Imagines- Boku No Hero Boys ♡

By _SempreIludidaPor2D

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Eu sempre fico atrás de um imagine que consiga prender a minha atenção na madrugada, então eu decidi ajudar o... More

Introdução
𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐫𝐨𝐤𝐢- 𝐅𝐞𝐛𝐫𝐞
𝐄𝐢𝐣𝐢𝐫𝐨 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚- 𝐏𝐨𝐝𝐞 𝐟𝐢𝐜𝐚𝐫
𝐊𝐚𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮- 𝐄𝐮 𝐧𝐚̃𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐢𝐠𝐨
𝐀𝐦𝐚𝐣𝐢𝐤𝐢 𝐓𝐚𝐦𝐚𝐤𝐢- 𝐂𝐫𝐢𝐬𝐞
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐏𝐞𝐝𝐢𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐧𝐚𝐦𝐨𝐫𝐨
𝐃𝐞𝐧𝐤𝐢 𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢- 𝐇𝐚𝐦𝐛𝐮́𝐫𝐠𝐮𝐞𝐫𝐞𝐬
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐏𝐞𝐬𝐚𝐝𝐞𝐥𝐨
𝐇𝐚𝐧𝐭𝐚 𝐒𝐞𝐫𝐨- 𝐀𝐩𝐨𝐬𝐭𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐚̃𝐨
𝐊𝐞𝐢𝐠𝐨 𝐓𝐚𝐤𝐚𝐦𝐢 (𝐇𝐚𝐰𝐤𝐬)- 𝐓𝐏𝐌
𝐇𝐢𝐭𝐨𝐬𝐡𝐢 𝐒𝐡𝐢𝐧𝐬𝐨𝐮- 𝐏𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐞
𝐃𝐞𝐧𝐤𝐢 𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢- 𝐀𝐛𝐮𝐬𝐨
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮 𝐌𝐢𝐝𝐨𝐫𝐢𝐲𝐚- 𝐀𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐚́𝐫𝐢𝐨
𝐊𝐚𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮- 𝐃𝐚𝐧𝐜𝐢𝐧𝐠 𝐰𝐢𝐭𝐡 𝐲𝐨𝐮𝐫 𝐠𝐡𝐨𝐬𝐭
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐄𝐥𝐞𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐜𝐢𝐮́𝐦𝐞𝐬
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐕𝐢𝐝𝐚 𝐝𝐞 𝐜𝐚𝐬𝐚𝐝𝐨𝐬
𝐄𝐢𝐣𝐢𝐫𝐨 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚- 𝐂𝐡𝐮𝐯𝐚
𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐫𝐨𝐤𝐢- 𝐌𝐞𝐫𝐜𝐚𝐝𝐨
𝐊𝐚𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮- 𝐄𝐱𝐩𝐥𝐨𝐬𝐨̃𝐞𝐬
𝐊𝐞𝐢𝐠𝐨 𝐓𝐚𝐤𝐚𝐦𝐢 (𝐇𝐚𝐰𝐤𝐬)- 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐩𝐫𝐢𝐧𝐜𝐞𝐬𝐚
𝐇𝐢𝐭𝐨𝐬𝐡𝐢 𝐒𝐡𝐢𝐧𝐬𝐨𝐮- 𝐆𝐚𝐫𝐨𝐭𝐚 𝐝𝐚 1-𝐁
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮 𝐌𝐢𝐝𝐨𝐫𝐢𝐲𝐚- 𝐄𝐫𝐢
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐔𝐬𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐢𝐭𝐞𝐧𝐬 𝐬𝐞𝐮𝐬
𝐃𝐞𝐧𝐤𝐢 𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢- 𝐕𝐨𝐮 𝐜𝐮𝐢𝐝𝐚𝐫 𝐝𝐞 𝐯𝐨𝐜𝐞̂
𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐫𝐨𝐤𝐢- 𝐃𝐨𝐞𝐧𝐭𝐞
𝐇𝐚𝐧𝐭𝐚 𝐒𝐞𝐫𝐨- 𝐒𝐡𝐨𝐩𝐩𝐢𝐧𝐠
𝐀𝐦𝐚𝐣𝐢𝐤𝐢 𝐓𝐚𝐦𝐚𝐤𝐢- 𝐑𝐞𝐢𝐧𝐨𝐬
𝐊𝐚𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮- 𝐃𝐢𝐚 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐜𝐢𝐚𝐥
𝐄𝐢𝐣𝐢𝐫𝐨 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚- 𝐒𝐮𝐬𝐭𝐨
𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐫𝐨𝐤𝐢- 𝐆𝐫𝐮𝐝𝐞
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐕𝐨𝐜𝐞̂ 𝐬𝐞 𝐦𝐚𝐜𝐡𝐮𝐜𝐨𝐮
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐑𝐞𝐢 𝐞 𝐑𝐚𝐢𝐧𝐡𝐚
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐆𝐫𝐚𝐯𝐢𝐝𝐞𝐳
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐄𝐥𝐞𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐩𝐚𝐢𝐬
𝐃𝐞𝐧𝐤𝐢 𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢- 𝐂𝐚𝐬𝐭𝐞𝐥𝐨.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮 𝐌𝐢𝐝𝐨𝐫𝐢𝐲𝐚- 𝐃𝐨𝐫𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨𝐜𝐚
𝐊𝐚𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮- 𝐉𝐨𝐫𝐧𝐚𝐥𝐢𝐬𝐭𝐚.
𝐊𝐞𝐢𝐠𝐨 𝐓𝐚𝐤𝐚𝐦𝐢 (𝐇𝐚𝐰𝐤𝐬)- 𝐏𝐚𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐝𝐞 𝐝𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨̃𝐞𝐬
𝐀𝐦𝐚𝐣𝐢𝐤𝐢 𝐓𝐚𝐦𝐚𝐤𝐢- 𝐓𝐨𝐫𝐧𝐞𝐢𝐨
𝐇𝐢𝐭𝐨𝐬𝐡𝐢 𝐒𝐡𝐢𝐧𝐬𝐨𝐮- 𝐂𝐡𝐞𝐟𝐞
𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐫𝐨𝐤𝐢- 𝐕𝐚𝐥𝐬𝐚
𝐄𝐢𝐣𝐢𝐫𝐨 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚- 𝐀𝐜𝐚𝐦𝐩𝐚𝐫?
𝐌𝐫. 𝐂𝐨𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬- 𝐃𝐞𝐜𝐥𝐚𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮 𝐌𝐢𝐝𝐨𝐫𝐢𝐲𝐚- 𝐓𝐫𝐚𝐛𝐚𝐥𝐡𝐨
𝐏𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭 𝐌𝐢𝐜- 𝐌𝐞𝐦𝐨́𝐫𝐢𝐚𝐬
𝐃𝐞𝐧𝐤𝐢 𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢- 𝐅𝐮𝐭𝐮𝐫𝐨
𝐊𝐚𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮- 𝐏𝐫𝐞𝐬𝐨𝐬
𝐀𝐦𝐚𝐣𝐢𝐤𝐢 𝐓𝐚𝐦𝐚𝐤𝐢- 𝐅𝐢𝐧𝐠𝐢𝐫
𝐄𝐢𝐣𝐢𝐫𝐨 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚- 𝐎 𝐩𝐨𝐩𝐮𝐥𝐚𝐫
𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐫𝐨𝐤𝐢- 𝐎𝐛𝐫𝐢𝐠𝐚𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬
𝐇𝐚𝐧𝐭𝐚 𝐒𝐞𝐫𝐨- 𝐄𝐱 𝐍𝐚𝐦𝐨𝐫𝐚𝐝𝐨
𝐊𝐚𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮- 𝐉𝐨𝐫𝐧𝐚𝐥𝐢𝐬𝐭𝐚 (𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 2)
𝐌𝐫. 𝐂𝐨𝐦𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬- 𝐃𝐞𝐜𝐥𝐚𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 (𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 2)
