~ Pedido por: httpsBarbosa
~ Boa leitura ♡
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Bakugou: Anda, fala logo. -Deu um empurrãozinho no meu ombro.
— Falar o quê? -Revirei os olhos, colocando as mãos atrás das costas enquanto olhava para outro lugar.
Bakugou: Qual é. Já tem uns cinco minutos que você me olha e abre a boca como um peixe, só para fechá-la em seguida. -Apoiou a mão na alça da bolsa dele.
— Não é nada não. -Sussurrei, enroscando os meus dedos um nos outros.
Katsuki me encarou por mais um tempo, ainda que eu não o olhasse de volta. Mas sei que ele está. Dá para sentir.
Ele balançou os ombros e franziu o rosto, voltando a atenção para o caminho. Sei que ele não vai insistir.
Respirei fundo, tentando organizar os meus pensamentos. Como eu vou perguntar isso para o Bakugou? Tipo, ele é literalmente o Bakugou.
As chances de eu ser humilhada são enormes.
Tá, nem tanto assim. Mas talvez um pouco.
Acontece que, quando eu tomei coragem para perguntar, ele foi sequestrado pela liga dos vilões. E mesmo depois que ele foi resgatado, eu preferi deixar isso para lá.
O céu foi ficando mais escuro à medida que avançávamos. E como as aulas acabam tarde, é comum voltarmos assistindo ao pôr do Sol.
O caminho que sempre passávamos, tão conhecido por nós, mostrava que não demoraria muito para que chegássemos em casa, inclusive.
Sim, somos vizinhos.
Consequentemente, amigos.
Respirei fundo novamente. Por que uma simples pergunta parece ser tão complicada de fazer? E nem é nada tão importante.
Bakugou: Quer falar agora? -Cruzou os braços.
— Como você...? Poderia parar de ler os meus pensamentos, por favor? -Bati no braço dele.
Bakugou: Depois de ser obrigado à te suportar por anos, acho que aprendi algumas coisas sobre você. -Apontou para o meu rosto- Seu nariz se mexe toda vez que você se sente preparada para algo. Estou errado?
Não.
— Está! -Cruzei os braços- Mas sim, eu quero te perguntar algo.
Bakugou: Está nervosa por causa de uma pergunta? -Semicerrou os olhos.
— Não estou nervosa. -Pontuei, apontando para ele- É só que... minha festa de quinze anos é daqui a um mês. -Comecei. É agora ou nunca- Por mais que eu já tenha feito quinze anos, a época era bem ruim para uma festa.
Ele me olhou com o cenho franzido, esperando que eu continuasse.
— E sabe, geralmente, nas festas das debutantes, tem o momento da valsa e tal... -Hesitei.
Esperei que ele já tivesse entendido. Mas ao olhá-lo, seu rosto só demonstrava confusão.
Esse é o aluno mais inteligente da sala?
— Resumindo... eu queria saber se você quer dançar a valsa comigo. -Falei tudo de uma vez- Quero dizer, não tenho mais ninguém para quem pedir. Ou é você, ou não vai ter valsa.
Tentei provocá-lo, retribuindo o empurrão no ombro que ele me deu.
Apoiei as mãos na cintura enquanto ria, tentando fazer isso não parecer nada. Por mais que eu esteja gritando por dentro.
Ele fez aquilo de me encarar por tempo demais de novo, rindo nasalmente antes de voltar à olhar para frente, mantendo um sorriso de canto no rosto.
Bakugou: Então não vai ter valsa. -Falou- Primeiro que, eu não sei dançar. Segundo, não vou ser o centro das atenções por uma dança. E terceiro, não são nessas festas onde o cara é o "príncipe"? S/N, já olhou para mim? Príncipe. Sério?!
O olhei de cima a baixo. Na verdade, ele tem cara de príncipe, sim.
Ou ele não enxerga isso, ou só não quer acreditar na opinião popular.
— É só não levar esse "título" a sério. -Juntei as mãos- Por favor, Katsuki.
Ele, que tinha andado alguns passos, parou. A visão que eu tinha de suas costas rapidamente mudou para o seu corpo virado para mim.
Bakugou: Não que isso me convença, mas por quê? -Semicerrou os olhos.
É uma pergunta séria.
— Bom... -Respirei fundo- Nos conhecemos desde os quatro anos, você foi o meu primeiro amigo, -Olhei para os meus dedos- gostando ou não, sempre acabamos grudados um no outro, você já me encobriu várias vezes, eu já te encobri várias vezes... -Suspirei- Estamos sempre na casa um do outro desde que eu me conheço por gente, Bakugou. Você é o meu amigo mais próximo.
