Por trás do gelo [Em revisão]

juleaina által

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PLÁGIO É CRIME! Independentemente da sua idade, é um ato totalmente desprezível e ilegal. Dê orgulho a si mes... Több

Prólogo
Capítulo 1 - Despedidas nunca são fáceis
Capítulo 2 - Próxima parada: cama!
Capítulo 3 - Novas aventuras nem tão desejadas assim
Capítulo 4 - Iniciação oficial em uma nova cidade
Capítulo 5 - Primeira festa, primeiro erro
Capítulo 6 - Pegadinhas do Universo
Capítulo 7 - Que os jogos comecem
Capítulo 8 - Meninas também sabem trocar pneus
Capítulo 9 - A advocacia está no DNA
Capítulo 10 - Machistas não passarão
Capítulo 12 - Memórias ruins aparecem a qualquer hora
Capítulo 13 - Partidas de hóquei são ótimas para fazer novas amizades
Capítulo 14 - Nunca dê o primeiro gole
Capítulo 15 - Quando as coisas começam a fluir
Capítulo 16 - Quebre regras pela sua melhor amiga
Capítulo 17 - Barmans nem sempre são confiáveis
Capítulo 18 - Por um bem maior
Capítulo 19 - Espírito competitivo masculino
Capítulo 20 - Sequestros são menos assustadores em filmes
Capítulo 21 - Jogue como uma garota
Capítulo 22 - Passeios noturnos
Capítulo 23 - Madrugadas são ótimas para compartilhar segredos
Capítulo 24 - Mudamos de acordo com nossos hormônios
Capítulo 25 - Caixa de mentiras
Capítulo Extra, por Apolo - Autocontrole
Capítulo 26 - Piranhas na piscina
Capítulo 27 - Dando o sangue
Capítulo 28 - Família
Capítulo 29 - Há oceanos entre nós
Capítulo 30 - Surpresas de aniversário
Capítulo 31 - Nem toda surpresa é agradável
Capítulo 32 - Às vezes nem pizza melhora o dia
Capítulo 33 - Avalanche de azar
Capítulo 34 - Bolas de vôlei atraídas por cabeças avoadas
Capítulo 35 - Quando o dia começa uma merda, mas acaba maravilhoso
Capítulo 36 - Pedidos de desculpas seguidos por novas interações
Capítulo 37 - O grande dia

Capítulo 11 - Existe amizade entre cães e gatos

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juleaina által

Ao chegarmos no condomínio praiano no qual meu pai residia, o porteiro liberou nossa passagem assim que viu Apolo sentado ao meu lado. Ele o cumprimentou e os dois ficaram debatendo sobre algum jogo até eu fingir que estava tossindo e Apolo se tocar que eu estava ali também.

A medida que andávamos, eu percebia o quão grande era o residencial, as ruas eram pavimentadas e cheias de palmeiras enfeitando-as. Havia até um parque com uma quadra! Era duro admitir, mas se não fosse por Apolo, eu teria me perdido várias vezes.

Estávamos quase chegando nos portões de casa quando, repentinamente, uma garota se jogou em frente ao carro. Freei bruscamente para não acabar cometendo um acidente por conta de uma maluca, de modo que eu e Apolo só não demos de cara com o retrovisor por conta do cinto de segurança.

— Apolo! – veio saltitando feliz até a janela do gêmeo mau.

— Como você está, Kristen? – eu não conhecia o Maddox tão bem, mas jurava que o sorriso em sua cara ao cumprimentar a garota havia sido falso.

Kristen, a doida varrida, era uma garota alta. Ela usava um short jeans e biquíni, que ressaltava suas pernas bronzeadas, seu cabelo castanho claro estava solto e ela parecia uma modelo.

— Eu estou ótima, melhor agora – sorriu. — Senti sua falta, Pops.

Não consegui segurar o riso e, na tentativa de disfarçar, acabei me engasgando e chamando a atenção dos dois. Kristen parou de sorrir e estreitou os olhos verdes em minha direção.

— Quem é essa? – perguntou desconfiada.

— A filha de Alexander – Apolo respondeu e eu dei um tchauzinho para ela. — Quando chegou de viagem, Kristen?

— Hoje de manhã – ela voltou a sorrir. — O pessoal está lá em casa, vim te chamar, mas Sol me disse que você ainda não tinha chegado – a garota não parava de sorrir nem de mexer no cabelo sedoso. — Dá um pulo lá mais tarde. Vamos relembrar os velhos tempos.

