Não me veja.

Par SSMSantos

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Você já amou perdidamente uma pessoa sem ao menos vê-la? Amar é acreditar sem ver. É sentir, mas sem tocar. M... Plus

Personagens.
Apresentação.
Sinopse.
Alessandra - Capítulo 1
Teóphilo - Capítulo 2
Alessandra - Capítulo 3
Teóphilo - Capítulo 4
Alessandra - Capítulo 5
Teóphilo - Capítulo 6.
Alessandra - Capítulo 7.
Teóphilo - Capítulo 8
Alessandra - Capítulo 9
Teóphilo - Capítulo 10
Alessandra - Capítulo 11.
Teóphilo - Capítulo 12.
Alessandra - Capítulo 13.
Teóphilo - Capítulo 14.
NÃO É CAPÍTULO.😳
Alessandra - Capítulo 15.
Teóphilo - Capítulo 16.
Alessandra - Capítulo 17.
Teóphilo - Capítulo 18
Alessandra - Capítulo 19.
Teóphilo - Capítulo 20.
Alessandra - Capítulo 21.
Teóphilo - Capítulo 22
NOTA.
Alessandra - Capítulo 23.
Teóphilo - Capítulo 24.
Alessandra - Capítulo 25.
Teóphilo - Capítulo 26
Alessandra - Capítulo 27
Teóphilo - Capítulo 28
Alessandra - Capítulo 29.
Teóphilo - Capítulo 30.
Alessandra - Capítulo 31
Teóphilo - Capítulo 32.
Alessandra - Capítulo 33
Me Ajudem!
Teóphilo - Capítulo 34.
Alessandra - Capítulo 35
Alessandra - Capítulo 36
Teóphilo - Capítulo 37.
Alessandra - Capítulo 38
Teóphilo - Capítulo 39
Alessandra - Capítulo 40
Teóphilo - Capítulo 41
Alessandra - Capítulo 42
Teóphilo - Capítulo 43
Alessandra - Capítulo 44.
Teóphilo - Capítulo 45
Alessandra - Capítulo 46
Teóphilo - Capítulo 47.
Alessandra - Capítulo 48.
FELIZ ANO NOVO!
Alessandra - Capítulo 50.
Alessandra - Capítulo 51.
Teóphilo - Capítulo 52
Alessandra - Capítulo 53
NÃO É CAPÍTULO.
Alessandra - Capítulo 54
Teóphilo - Capítulo 55
Teóphilo - Capítulo 56
Teóphilo - Capítulo 57
Teóphilo/ Alessandra - Capítulo 58
Desculpas.
Alessandra/Teóphilo - Capítulo 59
Alessandra/Teóphilo - Capítulo 60.
Teóphilo - Capítulo 61
Teóphilo e Alessandra - Final.
Agradecimentos.

Teóphilo - Capítulo 49

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Par SSMSantos



Conversei com Elisa e pedi que comprasse as passagens aéreas na classe econômica Premium. Como eu quero viajar tranquilamente e sem problemas, optei por mudar as passagens dos meus funcionários também. Quero que eles desfrutem de mais espaço e privacidade, então vamos todos em uma companhia área popular, de tradição e de boa aceitação.

Alessandra ficou a tarde toda ajudando Elisa, sei que sobrecarrego minha assistente, não faço isso porque quero, mas sim por não ter uma secretária que possa ajuda-la. Mesmo não querendo tive que dar o braço a torcer e aprovar o pedido dela, pois segundo ela Alessandra além de ser sua amiga é uma pessoa que aprende fácil as coisas e é de confiança, nisso eu estou inteiramente de acordo.

Quando acabei meu almoço com meu irmão e com Tiago, vi Alessandra sentada trabalhando, não me contive e fui até ela para me aproveitar de seu cheiro, seu gosto, de seu calor, de seu amor e carinho. Estar com minha mulher nunca é o suficiente e sinto que quanto mais eu tenho, mais eu quero.

Não sei se um dia terei o suficiente dela.

