Não me veja.

By SSMSantos

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Você já amou perdidamente uma pessoa sem ao menos vê-la? Amar é acreditar sem ver. É sentir, mas sem tocar. M... More

Personagens.
Apresentação.
Sinopse.
Alessandra - Capítulo 1
Teóphilo - Capítulo 2
Alessandra - Capítulo 3
Teóphilo - Capítulo 4
Alessandra - Capítulo 5
Teóphilo - Capítulo 6.
Alessandra - Capítulo 7.
Teóphilo - Capítulo 8
Alessandra - Capítulo 9
Teóphilo - Capítulo 10
Alessandra - Capítulo 11.
Teóphilo - Capítulo 12.
Alessandra - Capítulo 13.
Teóphilo - Capítulo 14.
NÃO É CAPÍTULO.😳
Alessandra - Capítulo 15.
Teóphilo - Capítulo 16.
Alessandra - Capítulo 17.
Teóphilo - Capítulo 18
Alessandra - Capítulo 19.
Teóphilo - Capítulo 20.
Alessandra - Capítulo 21.
Teóphilo - Capítulo 22
NOTA.
Alessandra - Capítulo 23.
Teóphilo - Capítulo 24.
Alessandra - Capítulo 25.
Teóphilo - Capítulo 26
Alessandra - Capítulo 27
Teóphilo - Capítulo 28
Alessandra - Capítulo 29.
Teóphilo - Capítulo 30.
Alessandra - Capítulo 31
Teóphilo - Capítulo 32.
Alessandra - Capítulo 33
Me Ajudem!
Teóphilo - Capítulo 34.
Alessandra - Capítulo 35
Alessandra - Capítulo 36
Teóphilo - Capítulo 37.
Alessandra - Capítulo 38
Teóphilo - Capítulo 39
Alessandra - Capítulo 40
Teóphilo - Capítulo 41
Alessandra - Capítulo 42
Teóphilo - Capítulo 43
Alessandra - Capítulo 44.
Teóphilo - Capítulo 45
Alessandra - Capítulo 46
Teóphilo - Capítulo 47.
Alessandra - Capítulo 48.
Teóphilo - Capítulo 49
FELIZ ANO NOVO!
Alessandra - Capítulo 50.
Alessandra - Capítulo 51.
Alessandra - Capítulo 53
NÃO É CAPÍTULO.
Alessandra - Capítulo 54
Teóphilo - Capítulo 55
Teóphilo - Capítulo 56
Teóphilo - Capítulo 57
Teóphilo/ Alessandra - Capítulo 58
Desculpas.
Alessandra/Teóphilo - Capítulo 59
Alessandra/Teóphilo - Capítulo 60.
Teóphilo - Capítulo 61
Teóphilo e Alessandra - Final.
Agradecimentos.

Teóphilo - Capítulo 52

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By SSMSantos




O som de mensagem em meu celular é frenético e constante.

Logo ouço-o tocar, mas ignoro as ligações.

E são muitas, inúmeras desde que cheguei em Mato Grosso.

Encontro-me em frente à TV assistindo o noticiário local falando sobre o acidente com a fábrica. Estou tentando almoçar, estamos todos aguardando a visita do delegado para podermos ver os laudos e o acompanhar o inquérito para investigações sobre o desabamento. Um jovem de vinte e seis anos morreu entre os escombros e mais quatro ficaram feridas. Nossa intenção, junto com a polícia Civil é identificar as causas e os responsáveis por esse acidente. Eles já fizeram uma espécie de varredura no local e fizeram exames complementares.

Uma das vítimas que retornou ao local disse que perceberam algo diferente em uma das colunas e cogitaram acionar a Defesa Civil, mas isso não foi feito.

O repórter informa a nota da prefeitura da cidade.

Segundo a administração da cidade, o prédio está sendo erguido a pelo ou menos um ano e meio e, está regularizado. A plataforma de um andar está sendo construída a alguns metros de distância do edifício que será o setor administrativo da empresa. A parede da plataforma desabou por volta das quinze e trinta da tarde. Um homem foi localizado nos escombros e quatro feridos foram resgatados e levados para o Hospital Geral de Cuiabá.

João Maria de cinquenta e quatro anos, Nircéia dos Santos de dezenove anos e Nivaldo Brandão de vinte e nove anos, receberam atendimento, foram examinados e já foram liberados. O homem morto foi identificado como Loureiro José Amorin. Já Gertrudes Amorin de quarenta e seis anos, encontra-se em estado grave e sofreu traumas na cabeça, tórax e abdômen. Ela foi encaminhada para fazer tomografia e segue em avaliação pela equipe médica.

