Capítulo 8 - Segunda Temporada

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- Luan. - Levanto do sofá com a mão na boca. - Tá ficando maluco?

- Você não gostou? - Ele me indagou com os olhos semicerrados.

- Não! - Gritei. - Quer dizer, não é certo. Você tá bêbado, amanhã vai se arrepender e eu não quero carregar essa culpa.

- O arrependimento vai ser meu. Pensei que teria um dia de Rafaela, acho que me arrepender faz parte do conjunto.

- Bobo! - Sorri e me sentei ao seu lado. - Se arrepender sóbrio, não assim. - Bati com o dedo na ponta do seu nariz.

- Ok então. Quero ir pra minha casa. - Tentou levantar mas cambaleou e caiu sentado.

- Acho melhor não. Se você chegar em casa assim tenho certeza que seus pais me matariam. - O segurei pelo braço ainda sentado no sofá.

- Mas não quero dormir aqui. - Tentou levantar novamente.

- Por que? Dorme aqui. - Insisti.

- Você me da um fora e quer que eu durma com você? - Me perguntou ainda mole com uma sobrancelha erguida.

Rio alto. - Eu não vou abusar de você Luan. Apenas te colocar pra dormir.

- Ta mas em outro quarto, tenho medo que você não resista e tente abusar de mim.

- Tudo bem. - Gargalhei. - Vou te levar pro quarto de hóspedes.

Subimos as escadas com dificuldade, Luan estava mole e se atirava por cima de mim, e quase caimos algumas vezes. Entramos no quarto de hóspedes e enquanto eu arrumava a cama Luan tentava tirar os tênis, mas foi em vão e eu tive que o ajudar,  logo após ele deitou na cama, o cobri e fiquei afagando seus cabelos enquanto seus olhos curiosos me sondavam.

- Seus olhos estão brilhando por minha causa? - Perguntou.

- Sim. - Sorri pra ele. - Pensei que nunca mais te veria tão de perto assim.

- Você sentiu minha falta? - Ele se ajeitou antes os travesseiros.

- Sim. - Suspirei. - Mas foi bom, fiz novos amigos.

- Mas está feliz por eu estar aqui? - Indagou-me.

- Sim. Não posso abandonar os velhos amigos, né? - Sorrimos um pro outro.

- Acho que sim. - Ele respondeu.

- Ok mocinho, mas agora está na hora de dormir. - Terminei de cobrir seu corpo. - Boa noite e agora eu vou pro meu quarto.

Quando estava prestes a levantar ele segurou meu braço, apesar de estar mole por conta da bebedeira ele conseguiu apertar meu braço o olhei um pouco assustada.

- Fica aqui. Deita do meu lado. - Me pediu com os olhos brilhantes.

- Pensei que você tivesse medo que eu te abusasse. - Ri pra descontrair.

- Eu tava brincando. Fica aqui, meu celular não está aqui, não quero ficar no silêncio. - Me pediu.

- Quer que eu cante pra você? - Perguntei.

- Sim!

Mesmo com a calça de moletom que estava, me deitei ao seu lado, ele se aninhou próximo a mim e fechou os olhos, sorri ao ve-lo assim e não resisti, acariciei seu rosto e afaguei seus cabelos.

Me perdi no tempo ali o vendo dormir, só dei por conta que estava o encarando quando vi seus olhos me fitarem, fiquei um pouco constrangida e ele sorriu.

- Continua, tava gostoso! - Ele me pediu.

- Eu tava distraída. - estava sem jeito e desviava meu olhar.

- Eu percebi. - Ele parecia se divertir com a minha situação.

- Vai Luan, dorme logo. - Pedi sem paciência.

- Ta bom. - Se deitou no meu peito. - Pode ser assim?

- Pode. - Respondi um pouco gaguejante.

Continuei afagando seus cabelos, e o vendo dormir. Ele estava tão calmo, sua respiração tranquila. Nem percebi quando adormeci mas tive um sono tranquilo.

Na manhã seguinte o Luan foi embora, não quis nem tomar o café da manhã. Me senti vazia ao vê-lo sair, ao me deparar sozinha naquele casarão me senti solitária e até mesmo melancólica.
Coloquei o Ed Sheeran alto no som e fiquei atirada no sofá, pensei em tudo que aconteceu na minha vida nos últimos 18 meses e quantas vezes me senti vazia como agora, não sei do que exatamente sinto falta pois parando pra pensar tenho tudo que o ser humano pode querer ter, fama, dinheiro, pessoas que gostam de mim, uma lista extensa de homens que com uma ligação vêm correndo me ver. Mas mesmo assim sinto falta de algo como se fosse um buraco dentro de mim.

A campainha tocou me tirando do meu lamento, fui até a porta secando as lagrimas que se empoçaram nos meus olhos, suspirei antes de abrir e enfim abri a maçaneta.

- Caio? - Perguntei surpresa.

- Oi meu amor.  - Me deu um selinho e entrou dentro de casa.

Contrato - Luan SantanaWhere stories live. Discover now