𝐊𝐞𝐢𝐠𝐨 𝐓𝐚𝐤𝐚𝐦𝐢 (𝐇𝐚𝐰𝐤𝐬)- 𝐂𝐚𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮 𝐌𝐢𝐝𝐨𝐫𝐢𝐲𝐚- 𝐂𝐨𝐫𝐩𝐨𝐬 𝐭𝐫𝐨𝐜𝐚𝐝𝐨𝐬
𝐒𝐡𝐨𝐮𝐭𝐚 𝐀𝐢𝐳𝐰𝐚- 𝐁𝐨𝐚 𝐧𝐨𝐢𝐭𝐞
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐄𝐥𝐞𝐬 𝐜𝐚𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬
𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐫𝐨𝐤𝐢- 𝐎𝐛𝐫𝐢𝐠𝐚𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬 (𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 2)
Agradecimento
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐅𝐢𝐥𝐡𝐨 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐯𝐞𝐥𝐡𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐜𝐢𝐮́𝐦𝐞𝐬
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐄𝐥𝐞 𝐬𝐞 𝐦𝐚𝐜𝐡𝐮𝐜𝐨𝐮
𝐃𝐞𝐧𝐤𝐢 𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢- 𝐂𝐨𝐧𝐬𝐭𝐞𝐥𝐚𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬
𝐇𝐢𝐭𝐨𝐬𝐡𝐢 𝐒𝐡𝐢𝐧𝐬𝐨𝐮- 𝐄𝐮 𝐯𝐨𝐮 𝐭𝐞 𝐬𝐚𝐥𝐯𝐚𝐫
𝐀𝐦𝐚𝐣𝐢𝐤𝐢 𝐓𝐚𝐦𝐚𝐤𝐢- 𝐎 𝐆𝐮𝐚𝐫𝐝𝐚-𝐂𝐨𝐬𝐭𝐚𝐬
𝐄𝐢𝐣𝐢𝐫𝐨 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚- 𝐎 𝐩𝐨𝐩𝐮𝐥𝐚𝐫 (𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 2)
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮 𝐌𝐢𝐝𝐨𝐫𝐢𝐲𝐚- 𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐚̃ 𝐩𝐢𝐫𝐚𝐭𝐚
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐄𝐥𝐞𝐬 𝐯𝐢𝐫𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐛𝐞𝐛𝐞̂𝐬
𝐊𝐞𝐢𝐠𝐨 𝐓𝐚𝐤𝐚𝐦𝐢 (𝐇𝐚𝐰𝐤𝐬)- 𝐒𝐮𝐫𝐩𝐫𝐞𝐬𝐚𝐚!
𝐒𝐡𝐨𝐮𝐭𝐚 𝐀𝐢𝐳𝐚𝐰𝐚- 𝐌𝐚𝐫𝐢𝐝𝐨 𝐞 𝐦𝐮𝐥𝐡𝐞𝐫
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐓𝐞 𝐜𝐡𝐚𝐦𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐝𝐞 𝐚𝐦𝐨𝐫
𝐄𝐢𝐣𝐢𝐫𝐨 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚- 𝐑𝐞𝐠𝐫𝐞𝐬𝐬𝐚̃𝐨
𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐫𝐨𝐤𝐢- 𝐒𝐞𝐧𝐭𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐠𝐫𝐚𝐝𝐚́𝐯𝐞𝐥
𝐒𝐡𝐨𝐮𝐭𝐚 𝐀𝐢𝐳𝐚𝐰𝐚- 𝐌𝐚𝐫𝐢𝐝𝐨 𝐞 𝐦𝐮𝐥𝐡𝐞𝐫 (𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 2)
100K
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐓𝐞 𝐜𝐡𝐚𝐦𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐬𝐚𝐢𝐫
𝐀𝐦𝐚𝐣𝐢𝐤𝐢 𝐓𝐚𝐦𝐚𝐤𝐢- 𝐋𝐞𝐦𝐛𝐫𝐚𝐧𝐜̧𝐚𝐬 𝐫𝐮𝐢𝐧𝐬
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚: 𝐃𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐜𝐚𝐬𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨
𝐇𝐚𝐧𝐭𝐚 𝐒𝐞𝐫𝐨- 𝐓𝐫𝐨𝐯𝐨̃𝐞𝐬
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐋𝐨𝐧𝐠𝐞 𝐮𝐦 𝐝𝐨 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨
𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐫𝐨𝐤𝐢- 𝐅𝐢𝐥𝐡𝐨𝐬
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐄𝐥𝐞𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐜𝐢𝐮́𝐦𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐜𝐫𝐢𝐚𝐧𝐜̧𝐚𝐬
𝐃𝐞𝐧𝐤𝐢 𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢- 𝐏𝐨́𝐬 𝐜𝐚𝐬𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐚𝐫𝐫𝐚𝐧𝐣𝐚𝐝𝐨
𝐍𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐌𝐨𝐧𝐨𝐦𝐚- 𝐉𝐚𝐧𝐭𝐚𝐫
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐅𝐚𝐳𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐢𝐮́𝐦𝐞𝐬
𝐊𝐚𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮- 𝐃𝐞𝐛𝐮𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞
𝐒𝐡𝐨𝐮𝐭𝐚 𝐀𝐢𝐳𝐚𝐰𝐚- 𝐌𝐚𝐫𝐢𝐝𝐨 𝐞 𝐦𝐮𝐥𝐡𝐞𝐫 (𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 3)
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐄𝐥𝐞𝐬 𝐛𝐞𝐛𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐝𝐞𝐦𝐚𝐢𝐬
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐕𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐬𝐮𝐚 𝐐𝐮𝐢𝐫𝐤 𝐩𝐞𝐥𝐚 1ª 𝐯𝐞𝐳
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐄́𝐩𝐨𝐜𝐚 𝐦𝐢𝐥𝐢𝐭𝐚𝐫
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐕𝐨𝐜𝐞̂ 𝐦𝐨𝐫𝐫𝐞𝐮
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐔𝐬𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐚 𝐛𝐥𝐮𝐬𝐚 𝐝𝐞𝐥𝐞𝐬
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐃𝐞𝐬𝐟𝐢𝐥𝐞
𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐈𝐠𝐧𝐨𝐫𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐞𝐥𝐞𝐬
𝐓𝐞𝐧𝐲𝐚 𝐈𝐢𝐝𝐚- 𝐆𝐚𝐫𝐨𝐭𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐛𝐥𝐞𝐦𝐚

𝐏𝐫𝐞𝐟𝐞𝐫𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚- 𝐄𝐥𝐞𝐬 𝐟𝐚𝐳𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐜𝐢𝐮́𝐦𝐞𝐬

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~Pedido por: Nisc_0722
~Boa leitura ♡

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༄𝐊𝐚𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮༄

   — Você vai comer isso daí? -Perguntei, apontando para seu prato.