Escuto a reportagem sentindo um peso enorme sobre meu peito, sinto que sou responsável pela morte desse rapaz e pelas pessoas que se feriram. Passo as mãos no rosto me sentindo péssimo.

Para mais informações acesse agora nosso site e saiba tudo em primeira mão. João Ferreira para a Bem TV.

Ele termina sua participação e logo outra notícia surge na tela, tirando meu foco dali, trazendo minha atenção para minha xícara de café que agora está morno.

Suspiro.

– Cara, que situação! Eu nunca imaginei que um dia passaríamos por isso. – Max se senta ao meu lado com um prato enorme de comida.

– Nem eu cara! Não gosto nem de imaginar se athair estivesse aqui. Ele estaria muito bravo e já teria revirado essa Cuiabá atrás do culpado. – Sorrio em conformidade.

– E mama estaria ao lado dele impedindo de fazer uma loucura. – Sorrimos. – Sinto muita falta deles. E você? – Suspiro.

– Eu sinto o tempo todo. – Ele anui e suspira. – Bom, quando acabarmos por aqui, vamos nos reunir no salão do hotel, eu conversei com o gerente e ele liberou o local para nós. Precisamos conversar com o delegado responsável pelo caso do desabamento. – Mais uma vez meu celular toca, olho para a tela onde está escrito: PRIVADO. Deixo vibrar até cair na caixa postal novamente.

– Não vai atender? Pode ser importante. – Maxwell morde seu bolinho de arroz e suspira. – Cara, isso é bom. – Ele joga o resto do quitute na boca e mastiga.

– Acho que não! Se fosse algo importante não deixariam o número privado. No mínimo deve ser operadora de celular, ou de cartão de crédito, eles sempre me incomodam com isso. – Corto um pedaço da minha tapioca com ovos, bacon e queijo e levo à boca. Forrei meu prato com saladas, estou sem fome. – Isso está bom! – Ele anui.

– Está mesmo, eu comi uma ontem no café. O buffet do hotel é abundante e perfeito. Ontem não consegui almoçar, estava com o estômago cheio do buffet do café da manhã que tomei. – Maxwell vira seu rosto e congela com o copo de suco no ar, franzo o cenho e sigo seu olhar.

Vejo Elisa entrando no local do restaurante. Seu rosto corado, seus ombros baixos e seu olhar meigo e envergonhado nos procura. Max põe o copo sobre a mesa, limpa sua boca e se ergue abotoando seu terno, ele engole em seco, passa a mão nos cabelos, segura sua muleta e anda até onde Elisa está parada. O olhar da moça ao ver meu irmão se ilumina e um sorriso lindo brota no rosto bonita da linda menina. Tenho Elisa como minha irmã, considero-a muito e desejo de todo coração que seja feliz. Não quero vê-la sofrendo por conta de um amor platônico e unilateral, quero que ela fique bem.

Mas pelo que visto, acho que certo alguém começou a ver Elisa e isso me deixa feliz. Maxwell é um bom garoto, um menino de ouro, simples e de bem com a vida, mesmo tendo um passado bem sofrido, ele se reerguei e continuou vivendo. Sei de suas escapadelas com belas e lindas mulheres, mas nunca o vi ou ouvi ele falando sobre compromisso. Não sei se ele é avesso a esse tipo de obrigação, mas sei que ele é um solteiro invejado e desejado.

Maxwell é um cara boa pinta.

Eles voltam à mesa e ele a ajuda e trazer sua refeição.

Sorrio.

– Boa tarde, senhor Teóphilo! Me perdoe pela demora, perdi hora verificando alguns documentos e respondendo alguns e-mails e esqueci de pôr o celular para despertar para vir almoçar. – Seu semblante preocupado me faz sorrir.

– Fique tranquila Elisa, nós descemos a pouco tempo também. Eu desci primeiro que o Teóphilo e já experimentei várias guloseimas. Olha, prove esse bolinho de arroz está perfeito! – Ele corta um pedaço com o garfo e estende para que Elisa pegue. Ela trava e ergue as sobrancelhas em total surpresa, suas bochechas ainda rosadas ficam rubras, depois ela franze o cenho e meneia a cabeça.

– Não precisa senhor, eu peguei um para mim. – Maxwell morde os lábios deixando-os em uma linha fina e pende a mão para o seu lado anuindo. Ela abaixa a cabeça e começa a se alimentar.

