Entre Desejo e Vaidade || H.S

By juuulianatorres

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Quando fui para Londres achava que podia jogar com os homens como se fossem peças de um jogo e eu não ligava... More

Prólogo
1 - 32B
2 - Usar, abusar e descartar
3 - Quem sabe outro dia
4 - Acertei?
5 - Suponho que você seja o "mais"
6 - Nunca te disse que seria exclusiva
7 - Bigamia é legal aqui em Londres?
8 - Nunca disse que jogo limpo
9 - Por que saiu com aquele cara?
10 - Agora você é meu novo namorado.
11 - Ainda não terminamos!
12 - Dá para vocês dois não se unirem contra mim?
13 - Não tente me enganar!
14 - Quer pegar ele de novo, não quer?
15 - Com todo o prazer
16 - Essa foi uma péssima ideia!
17 - Disse até que o amava!
18 - Não tenho medo de você.
19 - O que é a vida sem algumas loucuras?
20 - Feliz aniversário, babaca!
21 - Beija beija beija!
COMUNICADO!
22 - Digam 'chocolícia'!
23 - Por que você não fica com ele?
24 - Não pense, só sinta!
25 - Não fique com ciúmes, ainda te amo!
26 - Não pense que se livrou de mim.
27 - Você quer compromisso?
28 - Ficar quietinha é bom de vez em quando.
29 - Que porra foi essa?!
30 - Como queira, princesa.
31 - Você perdeu o juízo?!
32 - O que ele quer de mim?
33 - Não vou deixar que nada de mau te aconteça.
35 - Estou cheia disso!
36 - Por que você se importa?
37 - Nunca mais faça isso.
38 - Por essa eu não esperava.
39 - Por que não me contou?
40 - Foi legal e durou, mas agora acabou.
41 - Quero ver se vai conseguir esconder isso.
42 - Sentiu minha falta?
43 - Let's Get It On!
44 - Mr. Sexy em apuros!
45 - It really shoudn't work... But it does!
Epílogo
Spin-Off

34 - Pode me odiar.

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By juuulianatorres

POV HARRY

Sinto algo úmido nas minhas mãos e acordo num salto olhando para os lados atordoado a procura de Charlie, mas assim que caio em mim vejo que ela está ao meu lado e que está com um pano na mão e alguns curativos, não tenho ideia de onde ela achou essas coisas, porque não me lembro de tê-las em casa.

"Desculpe, não queria te assustar." Ela diz baixinho com um sorriso envergonhado no rosto. Ela parece bem melhor hoje, ainda bem, não estava aguentando vê-la frágil daquele jeito.

"Não me assustei." Digo no impulso, mas depois rio quando ela me olha totalmente descrente. "Ok, talvez um pouco, mas não se preocupe." Completo e ela ri ainda mais.

"Tudo bem, machão." Ela responde sarcástica e eu sorrio ao ver que ela voltou ao seu normal, pelo menos, dentro do possível.

"Engraçadinha. Você está bem? E o que está fazendo? Onde conseguiu essas coisas?" Pergunto tentando entender todas essas coisas aqui na cama, mas ela se limita a rir da minha cara.

"Calma, acabou de acordar, respira." Ela diz bem devagar e eu reviro os olhos, mas rio um pouco. "Ok, primeiro, sim, estou bem melhor. Obrigado de novo, por tudo que fez por mim..."

"Não foi nada." Respondo rapidamente e ela dá de ombros, sorrindo.

"De qualquer jeito, obrigado. Continuando, estou cuidando de você, suas mãos estão inchadas e com cortes..." Abro a boca para dizer que ela não precisa fazer isso, sei muito bem me cuidar sozinho, até porque não é a primeira vez e provavelmente não será a última vez que tenho esse tipo de ferimento. Só que ela me interrompe antes mesmo que eu pense em dizer algo. "Nem tente, vou cuidar disso, sim senhor. E sobre as coisas, quando percebi que você não tem nada além de comprimido para dor de cabeça nesse apartamento eu desci e fui até a farmácia aqui perto." Ela termina e eu continuo olhando para ela, tentando entender porque ela se preocupou a ponto de sair daqui usando a minha roupa e ir até uma farmácia.

