Graysson
Eu nunca amei Belle mais do que naquele momento. Nunca estive mais orgulhoso dela.
E nunca estive tão frustrado com ela. Eu andei de um lado para o outro atrás de seu prédio, meu corpo inteiro tremendo com rosnados. O prédio estava caindo aos pedaços e definitivamente não era adequado para minha mulher. Eu não queria nada mais do que entrar lá, jogá-la sobre meu ombro novamente e levá-la para um hotel cinco estrelas.
Lá eu a alimentaria com a melhor comida que o dinheiro pudesse comprar, massagearia seus pés cansados e a colocaria na cama com meus braços em volta dela. Eu podia sentir sua tristeza e devastação através do vínculo. Ela havia parado de chorar uma hora atrás, mas ainda estava acordada.
O arrastar de pés quieto que eu ouvia de sua janela de vez em quando me dizia que ela não conseguia dormir. Eu me senti ridículo. Aqui estava eu, um alfa não, o rei do sobrenatural, caramba- parado do lado de fora do apartamento de minha companheira como um stalker patético, desesperado para conseguir qualquer vislumbre dela.
Mesmo o leve movimento das cortinas da janela aberta por causa do vento fazia meu coração disparar. Era meia-noite e a luz do apartamento ainda estava acesa. Continuei andando sob sua janela, nunca tirando os olhos do vidro.
Meu peito não parava de vibrar com o rosnado constante do meu lobo. Ele sentia falta de sua companheira tanto quanto eu. Até meu vampiro sentia falta dela, embora mal tivesse passado tempo com ela. Minha mandíbula se apertou. Por que diabos ela ainda estava acordada? Ela tinha trabalhado duro o dia todo. Achei que a tinha trazido para casa para descansar, não para ficar acordada a noite toda.
Eu sabia que ela estava exausta. Ela deve estar com muita dor também, dor causada por ela resistir ao vínculo de companheiro e continuar me mantendo fora de sua mente. Se ela apenas me deixasse entrar, me deixasse confortá-la através do vínculo, ela entenderia o quanto eu sentia falta dela. Precisava dela. Me arrependia de tudo o que havia acontecido.
Eu congelei quando vi um leve movimento por trás do vidro de sua janela. Minha respiração parou. Belle se aproximou lentamente da janela, com os olhos inchados e as bochechas manchadas de lágrimas. Ela ainda vestia seu uniforme de embora agora estivesse amassado dia todo garçonete, por usá-lo Ela olhou para fora hesitante, com os braços em volta da cintura, do jeito que fazia quando se sentia vulnerável.
Eu sabia que ela podia sentir que eu estava observando pela forma como seu corpo relaxou um pouquinho, se confortando com a sensação do meu olhar sobre ela. E então, embora estivesse escuro lá fora e eu tivesse certeza de que ela não podia me ver, seu olhar me encontrou por alguns instantes,
Eu não pude controlar quando meu vampiro e lobo vieram para frente, tentando dar uma olhada melhor em sua companheira. Eu estava grato pela escuridão. Eu não queria que meus olhos vermelhos brilhantes a assustassem. Sua mão se levantou e pousou suavemente no vidro da janela, como se estivesse estendendo a mão para mim. Meu lobo choramingou. Dei um passo à frente, mal conseguindo me conter. Uma lágrima desceu por sua bochecha.
Meu coração totalmente despedaçado. Sem pensar, me aproximei, querendo segurá-la em meus braços e dizer que tudo ficaria bem. Com as mãos trêmulas, ela fechou a janela e as cortinas, bloqueando minha visão. Parei de andar, sabendo que ela estava me dizendo que não me queria perto dela.
Ela começou a chorar de novo. Eu podia ouvir os soluços constantes que ela estava tentando tanto suprimir, mesmo através da janela fechada. E não havia nada que eu pudesse fazer. Tudo que eu podia fazer era ficar lá e esperar que ela eventualmente me deixasse entrar, me deixasse explicar o que tinha realmente acontecido.
***
Belle finalmente adormeceu um pouco mais de uma hora depois, graças a Deus. Depois de chorar - soluçar de exaustão, sua respiração
finalmente começou a se regularizar por volta das duas da manhã.
