Maria Júlia.
Um mês depois.
Falta uma semana pra acabar as aulas e eu não poderia estar mais feliz. Finalmente não vou mais precisar pisar naquele inferno.
Acabei de chegar e vou direto para o quarto, coloco uma roupa fresquinha e vou pra cozinha pra fazer o almoço.
Fico um bom tempo pensando no que fazer e decido fazer arroz, feijão, bife acebolado, batata e salada, não tem erro né?
⏳
Termino o almoço e arrumo tudo em cima do balcão. Faço o meu prato, pego um copo de coca-cola e vou pra sala me sentando no sofá. Ligo a tv e almoço vendo "depois do universo".
Quando terminei de assistir, não tinha mais lágrimas pra chorar. Porra, que filme é esse? Tava tão concentrada nos meus pensamentos que nem percebi o Lucas chegando.
— Porque cê tá chorando, doida?
— O Gabriel... ele morreu — Falei olhando pra ele.
— Que? o gb tá ali na porta, maluca. — Responde, sem entender nada.
— Não esse Gabriel, idiota. — Ele continuou com o mesmo olhar. — É porque eu tava assistindo depois do universo. — A expressão dele muda.
— Pelo amor de Deus! Cê tá chorando por causa de filme? — Balancei a cabeça. — Vai se fuder, Maria Julia! — Olhei indignada pra ele.
— Seu insensível. — Dei a língua pra ele e Lucas riu.
— Quem dá a língua, pede beijo. — Revirei os olhos.
— ai caçar o que fazer vai. — Levantei e fui pra cozinha com o meu prato na mão.
— Fez o que de bom?
— Comida. — Sorri falsa pra ele.
⏳
Hoje tem baile e é óbvio que eu vou né. São 19h e o baile começa as 22:30, ok eu vou me atrasar. Fui tomar banho e aproveitei pra lavar o meu cabelo, assim que eu terminei sai do banheiro enrolada na toalha e fui para o quarto da Agatha. Sentei na penteadeira dela e comecei a secar o meu cabelo, quando terminei fiz babyliss e depois fui pra maquiagem, fiz uma maquiagem diferente do que eu costumo usar, mas gostei.
Vesti a roupa que eu tinha separado e depois calcei meu salto, me olhei no espelho mais uma vez e puta que pariu, uma puta gostosa.
Olho a hora e são 22:56, até que eu não estou tão atrasa. Saio do quarto e desço, saio de casa e vejo o moreno do reflexo me esperando com uma cara nada boa.
Ele me odeia.
— Tá pronta folgada? — Ele me olhou com tédio.
— Folgada o caralho. — Falei indo até ele. — Vamos logo.
Ele revirou os olhos e me deu o capacete. Eu subi na moto e ele acelerou indo a caminho do baile.
⏳
Cheguei no baile e fui entrando, senti olhares sobre mim e eu ignorei indo até o camarote. Os meninos estavam bebendo e fumando, mas nem sinal das meninas.
— E ai bando de feios. — Falei com os meninos. — Cadê as meninas?
— Lá em baixo. — Ll apontou pras meninas que estavam dançado na pista.
— Ue, passei por lá e não vi elas.
— Tá ficando cega. — Disse Jv.
Fiquei conversando com os meninos e por um momento olhei para o lado vendo um moço fumando narguile. Fiquei com uma vontade fudida de usar.
— Eu quero! — Falei com o Chefin.
— Quer o que? — Olhou pra mim.
— Narguile. — Apontei para o moço que tava com um.
— Vai ficar querendo.
— Por favor, chefin. — Fiz bico.
— Desde quando cê fuma, fia?
— Já fumei umas vezes. — Ele me olhou estranho. — Pede lá pra mim.
— Não!
— Vai tomar no seu cu, então.
Levantei puta e sai do camarote, fui até o bar e pedi whisky com limão. Enquanto esperava fiquei conversando com uma menina que tava do meu lado e ela era muito gente boa.
— Aqui gatinha. — Me entregou a bebida
— Obrigada. — Sorri pra ele e bebi um pouco.
— Eu nem perguntei, qual seu nome? — A menina que eu conversava perguntou.
— Maria Julia, e o seu?