— Fica para a próxima, Kris – ela fez biquinho imitando o Gato de Botas, todavia, a imitação havia sido tão chula que o pobre gato morreria de desgosto. 

Coloquei minha cabeça no volante, xingando mentalmente o meu avô por ter me colocado naquela situação.

— Mas por que?

— Tenho muita matéria para pôr em dia – Apolo respondeu. Caramba, será que iríamos ficar ali para sempre?

— As aulas acabaram de começar, Pops! Apareça por lá, por mim – Kristen sorriu descaradamente, sem se preocupar em esconder suas intenções.

— Não vai dar mesmo, Kris.

Kristen murchou e por um segundo quase tive pena da garota. Sem se deixar abater, ela se despediu de Apolo com um beijo demorado em sua bochecha.

— Nem uma palavra – Apolo disse quando ela já estava longe de nós.

— Como quiser, Pops – dei partida novamente.

Estacionei Sirius na garagem subterrânea e segui Apolo que já subia as escadas que davam para a cozinha. Tirei minha gata de sua caixa transportadora e a coloquei no chão, dando a tão sonhada liberdade a ela.

— Se eu fosse você, não faria isso – Apolo advertiu.

– Por que não? – perguntei confusa.

— Você já vai descobrir – respondeu misteriosamente.

Atravessamos a cozinha e, quando eu já havia subido quatro lances de escada, eu o avistei. Segui seu olhar até Maria Antonieta e olhei em sua direção novamente. Agora eu entendia o porquê de Apolo aconselhar a não pôr Maria no chão. Em menos de um segundo, um borrão pulou em cima de minha gata que, espertamente, saiu em disparada para a sala. Corri desesperada atrás dos dois, preocupada com a possibilidade daquele cachorro enorme consumi-la no jantar.

— Saia de perto da minha gata, seu ogro gigante – gritei me jogando em cima do cachorro, agarrei em sua cintura disposta a não deixá-lo chegar perto de Maria.

Atrás de mim, observando a cena toda, Apolo estava morrendo de rir. Quis enforca-lo com minhas próprias mãos, mas no momento salvar a vida de Maria Antonieta era uma prioridade.

— Vai ficar só rindo? Me ajuda aqui! – gritei para o Maddox. O animal latia sem parar, eu não teria mais forças para segura-lo por muito mais tempo.

De repente, um odor podre invadiu as minhas narinas e dissipou-se por toda a sala. Eu não conseguia acreditar que aquele São Bernardo de trinta quilos havia soltado um pum bem na minha cara!

— Puta merda, Apolo! – gritei soltando o animal e levantando do chão. — O que você dá para esse cachorro comer?

Maria Antonieta, defensora das vítimas de gases tóxicos caninos, desceu de seu refúgio em cima da estante de livros e se posicionou entre mim e o São Bernardo peidão. Entrei em desespero, mas ela arqueou suas costas e começou a grunhir, esticando suas unhas em direção ao cachorro. Eu já estava preparada para dar adeus quando a coisa mais improvável aconteceu. O cachorro gigante cheirou minha gata e começou a pular em volta dela, balançando o rabo animado.

Aparentemente ali era o começo de uma amizade sincera.

— Como é o ditado mesmo? – passei a mão no queixo e fiz cara de pensativa. — Cão que ladra não morde, né?

Quase era possível afirmar que Apolo queria sorrir, mas ele estava tão surpreso e petrificado que nem se moveu. Acho que era difícil para ele acreditar que seu cachorro estava morrendo de amores por Maria Antonieta.

— Não consigo acreditar em você, Goku – finalmente ele abriu a boca.

— Pois pode acreditar, campeão – bati em suas costas de leve.

— Filho, que bom que chegou! – Sol apareceu atrás de nós e nos abraçou. — É tão bom que esteja aqui conosco, Brise, seu pai vai ficar radiante!

Era diferente vê-la assim, em uma situação íntima. Digo, no nosso único encontro ela estava toda elegante, e agora, ela estava... normal. Sol estava usando baby-doll e seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo.

— Vou deixar minhas coisas lá em cima – Apolo disse.

— Ótimo! Aproveite e mostre à Brise um quarto para ela – Sol sorriu. — Depois desçam, Oceano está aqui e irá adorar conhecer você, Brise.

Apolo assentiu e fomos para o andar de cima. Dobramos à esquerda, onde o Maddox disse que ficavam os quartos de hóspedes.