Isso porque eu só citei as coisas superficiais. Tá, ele era difícil de lidar na infância, mas eu amava montar planos para roubar comida dos adultos escondida com ele e amava colecionar coisas combinando.
E ele ainda guarda tudo, inclusive.
Até hoje em dia. É um máximo virar noites vendo filmes de ação com ele, ter liberdade para provocar e fazer piadas, obrigá-lo a fazer coisas que ele nunca faria com o argumento de sermos melhores amigos...
Tipo dançar essa bendita valsa.
Percebi que divaguei demais quando, em um piscar de olhos, ele estava inclinado na minha frente enquanto seus dedos estalavam no meu rosto. Sua expressão estava aborrecida.
Bakugou: Ei! Está me ouvindo? -Fez um "Tsc"- Não me faça repetir mais uma vez. -Respirou fundo, se endireitando enquanto virava de costas para mim- Quando começam os ensaios? -Murmurou.
— Isso quer dizer que-
Bakugou: Que eu só vou fazer um período de teste. -Resmungou- Se eu não gostar, você pode pedir para o Deku, o cabelo de merda ou o mulherengo.
— Izuku, Kiri e Denki são meus amigos, sim. -Confirmei, me apressando acompanhar os seus passos- Mas nenhum deles me amarrou em uma corda e me jogou de cima da ponte só porque eu sonhava em fazer bungee jump quando tinha oito anos. -Pisquei.
Bakugou: Aquele dia foi maluco. -Deu um meio sorrisinho, voltando com a cara séria depois de olhar para mim. Ele não quer que eu o veja sorrindo- Não. Você é maluca.
Empurrei o ombro dele novamente, voltando a andar até nossas casas enfileiradas que já ficavam visíveis.
— Obrigada. -Sussurrei, sem me virar para olhá-lo.
Bakugou: Já falei, vai ser só um período de testes. -Murmurou.
Sei que não vai.
[...]
Ele mentiu.
Bakugou disse que não sabia dançar, e essa já é a quarta vez que fazemos a coreografia sem que ele errasse um passo.
Pelo contrário. Ele acerta tudo com perfeição.
Dá até raiva.
— Espera! -Parei de me mover- Eu esqueci o passo de agora. -Me desculpei pelo olhar.
Mas ele nem pareceu se incomodar. Na verdade, desde que começamos os ensaios -há duas semanas- ele parece estar mais compreensivo. Calmo, até.
Eu devo me preocupar?
Cheguei em uma conclusão de que o Katsuki provavelmente gosta de dançar e talvez seja terapêutico para ele.
Ou é coisa da minha cabeça mesmo.
Bakugou: Agora eu vou te girar. Depois são dois passos para a esquerda, um giro só meu, um passo para a direita e por fim eu te levanto. -Respirou fundo- Olha, S/N, dá para sentir o seu nervosismo. Eu é quem vou conduzir a dança, então para com isso, coisinha.
Ele deixou um peteleco na minha testa e me deixou no meio da sala de ensaio para pegar a garrafa dele na mesa atrás de mim.
— Desculpa. -Resmunguei- É que faltam duas semanas até a festa e eu estou tendo que organizar milhares de coisas. Fora a dança. -Coloquei as mãos na minha cabeça- Eu vou endoidar.
Com as bochechas infladas devido à água que ele armazenou ali, Bakugou fechou a garrafa e veio em passos rápidos até mim.
Sem dizer nada, ele passou o braço por quase toda a minha cintura, fincando a mão no meio das minhas costas, quase na lombar, com firmeza. Enquanto segurava e erguia a minha mão direita com a dele.
Katsuki aproximou um pouco o rosto do meu, estreitando os olhos para mim.
Bakugou: Não enxergue isso como mais um dever. -Falou- Se pensar nos ensaios como um momento de lazer, tenho certeza que vai ficar menos nervosa.
Então ele vê sim a dança como algo terapêutico.
— Vou tentar. -Respirei fundo- Vamos mais uma vez. -Sorri.
Seus rosto me olhou com indiferença -a habitual dele- antes de dar mais um aperto na minha cintura, se afastando para ligar a música.
E devo admitir, escolher a OST de "Castelo animado" para dançar foi uma das minhas melhores decisões para a festa, com toda a certeza.
Além do fato de ter sido o filme favorito do Kat (e meu também) por vários anos. Ele parece tão animado quanto eu com a escolha da música. Embora ele não mostre tanto.