   Bakugou: Eu literalmente acabei de colocar a minha bandeja na mesa, sua esfomeada. -Deu um peteleco na minha testa- É claro que eu vou.

   Ele revirou os olhos de forma óbvia. Fiz bico, apenas para tentar irritá-lo, virando o meu corpo para o lado, já que estávamos frente a frente na mesa.

Eu só queria uma batata. Talvez duas.

Ou três...

   Ouvi um suspiro irritado. Me virei para o Bakugou, vendo-o pegar dois guardanapos para colocá-los na minha frente. Em seguida, ele tirou algumas batatas da embalagem dele e as colocou no guardanapo, movendo-o para mais perto de mim.

   — Olha... -Dei uma risada- Eu tava meio que brincando. O lanche é seu e-

   Antes que eu terminasse, Katsuki me olhou de cara feia, puxando o guardanapo de volta para o lado dele.

   Agarrei o seu antebraço, tirando sua mão do guardanapo.

   — Só porque era brincadeira, não quer dizer que eu não aceite esse adicional. -Sorri- Obrigada.

   Bakugou: Tsc. -Virou o rosto- Idiota.

   — Idiota é você! -Joguei uma bolinha de papel nele, acertando sua bochecha- Não se preocupe, eu pago a sua sobremesa depois.

   Bakugou: Proposta interessante... -Murmurou, me olhando pelo canto de olho- Então vamos-

   Yuki: Com licença. -Ouvimos alguém sussurrar.

  Nos viramos ao mesmo tempo, dando de cara com uma garota parada bem na frente da cadeira do Katsuki. Ela o encarava fixamente com um leve rubor nas bochechas e agarrava o celular com as mãos como se dependesse disso.

   Yuki: E-Eu sou a Yuki, prazer. -Respirou fundo- É... eu... queria tirar uma foto. Você é o Dynamight, né?!

   — deus das grandes explosões mortais: Dynamight. -Ironizei, rindo enquanto me apoiava na mesa, não perdendo a chance para zoar o Bakugou.

A tal da Yuki me encarou com raiva.

   Já ele tinha seus olhos semicerrados, provavelmente querendo me explodir agora. Katsuki abriu a boca para me retrucar, mas a garota grudou nele sem esperar uma resposta.

   Em pouquíssimos segundos, Yuki se abaixou e colou a bochecha na dele, erguendo o celular para a foto. Gostaria de vê-la apenas pela cara de choque que habitava nas expressões do Bakugou.

   Ela tirava cada vez mais e mais fotos. Pude perceber que o Katsuki estava prestes à afastá-la ou gritar com ela, evidentemente não aguentando mais.

   Por algum motivo, senti uma onda de alegria tomar conta de mim. Eu já estava quase me levantando para tirá-la pelos cabelos se preciso.

   Essa garota fazia questão de me olhar com deboche a cada foto tirada. Teve um momento em que ela até me deu língua. E logo em seguida, voltou a mexer nas bochechas, nariz e nuca do Bakugou.

Se eu usar a minha individualidade nela, seria abuso de poder?

   Senti minhas bochechas e orelhas queimarem no instante em que ela beijou a bochecha dele como pose. Estava claro no rosto do Bakugou que aquele foi o cúmulo. Entretanto, ele me olhou, e sua expressão de raiva mudou para divertimento.

Ele não vai...

   Bakugou: Olha, nosso tempo é curto. -Suspirou- Mas acho que podemos tirar mais uma foto, o que acha?

   Em nenhum momento, ele a olhou quando fez a pergunta. Sua concentração estava em mim.

Idiota.

   Enquanto eu sentia meu estômago arder e minha frustração aumentar, o sorriso do Katsuki se alargou proporcionalmente.

   — Cretino. -Movi os meus lábios, dando um chute na perna dele por debaixo da mesa.

Ele deu de ombros.

   Bakugou: Minha ciumenta. -Retrucou, com aquele sorriso de canto dele.

   E ao invés de retribuir o chute na minha perna, senti sua mão no meu joelho. Ele mexeu o polegar ao mesmo tempo em que a atiradinha saia de perto de nós.

Já foi tarde.

   Bakugou: Devia ter visto a sua cara. -Se inclinou- Peguei o celular dela antes que ela saísse, e apaguei todas as fotos. -Piscou.

   — Então você admite que aquele showzinho foi proposital para me irritar?

   Bakugou: Talvez.

O aperto no meu joelho se intensificou.

༄𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮 𝐌𝐢𝐝𝐨𝐫𝐢𝐲𝐚༄

   Enquanto eu mordia o canudo do suco que já havia acabado no copo, uma xícara fumegante de cappuccino apareceu na minha frente.

   — Você me conhece tão bem, Izu. -Sorri, trazendo a xícara para mais perto de mim.

   Midoriya: E trabalho tempo suficiente nessa cafeteria para decorar a ordem dos seus pedidos, S/N. -Falou enquanto voltava para trás do balcão.

   — Tem razão. -Dei um gole na bebida- Desde que você começou a trabalhar aqui, eu venho todos os dias. Era de se esperar. -Dei de ombros- Foram... quatrocentos e vinte e três dias?

   Midoriya: Quase. Quatrocentos e vinte e dois. -Ele riu- Não acredito que memorizou isso. -Seus olhos se direcionaram para a porta quando o sininho da entrada foi ouvido- Mika?

   A garota que havia acabado de passar pelas portas de vidro se virou ao ouvir seu nome. Quando ela olhou para o Izuku, suas pálpebras se esticaram e um sorriso brilhante apareceu em seu rosto.

   A tal da Mika correu até o balcão e praticamemte pulou em cima do Izu, em um abraço que aparentou ser super apertado. Ele retribuiu prontamente, com o sorriso quase tão brilhante quanto o dela.

Senti algo fisgar o meu estômago.

   Mika: Quanto tempo, Midoriya. Como você está? -Perguntou- Não tinha ideia de que você trabalhava por aqui.

   Midoriya: Pois é. Faz um ano e alguns meses. -Coçou a nuca- E quanto à você? Não nos falamos desde que completamos o nono ano.

   Mika: Verdade. -Fez uma cara de surpresa- Não aconteceu nada de excepcional. Mas você sabe, final do ensino médio... é uma correria.