Eu estava sentado embaixo de uma árvore do lado de fora do apartamento de Belle, olhando para a janela dela. Nunca me senti tão inútil, tão impotente em toda a minha vida. Eu não sabia como dar um jeito nisso. Manter distância estava me matando e a ela. Eu sabia que o vínculo estava causando muita dor a ela porque eu estava tão perto, tentando dar a ela o impulso final para nos forçar a ficar juntos.
Mas ela era tão teimosa e não faria o que era bom para ela. A imagem da minha marca em seu pescoço entrou em minha mente. Estava tão inchada que tinha a forma de um caroço gigante. Estava cercada por pequenos furúnculos e sem dúvida estava infectada.
Eu não podia nem imaginar o quanto doía. Fiquei fisicamente doente ao pensar em quanta dor ela estava sentindo e saber que, pelo menos no momento, não havia nada que eu pudesse fazer para ajudar.
Neste ponto de nosso relacionamento,
deveríamos estar totalmente acasalados, e a marca não deveria ser nada mais do que uma pequena cicatriz branca em seu pescoço, visível apenas se você estiver procurando por ela. Mas porque Belle e eu estivemos separados por tanto tempo, porque ela negava o vínculo, estava enorme e irritada, uma consequência de nosso faminto vínculo de companheiro.
Um súbito e horrível grito de terror me tirou dos meus pensamentos, vindo do apartamento de Belle. Eu imediatamente soube que algo estava errado com minha companheira e estava de pé e correndo em sua direção em menos de um segundo.
Eu pulei até a janela dela sem nenhum problema e a abri, entrando rapidamente em seu quarto e caindo de pé com facilidade.
Procurei ameaças na pequena sala, mas fiquei confuso quando não encontrei nenhuma. Meu olhar frenético encontrou Belle. Ela estava na cama, obviamente ainda dormindo. Mas ela choramingava, se revirando e remexendo.
Uma careta profunda estava em seu lindo
rosto, e lágrimas escorriam de seus olhos bem fechados. Ela estava tendo um pesadelo. Outro grito de terror saiu de sua boca. despedaçando minha alma. "Não!" ela gritou. ainda dormindo. "Por favor não!"
Me aproximei dela rapidamente, tomando cuidado para não acordá-la. Se ela acordasse e me encontrasse aqui, ficaria ainda mais apavorada do já estava.
"Belle, querida." eu sussurrei enquanto me ajoelhava ao lado de sua cama. Eu tive que ignorar o fato de que era apenas um colchão no chão em um esforço de manter algum tipo de rastro da minha sanidade.
Seu corpo estava coberto por um cobertor simples e fino. Ela estava tremendo, arrepios aparecendo em seus braços, seus mamilos rigidos através de sua regata fina. Minhas mãos se contraíram com a necessidade de tocá-la.
"Grayson," sua voz aterrorizada disse.
Meus ombros se curvaram enquanto cu suspirava. "Estou aqui, querida, estou aqui."
"Não!" ela gritou de repente. "Grayson, por favor, não! Por favor, não..."
Meu estômago caiu no chão em entendimento. Ela estava tendo um pesadelo sobre... mim. Ela estava sonhando que eu a estava machucando... me forçando sobre ela.
"Desculpe!" Belle continuou. Sua voz foi obstruída por suas lágrimas. "Desculpe. Por favor, não-
"Belle, Deus, não", cu sussurrei. Eu gentilmente peguei sua mão na minha. "Shh...", eu disse. "Shh, está tudo bem. Estou aqui. Nunca mais you machucar você."
Achei que ouvir minha voz a ajudaria, mas aconteceu o oposto. Ela se revirou mais no momento em que me ouviu falando com ela enquanto tentava tirar sua mão da minha. Eu não iria aceitar.
Minha voz poderia até aterrorizá-la, mas meu toque não deveria. Ela foi privada dele por tanto tempo.
Quanto mais Belle continuava a chutar e gritar, seu pesadelo piorando, mais desesperado eu ficava para acalmá-la. Eu tinha que fazer alguma coisa.
Eu rastejei para a cama ao lado dela e passei meus braços ao redor dela, puxando-a contra a meu corpo.
Por um momento, ela lutou contra mim, batendo seus pequenos punhos em meu peito e chutando em seu sono.
