As sobrancelhas de Liam subiram.
"Sem telefone?", perguntou."Isso não é meio perigoso? E se algum estranho tentar algo e você precisar pedir ajuda?" Dei de ombros. O pensamento me ocorreu em mais de uma ocasião, mas não havia muito que eu pudesse fazer a respeito. Sem dinheiro não tinha como comprar um celular.
"Acho que eu provavelmente deveria evitar conversa fiada com estranhos?" Eu propus, levantando as sobrancelhas para ele em um desafio.
" Sabe, essa é uma ótima ideia", disse a irmã de Liam.
"Vamos deixá-la em paz. Chega de estranhos no seu caminho". Liam inclinou-se para a frente, ignorando-a completamente.
"Você sabe... essa coisa toda de estranha pode ser cuidada de verdade, muito rápido, linda."
"Uh.." Consegui dizer, não sei como responder. Poucos caras tinham batido em mim antes. Eu não sabia qual era o protocolo adequado. Havia uma maneira certa de recusar alguém?
"Liam Blackwood, e esta é minha irmã gêmea Laila", continuou antes que eu pudesse responder."Uma vez que você me diga seu nome, não seremos mais estranhos, agora vamos? Então podemos falar o tempo que quisermos sem ter que nos preocupar."
"Não, não podemos!", gritou sua gêmea, Laila.
"Ela obviamente não está interessada em você, cara, então, por favor, siga em frente. Temos lugares para estar e um pai muito irritado para lidar. E adivinha? É melhor você acreditar que eu estou culpando você por todo esse fiasco. Você vai ter que ouvir papai te dar uma palestra sobre a importância da gestão do tempo para toda a refeição, e você não vai receber nenhuma simpatia de mim porque essa é toda sobre você, Teríamos chegado a tempo se não o tivesse se olhando no espelho antes de partirmos.
"E aí você prova, mais uma vez, que só é capaz de pensar com o pênise tem que parar para falar com a garota nova bonita na cidade, mesmo que você saiba que não podíamos até não deveria estar conversando com ela em primeiro lugar."
"Então eu sugiro que você pegue sua bunda e dirija a porra do carro antes de eu empurrá-lo para a rua e sair sem você!" A respiração de Laila era difícil, e suas bochechas estavam tingidas de vermelho. Liam, no entanto, parecia entediado com seu desabafo.
Estava ficando claro que esse tipo de briga era uma ocorrência regular entre os dois. Ele a encarou por alguns segundos.
"Terminou?" questionou. A mandíbula de Laila apertou, toda a sua forma endureceu de raiva. Liam olhou para mim e sorriu casualmente.
"Você sabe, eu acho que há algumas pessoas por aí que poderiam realmente tirar proveito da terapia. Ou gestão da raiva." Ele olhou de volta para Laila, que lhe deu um olhar de incredulidade, jogando os braços para o alto derrota. Ela se inclinou para trás em seu assento.
"Eu desisto. Faça o que quiser." Liam virou-se para mim novamente.
"Não vou mentir para você, nova garota. Não me sinto bem em deixá-la aqui fora sozinha, sem ter como pedir ajuda se precisar." Olhei ao nosso redor. Não havia muitas pessoas nas ruas agora que estava escurecendo, mas aqueles que ainda estavam fora de casa pareciam as pessoas menos ameaçadoras do mundo. Eram principalmente apenas famílias e casais de aparência feliz. Levantei a sobrancelha.
"Sua cidade é conhecida por seu crime ou algo assim? Eu realmente não estou recebendo essa vibe."
"Você ficaria surpresa, na verdade", disse ele. Não pude deixar de notar a maneira como um músculo saltou em sua mandíbula.
"Você tem um lugar para ficar esta noite?" Eu imediatamente assenti, confusa sobre por que tantas pessoas pareciam se importar com o que estava acontecendo comigo. De onde eu vim, e acho que na maioria dos casos, as pessoas cuidavam do próprio negócio.
"Sim. Estou bem." Ele olhou minha mala e roupas sujas.
"Tudo bem, bem, na chance de seus planos caírem, há um hotel e café na esquina que geralmente tem vagas. Diga-lhes que Liam Blackwood lhe enviou, e eles devem ser capazes de prepará-la para a noite." Meu peito se encheu de esperança com suas palavras.
"Sério?" Então, percebendo que eu tinha basicamente acabado de me entregar como mentirosa sem lugar para ficar, eu rapidamente continuei.
"Quero dizer, uh, obrigada, mas tenho certeza de que isso não será necessário." Liam pegou em seu bolso e puxou uma espécie de invólucro, anotando algo nele com uma caneta que tinha em seu carro. Ele me entregou.
"Também deve haver um telefone lá que você poderia usar. Ligue para mim se você tiver algum problema. "Olhei para o número de telefone em minhas mãos. Eu estava começando a ter déjà vu, lembrei da interação que tive com Loretta esta manhã. Tentei dar um sorriso a Liam, guardando o número no bolso.
"Tenho certeza que vou ficar bem." Liam não parecia tão convencido. Na verdade, ele parecia mais preocupado do que antes. Depois de mais alguns segundos, no entanto, seu olhar se moveu de mim para o relógio em seu pulso.