   Eles continuaram a conversa com uma naturalidade impressionante. Conheço a Mika. Quer dizer, já a vi antes.
  
   Estudo com o Izuku desde o sexto ano, e somos amigos desde então. Mas, no nono ano, ele virou amigo da Mika por ela ser meio sozinha na sala de aula. Nunca vi os dois juntos com muita frequência, mas já vi algumas vezes.

   Tentei ser amiga dela também, mas parecia que ela não estava muito interessada na minha amizade, e sim na do Midoriya. Ela me ignorava e, geralmente, puxava o Izu para longe de mim quando ia falar com ele.

Se bem que ele nunca pareceu perceber isso.

   Midoriya: Ah, sim. Fiquei tão surpreso que nem perguntei. -Ele sacou um caderninho do bolso do avental- Qual é o seu pedido? -Sorriu.

   Mika: Oh, já tinha me esquecido dessa parte. -Riu, dando um soquinho no braço dele, como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.

   Pigarreei. Nem foi para chamar a atenção deles ou algo assim. Na verdade, fiz isso para tentar remover o bolo que havia ficado na minha garganta. Entretanto, o Izuku pareceu perceber, já que ele me olhou com o rosto franzido.

   Poucos segundos depois, ele ergueu as sobrancelhas.

   Mika: E esse é o meu pedido. -Piscou- Conto com você para fazê-lo direitinho. -Sorriu.

Dissimulada.

   Midoriya: Vou fazer o possível. -Retribuiu o sorriso- Daqui a pouco alguém vai levá-lo para a sua mesa.

   A Mika deu mais um abraço nele antes de se virar para escolher uma mesa. Percebi que tudo foi intencional quando ela passou por mim, me olhando de cima a baixo com seus dentes à mostra.

   — Vai e não volta, mocréia. -Murmurei, dando mais um gole no meu cappuccino.

   Enquanto eu a observava escolher uma mesa nos fundos do café, Midoriya começou a gargalhar. Ai que risada gostosa. Eu quero ficar séria, poxa.

   Midoriya: Então você é do tipo que sente ciúmes. -Afirmou.

    — E, aparentemente, você se divertiu horrores com isso.

   Midoriya: Na verdade, eu achei engraçado. E fofo. -Desviou o olhar- Mas, em minha defesa, eu só percebi isso agora pouco.

   — Hum.

   Voltei a olhar para o meu café. E assim que saquei o celular para fingir estar entretida com algo, dois braços passaram pelo meu busto. Era o Izu, me abraçando por trás do jeito que ele conseguia, por eu estar sentada e ele em pé.

   Midoriya: Não se preocupe, ninguém vai roubar o seu posto, S/N!

   — É bom mesmo.

   O mindinho dele se estendeu na minha frente. Ri, encaixando o meu dedo no dele.

   Midoriya: É uma promessa.

༄𝐄𝐢𝐣𝐢𝐫𝐨 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚༄

   Kirishima: E o que aconteceu depois? -Arregalou os olhos, me encarando de forma empolgada.

   Estou contando para ele sobre a minha experiência no almoço de família no domingo. Claramente, terminou em briga. Por isso, ele pediu para que eu contasse tudinho enquanto andamos até a minha casa.

   — Aí a minha tia pegou uma tigela de vidro e ficou ameaçando jogá-la no meu vô, tudo porque eles têm opiniões diferen-

   Antes que eu completasse a minha sentença, uma garota parou na nossa frente, nos interrompendo. Bastou ver os seus olhos, que encaravam o Kiri sem nem piscar e com uma atenção enorme para eu sentir que estava atrapalhando algo.

   Heya: Então...Kirishima, do segundo ano, né?! -Sorriu- Sou Heya, do primeiro. Eu queria saber se eu posso ter um autógrafo seu. -Ela se aproximou dele- Sua última missão está correndo solta na boca dos alunos da UA. Quero ser uma das primeiras a ter o autógrafo do grande Red Riot.

   Heya enfatizou o nome de herói do Eijiro, tentando imitar o gesto que ele faz quando bate os dois punhos. Ao meu lado, Kiri se encolheu levemente. Ela parece ser do tipo atirada, então acho que é por isso que ele ficou recluso.

   Me ignorando totalmente na conversa (não fui digna nem de um olhar dela), Heya se aproximou do Kiri em passadas determinadas. Ela esticou o braço até que sua mão direita alcançasse o cabelo dele, balançando-o até que estivesse abaixado.

   Heya: Seu cabelo fica melhor quando está para baixo. -Sorriu de forma meiga.

   Mas ele prefere para cima, sua nojenta. E quem é você para colocar as mãos nele?

   Kirishima: A-Ah, é que eu prefiro ele para cima mesmo, então-

   Heya: Mas fica melhor para baixo. Deveria deixar assim. -Seu rosto se iluminou, ao passo que seu olhar caiu sobre a boca dele- Posso ver os seus dentes?

   Kirishima: E-Eu... como? -Deu um passo para trás.

   Eijiro olhou para mim, acho que pedindo ajuda. Ele me encarou por um tempinho, e acho que eu não estou conseguindo esconder minha reprovação, já que, pelo rosto do Kiri, meu descontentamento está óbvio.

   Heya: Seus dentes. -Encurtou a distância novamente- É que eles são pontudos, e são tão fofos. Deixa eu ver!

   — Olha, eu acho que não-

   Fui ignorada totalmente. Como forma de me interromper, Heya deu um passo para frente e colocou os dedos nas laterais da boca do Eijiro, puxando-as de forma que seus dentes ficassem visíveis.

   Kiri paralisou, assim como eu. Fiquei parada por alguns minutos processando os últimos segundos, sem que nada para falar me viesse à mente.

   Um estalo de consciência pareceu me acertar, e antes que eu me desse conta, eu estava me movendo até Heya. Quando eu pisquei, minha mão já segurava seu braço, afastando-a do Kirishima de forma imediata.

   — Caso não tenha percebido, ele estava desconfortável. -Murmurei- Vê se da próxima vez, você age como uma pessoa normal, ao invés de uma maluca sem escrúpulos para se jogar em cima de alguém assim.

   Ela soltou o braço dos meus dedos, franzindo o rosto para mim. Heya intercalou o olhar furioso entre nós dois, saindo de perto enquanto resmungava.

   Quando a adrenalina passou e eu respirei fundo, o Kiri começou a rir.

   — O que é tão engraçado? -Perguntei, voltando a andar na direção em que estávamos indo, deixando-o para trás.

   Kirishima: Nada... -O senti se aproximar- E por que está brava comigo? Você viu que eu não tive culpa de nada.

   — Você podia ter afastado ela... -Sussurrei, balançando a cabeça em seguida- Esquece.

   Kirishima: Ficou com ciúmes? -Brincou. Não respondi- Espera, é isso mesmo? -Continuei quieta- Você sentiu ciúmes de mim?

   — Se não se concentrar no caminho você vai tropeçar e vai cair. -Falei- E se isso acontecer, eu vou rir.

