Último capítulo (final)

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Estava dentro da igreja lutando pra Analu acalmar. Ela queria correr dentro da igreja e o padre já nos olhava com cara feia.

- Filha. Tem que esperar a tia Maria entrar. - Disse.
- Ela vai estar vestida de princesa mamãe? - Ela chamava o vestido de noiva de princesa.
- Sim, filha. - Sorri.
- Não é princesa Analu. É noiva. - Samuel a corrigiu.
- Deixa ela filho. - Sorri.

Eu ajeitava os enfeites no cabelo dela mas ela passava a mão e caía. Era um ciclo vicioso. E enquanto isso Samuel não tirava os olhos de seus joguinhos

- Voltei pessoal. - Meu marido disse ao sentar ao lado de Samuel.
- Finalmente. - Suspirei.
- Eles tão fazendo arte?
- Não amor. Você sabe que eles não fazem. - Pisquei pra Analu e pro Samu que deram um risinho.

A música ecoou na igreja e todos voltaram sua atenção pra porta. O agora marido da Maria era bonito, alto, parecia ser simpático também, cumprimentava as pessoas. Quando passou por nós sorriu também.

Em seguida entrou os padrinhos, a maioria eu conhecia. Eram amigos e familiares dela. A maioria se surpreendia quando me via ali sentada.

Então a cerimônia deu uma pausa. Analu não aguentava mais de curiosidade e saltitava no meu colo.

Logo uma música calma ecoou, as portas se abriram e entrou a noiva. Linda, com um véu longo e um vestido brilhoso. Uma verdadeira princesa como diz a Analu.

A cerimônia foi linda, Maria estava visivelmente emocionada. E logo após os convidados foram recepcionados em um salão próximo a igreja. Consegui controlar a Analu nos primeiros cinco minutos mas após ela encontrou outra menininha e as duas foram brincar. Samuel ficou sentado do nosso lado.

- Cadê minha bonequinha? - Maria veio até nós carregando seu marido pela mão.

- Ta por ai. - Respondi com um sorriso.

- Bom, deixa eu apresentar vocês. - Maria puxou o marido pra próximo dela. - Esse aqui é o Paulo. Paulo esses aqui são Rafaela, minha melhor amiga desde criança, o marido dela, Samuel filho deles e tem a Analu que tá por ai.

- Prazer. - Ele sorriu e nós também.

- Amiga eu posso te pedir uma coisa? Meu pedido de casamento. - Maria me pediu.

- Eu também tenho que te pedir uma coisa. - Sorri e dei uma piscadinha a ela. - Amor, você fica com o Samu e com a Analu?

- Claro. - Ele sorriu e engatou uma conversa com o marido da Maria.

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- Som, som. Testando. - Maria testou o microfone. - Boa noite pessoal. Eu queria agradecer a presença de cada um de vocês aqui, eu to muito feliz de ver vocês aqui compartilhando esse momento comigo. E mais feliz ainda eu to de receber uma amiga minha das antigas aqui e mesmo ela prometendo que não cantaria mais eu a convenci. Com vocês, Rafaela.

Subi no mini palco improvisado com algumas palmas, depois de tanto tempo senti um nervosinho ao estar ali. Um amigo da Maria me ajudaria no violão enquanto eu cantava.

- Olá. Antes de cantar eu gostaria de dizer algumas palavras. - Meus filhos e meu marido me olhavam curiosos. - Nada é por acaso. Juro pra vocês, não é por acaso que eu estou aqui em cima. Eu cantei por muitos anos mas eu nunca soube compor. Simplesmente era difícil demais mostrar meus sentimentos em palavras, não conseguia demonstrar. Mas hoje vou ser o mais clara e singela que puder. - Respirei fundo. - Eu sei que o casamento é da minha melhor amiga e eu to muito feliz por ela, mas hoje eu quero dizer algumas palavras pro meu melhor amigo. Aquele que abandonou tudo no Brasil e foi atrás de mim. Que quando eu tava triste e desamparada, a sua luz brilhou pra mim. Meu amor, obrigada por ser tudo. Por ser o marido incrível que você é e o pai perfeito para os nossos filhos. E falando em filhos... - Sorri e ele me olhou confuso. - Noite passada estávamos conversando sobre fazer um filho no Brasil. Bom, acho que vai ter que ficar pra próxima vez. Vai ter outro filho Londrino. - Passei a mão na barriga. - Eu to grávida.