"Hmm, sabe de uma coisa?", disse ele, pressionando a língua na parte interna da bochecha.
"Acho que vamos chegar atrasados para o jantar.Laila, por que você não disse nada?" Ele balançou a cabeça, olhando para mim com uma expressão fingida e exasperada.
"Tenho que fazer tudo por aqui. Foi bom conhecê-la, nova garota." Ele colocou o carro em marcha.
"Uh, sim, você também", respondi. Enquanto eles se afastavam, observei a silhueta de Laila pela janela traseira de seu carro continuamente batendo na cabeça de Liam com mais agressividade do que eu esperaria de alguém tão pequeno. Tive que segurar uma risada. Eu ainda podia ouvi-los gritando um com os outros enquanto seu carro saía de vista.
"Novecentos dólares?" Eu exigi. "Por uma noite?" A senhora sorridente atrás do balcão da cama e café da manhã que Liam havia me recomendado assentiu."Este é um estabelecimento muito bom." Era também o único lugar com alguma vaga nesta cidade abandonada por Deus. Foi ótimo que custou um braço e uma perna para dormir aqui.
"Os lençóis são enfiados com ouro ou algo assim?" Perguntei. A expressão gentil da mulher tornou-se dura em questão de segundos.
"Não", retrucou ela. "Mas cada quarto tem duas camas king-size, vista para o mar, jacuzzi pessoal, acesso à praia e café da manhã de cortesia todas as manhãs.
"Existe algum tipo de exceção que pode ser feita? Posso fazer uma guia e pagá-la de volta quando eu tiver o dinheiro?" Eu odiava a ideia de dever a alguém, mas não tinha outra escolha.
"Por favor, não tenho mais onde ficar."
"não, querida." respondeu a mulher, em tom fingindo simpatia. Eu a vi estudar minha aparência com desgosto, parando em minha bochecha machucada e depois em minhas roupas manchadas. O nariz dela até apertou.
"Há um motel a cerca de uma hora de carro daqui que é um pouco mais barato se você quiser tentar a sorte lá", Isso seria ótimo se eu tivesse alguma maneira de chegar lá. Quando contei tudo a ela, ela apenas deu de ombros e se afastou, obviamente entediada com a conversa. Suspirei.
"Faria alguma diferença se eu dissesse que Liam Blackwood me enviou?" Isso chamou a atenção da mulher. Ela voltou-se para mim, surpresa pintada no rosto.
"Liam Blackwood? Ele mandou você vir aqui?" Acenei com a cabeça.
"Um segundo. Deixe-me fazer um telefonema." A mulher desapareceu atrás de uma porta que deve ter levado a um escritório. Ela voltou um ou dois minutos depois, com os lábios franzidos.
"Sinto muito, o proprietário não acha que seria uma boa ideia para você ficar aqui, apesar de sua conexão com o filho dele." De repente fez sentido. Blackwood's Cama e Café Breakfast. Blackwood-como em Liam Blackwood. A família de Liam era dona do local.
"Agora, vou ter que pedir para você sair", continuou a mulher. Mordi meu lábio, sentindo meu peito apertar e minhas lágrimas indesejadas. Dei mais um olhar suplicante para a mulher, que só foi recebida com uma cara de pau que me disse, em hipótese alguma, que ela iria ceder.
ela não ia ceder. Não tendo outra escolha, virei o calcanhar e saí da cama e café da manhã. Uma vez lá fora, uma nova e inesperada onda de dor me atingiu como uma tonelada de tijolos. Imediatamente larguei minha mala e mochila, dobrando e rangendo os dentes para conter um grito.
Foi o pior que já teve. A dor durou cerca de um minuto. Eu podia sentir a presença de Grayson em minha cabeça, empurrando minha consciência, tentando invadir minha mente para que ele sem dúvida pudesse me atormentar um pouco mais.
Eu chorei quando ele empurrou de novo, quase derrubando minhas paredes. Por que ele estava fazendo isso? Por que ele pressionou para ficar conectado comigo? Será que ele era mesmo aquele eruel? Tão cruel que ele deliberadamente me causaria mais dor depois de me rejeitar e colocar no inferno? meu corpo.
"Ei, nova garota!", gritou abruptamente uma voz familiar. Eu pulei, minha cabeça voando.
"O que você está fazendo na chuva?" Liam. Liam, o menino de antes, estava se aproximando de mim, com a mão erguida sobre os olhos para protegê-los da chuva. Eu queria gritar para ele me deixar em paz. Eu não queria que ele me visse assim, e eu definitivamente não queria a ajuda que eu sabia que ele tentaria oferecer. Mas eu simplesmente não conseguia fazer minha boca funcionar. Eu não conseguia formar as palavras. Liam fez uma pausa quando se aproximou, vendo claramente minha expressão dolorosa e lágrimas. Seu rosto amoleceu.
"Ei", ele disse gentilmente. "Você está bem?" De cabeça, arrumando meu cabelo molhado. "Estou tudo bem", sussurrei. Eu odiava como minha voz soava quebrada.