"Obrigado." Digo meio hesitante e ela sorri, sentando ao meu lado na cama.

Sento também e encosto na cabeceira, ela puxa a minha mão e começa a passar o pano lentamente nos nós dos meus dedos, limpando com toda a concentração do mundo, parece até que essa é a coisa mais importante que ela já fez na vida. Quando termina de limpar a minha mão direita ela passa para esquerda e repete o mesmo processo calmamente, enquanto eu continuo a observando, tentando entender porque está se dando ao trabalho, ela não tem obrigação, está fazendo só... porque quer fazer.

Depois que termina de limpar as minhas duas mãos, ela pega um remédio e coloca um pouco em uma gaze, aplicando delicadamente. Continuo observando-a, ela deveria estar devastada, chorando, mas não, ela está aqui com um sorrisinho no rosto e uma ruguinha de concentração adorável entre as sobrancelhas enquanto cuida dos MEUS ferimentos, por que? Por que ela está cuidando de mim?

Por fim ela coloca tudo que usou dentro de uma sacola plástica e dá um nozinho pondo-a no meu criado mudo e se vira para mim.

"Prontinho." Ela diz segurando as minhas mãos e fazendo um carinho de leve, com um sorriso satisfeito no rosto. "É... hã... Agora, tome isto e alterne entre as suas mãos, vai fazer o inchaço diminuir." Ela diz depois de um tempo, me passando um saco com gelo, parecendo envergonhada e solta a minha mão, na mesma hora sinto falta do contato, mas não falo nada.

Ela levanta e pega a sacola para jogar no lixo, assim que volta vai até a geladeira e procura alguma coisa, mas vejo que dá uma risadinha.

"O que foi?" Pergunto a ela, mas ela apenas meneia a cabeça e continua rindo.

"Deveria ter passado na cafeteria também. Só tem iogurte aqui." Ela diz divertida e eu sorrio.

"Isso é exatamente porque tem uma cafeteria." Respondo tentando me defender, mas ela nem me dá confiança.

Ela pega o iogurte e depois dois copos, enche os dois e traz para mim. Fico a analisando enquanto ela senta à minha frente e dá um pequeno gole em seu copo, olhando para mim seguida.

"Por que está fazendo isso?" Não consigo me conter, não consigo entender porque ela está se dando o trabalho depois do que fiz com ela ontem, mesmo que eu a tenha ajudado, não acho que mereço.

"Isso o que?" Pergunta confusa e eu respiro fundo.

"Cuidando de mim. Por que?" Volto a perguntar e ela parece refletir por alguns segundos, mas dá de ombros.

"Você cuidou de mim ontem, é o mínimo que posso fazer." Ela diz bem baixinho e não tenho certeza se escutei direito, mas não me convenço.

"Cuidar de você ontem era o mínimo que eu poderia fazer, a culpa daquilo ter acontecido foi minha. Então, não entendo porque está sendo tão boa comigo." Retruco e ela respira fundo, passando as mãos no cabelo.

"Já disse que você não tem que se culpar, Harry, você não poderia adivinhar." Ela insiste, mas não é o suficiente, eu sei que não.

"A culpa foi minha, se eu não tivesse ficado com a Olívia, se eu não tivesse tido essa ideia escrota... Você não teria ido." Isso está me assombrando desde que vi o seu rosto ontem à noite, as manchas roxas, o corte no canto da boca, foi tudo culpa minha.

"Se te serve de consolo, não estou nem perto de te perdoar pelo que fez com a Olívia, não sou tão nobre." Ela diz sorrindo sem humor, mas isso não me conforta, só me deixa ainda mais confuso.