– Ah, claro, me desculpe. Eu achei que...– Pigarreia e sorri envergonhado. – Queria iniciar a reunião irmão. Peguei todos as informações financeiras da empreiteira e já enviei para meu amigo. Ele já viu algo e me disse que está vindo para cá. Não sei não cara, mas eu acho que vai dar ruim para eles. – Ele enche a boca de uma fatia de bolo que pegou de sobremesa.

– Daqui a pouco a polícia civil e o delegado chegam, aí podemos ver tudo e resolver o que vamos fazer. Temos que ter provas concretos e não levantar acusações sem ter algo em mãos que comprove a veracidade do que encontramos. – Eles anuem. – Bom, vou subir, preciso pegar alguns documentos e me preparar para o pior. – Me levanto. – Me deem licença. Elisa, Maxwell. – Saio e subo para meu quarto.

Sento-me na cama e procuro os papéis que preciso mostrar para o delegado. Vejo meu celular vibrar e mais uma vez vejo a palavra privado. Decido colocar em modo avião, hoje não posso perder o foco, preciso estar cem por cento concentrado na reunião. Assim que terminarmos posso tentar retornar as ligações, isso se alguém me atender, claro.

Pego o aparelho e deslizo para desbloquear, vejo a foto de Alessandra como capa de fundo. Nela, Alessandra está deitada de costas, seu corpo coberto apenas com um lençol, ele cobre sua enorme e deliciosa bunda, suas curvas salientes é um atrativo maravilhoso para mim.

Lembro-me que nessa noite Alessandra ficou brava comigo, emburrada e de cara virada por eu não ter deixado que fosse ao serviço em seu antigo carro. Eu pedi para tio Alberto manda-lo para uma reforma completa e geral, mas eu me esqueci de avisar e ela ficou chateada por eu ter feito isso sem seu consentimento. Confesso que fiz imaginando que ela ficaria superfeliz, mas como estou lidando com Alessandra fiquei sem reação.

– Por que está com essa carinha, não gostou da surpresa? – Abraço sua cintura e beijo sua cabeça. Ela torce o lábio deixando de lado e sai de meus braços.

– Eu fiquei, mas eu não quero que gaste seu dinheiro arrumando minhas coisas, você já me deu um carro maravilhoso, tem feito tanto por mim, mas eu não tenho dinheiro para contribuir com essa reforma em meu Uno, pois sei que ficará bem caro, eu já havia orçado. Eu quero ajudar, mesmo que pouco, mas eu quero contribuir, reconheço minhas condições financeiras e por isso eu não gosto quando você faz esse tipo de coisa, me deixa mal, me sinto humilhada como se eu não pudesse pagar as minhas coisas e no caso EU SEI que não posso consertar meu carro velho. – Tento interromper, mas ela meneia a cabeça e suspira alto. – Eu vim de uma família humilde que sempre trabalhou dia após dia para conseguir o pão de cada dia e sempre fizemos com honestidade. Por isso eu te peço, não tire isso de mim. Talvez isso soe como teimosia, ou orgulho da minha parte e até mesmo ingratidão. – Ela morde os lábios e contêm o choro. – Eu sou grata, todos os dias eu agradeço a Deus por tudo o que tenho e por ter colocado você em meu caminho, mas por favor me deixe participar, me deixe dar minha contribuição, assim não me sentirei uma inútil. – Ela se vira e anda até seu carro novo.

– Alessandra, me perdoe eu não sabia... – Ela para e eu faço o mesmo.

– Você sabia sim, você só fez o que achava melhor para você achando que isso me faria derreter diante de ti. Eu agradeço, mas não quero que seja assim. VOCÊ é a pessoa rica aqui e não eu. – Ela volta a andar. – Estou atrasada, tenha um bom dia Teóphilo. – Ela entra em seu carro e sai sem olhar para trás.

Nesse dia, eu fiquei mal, me senti péssimo o dia todo e ela não me deu abertura, não deixou que eu me aproximasse e isso me deixou irritado, muito irritado. Eu sabia que tinha errado, mas não era para tanto. Quando chegamos do trabalho, jantamos e logo ela subiu para o nosso quarto, quando entrei senti o cheiro de sabonete e tentei ficar sentado na cama, mas o desejo de tê-la em meus braços foi muito maior. Entrei de mansinho no banheiro que por sorte não estava trancado, me despi e entrei no box. Alessandra lavava seus cabelos, ela estava de costas para mim e vez ou outra ela se virava me dando uma bela visão de todo delícia que é seu corpo. Abracei sua cintura e beijei seu ombro, ela coloca suas mãos sobre as minhas e ficamos assim por alguns minutos.