   Kirishima: Você é má. -Sorriu- Ainda não acredito. Vi que a sua expressão estava diferente, mas ciúmes? Não imaginava... Gostei disso.

   O olhei. Ele retribuiu o olhar e deu mais um sorriso. Envergonhada, virei o rosto.

   De repente, seus dedos apertaram as minhas bochechas. O Kiri fez uns barulhinhos engraçados enquanto expremia as maçãs do meu rosto, rindo conforme eu sentia minha cara agindo feito gelatina.

   — Acho que já deu. -Não consegui conter a risada.

   Kirishima: Tudo bem, desculpa. -Se afastou um passo- Mas pode repetir, só mais uma vez, que você sentiu ciúmes de mim?

   A postura que ele assumiu era quase idêntica à do Kaminari.

   — Você tem que parar de conviver tanto com o Denki. -Murmurei.

Ele não parou de me encarar, com um olhar insistente.

   — Eu... -Respirei fundo- Eu estava com um pouquinho de ciúmes, sim.

   Kirishima: HÁ! Eu sabia! -Me abraçou.

༄𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐫𝐨𝐤𝐢༄

   Quando pisquei, metade das coisas da minha bandeja estavam espalhadas pela mesa do refeitório.

   Tory, a garota um ano mais nova que a gente (e que vive admirando o Shoto pelos cantos) esbarrou em mim quando tentou roubar meu lugar ao lado do Todoroki na mesa.

   Enquanto eu limpava as coisas para jogá-las fora, ela se aproveitou para tomar a cadeira perto do bicolor.

   Tory: Licencinha. -Riu- Vocês não são namorados nem nada, né?! Então acho que não tem problema eu me sentar aqui.

   Ela me olhou de cima a baixo antes de se virar para o Shoto, que a olhava como se fosse um ET.

   Tory: Prazer, sou Tory. -Estendeu a mão- E não precisa se apresentar, todos te conhecem muito bem por essa escola. Pensei que eu poderia me tornar amiga do grande Shoto Todorki.

   Imitei a expressão que ela fazia com desgosto, me sentando a uma cadeira de distância do Todoroki. Quando voltei meu olhar para eles, os dois já haviam engatado em uma conversa. Quer dizer, a Tory. Já que o Shoto só escutava e a encarava com o rosto todo franzido.

Ela nem dá espaço para ele falar.

   Tive a certeza de que ela me queria longe quando eu tentei chamar o Shoto e ela se inclinou, tampando a minha visão dele, ainda sem parar de falar.

Ela está ignorando a minha existência.

   Tory: Mas é sério, você não tem noção da sua popularidade por aqui. -Sorriu- Mas eu não julgo, você é tão fofo.

   Todoroki: Fofo?

   Ela balançou a cabeça em afirmação várias vezes, e como uma desesperada, se jogou para cima do Shoto, usando a mão para apertar ambas as bochechas dele.

   Tory: Viu?! Fofo.

   Tory disse isso enquanto colocava o indicador da outra mão na própria bochecha. Tenho a impressão de que ela está se forçando para parecer fofa também.

Eca, que nojo.

   Apertei o garfo com tanta força na mão, que os nós dos meus dedos ficaram brancos. Confesso que fiquei bem tentada à enfiar esse talher na cabeça dessa garota.

   Todoroki mudou o olhar dele para mim, alternando-o entre o garfo na minha mão e o meu rosto. Acho que não consegui disfarçar minha expressão.

   Todorki: Agradeço pelos elogios. -A olhou com a cara habitual dele- Mas não gostei do que fez com a S/N. Se ela não pode participar da conversa, não vejo porque eu participaria.

   Ele se levantou, vindo até a minha cadeira para segurar o meu pulso e me puxar para fora do refeitório.

   Todoroki: Estava incomodada, não estava? -Me olhou- É isso que chamam de ciúmes? -Murmurou.

   — Eu não estava com ciú... -Soltei uma risada de escárnio antes mesmo de completar a frase- Só achei aquela tal de "Tory" -Afinei a voz para falar o nome dela- uma ridícula. -Respirei fundo- Desde quando você percebeu? -Sussurrei.

   Todoroki: Pouco antes dela apertar o meu rosto. -Respondeu- Queria confirmar se você estava mesmo com ciúmes.

   — Seu cretino! -Dei um tapa no ombro dele- E eu já falei que não estava.

   Todoroki: Estava sim.

   — Não estava.

   Todoroki: Estava sim.

   — Não estava!

   Todoroki: Tudo bem, então.

   Ele deu um meio sorrisinho e voltou à olhar para frente, me deixando com a maior cara de pateta.

   — Ei! Eu só acho que ela não deveria se jogar para cima de você e tentar roubar o meu lugar. Tudo isso só para se aproximar de você. -Desabafei rapidamente.

   Todoroki: Ou seja: Ciúmes. -Me olhou de novo.

   — Shoto Todoroki!
  
   Todoroki: S/N S/S. -Voltou para a expressão monótona de novo.

   Ele me encarou por um tempo, antes de usar o indicador para cutucar a minha bochecha direita.

   Todoroki: Ela errou. Você que é a fofa entre nós dois.

༄𝐃𝐞𝐧𝐤𝐢 𝐊𝐚𝐦𝐢𝐧𝐚𝐫𝐢༄

   Estou há quinze minutos observando o Kaminari tocar guitarra na sala de música. Ele está treinando para o festival da UA e está se dedicando bastante para isso.

   O porém é: Eu entrei no quarto dele ontem para pegar um casaco que ele tinha pedido e encontrei um caderno aberto em cima da mesa de centro dele. Enxerguei o meu nome em uma das linhas e fui dar uma olhadinha.

Estava escrito que ele gosta de mim.

   Tá, eu já desconfiava, mas ontem eu tive a certeza. E agora isso não sai da minha cabeça. Enquanto ele dedilha as cordas da guitarra, eu só penso em como ele reagiria se eu revelasse que é recíproco.

   Milla: Com licença. -Uma voz veio da porta da sala- Estou ajudando na organização do festival e só queria garantir que tudo estava indo bem.

   Kaminari: Oi, Milla. Não se preocupe, está tudo nos conformes. -Apoiou a mão na testa- Não quer ficar para ver o meu ensaio? Você pode fazer companhia para a S/N.

   Milla me olhou rapidamente, voltando a encarar o Denki como se eu não existisse.

   Milla: Proposta tentadora. E o que eu ganho em troca, Denki? -Piscou.

   Kaminari: O que você gostaria em troca? Acho que eu posso oferecer um show particular de guitarra.

Eles estão flertando?

   Pera, pera, pera. Ontem ele escreve no diário que gosta de mim, e hoje flerta com a assistente da 1-C na minha frente?

   Kaminari: E então, vai vir? Só tenta não se perder muito nos meus encantos.

   Milla: Ah, claro.

   Por mais que ele tenha dito isso para a Milla, seus olhos estão focados em mim. É algum tipo de provação? Ele está me testando?

