— Não está gostando da festa? — perguntou Angus para o meu primo que parecia um morto-vivo ali no meio das pessoas que se balançavam sem parar ao ritmo da música. Eu não podia julgá-lo, ele estava tentando ser legal com o Jayden.
Com toda a sua simpatia, meu primo não respondeu, apenas fez um sinal de que não se importava com a cabeça. Revirei os olhos, irritada já.
— Dá para você falar alguma coisa, Jayden? — questionei, dando uma dedada em seu peitoral. Apesar de ter apenas uns quinze ou dezesseis anos (não me lembro com exatidão a sua idade), ele era bem alto, eu parecia uma anã perto dele e quando Jayden me olhou nos olhos, até me senti intimidada.
— Deixa ele, Charlie, vamos dançar, gata!
Angus tinha razão, eu tinha que deixar aquele idiota sozinho e não me importar com ele. Peguei um copo que estava sobre uma mesinha perto de nós e virei todo o seu conteúdo de uma só vez, nem me importando de quem era ou o que tinha dentro. Era cerveja e estava um pouco quente, mas nem dei bola.
Continuei dançando com meu namorado enquanto Jayden ficou parado feito uma estátua perto da gente, tipo aqueles bonequinhos de voodoo, sabe? Completamente irritante.
Angus começou a me dar uns amassos mais quentes e confesso, gostei muito. Não era nenhuma puritana, por isso tínhamos um relacionamento bem quente, mas aquilo pareceu deixar o meu primo irritado, tanto que ele saiu andando e nem se importou em dizer onde estava indo. Eu, como estava muito ocupada, não dei bola, achei que o moleque estava apenas dando uma volta e continuei a dançar e me enroscar em Angus.
Não demorou muito para que subíssemos para o segundo andar e ele acabou encontrando um quarto vazio; aos risos, nós nos trancamos lá dentro e me deixei levar pelo prazer que o corpo de Angus ao meu conseguia me proporcionar.
Ele retirou meu shorts e ficou babando na calcinha pequena e vermelha que eu usava, depois, tirou minha blusa e ao descobrir que eu estava sem sutiã, ficou louco! Tomou meus seios em sua boca e me fez delirar de tesão, ele também estava excitado, conseguia sentir isso através de sua protuberância roçando em meu corpo. Confesso, Angus era um cara muito gostoso: alto, moreno, olhos de avelã e um corpo atlético. Seu cabelo estilo dreadlocks também era uma gracinha! Adorava como nossas peles queimavam uma na outra e gostava mais ainda da pegada quente que ele tinha.
Em poucos instantes, eu estava gemendo feito uma louca enquanto ele me estocava com força. Nem conseguimos ficar muito tempo nas preliminares, pois estávamos um pouco bêbados e mortos de tesão. O vai e vem do corpo de Angus contra o meu era uma delicia e eu não conseguia ficar quieta, correspondia a sua ferocidade com arranhões e mordidas por seu peitoral moreno bombom. Caramba! O cara era um deus do sexo! Eu tinha uma puta sorte em namorá-lo e não sei mesmo o porquê fui me permitir perdê-lo. Porém, isso só vou contar mais para frente. Voltemos a festa.
Depois de nossa loucura de prazer, trocamos de roupa rapidinho e tratamos de voltar para a festa que estava cada vez mais lotada. O som alto era contagiante e eu estava adorando tudo, mas aí reparei que o mala do meu primo não estava em lugar nenhum. Saco!
— Você está vendo meu primo por aí?
— Não, não vejo o garoto desde aquela hora em que ele saiu de perto da gente.
— Droga! — resmunguei. Não estava acreditando que ia ter que procurá-lo! Porém, se algo acontecesse ao "princeso" eu me daria muito, muito mal. — Angus, eu preciso encontrá-lo.
— Relaxa, Charlie, ele deve estar ficando com alguma menina.
— Não me faça rir! Meu primo tem cara de quem fica com alguém? Com aquela cara de virgem mal amado o coitado não conseguiria nem um poste! Vamos, me ajude a procurar.
A gente rodou a festa atrás do fedelho e nada dele. Para piorar a situação, o tempo mudou de uma hora para a outra, anunciando uma bela tempestade. Os raios cortavam o céu enquanto eu e Angus procurávamos o abençoado e já passava das três da manhã! Com certeza eu seria uma garota morta quando chegasse em casa.
— Gatinha, acho que ele foi embora... O seu carro não está no estacionamento.
— O quê? — Naquele instante senti o meu sangue ferver. Que moleque filho da mãe! Ele nem tinha licença para dirigir, pelos meus cálculos, imagine se batesse o carro? Eu estaria encrencada ao quadrado. — Angus, preciso ir para casa agora.
