~Pedido por: Philli_lah
~Boa leitura ♡
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Prendi o meu cabelo de qualquer jeito, com algumas mechas se desprendendo para cair no meu rosto rapidamente.
Peguei o avental pendurado na parede da cozinha, o ajeitando no meu corpo da melhor forma que eu conseguia enquanto apoiava uma espátula entre o ombro e o meu pescoço.
Terminei de me arrumar, pegando a espátula para apoiá-la na bancada, juntamente com o meu tronco. Queria cozinhar algo para o lanche da tarde, mas não sei o quê.
Passei uma mão pelo meu cabelo, coçando-o, esperando que isso me trouxesse alguma ideia.
De repente, um vulto parou na porta da cozinha, ofegante e chamando o meu nome tão baixo, que eu não teria entendido se não lesse os lábios do Shoto.
Ele está com a S/F¹ pendurada em uma perna, o S/F² em um braço, e o caçula, S/F³, sentado na parte de trás do pescoço dele.
— Estão tentando se fundir com o pai de vocês, crianças? -Sorri- Qual a brincadeira? Montar um ciborgue?
S/F²: Como que a gente não pensou na ideia do ciborgue, S/F¹? -Arregalou os olhos, os direcionando para a irmã.
S/F¹: Não faço ideia. -Deu de ombros.
Meu marido me olhou com os olhos arregalados, balançando a cabeça em negação. Li seus lábios novamente, ele dizia: "Por favor, não!"
S/F¹: A gente só tava brincando com o papai, ai ele tentou fugir da gente quando começamos a fazer cosquinha nele. -Escalou a perna do Shoto.
S/F²: Por isso a gente tá assim nele. -Sorriu orgulhoso, grudando ainda mais no braço dele- Se não ele escapava.
Eu tentei segurar, mas foi mais forte do que eu. A risada escapou de mim antes mesmo de eu processar a sua chegada.
Os quatro me olharam, e mesmo sem entender, as crianças me acompanharam.
— Certo, certo. -Limpei uma lágrima do canto dos olhos- O que acham de me ajudar à cozinhar e deixar o pai de vocês em paz? Todos vocês.
Apontei para os três. Tanto a S/F¹ quanto o S/F² se desprenderam dele. Já o S/F³ foi colocado no chão com a ajuda do Shoto, que respirou aliviado sem três coisinhas agarrando ele com todas as forças.
— Agora... -Me abaixei para ficar da altura deles- O que vocês querem comer?
S/F¹-S/F²: Bolo! -Responderam (gritaram) juntos, ambos com as mãos estiradas para cima.
O S/F³, que ainda lutava para se equilibrar em pé, olhou para os dois e ergueu as duas mãos, olhando para os próprios braços e para os dois irmãos em seguida, garantindo que estava imitando certo.
S/F³: Bo'o! -Deu uma pausa entre os dois O's. Imagino que ele tenha tentado dizer "Bolo".
— Certo, vamos fazer um bolo então. -Me levantei- Está convidado também, Shoto. -Sorri, já olhando para ele.
Shoto: Obrigado pelo convite. -Veio até nos, arregaçando as mangas da camisa- E obrigada pela ajuda também. -Sussurrou, me puxando para mais perto para deixar um beijo na minha bochecha.
S/F¹: Eca. O papai e a mamãe estão namorando. -Colocou a língua para fora.
Shoto: Quem disse isso? -Sorriu, arqueando uma sobrancelha antes de me beijar.
Os mais velhos soltaram vários "Eca!" seguidos, enquanto o S/F³ apenas ria e batia palmas.
— "Eca" nada. -Peguei a espátula que eu havia deixado na bancada- Amor, você é responsável pelo sabor do bolo.
Dei dois tapinhas no peito dele, guiando as crianças até a parte mais segura da cozinha. O Todoroki continuou me olhando por um tempo, até "acordar" do estado catatônico dele para ir até a geladeira pegar os ingredientes.
Terminei de pegar o resto das coisas que estavam guardadas nos armários, enfileirando tudo na frente das crianças.
Shoto: Por onde começamos, mestre cuca? -Se colocou ao meu lado, empurrando o meu ombro levemente.
— Hm... -Fingi pensar- O que vocês acham que vem primeiro, crianças? -Olhei para os três.
S/F¹: O leite?
S/F²: Claro que não, burrinha. -Riu- É a margarina.
S/F³: Ovo! -Exclamou, apontando para os três em cima do balcão.
Shoto: E se colocássemos os três ao mesmo tempo? -Perguntou- Todos acertaram, então vamos um por um, pode ser?
As três crianças concordaram. O Shoto ajudou a S/F¹ e o S/F² enquanto eu ajudava o S/F³ à quebrar os ovos, já que ele é menor do que os outros. (E se eu deixasse ele quebrá-los por conta própria, nosso bolo estaria cheio de casca).
Shoto e eu nos entre olhamos, enchendo os três de beijos e cosquinhas para parabenizá-los pelo trabalho de mexer a massa.
