~ Pedido por: BrinquecomGabrielly
- Boa leitura ♡
----------♡----------
Abri a porta de casa lentamente, mesmo sabendo que não havia ninguém ali, já que o Keigo está trabalhando e só volta em três horas.
Ser herói é puxado.
Respirei fundo, repetindo "Lar doce lar" algumas vezes em minha mente enquanto tentava trazer a minha mala para dentro com uma mão, enquanto a outra segurava uma sacola.
Por ter sido escalada em uma missão de reconhecimento, precisei ir para outro estado, e finalmente eu estou de volta, depois de um mês.
Hawks não sabe que eu cheguei, quero fazer uma surpresa para ele. Durante esses trinta dias, Keigo me ligava todas as noites e ficávamos conversando por horas. Teve um dia que ele até chorou (e tentou disfarçar).
Lembro que, nesse dia, ele disse que estava com muita saudade e que só queria passar um tempo presencialmente comigo. Depois, ele encarou um ponto fixo do nosso quarto e seus olhos começaram a brilhar. Ele fungou e tirou o rosto da câmera do celular, voltando alguns segundos depois, ainda passando a mão nos olhos.
Eu quis rir e chorar com ele. Também estou morrendo de saudades e mal posso esperar para ele chegar. Eu posso dizer que sou um pouco grudenta, mas o Keigo? Ele é a pessoa mais grudenta que eu conheço. E tendo em vista que foi a primeira vez que ficamos tanto tempo sem nos vermos...
Não duvido que ele nos cole com alguma cola super potente que não desgruda com nada.
Bem a cara dele.
Saindo dos meus devaneios, deixei a mala no canto da sala e levei a sacola em minha mão até a cozinha. Decidi preparar alguma coisa para nós dois e separar a lista dos nossos filmes favoritos para maratonarmos.
Por isso, decidi não perder tempo e já comecei a preparar a comida preferida dele. Peguei alguns acompanhamentos, fiz pipoca e ainda montei uma bandeja com vários petiscos e doces.
Fui em direção à sala, colocando tudo isso com cuidado no sofá de forma meticulosa. Também liguei a TV, deixando a lista com os filmes pronta e diminui um pouco as luzes da casa, deixando apenas um abajour ligado juntamente com os raios luminosos da cidade, que atravessavam a enorme janela de vidro da cobertura onde moramos.
Respirei fundo, olhando para tudo preparado. Um sentimento de pertencimento foi crescendo dentro de mim. Finalmente eu estou em casa, e finalmente eu vou poder vê-lo de novo.
Sem conseguir conter a ansiedade, olhei para o relógio. E vendo que eu ainda tinha trinta minutos até que Keigo chegasse, decidi ir tomar um banho e trocar de roupa.
E assim que eu terminei de passar a blusa comprida pela minha cabeça enquanto ia para a sala, ouvi a voz tão conhecida por mim no corredor da cobertura, abafada pela porta.
Deixei a minha mala no canto mais escondido da sala (Eu esqueci de levá-la para o quarto, e agora eu não tenho tempo) e fui até a enorme bancada que separava a cozinha da sala, me escondendo ali.
O barulho da chave na fechadura foi ouvido, meu coração começou a bater mais e mais rápido, ecoando em meus ouvidos a alegria de saber que vou conseguir ver o meu namorado de novo.
Hawks: Lar doce lar. -Ele falou baixo, soltando um suspiro em seguida- Nem tanto, sem a S/N fica... O que é isso?
Espiei cautelosamente pela bancada. Keigo, com o rosto franzido, analisava a sala com confusão. Sorri, me preparando para me levantar e anunciar a minha chegada, mas a voz dele me atrapalhou.
Hawks: Quem está aí? -Entrou em posição de combate- Um invasor? E essa comida aqui? Está envenenada? -Se aproximou do sofá- Como um invasor sabe que esse é um dos meus filmes preferidos? -Murmurou, olhando para a TV.
Ele balançou o rosto de um lado para o outro rapidamente, voltando para a posição de combate.
Segurei a risada o máximo que pude. Com a minha individualidade, fiz uma vinha crescer atrás dele, usando-a para cutucar seu ombro. Ele se virou ao mesmo tempo que desfiz a vinha, ficando de costas para mim.
Hawks: Acho bom parar de se esconder. -Sua posição de combate se intensificou.
Respirei fundo para impedir a risada que queria escapar de mim e saí do meu esconderijo. Hawks ainda estava de costas para mim, então não viu quando eu ergui os braços, em forma de rendição.
— Pronto, tem razão. Já me rendi. -Ele se virou- Droga, meu plano não deu certo. Vou ter que achar outra forma de atacar o herói número 2, não é?
Não consegui tirar o sorriso do rosto, ainda mais quando o Keigo fez aquela cara de surpresa dele.
Hawks: S/N? -Esbravejou- Você... pera, que?
Apontei para a minha mala no canto da sala. O olhar dele se alternou entre a mala e o meu rosto.
Mexi os meus ombros, esperando pela reação dele.
Um sorriso enorme apareceu em seu rosto. Na velocidade da luz, Hawks voou até mim, passando os dois braços pela minha cintura em um abraço apertadíssimo, me girando.
Hawks: Você voltou mesmo. Meu Deus, que saudade! -Me apertou ainda mais.