— Esse é o quarto que tio Oceano costuma ficar quando vem aqui – ele informou. — Nunca entre sem bater, experiência própria.

Não entendi o que ele quis dizer, mas mesmo assim assenti. O quarto onde eu iria ficar não era tão grande, mas era aconchegante e eu teria meu próprio banheiro e cama de casal. Deixei minhas coisas em cima da cama e não esperei por Apolo para poder descer.

Escutei as risadas de Sol e meu pai antes mesmo de chegar ao andar de baixo. Eles estavam na área da frente, onde havia sofás e redes. Meu pai e sua noiva estavam deitados em uma e outro casal estava sentado paralelamente à eles no sofá.

— Filhota! – meu pai se levantou e veio até mim, abraçando-me. — Quando Sol me falou que você estava aqui, quase não acreditei! Fico feliz que está conosco!

— Obrigada, pai.

O casal que eu não conhecia se levantou e veio em minha direção, assim como minha nova madrasta.

— Oceano, essa é a minha filha Brise – meu pai fez as apresentações. – Filhota, esse é Oceano, irmão de Sol. E essa é Matilda, sua esposa.

Sorri de leve para ambos e permaneci imóvel. Valentim estava lá fora também, bem como eu visualizei pela minha visão periférica.

— É um prazer conhecê-la, querida – Matilde falou, abraçando-me.

— Digo o mesmo – Oceano concordou com a esposa. — Agora seu sonho de ter uma filha está realizado, né, irmã?

Eu não me senti muito confortável com esse comentário. Embora a minha convivência com minha mãe tivesse sido precoce e não muito amigável, eu não achava que algum dia conseguiria superar a dor do abandono e infelizmente era isso o que a maternidade significava para mim.

— Agora tenho uma amiga aqui dentro, Oceano – Sol sorriu mudando de assunto. — Não serei mais a única a reclamar sobre a bagunça que três homens conseguem fazer dentro de casa.

Todos nós rimos e o clima ficou mais leve. Sentei ao lado de Valentim e pouco depois Apolo também se juntou a nós. Sol começou a falar mais sobre a sua vida assim como Oceano. Ambos eram frutos de um casal hippie e viveram dando voltas pela a América em um trailer até seus quinze anos. Depois disso, Sol resolveu consolidar-se e Oceano a acompanhou. Cada um foi para a faculdade após o ensino médio e hoje Sol era juíza e Oceano, ironicamente, biólogo marinho.

Continuamos a conversar até bem tarde da noite. Isso era novo para mim. Digo, tantas pessoas em uma mesma família era algo inédito na minha experiência familiar. Até pouco tempo atrás era só eu, vovô e Art. Sol se despediu e meu pai a seguiu, aos poucos cada membro presente foi em direção ao seu respectivo quarto.

Quando eu já estava no meu, deitada com Maria Antonieta, foi quando me permiti questionar sobre o porquê de meu avô ter me mandado para cá tão repentinamente.

<•>

Eu não gostava de ir à escola, mas isso não significava obrigatoriamente que eu a odiava. Especialmente hoje, eu amava a West Coast High School. Meus treinos com Nicholas Harrington começariam e eu estava mais do que radiante.

Não era qualquer treinador, era O Nicholas Harrington. Apenas o melhor patinador de sua época e o melhor treinador desde sua aposentadoria. Assim, eu estava mais do que isenta de culpa por não prestar atenção em nenhuma aula daquele dia.

— Meu Deus, Brise, – Greg falou ao meu lado. — Você pode diminuir esse sorriso? Está me assustando.

Mal o escutei e continuei a comer feliz da vida.

— Não adianta, cara – Valentim se pronunciou. — Tem quase uma semana que ela está sorrindo dessa forma. Até de manhã!

— É verdade – Apolo confirmou e eu fiquei visivelmente surpresa. — A gente pensou em chamar um exorcista, mas a mãe não deixou.

— Céus, como vocês são chatos! – reclamei de boca cheia e o Maddox olhou feio para mim.

— Por que você está assim, afinal? – Julie perguntou.

Os gêmeos reviram os olhos, só que eu nem liguei.

— Hoje começam meus treinos com o Nicholas – falei sorrindo extremamente animada. — Será que eu já estou atrasada? – perguntei realmente preocupada.

— Brise, pelo amor de Deus! – exclamou Valentim. — O treino de vocês só começa às três e quinze da tarde, e agora é meio dia!