— Ta bem, eu te levo.
Minha noite foi totalmente arruinada pelo primo chato... Um ponto para Jayden, zero para Charlie!
Como se não bastasse, o carro do Angus resolveu não querer pegar justo naquele momento e a chuva começou a despencar dos céus como um sinal de mau agouro. Ótimo! Minha maré de azar tinha, definitivamente, chegado. Tive vontade de morrer naquele momento, pois com a correria que teve inicio para saírem da festa, não conseguimos pegar carona com ninguém. Resultado: ir embora na chuva.
Eu iria matar aquele imbecil quando chegasse.
Na metade do caminho, despedi-me do Angus, pois a casa dele era para o outro lado e segui firme rumo a minha. Estava tremendo de frio, com certeza ficaria resfriada... Teria que ter uma conversa séria com tia Nelly. O pirralho era mesmo um insuportável. Se não queria ir a festa, por que diabos aceitou fazer o que a mãe sugeriu? Só para atrapalhar a minha diversão. Certeza.
Quando finalmente cheguei, percebi que a minha chave não estava no lugar de sempre... Só podia ser brincadeira! Eu não podia acordar todo mundo esmurrando a porta que estava trancada. O moleque a tinha trancado! Eram quase quatro da manhã, eu estava molhada e trancada para fora de casa, okay, já podia parar, não é? A única solução que encontrei foi escalar a janela que dava para o quarto de hóspedes. O trinco daquela em específica estava com defeito e era fácil de abrir, sem falar que tinha uma escada do lado dela que a minha mãe sempre deixava ali para poder capinar o jardim.
Corri até ela e comecei a subir, hesitando por um momento. Nossa casa tem dois quartos de hóspedes e eu não sabia em qual minha tia estava, então, caso fosse aquele... Qual a reação dela em ter alguém invadindo sua janela? Bem, teria que arriscar.
Abri a janela sem dificuldade e tremendo de frio, cai sentada no tapete felpudo do quarto. Meu corpo tremia sem parar e eu sentia um frio que parecia vir de dentro do corpo. Quase chorei de alivio ao sentir os pelos macios do tapete e quando dei por mim, dois pares de olhos castanhos me observavam. Jayden tinha ligado a lâmpada do abajur no criado mudo. Olhei-o de volta, fuzilando-o com o olhar. Minha vontade era dar uns tapas naquele retardado, mas se eu fizesse o que realmente queria, acordaria a casa toda!
— P-or que m-me deixou lá? — perguntei, tentando cerrar os dentes para parar de tremer, mas parecia impossível.
— Achei que não ia vir embora, estava se divertindo a beça.
— Achou, seu imbecil? — Juro que não pensei, apenas agarrei o pescoço de Jayden e o derrubei da cama com a fúria com que o peguei. Ele pareceu ficar bem assustado, então um para Jayden e um para Charlie! — Eu quase morri de frio, idiota!
Ele me olhava tão assustado que deu até dó, mas não fiquei com dó pelo que senti... Cara, os olhos do maldito não estavam exatamente em mim e não estavam assustados por eu estar tentando estrangulá-lo. Jayden estava olhando fixamente para a minha blusa molhada completamente colada ao corpo e por estar sem sutiã, com os bicos dos seios em evidência. Pior, o safado estava tendo uma ereção!
Pude sentir o seu membro roçar em mim por conta da posição em que estávamos, ridículo eu sei, ele por cima e eu por baixo tentando matá-lo. Confesso que senti um calor infernal ao sentir aquilo e achei que fosse de raiva. Como eu queria que fosse.
— Seu nojento! Você está excitado!
Soltei-o e rolei para o lado imediatamente e Jayden desabou no tapete ao meu lado sem falar nada. Que otário.
— Você me paga, seu virgem tarado!
Saí do quarto dele com vontade de correr para o meu, mas eu ainda não podia fazer barulho, então a solução foi ir pé por pé. Entrei no meu quarto e corri para o banheiro tomar uma ducha quente antes que morresse de hipotermia.
Debaixo do chuveiro, a cena de Jayden olhando para os meus seios com aquele desejo estampado na sua carinha pálida me veio à mente. Não aguentei e tive que rir. Pobre garoto, nunca devia ter visto um par de peitos na vida e o primeiro que viu era da sua prima maluca, tentando matá-lo. Na verdade, ele tecnicamente não viu, só observou a insinuação através da camiseta molhada. Sua ereção só provava que era mesmo um virgem babaca.
Fui dormir quase cinco da manhã. Estava morta. Todas as partes do meu corpo doíam.