Recebi um telefonema do escritório dos irmãos Herndon. Estava à procura de mais uma aeronave para aquisição, tínhamos uma e foi justamente deles que comprei há dois anos, e como vamos para São Paulo pedi que nosso engenheiro aeronáutico verificasse se poderíamos viajar com ela. Depois de alguns dias ele me retornou dizendo que precisava de revisão pois foi encontrado alguns problemas. Quando se fala em proteção eu, mais que depressa vou atrás de especialistas que entendem das coisas para que não aconteça nada que posso machucar ou até mesmo tirar a vida de um dos meus funcionários

Aprendi a duras penas que eu devo cuidar dos meus e protege-los a todo custo.

Sei que parece até meio absurdo, mas eu me tornei uma pessoa superprotetora como todos que conheço e que amo e por isso decidi comprar uma outra aeronave para que quando uma estiver em manutenção a outra estará sempre pronta com tudo funcionando perfeitamente.

Assim que vi que eram os irmãos Herndon, pedi que eles viessem para o escritório sede da empresa. Não quis fechar nenhum contrato de compra sem antes ver os modelos e conversar com eles que são especialistas no assunto, mas qual não foi a minha surpresa quando ouvi Oscar o mais velho dos irmãos menosprezar e tratar Alessandra de qualquer forma como se ela fosse uma qualquer, um pano de chão velho que só serve para ser pisado, chutado e ignorado.

Meu sangue ferveu ao ouvi-lo chamar minha esposa de negrinha macaca.

Racista desgraçado!

Ele falou com se Alessandra ocupasse um cargo grande demais para sua cor, por ter uma cor diferente da dele, por simplesmente ser preta! Alessandra tem a pele mais linda, sedosa, cheirosa e macia que já vi e senti em toda a minha vida. A cor de sua pele foi uma das coisas que me atraiu e me fez deseja-la e querê-la como nunca quis alguém.

Ela é perfeita!

Se Alessandra fosse minha secretária, com certeza Elisa me agradeceria. A função de secretária não é uma profissão ruim, de maneira alguma, é excelente assim como qualquer outra. Qualquer cargo, por mais simples que seja dentro de qualquer estabelecimento ou empresa, sendo de faxina, limpador de carros, frentista, engenheiro, arquiteto enfim, não importa a posição dentro do local de trabalho, é de extrema importância. Não há um cargo ruim e sim um profissional que faz o serviço bem-feito e outro que não o faz.

Simples assim!

E eu conheço os meus funcionários, principalmente os que trabalham mais próximo a mim. Todos sem exceção são bons, profissionais e agem com prudência, são proativos e o principal, são pessoas de confiança.

Considero-os meus amigos.

Alessandra está em minha mesa mexendo no notebook totalmente alheia. Ela e Elisa continuam o trabalho árdua para deixar tudo encaminhado para segunda-feira, dia de nossa viagem, enquanto eu estou em uma reunião com meu pessoal. Observo seu rosto e vejo tristeza e isso me causa um ódio imenso, me contive para não deixar a marca de meu punho na cara daquele preconceituoso, fascista!

Dei corda para que eles se enforcassem, deixei que eles entrassem, me mostrassem seus modelos de aeronaves, e os tratei normalmente, mesmo com o que aconteceu, nada me faria ter uma atitude diferente, não isso nunca! Partir para a violência tiraria de mim toda e qualquer razão, então dei a eles o que eles mereciam. Além de não comprar uma nova aeronave, devolvi a que havia comprado e os denunciei. Chamei o delegado em meu escritório, junto dele vieram mais um delegado especializado em vítimas de crimes raciais e mais dois policiais, Alessandra e eu fizemos a denúncia de racismo e injúria racial.

Como sou advogado vou mover um processo contra os irmãos Herndon, quero que eles paguem pelo mal que fizeram a minha Alessandra e com certeza a tantas outras pessoas que cruzaram seus caminhos. A pena contra esse tipo de crime chega a cinco anos para racismo e três anos além de multa contra injúria racial e, esse é inafiançável, imprescritível e com pena à reclusão. Espero que eles tenham o fim que merecem e que apodreçam na cadeia.

Faz pouco mais de uma hora que os delegados saíram daqui levando consigo os dois desgraçados, estou em minha sala, reuni a equipe de Relações Públicas, estou pedindo que eles soltem uma nota contra-atacando o acontecido, pois já fomos avisados que os irmãos Herndon através de seus comparsas já emitiram uma nota denegrindo a minha imagem. Eles já destruíram e arrasaram com a moral de várias empresas e, eu não vou deixar que isso aconteça com a empresa que athair ergueu com tanto esforço.