Suspirei aliviada. Eu tinha o péssimo costume de me atrasar e eu definitivamente não queria perder um segundo sequer. A conversa na mesa mudou totalmente o rumo. Todos os presentes ali reclamavam sobre a semana de provas que já começaria na semana seguinte. Isso também me frustava, principalmente porque o modelo das provas era totalmente contrário ao que eu estava acostumada no Alasca. Mas não me permiti pensar muito sobre isso, eu tinha um treino daqui poucas horas, eu tinha que me manter focada.

Pela graça do Universo, compartilhei as ultimas aulas do dia com Amélia e o tempo pareceu andar mais depressa. Além disso, minha amiga anotou toda a matéria porque, segundo a própria, eu parecia que ia explodir a qualquer momento. Assim que fomos liberadas, mal dei tchau a Ames e corri para o vestuário.

Eu queria parecer pontual e responsável para Nicholas.

— Senhorita Whitford! – olhei para o homem sorridente que olhava para mim e juro por Júpiter, meu coração parou por alguns segundos.

Uma vez eu conheci a Lady Gaga e mesmo ela sendo a rainha do pop – desculpa, Madonna!–, não chegava aos pés do que eu estava sentindo vendo o meu ídolo da patinação bem ali, em carne e osso, na minha frente. Nicholas era alto, usava roupas xadrez e uma boina. Ele parecia ser ainda mais intimidante pessoalmente.

— Senhor Harrington – cumprimentei-o respeitosa.

— Sem formalidades, Brise – ele sorriu. — Não há necessidades.

Confirmei com a cabeça animadamente. Era estúpido e eu parecia uma criança, eu sei, mas era mais forte do que eu.

A primeira impressão que tive de Nicholas, na verdade a segunda, foi que ele era um cara simpático. De fato, era verdade, só que isso não se estendia até nossos treinos. Eu já era habituada a treinar muito, várias vezes na semana e por várias horas, mas era basicamente por mim, uma vez que meus antigos treinadores eram mais flexíveis. Não era o caso com Nicholas.

Ele gritava, xingava e era extremamente rígido e disciplinado. Profissionalmente falando, era o  máximo, pois assim eu já sentia que chegaria até as finais. Mas fisicamente falando? Era horrível. Não havia uma parte do meu corpo que não estivesse dolorida, minhas mãos estavam vermelhas e eu nem queria ver a situação dos meus pés.

— Por hoje acabamos, Brise – Nicholas falou depois de soprar o apito.

Graças aos cosmos. Era difícil assimilar que a mesma garota que estava estupidamente ansiosa pelo início dos treinos agora estivesse agradecendo pelo seu término. Mas, ei! Eu tinha lá meus direitos.

— Tudo bem – assenti enquanto patinava em sua direção.

— Está sendo um prazer imenso treiná-la, tenho certeza que chegaremos às Olimpíadas de Inverno – meu treinador sorriu e eu o acompanhei.

Quantas pessoas ouviam isso de seus treinadores? Quantas pessoas ouviam isso de Nicholas Harrington?

Poucas, eu tinha certeza.

Com o vestiário só para mim, eu pude tomar banho ali mesmo e ficar cheirosa, e isso era o máximo. Terminei de me trocar e mal pude acreditar quando cheguei em casa.

Brise Whitford estava acabada. Morta, para ser mais precisa.

— Santo Deus, Brise – Sol exclamou do seu lugar na mesa. — Você está péssima.

Bem, disso eu já sabia, obrigada. Minha madrasta se levantou e veio até mim.

— Vamos colocar comida dentro desse corpo – ela falou séria.

— Não tenho objeção nenhuma – sorri.

Sol alternava entre os armários e o fogão. Ela parecia cozinhar bem e isso seria ótimo para mim, uma vez que cortar carboidratos era uma necessidade. Assim que ela acabou, uma crepioca recheadíssima estava posta em meu prato. Agradeci e já fui devorando em seguida, não havia muito espaço para perca de tempo no meu estômago. Minha madrasta fez suco para mim e, além de me servir, me fez companhia até eu acabar.

Era preciso assumir que ser paparicada e mimada, era ótimo.

<•>

Vovô brigou comigo. Essa foi a primeira vez. Ele nunca havia me levantado a voz, contudo, devido a essa cicatriz idiota, ele o fez. Meu avô queria explicações, queria saber o porquê de minhas aparições sempre cheias de hematomas. Eu não queria que ele brigasse comigo caso eu contasse. Ele não iria acreditar em mim, niguem acreditaria.