— Pronto, terminamos por aqui. -Coloquei as mãos na cintura- Quem quer untar a forma agora?
Uma enxurrada de mãos levantadas e "Eu's" aconteceu. Eu apenas ri enquanto o meu marido tomava a frente daqui.
Shoto: Então precisamos fazer isso aqui antes... -Foi até os três, arregaçando as mangas das blusas, para que eles não se sujassem- ...E também é importante lavarmos as mãos, tá?!
S/F¹: Tá bom! -Sorriu, se inclinando para abraçá-lo antes de vir até a pia.
S/F²: Obrigado, pai. -Apontou para as mangas, também abraçando-o.
S/F³: Obri-gado. -Deu pequenos risinhos, deixando um beijo babado na bochecha do pai.
Eles começaram à lavar as mãos, discutindo para saber quem usaria o sabão primeiro e empurrando uns aos outros.
Me aproximei sorrateiramente para deixar um beijo no topo da cabeça de cada um, me virando para o Shoto.
Os olhos heterocromáticos nos encaravam, os dois marejados e brilhantes.
— O que foi, me amor? -Murmurei para que as crianças não ouvíssem, me aproximando dele.
Shoto: Nada. -Sussurrou, agarrando a minha cintura com as duas mãos- É que eu sou tão sortudo, sabe?! Tipo, olha isso!
Ele me olhou por vários segundos, virando o rosto para as crianças em seguida.
— Se você ficar emotivo, eu vou ficar emotiva. Pode parar! -O abracei. Ele "escondeu" o rosto no meu pescoço, respirando de forma calma e profunda.
S/F²: Papai... mamãe... -Cantarolou nossos nomes.
Nos viramos ao mesmo tempo, tempo o suficiente para que uma espuma fosse jogada nos nossos rostos.
— S/F² Todoroki! -Falei, surpresa.
S/F¹: Não é só ele não. -Ela sorriu antes de vir até nós dois com as mãos cheias de espuma esticadas na nossa direção.
Até o S/F³ quis participar. Ele pegou um pouquinho de espuma com as mãos em formato de concha e tentou jogar na nossa direção.
Mas foi diretamente para o chão.
Shoto: Amei a ideia, crianças. -Sorriu.
— Shoto! O que é q-
Antes que eu terminasse, Todoroki me agarrou, me prendendo na lateral do corpo dele. Entendi o que ele queria quando ele me levou até a pia e encheu a mão com a substância que soltava pequenas bolhinhas de sabão.
— Não! Shoto Todoroki, você não vai fazer isso.
Shoto: E por que eu não faria, S/N Todoroki?
A última coisa que eu vi foi o sorriso dele, antes que o meu rosto fosse coberto de espuma.
Tão rápido quanto me segurou, ele me soltou, correndo para o outro lado da bancada com os nossos filhos.
— É assim, então? -Ri, limpando parcialmente o meu rosto- Ok. Mãe sabe ser legal também! -Mergulhei as duas mãos na pia e comecei a correr atrás desses delinquentes.
Foram, no mínimo, uns quinze minutos de guerra de espuma antes que o bolo fosse finalmente colocado no forno.
Mandamos as crianças para o banho imediatamente, tomando o nosso logo depois. Foi muito difícil dar banho em três mini pestinhas ao mesmo tempo, mas deu certo. Claro, o banheiro ficou um desastre, mas deu certo.
Com os cinco de banho tomado, e devidamente vestidos em nossos pijamas, voltamos lá para baixo para tirar o bolo do forno.
Shoto: Amor... -Me chamou, colocando uma mão no meu ombro- As crianças estão querendo ver TV, posso levar eles para a sala?
— Claro que pode, amor. -Sorri- Vai lá com eles. Eu vou só fazer a calda do bolo e encontro vocês lá.
Shoto: Estamos te esperando, então. -Sorriu, deixando um selinho em meus lábios.
Shoto liderou a pequena tropinha até a sala de estar. Consegui ouvir a euforia deles quando algum desenho foi colocado. Espero que seja super-choque, Ben 10 ou Barbie.
Terminei a calda do bolo com um sorriso, me divertindo horrores com as reações que eu escutava de vez em quando.
Sequei a minha mão no pano de prato mais próximo. Deixei o bolo esfriando na bancada e me dirigi até a sala.
S/F²: Pai, você já contou essa história mil vezes. -Só pelo tom, soube que ele revirou os olhos.
S/F¹: Cala a boca, S/F², é uma história romântica. Você nunca entenderia.
S/F²: É por isso mesmo que é chato. -Resmungou- O papai conta essa história quase todo dia para a gente dormir.
Parei no corredor, me escondendo atrás de uma parede. Desde quando o Shoto conta a nossa história para eles? Eu não sabia disso, pelo menos.
S/F¹: Mas não é sempre a mesma coisa, bobão. Olha só. -Espiei. Ela começou à enumerar com os dedos- A gente já sabe sobre como eles se conheceram, como foi a escola deles e alguns problemas.