– Quero que lancem um comunicado externo, uma comunicação institucional, fortalecendo a identidade da empresa, e a nossa imagem, deixando bem claro que não apoiamos em hipótese alguma a questão de segregação racial, racismo, e tantos outros tipos de preconceito contra qualquer ser. Precisamos deixar claro nossa posição, contra-atacando tudo o que a empresa de aviação Herndon Air Company disser. Não deixaremos a atitude deles impune diante da sociedade mineira. Esse tipo de gente deve pagar por seus atos e suas falas preconceituosas. – A reunião que seria curta se tornou um pouco extensa, mas deixei claro que a reputação da empresa deve ficar intacta como sempre foi. Me ergo, dispenso meu pessoal e vou em direção a Alessandra. Elisa está ao telefone, noto seu semblante sério, cenho franzido e postura ereta e tensa, ela digita algo freneticamente sobre as teclas do computador enquanto fala ao telefone.

– Como você está meu amor? – Pergunto ao me sentar ao lado de Alessandra. Puxo seu ombro e abraço-a.

– Agora estou melhor, ainda abalada com a forma que aquele homem falou comigo. Nunca em minha vida eu havia passado por esse tipo de situação. Me senti tão... humilhada. – Seus olhos marejam. – Sempre senti os olhares e via os cochichos, mas nada comparado a isso. Foi surreal. – Beijo seu cabelo e aperto seu corpo ao meu.

– Eles pagaram por tudo o que fizeram a você eu amor. Fique tranquila, estou aqui para te defender e te proteger. Não se deixe abater pelas palavras preconceituosas daquele infeliz, você é linda, sua pele é perfeita, não há nada de errado com você ouviu, nada! – Ela suspira e anui.

– Obrigada, por tudo! – Ela beija meu peito por cima da camisa.

– Você é o meu tesouro, minha riqueza e eu não vou deixar nenhum ladrão de alegria roubar nada de você. – Ela ergue a cabeça e me dá um selinho demorado.

– Te amo marido/noivo! – Sorrio e desço meus lábios aos dela e beijo-a de forma casta. Separo meus lábios dos seus e ela encosta mais uma vez sua cabeça em meu peito, olho para o relógio e vejo que já passam das dezoito horas. Olho para Elisa, ela ainda continua ao telefone.

– Sim, claro. Obrigada pela compreensão. Até mais. – Ela se senta e tomba a cabeça para trás. – Tenho más notícias senhor. – Olho para Elisa que está visivelmente nervosa, ela morde os lábios deixando-os em uma linha fina.

– Manda. Acho que nada será pior do que aqueles filhos da puta fizeram. Vamos nos sentar nas poltronas. – Tomo as mãos de Alessandra e vamos nos sentar. – O que aconteceu, Elisa? – Alessandra se ajeita ao meu lado e Elisa à nossa frente.

– Problemas nas obras em Mato Grosso. – Suspiro. – O engenheiro e o técnico de segurança do trabalho, o senhor Ernesto, acabaram de ligar dizendo que a pouco mais de meia hora aconteceu um acidente com vítimas na obra da nova fábrica. – Passo as mãos no rosto já sabendo os procedimentos e a dor de cabeça que isso dará. – Ele disse que houve um desmoronamento na obra e pelo jeito há feridos. A polícia foi acionada e precisam que vocês compareçam ao local para prestar alguns esclarecimentos e toda a parte burocrática. A viagem para São Paulo será adiada, sinto muito. – Olho em direção a Alessandra que está atenta a nossa conversa.

– Caramba, o que acontecendo? Meu Deus, as coisas estavam indo bem, eu sempre ligo para o pessoal da empreiteira e para o engenheiro responsável pedindo um feedback da obra e eles sempre me disseram que estava tudo bem? – Ponho meu cotovelo sobre meus joelhos e seguro meus cabelos. – Acho que vou pirar. – Sinto a mão de Alessandra em minhas costas.

– Calma, Teóphilo! Infelizmente acidentes acontecem. Vá para lá, veja o que aconteceu e depois que tudo estiver resolvido vocês voltam. Eles já acionaram o CAT*? – Coço a cabeça e me levanto indo até a mesa, pego o telefone e disco para Ernesto.

– Vou ver isso com ele. Alessandra por favor, vá para casa. Elisa, por favor. – Ela me interrompe.