— Brenda. — Bebeu o que tava no seu copo. — Bom, eu já vou.
— Mas já? tá cedo ainda mulher.
— Tenho compromisso amanhã.
— Me passa seu número pra gente continuar conversando.
Ela me passou o número dela e depois se despediu de mim. Terminei de beber minha bebida e fui até as meninas dançando junto com elas.
Do nada sinto mãos na minha cintura e me viro dando um tapão na cara da pessoa.
— Maria Julia, porra. — Ouvi a voz do Vn e percebi ser ele.
— Aí meu Deus, me desculpa. — Falei rindo. — Eu não sabia que era você.
— Caralho, cara. — Ele passou a mão no rosto e eu e as meninas ficamos rindo.
— Eu avisei que você chegando do nada, ia fazer você ganhar um tapa.
— E que tapa hein? — Falou rindo e eu acompanhei. — Quer me fazer companhia hoje? — Passou os braços pela minha cintura.
— Com direito a massagem? — Ele concordou rindo.
Sempre que eu passo a noite com o Vini ele faz massagem em mim enquanto fofocamos da vida alheia. Eu gosto muito dele e espero que nossa relação dure bastante.
— Eu quero fumar. — Falei me sentando em uma cadeira perto do bar.
— Para com essas ideia de fumar, maluca.
— Você fuma, porque eu não posso?
— Porque eu sou eu, e você é você. — Revirei os olhos.
— Me de uma cerveja. — Falei com o carinha que tava no bar e ele me deu. — Obrigada.
Abri a latinha e bebi um pouco, sinto uma enorme vontade de fazer xixi e me levanto.
— Segura aqui, vou no banheiro. – entreguei a cerveja pra ele.
— Toma cuidado!
Fui andando na multidão de pessoas até chegar no banheiro, bati na porta pra ver se tinha alguém, mas como não tive resposta eu entrei. Fiz o que tinha pra fazer e lavei as mãos, sai do banheiro e fui pra onde eu tava.
— Vamos embora?
— Bora.
— Só vou avisar as meninas.
Ele concordou e eu fui até a Agatha que tava descendo até o chão com o Ll atrás dela.
— Vou dormir na casa do Vini.
— Usa camisinha. — Ela rir.
— Cala a boca!
— Tchau, amiga. — Agatha me abraçou.
— Beijo.
Ia me despedir da Vanessa, mas ela não tava mais lá.
Sai do baile com o Vini atrás de mim, tava parecendo meu segurança. – rir com os meus próprios pensamentos.
— Tá rindo do quê, loira? — Fala agora do meu lado.
— Nada não. — Juntei nossas mãos. — Quando você tem o dia livre?
— Tenho que ver, mas porque?
— Quero mudar meu cabelo de novo e queria que cê fosse comigo.
— Vai fazer o que no cabelo?— Perguntou curioso.
— Tô pensando em colocar mega e pintar de vermelho, ou de preto.
— O vermelho vai deixar você mais gata do que já é.
— Cê acha? — Ele assentiu. — Tenho medo de não combinar comigo. — Falei ajeitando o meu short.
— Combina pra caralho. — Falou parando e só ai percebo que a gente chegou na casa dele.
— Quero furar o umbigo e fazer mais tatuagem.
— Vou ver quando eu tenho dia livre pra poder ir contigo. — Ele falou destrancando a casa dele e entramos.
— Obrigada, lindinho.
— Tô pensando em laçar o reflexo, o que cê acha?
— Tem que raspar né? — Ele concordou. — Vai perder seus cachinhos, amor.
— Cabelo cresce, linda. — Eu rir.
— Você vai ficar um puta gostoso de reflexo.
— Gostoso eu já sou. — Falou convencido.
— Odeio quando você é um convencido. — Ele rir.
Como tinha algumas roupas minha aqui, eu aproveitei pra tomar um banho. Sai enrolada na toalha e pude perceber o olhar do Vinicius em mim, ignorei e troquei de roupa na frente dele mesmo. Pego o meu seu celular na minha bolsa, e vejo que tem mensagem de um número desconhecido, entro na foto de perfil e é a Brenda com o vapor que faz a segurança da casa do Chefin, o moreno do reflexo.
Brenda Carla
19 anos.