Capítulo 72

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Foi um beijo calmo, tranquilo contudo com muito desejo. Por mim eu ficaria ali tempos, só sentindo seus lábios, explorando sua boca. Mas a campainha insistiu em tocar. Soltei-me dele e quando vi seus rosto corado, sua boca inchada e vermelha, me subiu um rubor. Abaixei a cabeça e sorri tímida. Seus olhos continuavam em mim, tinha uma expressão séria, daria tudo pra saber o que se passava em sua cabeça naquele momento, mas a campainha tocou novamente nos despertando daquele transe.

Luan: não vai atender? -perguntou com uma voz amigável.

Apenas concordei com a cabeça com um sorriso silencioso nos lábios e caminhei até a porta. Antes de abrir respirei fundo tentando me recompor. Confesso que não imaginava esperar justo aquela pessoa ali, mas mantive firme pra não mostrar minha surpresa.

Rafaela: Júnior?

Júnior: oi Rafa, como você ta? -parecia um pouco constrangido, suas mãos estavam molhadas como se estivesse suando.

Rafaela: to ótima e você? -o olhei confiante, não daria a ele o gosto de vacilar na sua frente.

Júnior: to bem. Posso entrar? -foi a primeira vez que me olhou nos olhos.

Antes que eu pudesse responder, Luan aparece atrás de mim enlaça seus braços em minha cintura e deposita um beijo em meu pescoço, beijo esse que revolta todos os pelos do meu corpo.

Luan: e ai cara?

A expressão de Júnior caiu, seus olhos pareciam não acreditar naquela cena que via. Sorri vitoriosa e fiquei esperando alguma atitude dele, mas não veio. Sorri ainda mais.

Rafaela: o que você queria mesmo? -perguntei carinhosa

Júnior: nada, só saber como você estava. Há tempos não via você. -parecia estar se recompondo.

Rafaela: estou ótima! Focada na carreira. -sorri entre dentes e ele assentiu com a cabeça- quer entrar?

Junior: não, melhor não! A Júlia está me esperando em casa. Tenho que ir. -Maldito! Queria me provocar.

Rafaela: ah sim, diga a ela que mandei lembranças! -sorri de rosto erguido, afim de olha-lo nos olhos.

Ele sorriu um pouco desanimado e saiu, quando ele tomou uma certa distância ainda de costas pra mim, fechei a porta. Luan se soltou de minha cintura e se afastou de mim. Depois de fechar a porta me virei, ele estava de pé virado pra mim com os braços cruzados. Carregava uma expressão carrancuda, quase cômica.

Rafaela: o que foi? -disse prestes a rir, me aproximando dele.

Luan: vocês continuam com essa palhaçada? -tinha uma sobrancelha arqueada

Rafaela: qual palhaçada? -trancava cada vez mais o riso

Luan: esse vai e volta, gosta ou não gosta...

Rafaela: Luan te juro, nunca mais tinha visto ele -já não conseguia mais conter minha vontade de rir e soltava pequenos sorrisos.

Luan: e o que ele queria?

Rafaela: incomodar? -sugeri divertida

Luan: deve ser. Acha que você vai cair nos braços dele. Como se não tivesse coisa melhor...

Rafaela: Luan você é impossível... -sorri e levei meus braços até seus ombros mas ele desviou, passou por mim e parou nas minhas costas. Sorri entendendo seu jogo e logo virei pra ele- o que foi?

Luan: não é certo isso.

Rafaela: nao? -perguntei me aproximando dele

Luan: não, essa farsa vai acabar daqui a alguns dias. A gente não pode ficar se envolvendo.

Rafaela: por que não? -olhava em seus olhos.

Luan: por que não é certo.

Rafaela: ah sim, e o que é certo ou errado pra você não precisa necessariamente ser certo ou errado pra mim.

Luan: você acha certo a gente fazer isso? -cruzou novamente os braços.

Rafaela: não sei se é certo ou errado, mas sei que estou com vontade -passei os braços por sua cintura e tentei acertar sua boca, mas ele desviou

Luan: mas eu não estou com vontade.

Rafaela: tem certeza? -sorri e mordi os lábios, ele me olhou boquiaberto e respirou fundo.

Luan: talvez...

Rafaela: talvez? -me afastei dele pra poder olhar em seus olhos.

Luan: sim -fez bico

Rafaela: acho que você quer... -Mordi novamente meus lábios.

Luan: para de morder a boca.

Rafaela: por que?

Luan: por que eu também estou ficando com vontade de morder...

Rafaela: por que não morde então? -sorri

Ele nada falou, apenas deu um suspiro e veio até mim. Me puxou pela cintura e colou nossos corpos em consequência nossos lábios também. Dessa vez foi mais intenso, mais voraz. Com um movimento rápido ele me pegou no colo, cruzei minhas pernas em volta de sua cintura e ele nos guiou até o sofá. Deitou-me e em seguida por cima de mim, sem romper o beijo por nenhum segundo, a vontade só aumentava já estávamos ofegantes mas não rompemos o beijo, suas mãos tinham livre acesso a lateral do meu corpo e minhas mãos percorriam suas costas dando leves apertões.

Estava tudo perfeito, até seu celular tocar ele não atendeu mas o bichinho insistia em tocar e ele teve que atender. Tirou o celular do bolso e olhou o número um pouco reticente e não quis atender. Com dificuldade vi escrita a palavra amor no contato que o ligava.

Rafaela: quem é amor Luan? - perguntei irritada

Luan: amor? Que amor?

Rafaela: não te faz de desintedido -peguei o celular da mão dele- esse amor aqui

Ele ficou calado, peguei o celular da mão dele e entrei no aplicativo de mensagens, queria ver quem é o amor. Ele tentou tirar da minha mas eu me levantei de onde estava e parei afastada dele, ele levantou também e gritou pra mim devolver o aparelho a ele, ignorei até achar o contato do tal amor. Era uma moça loira, bonita, olhos claros e sorriso branco. Ele arrancou o celular da minha mão e eu fiquei olhando pro chão.

Luan: você sabe que nós não temos nada...

Rafaela: sim, sei. Agora vai embora Luan -falei calma olhando pro chão

Luan: Rafaela, vamos conversar -tentou se aproximar.

Rafaela: Luan vai embora -gritei e o olhei com os olhos lacrimejados

Ele concordou com a cabeça e foi em direção a porta. Abriu e saiu fiquei ali de costas até ouvir o estalo da porta fechada, então virei e gritei. Gritei de idiota, imbecil, babaca mas não era pra ele e sim pra mim, por ter me humilhado nessa noite.

Não chorei, mas a raiva que eu sentia dentro de mim me corroía. Fiquei com vontade de desabafar com alguém mas com quem seria. Paula é uma ótima amiga mas não entenderia no que me meti tinha uma única pessoa a qual pessoa podia conversar, mas será que era a melhor opção?

Contrato - Luan SantanaWhere stories live. Discover now