Passei meus braços pelo pescoço dele, rindo. Keigo escondeu o rosto na minha nuca e começou a planar, nos tirando do chão por um tempinho.
— Eu também estava morrendo de saudades. -Passei a mão nos cabelos dele- Cheguei há algumas horas e pensei em fazer una surpresa.
Ele não respondeu nada, só balançou a cabeça. Não demorou muito para eu descobrir que ele estava chorando, e por isso escondeu o rosto.
— Por que está chorando? -O fiz olhar para mim ao mesmo tempo que ele nos colocou de volta no chão.
Hawks: É que... Poxa, S/N. Ficamos um mês longe um do outro, sabia que foi extremamente difícil ficar um mês sem você por perto? Eu te digo, foi horrendo, assustador, ruim, péssimo, horrível e-
— Já entendi. -Ri- Também foi péssimo para mim. -Passei a mão pelo seu rosto- Mas agora eu voltei. Estou aqui e não vou sair tão cedo.
Hawks: Graças à Deus! -Ele se inclinou.
Sua boca encontrou a minha rapidamente. Foi um beijo demorado que descarregou toda a saudade que nós dois sentimos.
— Ah. -Comecei- Deixa eu pegar a minha mala. Trouxe presentes para você. -Sorri.
Tentei sair do abraço dele, mas Keigo não deixou e apertou mais ainda os dois braços ao meu redor.
— Keigo! -Ri- Eu tenho que entregar seus presentes. É rapidinho, eu só vou pegar a mala.
Hawks: Não! -Beijou minha testa- Temos todo o tempo do mundo para você me entregar os presentes. Agora eu só quero ficar perto de você.
Suas mãos me puxaram para mais perto (se é que fosse possível) em mais um abraço.
— Tem razão. -Retribui o abraço- Então nós podemos, pelo menos, assistir ao filme e comer o que eu preparei? -Arqueei as sobrancelhas, me afastando apenas para olhá-lo.
Hawks: Hmm... -Fingiu pensar- Com uma condição. -Sorriu, beliscando a minha cintura.
— Qual condição? -Belisquei a cintura dele de volta, fazendo-o rir.
Ele sente cócegas.
Hawks: Eu não vou te soltar até vermos o último filme. -Beijou a minha bochecha- É a minha condição.
— E se eu recusar a sua condição? -Passei os dois braços pelo pescoço dele. Me inclinei para trás, sendo sustentada pelas mãos dele.
Hawks: Poxa. -Fez biquinho, me erguendo novamente para se aproximar de mim- Mas se você recusar, eu vou fazer mesmo assim. -Piscou.
— Previsível. -Rimos- Mas tudo bem, aceito sua condição.
Ele deu um sorriso equivalente ao de uma criança que ganhou exatamente o que queria de natal, me puxando até o sofá em seguida.
Nos ajeitamos antes de colocar o primeiro filme na nossa TV. E como o prometido, deixei o Hawks ficar grudado em mim.
Eu falei que ele seria capaz de nos colar um no outro.
Foi quase a mesma coisa.
Mas depois do terceiro filme, fui eu quem ficou com vontade de me grudar nele. Então eu me deitei em seu peito, recebendo um cafuné premium no meu cabelo. E se me permite dizer, o cafuné dele é o melhor do mundo.
— Eu vou acabar dormindo assim. -Murmurei, me aconchegando mais ainda.
Hawks: Eu também vou acabar dormindo. -O bocejo dele em seguida deu mais veracidade para a fala.
— Mas quem está recebendo o cafuné sou eu. -Ri
Hawks: Pode até ser. -Bocejou de novo- Mas a senhorita não acha que, talvez, ter o seu peso em cima de mim seja confortável? Pois eu respondo: É! -Continuou mexendo no meu cabelo- Além de ter a sensação familiar de que você está por perto. Tudo isso me deixa relaxado. E com sono.
— Entendi. -Sorri- Pode dormir, se quiser.
Ele alcançou o controle da TV para desligá-la, nos aconchegando mais ainda um no outro.
Hawks: Só vou dormir depois que você dormir. -Deixou um beijo no topo da minha cabeça.
— Tudo bem. -Comecei a desenhar círculos no peito dele, sei que isso o deixa com sono.
Hawks: S/N... -Me chamou. Sua voz estava tão sonolenta que me questionei se ele já não estava dormindo.
— Diga.
Hawks: Estou muito feliz por você estar de volta. -Recebi um beijo na testa- Mais do que eu demonstrei.
— Mais do que você demonstrou? -Questionei, rindo em seguida.
Hawks: Bem mais. -Riu também- Você já é uma parte de mim, então sinto que nada do que eu faça seria o suficiente.
Respirei fundo. É exatamente essa mesma sensação que eu tenho. É uma felicidade tão grande, que parece que eu vou explodir por dentro.
— Também me sinto assim. -Continuei com os círculos em seu peito.
Ficamos assim por um tempo. Eu sentia que não demoraria muito para que eu acabasse pegando no sono, e acho que ele também não.
— Então... -Fechei os olhos- A surpresa foi boa? -Perguntei com um fio de voz.
Hawks: A melhor que eu poderia receber. -Respondeu, sua voz tão cansada quanto a minha.
Ficamos totalmente em silêncio depois disso.
E nós dois acabamos dormindo.
♡