Mas eu o conheço o suficiente para saber que está.
Conforme a música aumentava o ritmo e a velocidade, nossos passos ficavam mais rápidos. 1,2,3. 1,2,3. 1,2,3. Eu contava silenciosamente.
Sem perceber, acabei abaixando o olhar para garantir que não perderia o ritmo ou pisasse no pé dele.
Bakugou apertou a minha cintura como um alerta para eu levantar os meus olhos. Focar nos nossos pés só aumenta a chance de dar errado.
Suas orbes avermelhadas me encaravam com ternura. Sei que, em uma valsa, o olhar deve sempre permanecer sobre o seu parceiro de dança... mas eu estou ficando com vergonha aos poucos, e a ideia de desviar o rosto é tentadora.
Quase pensei que conseguia ler a mente dele quando seu olhar mudou. Suas sobrancelhas se franziram beeem de leve, enquanto suas pálpebras se fechavam um pouco, me intimidando com a combinação do escarlate de seus olhos e do loiro claro de seus cílios.
"Foque na dança. E em mim" Foi o que eu li no olhar dele.
Soube que eu estava certa quando assenti e seu rosto se suavizou com a minha resposta silenciosa para a súplica estampada em suas íris.
A música chegava em suas notas finais. Fizemos o último passo para a direita antes de eu tomar espaço apenas para que ele tivesse impulso para me erguer, posicionando as duas mãos nas laterais do meu corpo.
Conforme o som da caixa de música acabava com as últimas melodias tocadas, Katsuki me trazia de volta ao piso com calma e cautela, tendo certeza de que meus pés só tocariam o chão ao mesmo tempo que a última nota ressoasse pelo lugar.
Quando acabou, não nos distanciamos. Apenas nos olhamos, ofegantes pela sequência executada perfeitamente.
Novamente, achei que conseguia ler os pensamentos dele, mas acho que ele também leu os meus.
"Mais uma vez" Era o que dizíamos.
[...]
É hoje.
Quer dizer, é daqui a alguns minutos.
Eu estou há quase uma hora recebendo os convidados na entrada no salão. E em pouco tempo, eu vou ir trocar de vestido para a valsa e para a cerimônia.
Que nervoso.
Respirei fundo, olhando para o interior do local. Consigo ver alguns dos meus amigos, o Big three, algumas pessoas da minha família e uns dois ou três professores. Claro, está bem mais cheio, mas o lugar onde eu estou dificulta a minha visão.
Pisquei algumas vezes antes de virar o rosto. A cerimonialista estava vindo na minha direção, com certeza para me chamar para a troca de vestido.
Entretanto, um vulto loiro se posicionou na minha frente. Meu parceiro de dança, é claro.
Bakugou: Vou falar com ela antes da valsa. -Olhou para a cerimonialista, segurando o meu antebraço. Ela suspirou- Vai ser rápido, eu prometo.
Ela estreitou os olhos e conferiu as horas no relógio dela.
Cerimonialista: Você tem no máximo dez minutos. -Apontou para ele- Não se atrase um segundo se quer.
Ela virou as costas e saiu andando, sem deixá-lo responder. Katsuki aproveitou e fez uma careta para ela.
— O que quer conversar? -O olhei.
Bakugou: Não aqui... -Olhou para os lados- Vem comigo.
Em pouco tempo, estávamos perambulando pela parte externa do salão. Era como um jardim. Tinha até uma mini cascata.
— Você tem oito minutos, Bakugou. -Zombei, batendo meu ombro com o dele.
Ele não me olhou. Pelo contrário. Seu olhar se desencontrou do meu antes dele passar ambas as mãos pelos lados da calça social que usava.
Bajugou: Na verdade, eu quero te fazer uma pergunta. -Murmurou- Eu ia perguntar depois da dança, mas foi só pensar por alguns segundos que eu desisti.
— Então... pode perguntar. -Sorri.
Bakugou: É que... -Ele se interrompeu, bufando antes de vir até mim para segurar os meus ombros- Olha, algumas pessoas da sua família já estão cientes, então finge surpresa lá na hora. Vamos interpretar alguma coisa.
Franzi o rosto. A cada segundo, tudo o que ele fala faz menos sentido.
Embora sem entender, assenti. Um barulho na fonte atrás de nós captou a minha atenção, por isso, eu me virei para ver o que era.
Não encontrei nada, então voltei o olhar para o Katsuki.
E eu quase caí para trás.