S/F²: É verdade. -Se virou para o Shoto- Como era a vida de heróis profissionais? -Juntou as mãos.
Shoto: Antes ou depois de vocês nascerem?
Espiei novamente. O S/F³ dormia profundamente apoiado no ombro do pai, já os outros dois estavam um em cada perna do Shoto, enquanto ele usava as duas mãos para bagunçar o cabelo da S/F¹ e do S/F².
Esperei mais um tempinho, escutando as coisas que já fizemos sendo narradas pelo ponto de vista do Todoroki. Além de ter tido a oportunidade de ver o carinho deles.
Constantemente eles se abraçavam, mexiam no cabelo um do outro, davam as mãos... Foi tão bonito observar enquanto as crianças ficavam quietinhas e observavam o pai com os olhos brilhantes enquanto ele continuava falando com um sorriso enorme no rosto.
Eu amo a minha família.
Teve até uma hora que o Shoto deu um ataque de beijos e cosquinhas nos nossos filhos. Incluindo o S/F³, que ainda dormia.
— Que família mais linda. -Resolvi sair de trás da parede, me aproximando deles- Estavam falando sobre o quê?
O S/F², que estava no joelho direito do Shoto, esticou os dois braços para mim. O peguei no colo, me sentando ao lado do meu marido enquanto terminava de ajeitar nosso filho em meus braços.
S/F²: Sobre você, mamãe. -Colocou a cabeça no meu pescoço.
— Ah, de mim? -Arqueei uma sobrancelha- Espero que seja coisa boa.
S/F¹: É sim. -Deu uma risadinha- O papai estava-
Shoto: É segredo. -Se apressou em dizer- É um segredo só nosso. Desculpa, amor, você não pode saber. -Se inclinou para beijar a minha bochecha.
— Entendi. -Sorri, esticando a mão para acariciar os cabelos do S/F³, que ainda dormia no colo do Shoto- Crianças, o bolo está esfriando. O que acham de ir brincar na brinquedoteca de vocês enquanto isso?
Os dois levantaram os rostos, animados. Ambos se juntaram para acordar o irmão mais novo e se apressaram até o quarto onde os brinquedos deles ficavam.
Soltei um suspiro cansado, escorando o meu corpo no de Shoto para apoiar a minha cabeça no ombro dele em seguida.
Ele apoiou a cabeça sobre a minha.
Shoto: Você ouviu, não ouviu? -Perguntou, procurando a minha mão com a dele.
— Talvez. -Ri- Desde quando conta as nossas histórias para os nossos filhos?
Shoto: Acho... -Se calou por um tempo- Acho que desde que eles nasceram, na verdade.
O olhei, surpresa.
Shoto: O quê...? -Virou o rosto com o olhar baixo. Ele está envergonhado- Eles gostavam de ouvir para dormir desde mais novos, eu só continuei a tradição.
— Então virou uma tradição? -Sorri, tentando fazer com que ele me olhasse. Sem sucesso- Por que está envergonhado? Eu achei isso muito fofo.
Shoto: Achou? -Virou apenas um pouquinho do rosto, me olhando pelo canto do olho.
— Achei. -Voltei a descansar minha cabeça no ombro dele.
Ainda de mãos dadas, Shoto começou a mexer o polegar na palma da minha mão. Ficamos assim por uns bons minutos. Em silêncio, apenas curtindo a companhia um do outro.
Shoto: Sabe, Eu... -Suspirou- Eu sou extremamente grato por essa família. Grato por estar com você e por você ter me proporcionando tudo isso. -Ele intensificou o aperto na minha mão- Obrigada, S/N Todoroki.
Sorri.
— Eu é quem deveria agradecer, Shoto Todoroki.
Nos olhamos por um tempinho, até três furacões pularem em cima da gente no sofá.
S/F¹: Mãe, o bolo já tá pronto? -Coçou a bochecha- A gente está com fome.
S/F³: Bo'o. -Soltou uma gargalhada gostosa.
S/F²: Se fala "Bolo", S/F³. Tenho que te ensinar isso. -Sorriu, se virando para nós- Mas e o bolo? Tá pronto?
— Sim, meus amores. O bolo está pronto. -Ri, me levantando.
Os três correram na velocidade da luz até a cozinha, sorrindo e gritando. Enquanto isso, eu e Shoto fomos logo atrás, rindo com a empolgação dos pequenos.
No caminho, Shoto segurou a minha mão com firmeza. Quando o olhei, ele só murmurou "Obrigado" de novo.
Balancei a cabeça, me colocando na ponta dos pés para beijá-lo.
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Desde já, peço desculpas por só estar postando um cap por semana. É que as minhas aulas voltaram dia 29 de janeiro e eu estou enlouquecendo.
Os professores não perdoam mesmo o terceirão.
Vou fazer o possível (virar umas noites, quem sabe) para adiantar todos os pedidos que vocês me fizeram -tem uns quatro ou cinco no rascunho- e talveeez, eu faça outra maratona.
Mantenho vocês atualizadas.
Beijos, lindonas 🫶🏼