– Me desculpe! Eu sei que você estava fazendo as coisas para o meu bem...eu...eu só me sinto... – Segurei seus ombros, virando seu corpo e seguro seu rosto. Sua tristeza mexe comigo. Beijo seus lábios com um selinho demorado.

– Eu quem devo desculpas, eu sei que você presa por seguir com a forma a qual foi criada e eu admiro isso em você e também porque é teimosa. – Sorrio e ela retribui com tristeza. – Você é a pessoa com o caráter mais lindo que eu já vi. Eu sou a pessoa rica aqui, sei disso, mas tudo o que eu tenho é sei. – Ela abre a boca para falar, mas eu toco seus lábios com meus dedos. – É seu. Tudo! E se for preciso me desfazer de toda riqueza para ter você ao meu lado e começar do zero para juntos começarmos a criar nossa história, eu faço isso. – Ela ergue a cabeça e me beija. Um beijo cheio de carinho, compreensão. – Me perdoa? – Encosto em sua testa.

– Só se você me perdoar também. – Me abaixo e seguro sua cintura fazendo com que ela se erga um pouco mais ficando cara a cara comigo.

– Bom, eu conheço uma forma muito boa, na verdade perfeita para te mostrar meu perdão. – Ela sorri e meneia a cabeça e bate em meu ombro.

– Você é um safado! – Gargalho tombando a cabeça para trás. Desligo o chuveiro, dou um beijo gosto em sua boca, ponho minha mulher no chão e juntos seguimos até o quarto onde nos perdemos em nós e declaramos nosso amor a cada toque, suspiro e palavras.

– Ela é a minha vida. – Toco a tela mais uma vez e beijo a foto, sentindo uma saudade imensa dela. Olho para as horas e vejo que nesse horário ela deve estar descansando para a noite ir a premiação.

Ontem à noite, conversei com Paulo marcando uma nova data de nossa reunião e com Alessandra e ela me garantiu que estava bem para viajar. Eu não queria deixa-la ir sozinha, mas eu estava de mãos atadas, sem saber o que fazer e como fazer. Ela é teimosa e não quis vir comigo para Mato Grosso, mas ao mesmo tempo eu entendo seu ponto de vista. Não haveria ninguém de minha família na premiação e sei que isso é algo ruim para a imagem da empresa, e até mesmo para a publicidade, as pessoas podem pensar que essa premiação é algo tão irrelevante, tão mínima que não enviamos nenhum representante da família para recebe-lo e, isso seria a maior afronta contra nós mesmos e contra o que nosso athair sempre lutou.

Quando chegamos em Mato Grosso, fomos recepcionados pelo secretário de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional Alcides da Silva, ele foi o homem quem durante nossa estadia no Estado há mais de dois anos, nos apresentou a cidade e nos mostrou alguns lugares para compra de nosso terreno para a construção da fábrica e nos agraciou com um passeio turístico pela linda Cuiabá. Nossa fábrica trará inúmeros empregos o que tornará a economia da cidade mais forte.

Alcides além de ser secretário de Indústria também é superintendente do Aeroporto Internacional de Cuiabá Marechal Rondon, então assim que chegamos ele nos levou até o hotel e nos deixou a par de algumas notícias que estão rodando pela cidade.

Fiquei bem preocupado, pois a integridade e a imagem da Graham Lacty devem ser limpas diante da sociedade, sem manchas ou máculas que possam trazer uma baixa reputação e pode afastar possíveis investidores. Agora que a empresa ganhou o prêmio de melhor do ramo de leite e laticínios ela não podemos nos envolver com esse tipo de notícia ruim.

Espero resolver isso logo e tirar essa lama que respingou em nós.

Olho para a relógio em meu pulso e recolho os papéis, coloca em minha pasta, pego meu celular e desço para o salão do hotel. Não quis ficar saindo, então liguei para o delegado responsável e ele não pôs nenhuma objeção em vir até o hotel para conversarmos.

Assim que desço vejo Elisa está arrumando as pastas sobre a mesa, vejo também algumas taças e as garrafas de água próximas. Saúdo-a e me ajeito em uma das cadeiras e retiro os papéis que trouxe comigo, minutos depois Maxwell entrou no salão junto com um rapaz, pelo jeito e aparência devia ter a mesma idade de Max. O jovem estagna no lugar, e Maxwell para, ficando ao seu lado, olhando para ele com o cenho franzido.