Isso não afetou meu controle sobre ela. Na verdade, eu apenas intensifiquei meu aperto, colocando uma perna sobre ela e deixando minha mão subir pelas costas de sua camisa para descansar na pele nua de suas costas, a prendendo a mim.
Eu a segurei com força, sentindo seu corpo tremer contra o meu.
Foi então que percebi o quão abatida ela realmente estava. Eu podia sentir sua coluna proeminente contra minha mão na parte inferior de suas costas.
Suas bochechas estavam fundas, e o contorno de suas costelas cutucou meu estômago. Isso me fez pensar quando foi a última vez que ela comeu.
Eu a observei trabalhar o dia todo e não a vi fazer uma pausa, nem mesmo para comer alguma coisa depois que eu exigi. Ela tinha alguma coisa para comer?
Eu fiz uma careta e a abracei mais perto de mim. Eu me certificaria de que ela comesse amanhã, mesmo que ela não soubesse que era eu quem estava dando a comida para ela.
Seu corpo finalmente parou de lutar contra mim, reconhecendo o toque de seu companheiro. Suspirei profundamente de alívio. Ela ainda tremia e ainda havia lágrimas escorrendo de seus olhos fechados, mas pelo menos ela estava calma.
"Grayson", ela sussurrou em seu sono. "Por favor... me desculpe..."
Meu lobo choramingou. "Não", eu disse, desespero pingando em meu tom. "Você não fez nada de errado." Eu esperava que ela pudesse me ouvir mesmo que ainda estivesse dormindo.
"Você não fez nada errado. Está me ouvindo, Belle? Quem deveria se desculpar sou eu. Eu cometi o erro, não você. Eu te amo muito. Você precisa saber disso. Eu te amo pra caralho."
"Grayson." ela choramingou novamente.
Suspirei e me inclinei para beijar sua testa. "Shh...", murmurei contra o cabelo dela. "Você está bem agora. Estou aqui e você está bem. Relaxe agora, meu amor. Estou aquí. Estou
aqui.
Como se eu tivesse dado uma ordem, seu corpo lentamente começou a parar de tremer e ela suspirou satisfeita.
Ela inconscientemente se aproximou de mim, encontrando conforto nos braços de seu companheiro, e aninhou o rosto em meu peito, exatamente onde ela pertencia. Senti o aperto no peito diminuir um pouco.
Incapaz de evitar, me inclinei e lambi a marca irritada em seu pescoço. Eu sabia que não ajudaria muito a curá-la a longo prazo, mas aliviaria sua dor por enquanto.
A única maneira de realmente curar a marca e o vínculo seria permanecer em contato físico com ela. Isso alimentaria o vínculo que estava tão obviamente morrendo de abstinência. Era isso ou acasalar, mas isso era mais complicado agora.
Acasalar não significava apenas completar o vínculo de companheiro e ligá-la a mim para sempre, mas agora a consequência seria uma mudança desconhecida para Belle.
Eu não tinha esquecido que Belle se
transformaria em uma fada depois que acasalarmos pela primeira vez, eu tinha escolhido deixar isso fora da minha mente por enquanto.
Eu não queria pensar sobre ela passando por uma mudança dolorosa depois de fazer amor com ela, algo sobre o qual eu não tinha controle, porque eventualmente teríamos que acasalar ou correr o risco de matar ainda mais o vínculo.
Belle gemeu contra o meu peito, movendo o pescoço para o lado para que eu tivesse acesso à marca. Ela queria que eu cuidasse disso para ela.
Eu lambi a marca alegremente, mais do que
disposto a cuidar da minha companheira de
qualquer maneira que ela precisasse.
Eventualmente, Belle caiu em um sono mais profundo, encontrando paz em meus braços. Quando foi a última vez que ela dormiu direito?
Com base nas olheiras sob seus olhos e no olhar de exaustão que vi em seu rosto, deve ter sido na mesma época que eu, se não antes disso.
Eu me perguntei se o vínculo a deixava dormir. Ela estava com muita dor?
Tentei manter a calma e não deixar meu lobo assumir o controle. Eu tinha que me lembrar que eu tinha Belle de volta agora.