Ele está segurando uma caixinha. Não daquelas chiques ou de veludo, mas mesmo assim, uma muito bonita. Há dois anéis prateados encaixados no centro, um repleto de desenhos feitos com um brilho da minha cor preferida, já o outro é mais simples, embora também tenha alguns desenhos, mas sem o brilho.
Isso é o que eu acho que é?
Bakugou: Você me conhece muito bem para saber que eu não vou fazer um discurso. Acho que nem tenho capacidade para isso. -Arregalou levemente os olhos- Mas sim, é o que você está pensando. Eu já me sentia esquisito há tempos, mas depois das semanas de ensaios e das várias horas que passamos juntos para eu te ajudar a organizar as coisas eu tive mais certeza. Então...
Suas bochechas coraram de uma forma quase imperceptível. Só percebi porque ele desviou o olhar e a luz de um poste próximo iluminou o seu rosto.
Bakugou: S/N S/S. -Suspirou profundamente- Namora comigo? -Sussurrou.
Ele não se ajoelhou, não segurou a minha mão e não fez gestos carinhosos. Mas não dá para esperar algo romântico do Bakugou assim, do nada.
E isso até deu um charme a mais para o pedido. O jeito "Katsuki de ser" é único, então tem algo misterioso que encanta de uma forma diferente.
— Isso não é uma pegadinha, é?! -Perguntei em um fio de voz, sentindo as minhas mãos tremerem.
Bakugou: Não, não é. -Respirou fundo- E eu já estou nervoso o suficiente, para de fazer perguntas.
Ele me olhou, impaciente. E só então percebi que ele ainda estava estendendo a caixinha na minha direção.
Dei um sorriso, me estirando para frente até conseguir abraçá-lo. Ele deu um pequeno sobressalto. Foi até fofo, e passou apenas um braço ao meu redor, de forma cautelosa e hesitante.
Bakugou: Isso pode ser considerado um "Sim"? -Murmurou.
— Isso é um sim, Bakugou. -Ri, me afastando a tempo de ver suas bochechas avermelhadas, combinado com os olhos dele.
Apertei a bochecha esquerda dele. Bakugou virou o rosto na direção da minha mão, fingindo que iria morder os meus dedos.
Tirei minha mão de perto dele quase imediatamente, segurando um sorriso extremamente bobo que lutava para se libertar.
Bakugou: Eu sabia que era. -Pigarreou, ainda sem olhar para mim- Mas infelizmente, não podemos colocar os anéis agora. -Ele guardou a caixinha de volta no blaser.
— Ah sim. Você disse algo sobre "fingir". -Comentei- Me explica isso.
Vendo que só nos restava dois minutos, segurei a mão dele para levá-lo de volta para o salão. Acho que é tempo o suficiente para ele contar o plano dele e para chegarmos lá.
Bakugou: Sua mãe já tinha percebido que eu... enfim. -Pigarreou- E ela insistiu para que eu fizesse algo "grandioso" na festa. -Me olhou- Palavras dela.
Consigo imaginar.
Bakugou: Mas cada vez que eu pensava em perguntar algo assim na frente de todo mundo... sei lá, não é o meu estilo. Queria que fosse algo só entre nós. -Respirou fundo- Então se você puder, por favor, fingir surpresa ou-
— Bakugou! -Apertei os dedos dele- Eu entendi, não se preocupe. -Sorri- Você me mostra a caixinha quando terminamos a dança, e então, eu aceito antes mesmo de você perguntar. -Pisquei.
Bakugou: Obrigado. -Suspirou, aliviado.
— Você pedindo obrigado? A coisa deve ser séria então. -Empurrei o ombro dele.
Katsuki semicerrou os olhos, pronto para responder a minha provocação. Mas antes que pudesse, meu braço foi segurado e arrastado para a sala da debutante.
Foi tão rápido, que eu demorei para perceber que era a cerimonialista quem me segurava.
Ela balbuciou algumas coisas sobre eu ter chegado bem na hora e coisas assim, me dando bronca ao mesmo tempo em que me agradecia. Tudo enquanto me ajudava a tirar o vestido que eu usava para já colocar o outro.
Já pronta, me olhei no espelho. A cor vibrante que contrastava com a minha pele chamou a minha atenção, ao mesmo tempo em que o tamanho do vestido me encantava.
É lindo.
Mas pesado.
A cerimonialista saiu por alguns segundos, voltando em seguida com um radinho posicionado em sua orelha. Ela disse que era a hora e que o Bakugou já estava me esperando.
É, combinamos de descer as escadas juntos.
Respirei fundo novamente, saindo do cômodo, dando de cara com o Katsuki, que estava encostado na parede bem ao lado do batente da porta.