Ando até o jovem que ao me ver dá um sorriso fraco, como se tivesse sido pego fazendo algo de errado, me estende a mão em cumprimento.

– Olá, senhor Teóphilo Salazar, boa tarde, como está? – Estendo minha mão e o saúdo. – Me chamo Edgar Muniz, sou amigo desse cara aqui. – Ele aponta para Maxwell que viro os olhos.

– Boa tarde senhor Muniz, como está? – Ele anui. – Quero que conheça minha assistente pessoal, senhorita Elisa Mendonça. – Ele engole em seco, seu rosto ganha um tom rosada quando fica de frente a Elisa. Ela por sua vez sorri e estende a mão que é prontamente agarrada.

– É prazer conhece-lo senhor Muniz. Será um prazer trabalhar com o senhor. – Edgar, apenas sorri e anui.

– Por favor, sente-se. Logo o delegado chegará e assim iniciaremos a reunião. – Maxwell assume a frente, movendo-se até a mesa com a cara fechada. Em nenhum momento Max cumprimenta Elisa e ele mal abre a boca quando seu amigo fala algo e depois observa Elisa se mover no salão, seu olhar é de admiração e isso me faz lembrar da forma que olho para Alessandra.

Sorrio.

Minutos depois, o delegado da Polícia Civil chega e com ele mais dois policiais, iniciamos a reunião e ele nos mostrou tudo o que ele as Equipes das Polícias Científica, Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, da Prefeitura e de empresa funerária esteve no local do acidente para o atendimento da ocorrência. Vou lendo o relatório e vejo as informações que foram obtidas do Corpo de bombeiros. De acordo com eles, durante a obra uma das paredes caiu sobre os trabalhadores e atingiu uma quinta pessoa no pé.

Segundo Ramos o major do corpo de bombeiros a parede que desabou tem aproximadamente vinte metros de comprimento por três de altura. Peguei a planta da fábrica com o engenheiro, e segundo o documento, a parede terá dez metros de altura.

Ficamos por horas dentro desse salão e, quanto mais analisávamos os documentos, a planta da construção e os dados financeiros que Edgar e Max pegaram junto com a polícia, vimos que houve negligência da compra dos materiais.

– Senhores, recomenda-se sempre alguns caminhos para aquisição de produtos de qualidade e que esse seja comprovado. Um desses caminhos é a da norma brasileira, que especifica claramente qual a qualidade requerida pelo material, nela é estabelecido os critérios de inspeção que devem ser utilizados nas obras para recebimento do material, a realização das inspeções e dos ensaios da qualidade do produto. É muitíssimo importante que a compra que a empreiteira fez tenha passado pelo ensaio e recebido o laudo de conformidade, porque se isso não aconteceu, com certeza o material comprado é de qualidade questionável. – Edgar diz e nossa atenção está totalmente nele. – Por exemplo, a parede que desabou é de tijolo cerâmico, e esta por ter um processo de produção simples, muitas vezes não há um cuidado na sua produção. Por conta do custo baixo, o comprador não se preocupa em inspecionar o recebimento dos materiais, com isso o material usado tem trincas, quebras ou está desintegrando e isso pode ter sido o motivo do desabamento, produto sem qualificação comprovada. – Fico atento a tudo o que Edgar e o delegado diz.

– Então, se o material não tem qualidade, de nada adianta a nossa obra contar com um profissional experiente na aplicação do produto, porque ele não conseguira fazer nada de acordo com o desejado. – Digo e meneio a cabeça, suspiro e olho para Maxwell que está tão perturbado quanto eu.

Elisa, pediu um coffee break que foi oferecido pelo próprio hotel. Como estávamos cansados decidimos parar por hoje. Marcamos uma visita ao local da obra para amanhã no período da manhã, conversaremos com o engenheiro responsável, preciso saber mais sobre as aquisições dos materiais, e se tudo passou por ele antes da pré-qualificação dos nossos fornecedores.

Sigo para meu quarto e vou direto para o guarda-roupa, pego o que preciso e sigo para o banheiro. Entro no box, ligo o chuveiro e me delicio com a água morna, deixo que ela leve todo o estresse do dia.

Desligo o registro, me enxugo e coloca uma roupa confortável. Saio do banheiro e decido ligar o celular, após desativar o modo avião recebo várias notificações de mensagens e ligações. Vejo um número conhecido e esse me ligou mais de dez vezes. Decido retornar.