Ou aquele diário era uma brincadeira proposital?

   Kaminari: Ah, qual é. Eu sei que eu sou irresistível, Milla. -Sorriu.

Já deu.

   Me levantei do chão de madeira, olhando o meu reflexo no espelho da sala. É verdade que eu não parecia estar totalmente bem, mas dava para esconder um pouco.

   Kaminari deu um dos sorrisos mais largos da vida. Parecia que ele havia ganhado o presente dos sonhos ou algo assim.

   Kaminari: Milla, você já conferiu a sala do segundo ano? Ouvi dizer que eles estavam fazendo a maior bagunça lá.

Ele ainda está olhando para mim.

   Milla: Ainda não olhei... Obrigada por avisar. -Sorriu- Até mais, Den.

"Den"?

   Ela se levantou e foi até ele para deixar um beijo em sua testa. Denki arregalou os olhos e focou em mim. Assim que essa atirada saiu da sala, ele passou a mão na testa, como se limpasse o beijo dela.

   Kaminari: Então... eu consegui? -Se apoiou na guitarra que estava em seu colo.

   — Conseguiu o que, Denki Kaminari?

   Kaminari: Só pelo jeito que você falou o meu nome, eu sei que consegui. -Sorriu- Te deixar com ciúmes.

   — E por que você faria isso? -Franzi a sobrancelha.

   Kaminari: Você leu o caderno, não leu? -Respirou fundo- Deu para ver na sua cara quando me entregou o casaco que eu pedi.

   — É... Vamos supor que eu tenha, hipoteticamente, lido. O que isso tem a ver?

   Kaminari: Bom... -Coçou a nuca- Eu meio que fiquei com vergonha de te dizer pessoalmente. -Deu um sorriso sem graça- Pensei em... é, bem, você sabe...

   — Ver se eu sentia ciúmes para saber se eu gostava de você de volta. -Murmurei- Acertei?

   Por mais que eu o olhasse, Denki evitava o meu rosto. Não sei se ficou com vergonha por estar se declarando ou por causa do que ele fez.

   Kaminari: É, acertou. -Riu- Só para constar, estou arrependido de ter feito isso, mas, ao mesmo tempo, muito feliz por garantir as minhas suspeitas.

   — Falar bonito assim não combina com você, "Den". -Provoquei.

   Kaminari: Para. Detesto esse apelido. -Colocou a língua para fora- E, para ser sincero, nem conheço a Milla direito. Não faz sentido ela me chamar assim.

   — Hum... -Resmunguei.

   Escutei a risada do Kaminari. Vi, pelo espelho, quando ele se levantou e apoiou a guitarra na parede. Em seguida, ele veio até mim, sentando bem do meu lado.

   Kaminari: Acho que vou dar uma pausa da guitarra agora. -Fechou os olhos, se inclinando até encostar sua cabeça no meu ombro.

   —  E depois...? -Sussurrei.

   Kaminari: Acho que vou praticar mais um pouco. -Respondeu- Mas antes, tenho que tirar o ciúmes de uma certa pessoa emburrada. -Sorriu.

   — Ouvi dizer que não é tão fácil assim. -Falei.

   Kaminari: Digamos que eu conheço alguns pontos fracos dessa pessoa.

Golpe sujo.

༄𝐇𝐚𝐧𝐭𝐚 𝐒𝐞𝐫𝐨༄

   — Sero... -O chamei como forma de advertência- Eu já te avisei, mas tem certeza de que isso é seguro?

   Sero: Claro que eu tenho, S/N. -Riu- Você que é preocupada demais.

   — Ah, claro. -Ironizei- Até porque, é muito comum o seu melhor amigo se pendurar no telhado da escola feito uma aranha. -Sorri- Se você cair, eu vou rir. E não vai ser pouco.

   Sero: Para de ser rabugenta, sua chata. -Ele virou o pescoço para mim, mostrando a língua.

   — Rabuge... Hanta Sero, desce aqui agora!

   Sero: Você falou igual a minha mãe agora. Que medo. -Ele parou, se preparando para descer do teto- Opa, desculpa.

   Assim que ele desceu, quase acertou uma garota que estava passando pelo corredor. A reconheci, é a Talia, um ano mais velha que a gente.

   Talia: Ah, não se desculpe. -Balançou uma mão na frente do corpo- Eu gostei de ver suas habilidades mais de perto. Estava observando há algum tempo. -Sorriu- Suas fitas são muito fortes para te sustentarem no teto... quanto tempo demorou para aperfeiçoar isso?

   Ela falou tudo rapidamente, se inclinando para mais perto do Hanta.

   Sero: A-Ah, não demorou muito, na verdade. -Coçou a nuca- Foram só alguns dias de treino, mas mesmo assim-

   Talia: De qualquer forma, é incrível. -Gritou- O jeito que você faz isso... com tanta naturalidade, é muito surpreendente de ver.

   Talia continuou elogiando-o, e estava claro que o Sero estava amando ser bajulado.

   Sero: Mas nem é tão difícil assim. -Sorriu- Tem vezes em que é natural, quando você pisca, bum! Já está fazendo.

   Talia: Que demais. -Se aproximou- Fico feliz em saber que você será um dos heróis que protegerá o Japão em breve.

Ele arregalou os olhos.

   Sero: E se precisar de ajuda, pode contar comigo. -Apontou para si mesmo- Estarei sempre por perto para ajudá-la.

   Por que parece que eles estão flertando?

   Senti que estava sobrando entre os dois. Por isso, dei uma cotovelada leve no braço do Sero e balancei a cabeça para o corredor, indicando que eu continuaria o meu caminho.

Não quero atrapalhar a conversa deles.

   Voltei a andar, respirando fundo enquanto colocava minhas mãos dentro do meu casaco.

   Embora não tenha durado muito, já que, poucos segundos depois, uma mão segurou o meu antebraço, puxando-o para fora do bolso apenas para que dedos se entrelaçassem com os meus.

   Sero: O que houve? -Perguntou.

   Encarei nossas mãos por um tempo, alternando o olhar para ele depois. Como diachos eu respondo isso?

   — Não houve nada.

   Sero: Sabe que eu sei quando você está mentindo, não sabe? -Sorriu- Você não costuma agir assim.

   O silêncio prevaleceu sobre nós.

   Sero: Você, por um acaso, ficou incomo-

   — Não fiquei incomodada! -Me apressei em dizer.

   Sero: Ah, sim. Ok, então. -Desviou o olhar.

   Pelo canto de olho, vi que ele tentou conter um sorriso de divertimento. Mas não adiantou muito.

   — Desde quando? -Murmurei.

   Sero: Percebi praticamente desde o momento em que ela chegou. -Sorriu convencido.

   Seu olhar estava fixo no caminho em nossa frente. Me aproveitei disso para cutucar a costela dele.

Sero detesta cócegas.

   Sero: S/N! -Soltou a mão da minha usando-a para passar sobre a costela- Você tem três segundos.