Pode demorar um pouco para consertar o que quebrei e fazer que ela confiasse em mim novamente, mas eu a tinha em meus braços e ela estava aproveitando um descanso muito necessário. Isso era tudo o que importava.
"Sh...", continuei sussurrando em seu ouvido, aproveitando a sensação dela relaxando contra mim pela primeira vez em meses. "Eu te amo, Belle. Eu te amo. Eu sinto muito."
Ficamos assim o resto da noite. Eu não me deixei cair no sono, não querendo ficar acidentalmente até a manhã, mas também não querendo deixar Belle sair de meus braços.
Eu a estudei durante a maior parte do tempo, segurando os rosnados raivosos do meu lobo toda vez que eu notava o quão acabada e frágil ela parecia.
Nosso tempo separados a afetou muito, mas, meu Deus, ela era tão forte. Muitos não seriam capazes de passar três meses sem seu companheiro, especialmente antes de completar o ritual de acasalamento.
Nossos corpos já estavam gravitando um em direção ao outro, tentando nos forçar a acasalar. Teria sido doloroso a esse ponto mesmo se ela não tivesse fugido de mim.
Suspirei quando o sol começou a nascer horas depois. Me movi, sabendo que deveria me levantar para que Belle não surtasse quando acordasse.
No momento em que me movi, porém, Belle choramingou e pressionou seu corpo frágil mais perto do meu. Ela passou os braços em volta do meu pescoço e enfiou o rosto nele.
Meu peito apertou. Eu queria ficar com ela mais do que qualquer coisa no mundo. E eu sabia que Belle também queria que eu ficasse; ela simplesmente não deixaria seu eu consciente ceder a essa necessidade. Eu gemi baixinho quando uma de suas pernas envolveu minha cintura, inconscientemente pressionando seu núcleo quente contra o meu e se aninhou ainda mais em meu pescoço. respirando profundamente o meu cheiro.
"Eu sei, amor, eu sei", sussurrei contra seu cabelo. Eu inalei profundamente o cheiro dela também, antes de deixar um beijo final em sua testa.
"Eu tenho que ir agora, linda, mas saiba que não vou te deixar. Estarei bem atrás de você onde quer que você vá, te protegendo e garantindo que você esteja bem.
"Apenas me avise quando precisar de mim, e eu estarei lá, ok?" Inclinei sua cabeça suavemente para que eu pudesse ver seu lindo rosto adormecido. Eu sorri suavemente quando notei que um pouco de cor tinha voltado às suas bochechas. Ela não parecia mais tão cansada e pálida. Ótimo
"Por favor. Por favor, fale comigo em breve. Por favor, apenas ouça o que tenho a dizer. Eu te amo. Preciso de você na minha vida."
Me movendo o mais lenta e gentilmente que pude, me desvencilhei de minha companheira e me lancei para longe dela, grunhindo pela dor física que isso me causou. Meu corpo inteiro queimou com a necessidade de voltar para a cama e pressionar Belle contra mim pelo resto da eternidade.
Lobisomens machos achavam extremamente
dificil ficar longe de suas companheiras. especialmente quando elas estavam com dor. Poderíamos enlouquecer com a necessidade de cuidar delas para se recuperarem e garantir que o que quer que as machucasse nunca mais se aproximasse delas.
Eu estava indo contra a minha própria natureza, colocando mesmo um palmo de distância entre nós. Eu ignorei meu lobo e vampiro que estavam me instigando a ficar. Eles só estavam piorando minha turbulência interior.
Eles não entendiam que para recuperá-la, tínhamos que ficar longe. Tínhamos que dar espaço a ela para que ela soubesse que nunca mais a forçaríamos a fazer nada.
Eu grunhi quando meu lobo assumiu o controle do meu corpo e de repente me empurrou para trás com tanta força que meu corpo bateu na cama, quase acertando a forma adormecida de Belle.
Meus olhos correram para olhar para ela. Ela ainda estava dormindo, graças a Deus. Sua capacidade de dormir com todo o barulho apenas me lembrou o quanto ela precisava descansar.
Prometi a mim mesmo que voltaria esta noite.
E todas as noites depois disso. Eu desistiria de dormir pelo resto da minha vida se isso significasse ajudar minha companheira a descansar. Assim que Belle começou a se mexer durante o sono, escapei pela janela.