Capítulo 76

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Chorei ainda mais, eu tinha cada vez mais certeza que estava apaixonada pelo Luan, mas e ele? As vezes parece que gosta de mim, em contrapartida tem vezes que se mostra vazio, distante, queria ter certeza do que ele sentia. Não queria bater com a cara na porta ao me declarar pra ele, tinha medo também da paixão ir além.

Alguém bateu na porta do quarto, por conta do meu choro não tinha ouvido, só notei quando o Luan mandou entrar. Ele me apertou mais em seus braços e eu consegui parar de chorar, fiquei ali no seu peito aspirando seu perfume.

Bruna: ta tudo bem aqui? - sua voz estava curiosa.

Luan: ta tudo sim, Bruna! - respondeu ele mais calmo.

Bruna: Rafa? - perguntou a mim curiosa. Me soltei do abraço do Luan e sequei minhas lágrimas, ele também passou a mão no meu rosto.

Rafaela: ta tudo bem Bruna. - sorri um pouco fraco.

Bruna: o que aconteceu com o celular? - de repente a expressão curiosa deu lugar a espanto!

Luan: foi um acidente né, Rafa - me abraçou de lado e sorriu, meu coração acalmou.

Rafaela: sim, amor! - retribui o sorriso.

Bruna: se eu ir embora agora não vai mais acontecer acidentes? - Bruna mesmo com a cara de espanto que estava era muito divertida.

Luan: não - deu um sorriso lindo e me olhou - acho que não.

Ela saiu do quarto e fechou a porta. Tenho certeza que agora iria até seus pais pra acalma-los. Eu estava morrendo de vergonha, mesmo ainda tímida virei de frente pro Luan para me desculpar.

Luan: não precisa pedir desculpas. Eu te provoquei.

Rafaela: mas não justifica Luan - eu me sentia uma péssima pessoa - eu faço questão te dar outro.

Luan: não precisa. Só quero que prometa que não vai fazer isso com o próximo que eu comprar. - sorriu mas eu senti meu rosto avermelhar.

Rafaela: claro que sim. - me abracei apertado nele. - tenho que esperar seus pais irem dormir agora.

Luan: porquê? - a curiosidade do Luan ainda vai o colocar em problemas.

Rafaela: to com vergonha de passar por eles depois de tudo.

Luan: ah engraçado - ele estava sendo irônico - na hora de atirar o celular dos outros na parede você não sente vergonha.

Rafaela: ah Luan - fiquei novamente com vergonha - não fala assim. Parece que eu sou uma louca, desequilibrada que vive demolindo com as coisas dos outros.

Luan: quase isso - gargalhou tão gostoso que me deu vontade de beija-lo - dorme aqui hoje. Ta tarde já.

Rafaela: melhor não Luan. Do jeito que as coisas estão, se dividirmos a mesma cama vamos nos matar - estava com os braços em volta da sua cintura e ele o mesmo em mim.

Luan: se você encostar em mim eu te amarro! - gargalhamos os dois juntos e fomos parando de rir aos poucos - as vezes é bom ficar com você.

Rafaela: as vezes? - ergui uma sobrancelha.

Luan: sim, só as vezes - me puxou pra um abraço apertado - só as vezes.

Aceitei ficar, dormiriamos no quarto dele, já tinha arrumado a cama e ele escolhido um filme. Estava esperando ele voltar da cozinha com o tal brigadeiro que ele faria pra olharmos o filme.

Rafaela: até que enfim né, Luan - estava impaciente pra esperar mais ele.

Luan: por que você não foi me ajudar? Me queimei pra tirar isso aqui da panela - tinha uma expressão carrancuda era cômico ver.

Rafaela: deixa eu ver se da pra comer isso - pego da sua mão o prato com o conteúdo e provo - ta bom.

Luan: pensei que você não gostasse. - sentou na cama ao meu lado

Rafaela: muito doce, né - repouso a cabeça no seu ombro e ele passa o braço por minhas costas.

Luan: você não existe - olhou pro meu corpo - vai dormir só de blusa?

Rafaela: de calça que eu não vou - o filme começava e eu tentava prestar atenção.

Luan: então ta - levanta da cama.

Rafaela: o que tu ta fazendo? - olhava pra ele sem entender.

Luan: se você pode tirar a calça, eu posso dormir sem camiseta - tirou a roupa, era muita tentação pra mim, mas tentei ignorar mesmo sendo em vão.

Rafaela: você que sabe, a casa é sua - minha respiração descompassava.

Luan: sei. - voltou a sentar ao meu lado e eu deitei minha cabeça no seu ombro novamente - você vai ter que me colocar pra dormir hoje.

Rafaela: por que? - com a boca cheia do doce.

Luan: você quebrou meu celular e eu não durmo no silêncio, não tem musiquinha hoje.

Rafaela: quer que eu cante pra você? - olhei pro seu rosto.

Luan: você cantaria? - me olhou surpreso também

Rafaela: claro, cantar é o que eu amo. - voltei minha atenção pra televisão.

Luan: e eu sou quem você ama! - não falei nada, continuei minha atenção pra televisão. A certeza com que o Luan pronunciou aquela frase parecia que tinha lido meus pensamentos, meu coração.

O filme acabou e logo o Luan se aninhou pra dormir, calmamente deitei ao seu lado e ele me abraçou. Retribuo o abraço e coloquei a mão no seu cabelo que estava solto.

Rafaela: conhece De Janeiro à Janeiro do Nando Reis? - perguntei enquanto lhe acariciava o cabelo.

Luan: claro - tinha os olhos fechados e uma expressão serena.

Comecei a cantar baixinho, sua respiração estava calma. Eu estava emocionada com esse momento, queria eterniza-lo, que o tempo parasse ali e eu pudesse viver pra sempre esse momento. Não queria alimentar essa paixão, não queria correr o risco disso aumentar. Alimentar uma paixão pode transforma-la em amor e esse é um sentimento muito grande pra mim.

Contrato - Luan SantanaWhere stories live. Discover now