Ele estava de olhos fechados e parecia estar se concentrando. Acho que para relembrar toda a coreografia.
Sua boca se mexeu para falar algo, mas ele abriu os olhos na hora e... travou.
Quer dizer, não é que ele travou. Mas a boca dele está em um "O" perfeito, enquanto seus olhos vermelhos me olhavam de cima a baixo.
De repente, fiquei nervosa.
Bakugou: Uau... -Murmurou- Sabe que eu não sou esse tipo de pessoa, então só vou falar uma vez. -Se aproximou, segurando meus cotovelos- Você está linda.
Nossos corpos se aproximaram um pouco. Ele virou o rosto enquanto se inclinava mais, deixando um selinho em meus lábios antes de se afastar.
Bakugou: Vamos? -Sussurrou, estendendo o braço para que eu o segurasse.
— Eu... é, nós, ãhn... Tá. Claro. Vamos. -Balancei a cabeça, segurando o braço que ele me ofereceu em seguida.
Bakugou: Te deixei sem palavras, hãn?! -Um sorriso presunçoso apareceu em seu rosto a medida em que avançávamos em direção às escadas.
Mais alguns passos e os convidados vão conseguir nos ver.
— Não! Não conseguiu. -Estreitei os olhos- Tá, um pouquinho. É só que... foi sem avisar, eu levei um susto.
Bakugou: Então imagina se eu tivesse te pedido em namoro lá embaixo. Acho que você tinha um infarto. -Colocou dois dedos na minha testa, empurrando-a para trás levemente.
Revirei os olhos, sorrindo. Sem tempo para responder por já termos chegado na ponta da escada.
Ele é impossível.
Todos os convidados presentes pararam de conversar. O salão foi ocupado por um grande silêncio, que foi substituído pela OST de "Castelo animado" pouco tempo depois.
Algumas pessoas gritaram enquanto outras aplaudiram. E eu só conseguia pensar no quão animada eu estava para dançar essa música.
Durante todo o momento, eu me sentia uma princesa. A escada e o salão são muito parecidos com o de um castelo, além da música e da atmosfera daqui.
E é claro, do Bakugou também.
Sei que ele disse que não seria um "príncipe" por não se parecer com um, mas a cada segundo que nos olhamos durante a música, me convenço mais ainda de que sim, ele é um.
A dança chegava nos momentos finais. Me afastei um pouco dele para fazer o meu pulo, e assim que o fiz, ele me segurou. Embora suas mãos estejam apertando mais ainda a minha cintura hoje, acho que é por causa do peso do vestido.
Enquanto a música tocava suas notas finais, Katsuki foi me colocando no chão aos poucos e de forma lenta.
A dança acabou. O lugar ficou em silêncio por um tempo, até explodir em gritos e aplausos. Mas eu só conseguia pensar no que acabou de acontecer.
Foi perfeito.
Nossa sincronia estava perfeita, a coreografia que criamos estava perfeita, o lugar é perfeito, as mãos dele na minha cintura enquanto minhas mãos se apoiam nos ombros dele... Tudo é perfeito.
Ele engoliu seco, dando um passo para trás enquanto colocava a mão no bolso do blaser dele.
É agora.
Hora de colocar minhas habilidades de atriz em ação.
No momento em que ele tirou a caixinha, simulei uma cara de surpresa enquanto escondia parte do rosto com as minhas mãos.
Antes mesmo dele falar algo, eu já havia me jogado sobre ele para abraçá-lo, murmurando "Sim!" várias vezes contra o pescoço dele.
Ele deu uma risadinha curta e baixa, para que só eu conseguisse ouví-la antes de se afastar minimamente, esticando a mão dele para pedir a minha.
Bakugou: Podemos colocá-los agora. -Ele sussurrou, ao mesmo tempo em que deslizava o anel pelo meu anelar.
— É para valer, então. -Sussurrei de volta, colocando o anel no anelar dele dessa vez.
Mal tinha terminado quando ele passou o braço pelas minhas costas, me puxando para perto novamente até que ele conseguisse me abraçar.
Bakugou: Queria muito te beijar agora. -Murmurou contra a minha nuca- Mas não vou fazer isso na frente de todo mundo.
Ele deixou um beijo suave na lateral do meu pescoço, sem que ninguém conseguisse ver.
— Me encontra na parte leste do jardim. -O apertei.
Bakugou: Em dez minutos. -Concordou.
Não conseguia ver o seu rosto, mas sentia na curvatura entre o meu ombro e o meu pescoço que ele estava sorrindo.
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