"Eu sei que fui um filho da puta, então por que está cuidando de mim?" Preciso entender, preciso que ela me diga. Ela se levanta e passa as mãos nervosamente pelo cabelo e eu fico de pé também, para encará-la.

"Já disse, Harry!" Ela responde na defensiva e obviamente, não me convence. Porra, Charlie, me diz.

"Não, você não disse. Me diz, Charlie, por que?" Insisto e ela fica corada, mas não diz nada. "Charlie, por favor, por favor, me diz."

"PORQUE EU TE AMO, SEU IDIOTA!" Ela praticamente grita e logo depois leva as mãos aos lábios, parecendo apavorada, mas não estou diferente. Ela o que?! Não pode ser, ela não pode me amar!

"Você o que?" Pergunto tentando entender se não estou ficando maluco, sempre desconfiei da minha sanidade, mas agora passei dos limites.

"Quer saber? Cansei de mentir para você e, principalmente, cansei de mentir para mim mesma. Eu amo você, tá? Não sei como, não sei porque, mas amo. Pode me odiar." Ela diz virando as costas para mim, estou completamente petrificado, não sei o que estou sentindo, só que sei que estou... feliz. Porra, eu estou feliz para caralho, ela me ama? Ela me ama!

"Sabe, eu já sabia que gostava de você, mas depois de tudo que você fez, de todas as vezes que foi um completo idiota sem motivo e do que você fez ontem eu percebi, que mesmo assim, querendo te socar, eu ainda quero estar com você. Não tenho ideia de como isso aconteceu, tudo que eu sei é que amo você." Ela diz, posso ouvir o riso em sua voz e mesmo não vendo seu rosto sei que ela está rindo de nervoso.

Nunca pensei que ela pudesse se apaixonar por mim, exatamente por eu ter feito todas as merdas que ela disse e ouvir essas palavras dela, ouvi-la dizendo que me ama mesmo com todos os meus defeitos, que não são poucos, me faz dar um sorriso enorme.

Ela continua de costas para mim, passando as mãos nervosamente pelo cabelo, novamente, essa é só uma das muitas coisas que temos em comum, ela também é teimosa para caralho e nunca admite que está errada, mas eu... amo isso nela, amo sua força e sua personalidade forte, eu amo essa mulher. Sim, eu amo essa mulher. O que eu estou fazendo aqui parado?

Quando ameaço dar um passo em sua direção ela se vira, com lágrimas nos olhos, mas as seca rapidamente.

"Sinto muito, sei que praticamente prometemos não ter compromisso e que você não quer nada disso, eu..." Ela deixa a frase morrer e fecha os olhos, sorrindo sem nenhum humor. "O que eu quero dizer é que eu sei que você não se sente desse jeito e tudo bem, eu que não deveria ter deixado isso acontecer."

"Como você pode pensar isso? Você, sinceramente, acha que eu não gosto de você?" Pergunto sem acreditar que ela não percebeu nada esse tempo todo. "Charlie, esse tempo todo eu só não disse nada porque você nunca pareceu se sentir assim e eu não queria estragar tudo, mais uma vez." Ela me encara descrente e eu sorrio. "Você é a minha menina, minha menina linda!"

Não espero que ela me responda, apenas diminuo a distância entre nós rapidamente e a pego nos meus braços, juntos os nossos lábios. Nosso beijo é totalmente urgente, cheio de desejo, intensidade e algo totalmente novo para mim, sentimento.

Porra, nunca pensei que eu pudesse me apaixonar por alguém, sempre me achei fodido demais para um sentimento tão nobre, mas aí ela aparece e pronto, cá estou eu, todo apaixonadinho.

Separo os nossos lábios lentamente e olho para o seu rosto, ela está sorrindo, mas mantém os seus olhos fechados. Mesmo com todos esses machucados ela continua sendo a porra da mulher mais linda do mundo. Quando ela abre os olhos vejo que ainda estão marejados e selo os nossos lábios.

Suas mãos vão para os meus cabelos e ela volta a me beijar, mas dessa vez posso sentir as vibrações do seu corpo, que já são tão familiares para mim e sei que ela quer mais. Seguro as suas pernas, pegando-a no colo e a levo para cama.

Ela deita em cima de mim e retira a minha camisa rapidamente, voltando a me beijar. Minhas mãos descem pelo seu corpo, sentindo sua pele quente queimar os meus dedos, adoro a sensação de tocar nela, porra, ela é gostosa demais. Ela começa a rebolar no meu pau e eu fecho os olhos, mordendo os lábios.

"Charlie." Gemo sem conseguir me conter e ela sorri.

Retiro rapidamente a minha blusa do seu corpo, junto com o seu sutiã e sorrio ao olhar para ela, que mulher! Ela segura as minhas mãos e as leva aos seus seios me fazendo gemer alto, novamente, que saudade de a sentir assim.

"Porra, Charlie, como você é gostosa!" Ela leva os lábios ao meu pescoço e dá vários beijos ali, me fazendo arrepiar. Porra, ela está me afetando ainda mais que o normal hoje.

"Harry." Ela diz olhando nos meus olhos, com um sorriso atrevido no rosto. "Harry." Ela repete, só que dessa vez um pouco mais alto e eu franzo o cenho, mas não digo nada. Quando olho para ela, já não está mais em cima de mim, está se afastando. Por que ela está se afastando?

"HARRY! ACORDA!" Ouço a sua voz novamente, mas dessa vez é quase um grito.

"Mas o que??" Eu digo confuso, olhando ao meu redor. Vejo que ela está na porta do banheiro, com os cabelos molhados, mas como? Esfrego os meus olhos tentando entender o que está acontecendo enquanto ela me observa com uma sobrancelha arqueada.

Só então que eu me dou conta do óbvio. Puta que pariu! Aquilo tudo foi um sonho? Caralho, eu estava sonhando esse tempo todo? Não é possível! Fico tentando me reorientar e entender que merda foi essa. Que porra de sonho de mulherzinha foi esse?

Olho para ela que ainda está na porta do banheiro e então vem andando na minha direção.

"Posso saber com o que o senhor estava sonhando?" Ela pergunta de braços cruzados e eu engulo em seco.

"Com nada." Digo com a maior convicção que posso, mas ela não chega nem perto de acreditar.

"Tem certeza?" Ela pergunta novamente e eu me mantenho calado. "Você estava dizendo o meu nome." Ela diz calmamente e eu me engasgo com o ar.

"Não estava!" Afirmo no impulso e depois percebo o quão idiota isso foi e suspiro.

"Sim, você estava." Ela diz, mantendo a expressão calma e eu passo as mãos no rosto. Como, diabos, eu vou explicar aquele sonho escroto para ela? Não vou, de jeito nenhum.

"Não... Lembro." Essa é a melhor resposta que consigo arrumar, mas ela apenas ri.

"Você estava tendo um sonho erótico comigo." Ela diz com toda a certeza do mundo e eu me engasgo novamente. Ô, caralho, desde quando eu sou mocinha assim?

"NÃO!" Praticamente grito e ela apenas arqueia a sobrancelha.

"Pode mentir o quanto você quiser, mas tem uma coisa que não mente." Ela continua com seu tom de calmaria e isso está me deixando ainda mais nervoso.

"Para de graça, que história é essa?" Eu digo numa tentativa de me defender, mas então ela ri e faz um gesto com a cabeça para que eu olhe para baixo.

Assim que os meus olhos seguem os seus eu dou um suspiro derrotado e jogo um travesseiro no meu rosto. Ótimo! Traído pelo meu próprio corpo, isso sim é traição. Porra, eu tinha que ter a droga de uma ereção logo agora? Sou descontrolado até dormindo, meu Deus.

Retiro o travesseiro do rosto e ao olhar para ela vejo que está se segurando para não rir, bom, pelo menos ela está rindo então esse papelão não foi em vão.

"Ai, Harry, o que eu faço com você? É um pervertido." Ela diz ainda rindo e eu reviro os olhos.

"Dá para fingir que eu ainda tenho um pouquinho de dignidade?" Pergunto rindo junto com ela, que levanta as mãos em sinal de rendição.

"Ok, ok. Termine de acordar para eu cuidar da sua mão." Ela diz divertida e vejo que dentro da sacola tem algodão, álcool e gelo.

Afasto aquele sonho da minha cabeça assim que vejo essas coisas, não quero pensar naquilo e muito menos em seu significado. Apenas me levanto e vou até o banheiro, tomo um banho rápido e escovo os dentes. Assim que saio de lá vejo que ela está sentada na beira da cama e sorri ao me ver.

"Senta aqui, vou cuidar da sua mão." Ela diz e eu o faço.

Ela começa a limpar os meus ferimentos e eu ignoro a ardência que sinto assim que o álcool bate nos cortes e a observo. Acho que a conheço melhor do que pensava, ela está com a mesma ruguinha de concentração na testa que estava no meu sonho a até os seus movimentos são parecidos. Sacudo a cabeça para afastar esses pensamentos e decido falar alguma coisa.

"Como você está?" Pergunto a ela, o lado esquerdo do seu rosto está roxo e o lábio inferior um pouco inchado devido ao corte, poderia ser pior, mas só de vê-la assim já me arrependo de não ter acabado com a raça daquele filho da puta.

"Melhor do que pensei que estaria, ainda estou um pouco abalada, mas me sinto bem." Ela diz com um sorriso fraco enquanto limpa a minha outra mão.

"Que bom, com o tempo vai melhorar." Nunca fui muito bom em consolar ninguém, mas não custa tentar.

"É, eu sei. Obrigado, de novo, por tudo que fez por mim ontem." Ela diz baixando os seus olhos para minha mão, claramente envergonhada e eu suspiro.

"Não foi nada, afina..." Eu começo, mas lembro do sonho e me calo, vendo que estou indo pelo mesmo caminho. "Não foi nada." Digo finalmente.

"Não foi culpa sua." Ela diz como se pudesse ler a minha mente e eu a olho assustado, mas ela apenas me dá um sorriso condescendente.

"Onde você estava indo ontem à noite?" Pergunto depois de um tempo e ela suspira.

"Encontrar o Isaac." Ela diz depois de uma pausa que pareceu durar uma eternidade e eu faço o meu máximo para manter minha expressão neutra.

"E onde é que aquele infeliz estava?" Pergunto irritado, até tentei evitar, mas porra, ele deveria estar cuidando dela, caralho!

"Não fale dele desse jeito!" Ela diz e pega o saco de gelo, colocando na minha mão esquerda. Sinto um alívio na mesma hora, estava latejando bastante, mas estou mais preocupado com ela.

"Como não, Charlie? Aquele babaca deveria estar cuidando de você! Onde é que ele estava?" Porra, ele poderia ter impedido, ele poderia ter evitado que isso tudo acontecesse.

"Pare de xingá-lo, Harry! Ele não sabia de nada, eu estava tentando ligar para ele quando... tudo aconteceu." Ela responde e posso ver que está ficando nervosa, droga.

"Não é ele que está com você? Ele deveria estar com você, do seu lado, se ele estivesse do seu lado nada disso teria acontecido." Onde ele estava? Ele parece estar sempre por perto, atormentando a porra da minha vida e na hora que ele tem que estar, cadê? Desaparece. Inacreditável!

"Não, Harry. O Isaac estava passando o fim de semana com os pais e seria uma gentileza dele se tivesse ido me buscar." Ela diz tentando se acalmar.