   — Ou então...?

   Ele ergueu as duas mãos. Sei que seu plano é retribuir as cócegas.

   Sero: Um...

   Soltei uma risada antes de começar a correr. Quando o ouvi chegar no três, um barulho foi ouvido no teto.

Ele se pendurou ali de novo.

   — Ei! Isso não vale. -Gritei.

   Sero: Você não determinou nenhuma regra. -Gritou de volta.

   Me virei a tempo de vê-lo piscar para mim.

༄𝐀𝐦𝐚𝐣𝐢𝐤𝐢 𝐓𝐚𝐦𝐚𝐤𝐢༄

   Soltei um suspiro ao mesmo tempo em que abri a porta da biblioteca.

   Os últimos dias estão corridos devido a semana de provas, então, ironicamente, o lugar mais vazio para estudar no momento é a biblioteca.

   As estantes enormes e lotadas de livros entraram no meu campo de visão no instante em que a porta foi aberta. Passei o olho pelo local rapidamente, constatando alguns poucos estudantes espalhados pelas mesas.

E o Tamaki em uma delas.

   Sorri, avançando alguns passos para chegar até a mesa do Amajiki. Mesmo que ele seja um ano mais velho que eu, só de ter uma companhia na hora dos estudos, já ajuda.

   Há apenas alguns passos da mesa, uma garota apareceu e se sentou do lado dele. Lia... é uma menina da sala dele. No mesmo instante, parei no meu lugar.

   Por eles serem da mesma turma, o conteúdo é o mesmo. Logo, devem ter combinado uma tarde de estudos aqui ou algo assim.

   Me sentei a uma mesa de distância dos dois. Tamaki olhou para mim, franzindo o rosto quando eu acenei para ele.

   Li em seus olhos "Por que não veio sentar aqui?", mas apenas balancei a cabeça.

   Tentei focar nos meus estudos por um tempo. Mas eu juro que foi impossível. A proximidade com a mesa à frente fez com que eu observasse cada coisinha que Lia fazia.

E ela estava claramente dando em cima do Amajiki.

   Tanto que, em nenhum momento, essa garota pegou um caderno ou um livro. Parece que o plano dela era apenas ficar ali de braços cruzados enquanto se jogava para cima do meu amigo.

   Estou quase usando o lápis em minha mão para enfiá-lo no olho dela.

   Só lembrei que ainda estava encarando quando o olhar do Tamaki cruzou com o meu. No começo eles estavam arregalados e pareciam pedir por socorro.

   Entretanto, depois de alguns segundos, seu olhar se suavizou, e ele continuou focado em mim, tombando a cabeça para o lado enquanto estreitava os cílios.

   Ignorei algo que se remexeu dentro de mim e tentei voltar a minha concentração para o caderno em minha frente.

Mas o Amajiki não parou de me encarar.

Como eu me concentro assim?

   De repente, uma mochila foi colocada na cadeira ao meu lado. A reconheci de imediato. Tamaki saiu da mesa em que estava e veio para cá.

   — Ué. Cade a Lia? -Perguntei.

   Tamaki: Então é isso mesmo... -Murmurou. O olhei- Q-Quero dizer, ela já foi embora. Avisei que estava tentando estudar e vim para cá.

   — Me usou de alicerce para fugir dela? -Ri. Ele pareceu envergonhado- Não se preocupe, eu não me importo.

   Tamaki: Você não... é, na verdade... -Mexeu a cabeça- Não, deixa para lá.

Sei exatamente o que ele quer perguntar.

   Voltei o olhar para as coisas na minha mesa, tentando, inutilmente, focar em algo. Foi impossível. Amajiki não para de me olhar, e eu já estou sentindo o meu rosto esquentar.

   — O que quis dizer com "Então é isso mesmo"? -Murmurei.

   Tamaki: Eu... não, não era nada. -O olhei com insistência- Bom... é que você, ãnh, aquilo... -Respirou fundo- Pelo seu tom, e algumas outras coisas que eu percebi, você não estava... com ciúmes? -Murmurou, tão baixo que eu duvido que ele mesmo tenha se ouvido.

   — Ciúmes. -Repeti- Olha... eu não colocaria dessa maneira, mas, é, quer dizer, se for para colocar assim. -Me embolei.

   Droga. Eu havia planejado uma frase no mínimo normal na minha mente, mas saiu tudo estranho.

   Observei as letras escritas em alguns post-its sobre a mesa, usando parte do meu cabelo para esconder a lateral do meu rosto, evitando que o Tamaki visse o desastre estampado em meu rosto.

   Senti um peso confortável na minha cabeça alguns minutos depois. Não demorei para perceber que era a mão do Amajiki.

   Seus dedos se mexeram sob a raiz do meu cabelo de forma desajeitada. Ele continuou mexendo nos meus fios por um tempinho.

   Tamaki: Não quero parecer arrogante... e me desculpe se soar rude, mas você com ciúmes... eu achei fofo. -Murmurou.

Fofo?

༄𝐇𝐢𝐭𝐨𝐬𝐡𝐢 𝐒𝐡𝐢𝐧𝐬𝐨𝐮༄

   — Assim que você o pegar, me entrega ele, Shin. -Fui para debaixo da árvore que ele escalava, esticando os meus braços.

   Shinsou: Pode deixar, S/N. Já me disse isso várias vezes. -Sorriu.

   — Desculpa. É que eu quero salvar esse gatinho tanto quanto você quer. ‐Ri.

   Encarei o gatinho enquanto Hitoshi terminava a sua escalada.

   Houve um tufão perto da UA ontem, e acabou afetando algumas partes da escola. Pelo que eu entendi, o gato estava em cima da árvore quando começou a ventania.

   Ele acabou enroscando a pata e a machucou, e agora, está muito assustado para descer sozinho.

   Com rapidez, Shinsou o pegou e o entregou para mim. Segurei o animal em meus braços, acariciando a pelagem escura de suas costas enquanto meu amigo descia da árvore.

   Assim que ele voltou a pisar no chão, deu umas batidinhas na própria roupa para tirar algumas folhas que se prenderam nele.

   Hitoshi se aproximou de mim, querendo inspecionar o gato, que cheirou a mão que ele estendeu por uns segundos antes de deixar a pata à mostra.

   Vivy: Awn, que gato fofinho, é seu, Shin? -O gato foi tirado dos meus braços.

   Me direcionei para a garota, querendo recuperar o gato que foi brutalmente afastado de mim.

   Entretanto, Vivy, a garota do suporte que ajudou na produção da máscara de vozes dele, já havia corrido até o Hitoshi.

   Shinsou: Não, não é meu. -Acariciou o queixo do gato, que "derreteu" com o carinho- Apenas ajudei no resgate.

   Vivy: Ah... Mas de qualquer forma, foi incrível. Eu estava observando enquanto você escalava na árvore... tinha que ser um herói para conseguir ajudar esse animal indefeso.

Eca.

