Capitulo 29 - Segunda Temporada

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Esse sem sombras de dúvidas seria o Natal mais triste da minha vida. A princípio meu desejo era passar sozinha, minha família estava longe e eu não podia ir pra lá e nem eles pra minha casa, meu coração ardia cada vez que eu pensava nisso.

Caio insistiu e acabou me convencendo a passar o Natal com a família dele, mas eu sabia que eles não queriam. A família dele não gostava de mim por que sabiam do meu caso passado com o Luan e todos achavam que eu tinha o traído com o Caio, as vezes eu tinha vontade de falar a eles que meu namoro com o Luan era de mentira, mas sei que seria pior.

Na noite anterior vi o Caio falar com o Breno na sala de casa, eles esperaram eu ir deitar pra fazer isso. Lembro do Breno dizendo que sua mãe já tinha chorado por dizer que não queria eu dentro da casa deles e o Caio implorando pro irmão conversar com a mãe.

- Fala com a mae por favor. - Caio já choramingava. - A Rafaela não vai poder passar com a família e eu sei que se ela passar sozinha ela vai chorar a noite inteira.

As palavras do Caio saíram como um soco na boca do meu estômago. Senti meu corpo inteiro estremecer, ele tinha razão esse Natal seria pura depressão pra mim mas eu sei que na verdade ele estava se sentindo dividido, de um lado a família e a tradição do Natal juntos, de outro eu e o peso na consciência que ele sentiria de me deixar sozinha. Ele sabia que eu não me importaria de ficar só mas ele não conseguiria se sentir bem ao saber que eu estava triste, então decidi passar com a família dele.

Por mais que a família dele não gostasse de mim eu não estava fazendo isso por eles e sim pelo Caio, ele já me tirou do fundo do poço uma vez e era minha obrigação fazê-lo se sentir bem.

Estava eu, sentada a mesa com eles, vendo aquela fartura de comida e pessoas sorridentes, eles conversavam alto, riam e brindavam, eu estava sentada no meu canto brincando com um pedaço de peru no meu prato, não estava com o mínimo de apetite.

- Rafaela tá achando ruim a minha comida. - A mãe do Caio disse.

- Não imagina, eu só não estou com fome. - Cruzo os talheres no prato o empurro por mais que eu tentasse aquilo não descia na minha garganta.

- A Rafa come pouquinho mesmo. - Caio aperta gentilmente meu braço e sorri pra mim.

- Vai ficar doente. - Novamente a mãe do Caio disse.

- Minha saúde está ótima dona Ana. - Disse e ela virou o rosto. Tirei o guardanapo do meu colo e o coloquei sob a mesa. - Com licença eu vou ao banheiro.

Disse e sai da mesa, antes de cruzar o corredor ouvi o Caio dizer algo como, paciência ela está longe da família, então tive a certeza que estavam falando de mim.

Fiquei minutos no banheiro me encarando no espelho e então voltei pra sala de jantar, estavam todos satisfeitos e continuavam conversando em volta da mesa, fiquei os observando de longe até ouvir uma voz me tirar daquele transe.

- Rafaela? Está tudo bem? - Pai do Caio me questionou.

- Está sim, só estou um pouco tonta. - Digo sem graça.

- Ih, será que eu vou ser tio? - Gabriel brincou e rapidamente o Caio me olhou sorrindo.

- Claro que não. - Sorrio pra ele.

- Vamos mudar de assunto, vocês querem sobremesa? - A mãe dos meninos disse.

- Não mãe obrigado. - Breno disse. - Quero ir na casa da Bruna pra poder vê-la, vamos mano? - Convidou o Caio.

- Você quer ir? - Caio me questionou.

- Eu queria ir pra casa, mas você pode ir. - Disse e ele negou com a cabeça.

- Só vou se você ir, caso contrário vamos os dois pra casa. - Ele insistiu.

- Ta bom Caio, vamos. - Disse vendo que não conseguiria conhecê-lo.

Fomos os três até a casa dos Santanas, Breno saltitava a nossa frente e conversava sem parar, Caio segurava minha mão e andava ao meu lado achando graça do irmão.

Batemos na porta e logo a dona Marizete veio nos atender, ela gentilmente nos convidou a entrar mas percebi o seu olhar indiferente pra mim, ignorei e entrei, eu estava aqui unicamente por causa do Caio e não me importava com os outros.

Assim que chegamos na sala onde eles estavam o Breno foi até a Bruna, o Caio foi cumprimentar as pessoas que estavam ali e eu fiquei em um canto envolvendo meus braços entorno da minha cintura. O pai do Luan e da Bruna veio e me abraçou, ele parecia o único ali feliz em me ver.

- Você está linda. - Ele me olhava de uma certa distância. - O tempo fez incrivelmente bem a você.

- Obrigada. - Sorri tímida.

- Mari, a Rafaela não está linda? - Ele perguntou a mulher.

- Ela está. - Ela sorriu pra mim mas eu percebi o seu incômodo.

Os dois me pediram licença e se afastaram, eu fiquei abandonada lá naquele canto me sentindo invisível. Luan nem sequer tinha me olhado e a Bruna quando me viu virou o rosto. Eu sabia que não era bem vinda ali, então fui até o Caio e disse que estava indo pra casa, insisti que ele ficasse ali e fui pra casa.

Quando estava em frente a minha casa comecei a procurar a chaves dentro da minha carteira, mas não encontrava. De repente sinto uma mão no meu braço que me faz pular, olho pra trás e vejo o Luan sorrindo.

- Se assustou foi? - Ele pergunta.

- Claro. Você ta ficando maluco? - Levo a mão no peito. - O que você quer?

- Ta desejar um feliz Natal. - Ele diz e em seguida me abraça.

- Fala sério Luan, eu recém sai da sua casa. - Me soltei do abraço e levei as mãos na minha cintura.

- Eu sei, mas com o Caio lá fiquei meio assim de chegar em você. Mas percebi que você ta meio cabisbaixa, vim te abraçar. - Estava com as mãos o bolso.

- Obrigada, eu estava precisando.

- Eu sei que você ta triste por que sua família ta longe, mas pensa positivo, você tem o Caio e a família dele aqui. Eles são sua família. - Me consolou.

- Obrigada Luan. - Balancei a cabeça.

- E fica feliz, é Natal, o menino Jesus nasceu. - Ele diz numa empolgação que me faz sorrir, logo o Caio aparece e muda o tom da nossa conversa.

- Tudo bem por aqui? - Ele pergunta.

- Claro, só vim desejar feliz Natal pra Rafa. - Ele deu um tapa no ombro do Caio. - E não deixa essa moça sozinha porque ela tá precisando de companhia. Tchau Rafa.

- Tchau Rafael. - Grito e ele olha pra trás e sorri.

Olho pro Caio que nos olhava sem entender nada e o abraço apertado, sorrio e dou um gritinho.

- Sorria Caio, o menino Jesus nasceu. - Disse ainda abraçada nele e pude ouvi-lo sorrir também.

Contrato - Luan Santanaजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें