O Ceifador de Anjos: A Coleçã...

By JulieteVasconcelos

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Vincent Hughes é para Donna o homem perfeito, e para as suas vítimas, ele é o Ceifador de Anjos, o serial kil... More

Seja bem-vindo!
A TRILOGIA
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 1.1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 3.1
Capítulo 4
Capítulo 4.1
Capítulo 5
Capítulo 5.1
Capítulo 5.2
Capítulo 5.4
Capítulo 5.5
Capítulo 6
Capítulo 6.1
Capítulo 7
Capítulo 7.1
Capítulo 8
Capítulo 8.1
Capítulo 9
Capítulo 10
Extras
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Capítulo 5.3

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By JulieteVasconcelos

 — Bom dia, Chris — cumprimentou Ramona ao entrar no carro do parceiro, fechando a porta. — Para onde vamos tão cedo? — Bocejou cansada, pois foi dormir de madrugada e ainda não passava das seis da manhã.

Christopher sorriu de canto ao olhar para Ramona, enquanto ligava o carro.

— Para a Floresta Nacional de Angeles — falou com naturalidade.

— Nossa, que jeito melhor de começar um sábado! Desova de corpos? — questionou curiosa, lembrando das várias chamadas do tipo que haviam atendido.

— Acho que pior. Jeremy disse que precisamos ver ao vivo a nossa vítima, em tom de quem diz vocês não sabem o que os espera! — Olhou para ela sorrindo.

Christopher passou as informações que tinha para sua parceira, que não eram muitas: um rapaz havia andado oito quilômetros durante a madrugada para chegar até a primeira casa que encontrou para pedir ajuda, dizendo ter sido atacado e desconhecer o paradeiro da namorada que estava com ele antes do ataque. Chamaram a polícia, levaram-no para o hospital e iniciaram as buscas pela desaparecida. Encontraram-na, por isso, os detetives foram chamados com urgência.

Enfrentaram um pequeno, mas considerável trânsito, de forma que levaram aproximadamente quarenta minutos para chegarem ao local, uma charmosa cabana rodeada pela floresta, uns cinco quilômetros de distância da rodovia.

— Os urubus chegaram antes de nós — rosnou Christopher, ao perceber a presença de repórteres e jornalistas, afastados da cabana e impedidos de adentrar a floresta por uma extensa faixa de interdição, além de contarem ali dezenas de policiais.

Os detetives se esquivaram dos curiosos presentes e se aproximaram de um policial, para o qual mostraram seus distintivos. O acesso foi liberado para ambos, eles foram em direção a equipe de perícia, que estava reunida dentro da cabana.

Não se surpreenderam ao constatar que Ladonna Ortega estava presente, como perita e médica legista chefe, acompanhada por sua equipe. Nos últimos anos, era bastante comum o encontro deles, tanto nos locais em que encontravam os corpos, quanto no necrotério.

— Finalmente chegaram! — disse a legista com uma carranca, enquanto sua equipe se afastou, deixando-a na presença dos detetives.

— Faz tempo que está aqui? — perguntou Ramona, ignorando o mau humor de Ladonna, pois sabia que era devido aos jornalistas no local, cuja presença, na maioria das vezes, só atrapalhava.

— Há quase três horas. Liguei para Jeremy dez minutos depois de chegar aqui. E os nossos amiguinhos lá fora, estão aqui há mais de uma!

— Lamento não chegarmos antes, o que perdemos? — perguntou Christopher olhando mais atento o interior da cabana, cujos móveis rústicos e a organização impecável naquele espaço era de certa forma aconchegante, fora o telefone caído no chão, não havia nada ali que denunciasse a presença de um corpo, o que o fez deduzir que o mesmo deveria estar na floresta.

— Nada que não quisessem ter perdido! Nossa garota, Christine Vonda Carter, dezoito anos, estava nesse fim de mundo com o namorado, também de dezoito. Segundo ele, estavam dormindo quando ela o acordou dizendo que ouviu um barulho aqui embaixo. Ele desceu e foi atacado por trás com o fio do telefone, desmaiou sem ar e quando acordou, viu a porta aberta, mas subiu primeiro no quarto chamando a namorada, que não estava lá. Chamou do lado de fora e não teve resposta, pegou uma lanterna e seguiu pela estrada sem querer acreditar que a garota havia entrado na floresta no estado em que estava.

— No estado em que estava? O que isso significa? E por que dois jovens estavam aqui sozinhos? — perguntou Christopher.

— A cabana pertence à família da vítima, está em nome do pai dela, Jaime Carter. E o namorado não quis acreditar que ela entrou na floresta porque ela estava grávida.

Christopher e Ramona começavam a entender a gravidade da situação.

— Quem agrediu o namorado, a matou na floresta — deduziu Ramona.

— Pior! — Parou de falar, encarando-os. — Lembram do caso que vocês arquivaram, do casal Tompson?

Levou alguns segundos para que pudessem lembrar daquele sobrenome, do acidente e dos fatos estranhos desse caso.

— O feto de Christine foi extraído? — arriscou Christopher.

— Igual ao de Barbara, com a diferença de que o corpo de Christine não está queimado e há algo nele que vocês irão querer ver! Também há o fato de que "ele" lhe deu o que chamo de golpe de misericórdia!

Os detetives se entreolharam. Ficaram realmente surpresos com o que Ladonna contou. Nunca pensaram em se deparar com algo do tipo novamente. Barbara Tompson foi um caso estranho e isolado, mas agora não mais. E se entenderam bem, a legista iria mostrar a eles mais coisas estranhas, por isso a acompanharam para fora da cabana e adentraram a floresta.

Caminharam atentos entre as árvores, enquanto Ladonna apontava para alguns galhos quebrados e folhas amassadas, explicando que a vítima corria, ou pelo menos tentava, e que o seu perseguidor provavelmente fez exatamente o mesmo percurso que ela, como forma de não deixar muitos rastros. Disse ainda que foram encontrados fragmentos da vestimenta de Christine preso nos galhos.

Depois de percorrerem pouco mais de trezentos metros, chegaram ao corpo coberto por um pano branco, em meio a uma grande poça de sangue. Os detetives puseram luvas descartáveis e se abaixaram para ver o cadáver, que tinha a barriga e as pernas cobertas pelo líquido viscoso. A legista prosseguiu com as informações:

— Foi feito em Christine a mesma incisão supra púbica que identifiquei no cadáver de Barbara Tompson, arrisco dizer que assim como no caso dela, foi usado um bisturi de lâmina 15, com a diferença de que enquanto a outra morreu queimada, essa aqui teve uma morte mais rápida. Todo esse sangue que vocês estão vendo é da veia femoral de Christine, que recebeu um ferimento certeiro na virilha, causando a ela uma hemorragia grave.

Os detetives ficaram ainda mais surpresos.

— O horário da sua morte foi entre uma e duas da manhã, o que coincide com o que o namorado falou, ele deve ter recobrado os sentidos por volta das duas ou duas horas e trinta, caminhou mais de uma hora até achar uma casa na qual pediu ajuda. Fui chamada em seguida, cheguei aqui davam quatro horas — concluiu Ladonna.

— O golpe na virilha foi com a intenção de matá-la, aqui onde estavam, ninguém poderia socorrê-la em meia hora — constatou Ramona.

— Meia hora? — perguntou a legista irônica. — Ela só teria todo esse tempo se o ferimento tivesse causado uma hemorragia pequena. Só poderei dar certeza depois da necropsia, mas meu palpite é que ele não só feriu, mas rompeu a veia femoral dela, o que acarretou em redução no volume intravascular e hipóxia cerebral, dando-lhe aproximados cinco minutos de vida.

Christopher e Ramona continuaram vasculhando o corpo rígido e frio de Christine, que já dava sinais do estágio inicial da decomposição, apresentando uma coloração roxa e acinzentada. Do minúsculo baby doll que a jovem usava, só sobraram trapos ensanguentados, ainda presos ao seu corpo pelas alças, fora isso, estava completamente nua. Movimentavam o seu rosto e braços cuidadosamente. Embora parte de sua barriga estivesse coberta por sangue, a incisão supra púbica citada por Ladonna era aparente.

— Algum sinal de violência sexual? — perguntou Ramona, enquanto dedilhava a pele fria da barriga de Christine.

— Também vamos ter que esperar os resultados dos exames para saber com certeza, porque ela teve relações, isso é certeza, colhemos sêmen de sua vagina, mas como não há sinal de penetração forçada pode ser do namorado, aliás, encontrei sua calcinha jogada no chão do seu quarto.

— Ou pode ser do assassino, ele pode ter ameaçado ferir sua barriga — sugeriu Christopher.

— Não descarto essa hipótese — respondeu ela.

— Havia algo mais no corpo, certo? — perguntou Ramona, lembrando do que a legista disse dentro da cabana.

— Ah, sim, olhem isso — disse se abaixando ao lado do corpo. Já com as luvas, tocou a coxa direita de Christine, tentando afastar parte daquele sangue. Sem sucesso, apanhou o tecido manchado que antes cobria o cadáver e deslizou limpando, deixando à mostra uma pequena escarificação onde via nitidamente as letras "Mt" seguida dos numerais "13 39". — Se isso estava gravado no corpo de Barbara também, nunca iríamos saber — acrescentou, reforçando a lembrança de que ela havia morrido queimada.

Christopher e Ramona ficaram estupefatos com a novidade encontrada na coxa da vítima, era uma coisa a mais para discutirem a respeito, o que não fizeram naquele momento. A equipe de Ladonna se aproximou para embalar o cadáver em um saco preto e o levar para o necrotério, pois já haviam colhido material e registrado todos os detalhes daquele assassinato. Haviam vasculhado toda a cabana e ao seu redor, principalmente o interior da mata, não havia mais nada que precisassem fazer ali.

A legista e os detetives ficaram parados em pé, em frente a poça de sangue, onde se percebia a silhueta do corpo recém retirado.

— Alguma ideia do que significa aquilo? — perguntou a legista em tom baixo, como se perguntasse para si mesma.

— Nenhuma, embora eu torça para que não indique uma sequência — adiantou Ramona.

— Talvez alguma seita — completou Christopher.

Com algumas hipóteses levantadas, saíram da mata e verificaram mais uma vez a cabana, onde a polícia informou que a porta dos fundos teve o vidro quebrado, o que explicava o barulho que acordou Christine e o fato de não haver qualquer sinal de arrombamento na porta principal, além da perfeita organização da sala. Como a chave estava na fechadura, foi só o assassino a girar e a abrir sem dificuldade. Indo para a sala, viu e atacou o namorado da jovem com o fio do telefone.

Os detetives recolheram todas as informações que puderam, do próprio lugar como também dos profissionais que estavam cobrindo o caso.

Teriam que esperar o resultado da autópsia e da perícia, que adiantou a descoberta de pegadas maiores que as da vítima e supondo que fosse do seu perseguidor, ele calçava 42. Não encontraram marcas de pneu, dando a entender que ele estava a pé ou que deixou o carro ou quem sabe uma moto bem longe, provavelmente escondido na mata.

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