Uma onda de palmas e gritos ecoou. O marido da Maria bateu no ombro do meu amor que parecia estar em choque. Eu já estava com o choro embargado na garganta.

- Eu te amo. - Sussurrei do microfone e vi as lágrimas caírem dele caírem. Fiz um sinal de positivo pro amigo da Maria e ele começou a tocar a música no violão, em seguida cantei.

A canção terminou e eu desci do palco, as pessoas me cumprimentavam pelo filho, eu estava louca pra chegar até meu marido. Queria abraca-lo logo, ele parecia ainda em choque.

- Meu amor. - Parei na sua frente e ele olhou pra minha barriga.
- Tem um pedacinho de nós aqui. - Ele colocou a mão na minha barriga e eu concordei com a cabeça.
- Mamãe. - Analu apareceu perto de nós. - Você tem bebê?
- Sim meu amor. - Respondi.
- Eu não quero ter um irmão. - As lágrimas correram por seu rostinho.
- Meu amor. - A abracei assustada.
- Eu não quero um irmão. Eu quero uma irmã. - Ela disse em meio a lágrimas arrancando risos de todos que estavam a nossa volta.
- Nem vem Analu. Eu quero um irmao. Oh pai, olha aqui. - Samuel recorreu ao pai.
- Vai ter que ser dois. - Maria disse.
- Pelo jeito. - Eu disse e todos riram.

Já era tarde quando decidimos ir embora. Samuel e Analu dormiram sentados no banco de trás do carro, meu marido e eu fazíamos silêncio enquanto ele dirigia.

- Nem acredito que tem um bebê aqui dentro. - Ele passou a mão na minha barriga novamente.
- Nem eu. - Sorri.
- Quando você descobriu?
- Tem uns dias. Só estava esperando o momento certo pra contar.
- E você ficou quietinha quando eu falei em outro filho ontem. - Ele riu e balançou a cabeça.
- Não era o momento certo. - Sorri.

Olhei para os meus dois tesouros que dormiam no banco de trás do carro, fiquei imaginando quando teria o outro ali.

- Logo vamos precisar de uma van. Um carro vai ficar pequeno. - Disse.
- Verdade. Já pensou no nome?
- Uhum. - Sorri.
- Qual vai ser o exótico agora?
- Se for menina, Valentina. - Olhei pra ele que fez careta. - Ah vai, é bonito.
- Bonito não é, mas não é a coisa mais exótica do mundo. E se for menino?
- Vai ser um nome bem feio.
- Rafaela, pensa bem. Nossos filhos vão começar a sofrer bullying. - Gargalhei. - Como vai ser?
- Rafael. - Sorri.
- Quê? - Ele gritou quase acordando as crianças.
- Feio, né? Mas eu gosto, é exótico.
- Rafaela, espera aí. Eu sou Rafael. - Ele disse.
- Sim Luan. Eu sou Rafaela e você também é Rafael.
- Não importa. Rafaela é diferente de Rafael. Eu sou Rafael. Ele vai ter o meu nome.

Ele parou o carro e em algum lugar na estrada e saiu correndo. Deu umas três voltas no carro e em seguida começou a gritar, eu ria sem parar até ele acordar as crianças.

- O que é isso mamãe? - Analu perguntou.
- Seu papai é bobo minha filha.

Ele entrou novamente no carro e me abraçou. Abraçou a barriga. Beijou. Conversou com o bebê.

- Vai ser Rafael. - Ele gritou. - Eu preciso ligar pra minha mãe pra contar isso.
- Conta. Quem sabe ela me perdoa. - Ri sem graça.
- Depois disso eu exijo que ela te perdoe. Eu te amo tanto. - Ele ainda estava agitado.
- Meu amor, calma. - Pedi a ele. - É só uma suposição. Pode ser uma menina, lembra?
- Desculpa Analu. Desculpa filha. Mas eu estou com o Samu. Eu quero que seja um menino. - Luan disse eufórico.
- Mamãe. Eu não quero. - Analu embargou a voz.
- Mas eu quero. Vai ser menino. - Samu gritou.
- Mas eu não quero. - Analu brigou.

E entao começou uma discussão interminável. Analu queria uma menina e os meus meninos queriam um menino. Eu não era capaz de opinar. Só ria do jeito deles. Do jeito da minha família.

O amor da Rafaela é e sempre foi o Luan Rafael.

To już koniec opublikowanych części.

⏰ Ostatnio Aktualizowane: Jul 15, 2018 ⏰

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