O tom que ela usa me dá nojo.

   Shinsou: Não são apenas heróis que conseguiriam resgatar um gato. Qualquer um pode fazer isso.

   A atenção dele continua inteiramente no animal, ele nem deu bola para ela. Vivy pareceu perceber também, já que sua expressão perfeitinha vacilou um pouco.

   Ela me olhou cheia de raiva, como se a culpa disso fosse minha. Retribui o olhar fumegante para ela.

   Shinsou parece ter achado estranho o silêncio, pois levantou o rosto, intercalando os olhos entre nós duas.

Ele deu um sorriso antes de me encarar.

   Vivy: Então, Shin, você gosta de gatos?

   Shinsou: É, eles são os meus prefe-

   Vivy: São os meus preferidos também! Que coincidência. -Ela deu uma risada claramente forçada antes de dar um soco no ombro dele.

   Shinsou: Legal... -Voltou a olhar para o gato- Pode me entregar ele? Preciso levá-lo a um veterinário para ser examinado.

   Vivy: Por que não vamos juntos? -Sorriu.

   Hitoshi me olhou com um brilho incomum nos olhos.

Sabia!

   Achei que tinha algo estranho mesmo. Geralmente, Shinsou apenas ignora quando alguém indesejado vai falar com ele. Mas ele ainda se deu ao trabalho de respondê-la.

   É de propósito.

   Ele está tentando me irritar dando bola para a Vivy.

Esse...

   Shinsou: Sinto muito. -Pegou o animal das mãos dela- Mas já tenho companhia.

  Ele me fitou, indicando o portão da escola com a cabeça e começou a andar.

   O segui, apenas para pegar o gato de volta, aconchegando-o em meus braços de novo. Do jeitinho que ele estava antes da vIvY tirá-lo de mim.

   — Eu te odeio, só para constar. -Mexi nas orelhas do meu novo amigo- E quanto à você. -O ergui na minha frente- Vou te chamar de Oreo.

   Shinsou: Quanta criatividade...

   — Cala a boca, você não opina. -Falei- E eu tenho certeza de que você gostou do nome, não é?

   Voltei o olhar para o felino, que apenas mexeu o rabo comprido de forma lenta.

   Ele miou antes de se grudar em mim para me escalar, usando meu ombro como ponte para o ombro do Shinsou.

   Shinsou: Nem olha para mim, eu não opino, lembra? -Acariciou o Oreo.

   — Que bom que sabe. -Murmurei.

   Desviei o olhar ao mesmo tempo em que Shinsou apoiou um braço sobre os meus ombros, soltando uma leve risada.

   Shinsou: Adoro te ver irritada.

   — Ah, você jura? -O olhei.

  Ele me respondeu com um aperto na minha bochecha.

༄𝐊𝐞𝐢𝐠𝐨 𝐓𝐚𝐤𝐚𝐦𝐢 (𝐇𝐚𝐰𝐤𝐬)༄

   Hawks: Tem certeza disso, Daisyzinha? -Perguntou enquanto planava, apoiando ambas as mãos na parte de trás da cabeça dele.

   Daisy: Claro que tenho, Keiguinho. -Riu- Ou acha que eu não consigo comer frango apimentado?

São muitas coisas para comentar.

E "Keiguinho"...? Que nojo.

   Acontece que, acabamos de sair de uma missão com a Daisy, uma heroína que foi designada para nos ajudar. Keigo acabou a desafiando no meio da missão. Basicamente, ele apostou que ela não consegue bater o recorde dele na quantidade de frango apimentado que ele já conseguiu comer.

   O problema é que eles não conseguem fazer isso como pessoas civilizadas, e dão em cima um do outro a cada frase dita.

   Hawks: Eu duvido que consiga, querida. -Sorriu cínico.

   Daisy: Guarde as dúvidas para você, "querido". -Cruzou os braços- Eu aposto que consigo.

   Como já deu para perceber, eu estou sobrando. Por isso, decidi que a melhor coisa que eu posso fazer é ignorar os dois.

   Uma venda no meio da calçada chamou a minha atenção. Dei uma olhada em alguns produtos enquanto a senhora que administra a tenda insistia em fazer um café para mim.

   Juntei algumas lembrancinhas para levar para a minha família, que está morando em outra cidade, para quando eu for visitá-los.

   Hawks: Ei, S/N. Por que parou sem nos avisar? -Se aproximou de mim- Poderíamos ter te esperado.

   Daisy: Ele tem razão, querida.

   A boca dela fala uma coisa, mas o rosto diz outra.

Fascinante.

   — Não precisa. -Tentei sorrir.

   Me desvencilhei da mão do Keigo no meu ombro e me voltei para a senhorinha, que me estendia uma xícara fumegante de café. A agradeci.

   Takami me encarava de canto de olho, ao passo que Daisy já havia desistido de me convencer a ir com eles e já estava andando pela calçada novamente.

Ele 100% já sacou.

   — Não vou mais atrapalhar a aposta de vocês. -Sorri- Fiquem à vontade.

   Tomei meu caminho pelo lado oposto do que eles iam, percorrendo as estradas já conhecidas por mim, já que levam até a minha casa.

   Hawks: Então-

   — AH! -Entrei na minha posição de combate- Seu maluco. Como é que você me aborda assim, Hawks, seu doido?

   Eu me virei tão rapidamente, que acabei acertando a minha mão no rosto dele. O coitado levou um tapa de graça.

   Hawks: Desculpa. -Passou a mão pela bochecha.

   — Tá.

   Voltei a andar depois de me certificar de que ele estava bem. Minha garganta coçou para perguntar sobre a Daisy, já que só se passaram cinco minutos desde que eu os deixei.

   Hawks: Ai ai... -Cantarolou- Então a grande S/N, a heroína que recusa todos os meus avanços, sente ciúmes, hein?!

   — Não sei como chegou a essa conclusão. -Comentei,

   Hawks: Ah, para, nem você acredita em si mesma. -Ele usou a ponta da asa dele para cutucar o meu rosto.

   — Na verdade, você é que está doido para que eu sinta ciúmes. Sei que, praticamente noventa por cento do que aconteceu foi planejado por você. -Cruzei os braços.

   Hawks: Não nego... -Acertei o braço dele- Ai, tá, tá, me desculpa. Eu só queria fazer um teste... -Resmungou.

   — E qual o veredito?

   Hawks: Que você é uma ciumenta chata que fez eu desmarcar a minha saída para comer frango.

   — Você-

   Hawks: "Você veio porque quis" é, já sei que você ia falar isso. -Sorriu, revirando os olhos- Agora quieta. Vou te acompanhar até a sua casa.

   — Só não prometo frango frito para você porque tudo o que fez foi proposital e arquitetado. -Provoquei, empurrando o ombro dele.

   Hawks: Você é má!

   Ele usou a asa esquerda para me puxar até que eu estivesse quase colada nele, se aproveitando da situação para se inclinar e deixar um beijo na minha testa.

Esse folgado.

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