cabide e coloquei na frente do meu corpo me vendo no espelho.

- Da Bruna. - Ele respondeu baixo.

- A Santana? - Gritei e fui até a porta do quarto. - Pirou Caio?

- Ah, o que que tem amor? Vai ter só amigos. - Ele deu de ombros.

- E meu ex namorado. - Gritei num impulso.

- E você se importa? - Ergueu a sobrancelha.

- Não. - Dei por conta do que disse. E me recompus. - é chato eu aparecer com você lá.

- Ah Rafaela, você não é puritana assim. Vamos, por mim. - Ele fez uma cara de cachorro sem dono.

Não foi por ele exatamente, mas eu resolvi ir, depois de tudo que ele me disse aquele dia, deixar de ir agora é uma baita bobagem.

Coloquei meu melhor vestido e um salto não muito alto, não sei o que pode acontecer e de repente dar um soco na cara de alguém com um salto muito alto, pode não ser muito legal.

Depois de estar pronta ainda tive que ir pra casa do Caio esperar ele se arrumar. Ele me deixou na sala com a mãe dele enquanto isso, sorte a minha que ela era bem simpática e conversava bastante, só me sentia desconfortável pelo fato dela ter trocado completamente meu nome por nora.

Se tinha uma coisa que eu posso enaltecer no Caio, é sua beleza. Que menino lindo! E quando se arruma então, ele veio até mim perfeitamente lindo. Com muita insistência dele tiramos uma foto antes de sair, quando ficávamos um do lado do outro pareciamos o casal perfeito. Felizes, apaixonados, belos...

Quando chegamos na casa dos Santanas logo tiramos outra foto na entrada, em seguida entrei um pouco reticente mas com uma rápida olhada no ambiente não avistei o Luan.

Bruna veio linda nos cumprimentar, em seguida Breno também veio. Estava bonita a festa e não tinha tantas pessoas como imaginei, mas isso não me surpreendeu, a família do Luan é muito discreta e seria estranho se fosse o contrário.

- Rafa, vou ali pegar alguma coisa pra nós bebermos, ok? - Caio gritou no meu ouvido.

- Ta bom.

Ele foi pegar as bebidas e eu fiquei ali me balançando no som da música e sorrindo pra pessoas. No auge da minha distração senti uma mão fria segurar meu braço. Aquele toque ali eu conhecia muito bem.

- Luan? - Me virei de frente pra ele.

Contrato - Luan SantanaKde žijí příběhy. Začni objevovat