Clínica de Recuperação Reviver, boa noite em que posso ajudar? – Algo me faz ficar de orelha em pé.

– Alô, boa noite, me chamo Teóphilo Salazar. Esse número está registrado em meu celular e eu queria saber se aconteceu alguma coisa com um interno que está nessa clínica. – Digo assim que atendem.

Ah, certo, senhor Salazar, estávamos aguardando sua ligação. Só um momento, vou transferir sua chamada. – Nesse momento sinto um frio passar por minha coluna e um incômodo enorme em meu peito. Logo a música começa e segundos depois ouço me atenderem.

Marcelo Barbosa, em que posso ajudar? – Ouço o nome do diretor da clínica onde deixei o pai de Alessandra internado a pouco mais de dois meses. Quando o deixei aqui, conversei com o doutor Marcelo que ele não poderia em hipótese alguma receber visitas que não fosse sua família, e ele me garantiu a estadia do senhor por pelo ou menos seis meses, sem direito a passeios fora da clínica.

– Boa noite doutor Marcelo, aqui quem fala é Teóphilo Salazar. Não pude retornar a ligação antes, peço desculpas. – Me sento.

Oh, senhor Salazar, graças a Deus! Nos desculpe a insistência nas ligações, mas é que aconteceu algo por aqui. O senhor Jamal Johannes Ferreira desapareceu. Hoje pela manhã quando os enfermeiros foram até seu quarto para dar as medicações e o encaminhar para as atividades do dia, ele não estava em seu quarto. Acionamos os seguranças e ninguém o encontrou. Pedi que a empresa que fornece as câmeras de segurança que nos envie as imagens do dia de ontem, mas eles nos deram dois dias para nos entregar as imagens. Não sabemos para onde foi e com quem foi. Como o senhor pediu que nós cuidássemos dele e não deixasse que ninguém além da família o visitasse decidi ligar e saber se o senhor sabe de algo que possa nos ajudar na procura do idoso. – Passo a mão no rosto.

– Alguém entrou e saiu do local que vocês não viram? – Ele suspira.

As recepcionistas me deram a lista e planilha de nome das pessoas que entraram e saíram da clínica hoje e não há nenhuma visita para o senhor Jamal no dia de ontem. – Abaixo minha cabeça segurando meus cabelos. Ouço alguém bater à porta, me levanto e sigo até a porta.

– Doutor, por favor, assim que as imagens das câmeras estiverem em suas mãos, me envie. Preciso saber como e ou com quem o senhor Jamal saiu da clínica. Não consigo fazer muita coisa, pois estou em viagem, estou em Mato Grosso resolvendo outros problemas. Vou fazer algumas ligações e assim que der eu ligo novamente. Preciso deligar doutor, me mantenha informado por favor. – Assim que me despeço eu abro a porta e encontro uma Elisa com os olhos vermelhos e lágrimas rolando em seu rosto e um Maxwell pálido, ambos com os celulares em mãos. – O que está acontecendo gente? – Eles se olham e Elisa passa a chorar muito. – Ei, Liz, fala comigo meu bem! – Me aproximo e toco seus ombros.

– É a Ale...a Alessandra... – Não consigo entender o que ela diz, olho para Maxwell que está com um olhar assustado.

– Maxwell, me diz o que está acontecendo. – Ele me olha e em suas irises vejo medo.

– É a Alessandra, ela... ela sumiu! Não encontram ela em lugar nenhum. – Meu sangue gela e sinto minhas pernas falharem. – Estão achando que ela foi sequestrada Teóphilo, nossa Alessandra está nas mãos de um maníaco. – Minhas pernas cedem.

Meu celular toca com uma mensagem, olho para a tela e abro e sinto meu coração acelerar.

– Alessandra. – Sussurro.


Eu disse que eu a teria para mim.

Bastou um vacilo seu e ela está em meus braços.

Não se preocupe, ela está sendo bem cuidada.


A partir desse momento sinto meu mundo ruir.

Eu preciso encontrar esse lunático, eu preciso encontra a minha Alessandra.

– Eu vou te pegar seu desgraçado e quando isso acontecer...

Espero que ninguém me segure.




Olá, pessoal, como estão?

Bom, estou sem computador e eu perdi tudo o que escrevi. A minha sorte é que eu sempre envio meus capítulos para minha irmã ler antes de eu postar aqui,então ele está sem revisão, me perdoem. 

Espero que gostem do capítulo.

Beijo grande e boa semana a todos.


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