Saí da casa de meu avô muito chateada. Corri para o lugar que eu mais odiava no mundo e fui direto para a cozinha, pegar gelo para melhorar meus hematomas.

— Olha quem voltou mais cedo, não é, docinho? – congelei ao ouvir sua voz fria. — Parece que alguém sentiu minha falta.

— Nã-não chegue perto de mim – pedi fraco, mas eu sabia que seria inútil.

— Ah, docinho, mas nem chegamos na parte boa ainda – Edgar falava enquanto se aproximava cada vez mais.

Analisei minhas opções de fuga e cheguei a conclusão que eu teria de ser muito rápida se quisesse fugir pela porta dos fundos da cozinha. Era arriscado, mas era a minha única saída.

Disparei a correr até a porta e já quando eu estava próxima o suficiente para abri-la, senti uma puxada forte em meus cabelos. Minha fuga já era.

— Não sei porque ainda tenta fugir de mim, Brise – falou com seu rosto imundo próximo demais da minha cabeça. — Você sabe que eu sempre a pegarei, não importa onde esteja.

Cuspi em sua cara e tentei acerta-lo com um soco, infelizmente, minha capacidade de aplicar golpes era demasiada inútil para surtir algum efeito.

— Você vai aprender a me respeitar, meu docinho – Edgar disse já tirando o cinto e desabotoando a calça.

Meu inferno na terra começaria e não havia nada que eu pudesse fazer para evitá-lo.

Acordei assustada com as cortinas balançando conforme o vento entrava pelas janelas abertas. Olhei ao redor e tentei me acostumar ao fato de não estar em casa. Bem, pelo menos não na casa de vovô. Meu coração estava batendo freneticamente contra meu peito e eu estava coberta de suor.

Depois que me acalmei, passei meia hora rolando pela cama e finalmente entendi que eu não conseguiria dormir tão cedo. Frustrada, levantei e fui rumo à cozinha. Enquanto eu bebia um copo de água, fiquei observando as árvores e palmeiras balançando-se conforme o vento e decidi ir até lá. Coloquei o copo na pia e atravessei as portas duplas de vidro para chegar até a praia.

Eu estava amando aquela casa justamente por sua proximidade com a natureza. Era calmo e emitia uma paz que eu não tinha, mas que precisava bastante. Uma parte minha alertava-me sobre o perigo que era sair sozinha à noite, mas outra parte tranquilizava-me dizendo que ali era um condomínio fechado e seguro. Afundei meus pés na areia e me sentei em seguida. O vento soprava de leve em meu rosto e o barulho do mar estavam conseguindo apagar da minha mente o pesadelo que outrora me acordou.

O barulho de passos me assustou e justo quando eu estava para levantar, identifiquei Apolo caminhando em minha direção com Goku ao seu lado.

— O que faz aqui, Whitford? – perguntou enquanto sentava-se ao meu lado.

— Me recuperando do susto que você me deu – retruquei. — Você queria me matar?

Para ser totalmente sincera, se eu tivesse morrido, a causa do meu óbito não seria pelo susto que a aparição repentina de Apolo. A causa seria Apolo. Maddox estava usando uma calça de moletom cinza folgada que mostrava claramente as entradas de sua cintura. Seu tórax nu era completamente definido e cheio de pintinhas por sua extensão. Sem falar do cabelo, o cabelo claro de Apolo estava quase chegando em seus ombros e estava completamente bagunçado.

— Não consegue dormir também? – confirmei com a cabeça. — Saudades de casa?

— Não – neguei balançando a cabeça. — Minha casa é aqui agora.

Apolo não respondeu. Acho que nós não tínhamos nada para falar. Eu não o conhecia e ele não parecia disposto a deixar que isso acontecesse.

Ficamos sentados observando o mar e apreciando a paz que só ele era capaz de nos dar. Somente quando o sol começou a aparecer, levantamos e cada um foi em direção a seu próprio quarto.


~*~

CHEGAMOS AOS 4K DE VIZUALIZAÇÕES!!!!!!!!! OBRIGADAAA!!!! Vocês são o máximo!  ~até vocês que bancam os fantasmas~ Não se esqueçam de votar, beijo grande s2

Com amor, Juliana.

16/10/2015, 02:31;

Olvasás folytatása

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