"Bom, ele faz tanta questão de ficar com você o tempo todo. Deveria estar lá." Eu não quero brigar com ela, mas porra, ela fica defendendo ele o tempo todo.

"E você não deveria ter ficado com a Olívia, mas você ficou, mesmo depois de eu ter te pedido para não fazer isso." Ela diz com a voz firme e eu vacilo, eu sabia que ela não me perdoaria por aquilo. Que ideia idiota.

"Eu sei que me pediu, mas não achei que fosse se importar, você deixou bem claro para mim que queria ficar com o Isaac." Me defendo e ela semicerra os olhos na minha direção. Ok, sei que menti, em parte, porque eu sabia que aquilo iria afetá-la, mas realmente não achei que ela queria qualquer coisa comigo depois da nossa discussão.

"Você não pode estar falando sério!" Ela diz exasperada, jogando as mãos para o alto. "Você não tem noção do quanto ver você fazer aquilo me magoou." Essas palavras me acertam em cheio e eu sinto um aperto no peito.

"Só pela Olívia? Ela nunca foi uma ameaça para você, não quando se trata de mim." Eu digo rapidamente, sei que é verdade, ela nunca foi e nunca vai ser.

"Não foi só pela Olívia, Harry." Ela diz parecendo cansada, eu não entendo, se não foi a Olívia, qual é o problema?

"Então o que foi, Charlie? Por que isso te afeta tanto?" Pergunto com a voz mais calma, não quero brigar com ela, não quero voltar à estaca zero.

"Porque dói confiar em alguém e essa pessoa fazer a única coisa que você pediu que não fizesse." Ela diz olhando bem para mim e eu sinto minha respiração acelerar, detesto vê-la assim, magoada e a culpa é toda minha.

"Eu sei que eu fiz merda, mas porra, você também não facilitou. Eu não entendo porque você bate tanto o pé para ficar com o Isaac, mesmo sabendo que eu não gosto e se deixa afetar tanto pela Olívia. O princípio é o mesmo."

"Não, não é." Ela diz simplesmente e eu arqueio a sobrancelha em sua direção. É lógico que é. "O Isaac já te fez alguma coisa? Não, não fez. A Olívia faz de tudo para me atingir e você sabe muito bem disso."

"Mas ela não deveria te atingir, ela não chega nem aos seus pés." Eu digo aflito e ela me olha um pouco descrente pelas minhas palavras, na verdade, até eu estou, mas é verdade mesmo.

"Ela não me atingia, mas começou a atingir." Posso ver que ela está fazendo o possível para se manter calma, mas não dá para entender como alguém como a Charlie se deixa abater por uma garotinha insegura feito a Olívia.

"Desde quando? Desde quando você se deixa abater por ela? Desde quando você se deixa abater pelas palhaçadas que ela fala?" Eu pergunto nervoso, ela não pode, é quase um pecado. Ela leva os dedos a ponte do nariz e respira fundo, se mantendo em silêncio. "Responde, Charlie. Desde quando? Hein?"

"Desde quando ela conseguiu ficar com a única pessoa que faz a droga do meu coração acelerar. Desde quando o único cara que me fez querer estar com ele mais do que qualquer coisa atravessa a droga de uma sala e a beija bem na minha cara, está bom para você?" Ela fala tudo de uma vez, num fôlego só e assim que as palavras saem ela parece se dar conta do que disse e o seu rosto fica pálido.

Não consigo mover um músculo, fico apenas olhando para ela tentando entender o que acabou de acontecer aqui. Minha pulsação está completamente descompassada e minha respiração acelerada. Nós ficamos nos encarando por um tempo, ela parece completamente apavorada, seus olhos estão arregalados e suas mãos estão em seus lábios, como se ela quisesse impedir que qualquer outra palavra saia dali, quero dizer algo, mas estou paralisado. Quando finalmente tomo coragem e abro a boca para dizer alguma coisa, ela simplesmente se vira e praticamente corre, batendo a porta ao sair.

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