– Eu não vou a lugar nenhum, enquanto você não resolver isso. Elisa ainda precisa de ajuda, então enquanto ela liga para Max informando a viagem de última hora, eu vou pesquisando passagens aérea, hotel, carro para a locomoção enfim, temos muita coisa para fazer. – O telefone toca, logo ouço a voz grave de senhor Ernesto. – Pode ser? – Anui. – Ótimo! Vamos trabalhar Elisa. – As duas se levantam e ela vem até mim e me dá um selinho. – Te amo ruivão. – Sorrio e sussurro um 'eu te amo' e, elas seguem para seus postos.

– Senhor Ernesto, como está? – E assim sigo a conversa com o senhor que tem sido meus olhos e minha boca naquele Estado.

Há um ano Maxwell e Tiago compraram um terreno em uma fazenda com mais de quarenta alqueires. Pagamos caro, mas valeu a pena. Mato Grosso é o Estado com maior produção de carne bovina no País e o segundo maior exportador, então através de muita pesquisa vimos que implantar uma fábrica de laticínios nos daria uma enorme vantagem. Além disso podemos fazer testes e fabricar produtos vindo da soja, que também é um produto campeão em exportação no Estado. Podemos entrar no ramo e fabricar o leite de soja, o iogurte, queijos e até mesmo a manteiga.

Em conversa com senhor Ernesto, a empreiteira que contratamos está tirando o corpo fora. Preciso acionar o pessoal do RP novamente e pedir que emita uma nota dizendo que estamos prestando todo o suporte necessário aos feridos e que estamos consternados com o que aconteceu e que acompanharemos o trabalho da perícia para verificar as causas e circunstâncias do acidente. Ele me disse que já entrou em contato com o CAT*, esse é o órgão que utilizamos para reconhecer um acidente de trabalho que em nosso caso foi um acidente que ocorreu pelo exercício do trabalho da empreiteira em nosso terreno.

Após desligar com o mais velho, acionei meus advogados e pedi para eles entrarem em contato com a equipe do SESMT que é o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e a CIPA que é a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.

Serão tantas coisas para fazer que não sei se sairei de lá até segunda-feira. Quero muito estar em São Paulo para receber a premiação. Queria muito ver o rosto de athair  -se ele estivesse vivo- quando recebermos o troféu.

Um sonho que nunca verei acontecer.

Infelizmente.

Mais uma vez olho para o relógio e vejo que já passam das dezoito horas.

Sinto meu corpo moído, parece que um trator passou por cima de mim. Minha cabeça parece que vai explodir, sei que poderia mandar um representante para resolver os problemas com a imprensa, com os órgãos competentes, mas eu preciso confrontar o dono da empreiteira, pois uma pulga atrás de minha orelha me diz que eles ou melhor os produtos que ele comprou para fazer o local é de má qualidade.

– Elisa, por favor venha até minha sala, chame Alessandra também, obrigado. – Segundos depois as duas mulheres entram e sentam-se à minha frente.

– Conseguimos um voo de última hora as duas da manhã, já conversei com Maxwell e ele já está com as passagens e o check-ins em mãos. Ale, conseguiu reservar um hotel chamado... – Ela pega o tablet.

– Fiz as reservas no Hotel Gran Odara, Elisa. – Alessandra responde.

– Eu havia esquecido, me perdoem. – Meneio a cabeça.

– Tranquilo. Estamos todos com tantas coisas na cabeça que o esquecimento se torna algo normal, infelizmente. – Suspiro e bato minhas mãos de leve em meus joelhos. – Bom, meninas, sei que temos muito a fazer, mas precisamos descansar. Vamos todos para casa. O que podemos resolver faremos isso quando voltarmos de viagem. – Desligo o computador e me levanto. – Pena que você terá que nos acompanhar Elisa, pois pediria que cuidasse de Alessandra para mim. Não queria deixa-la ir sozinha a São Paulo, queria que pelo ou menos Max fosse junto para acompanha-la e nos representar a empresa. – Abro a porta para que elas passem.

– Imprevistos acontecem senhor Teóphilo e infelizmente esse incidente veio em má hora. Tiago e Davi estarão na premiação, então teremos alguém para receber o prêmio. – Anui.

– Preciso orienta-los e pedir para o Tiago fazer o discurso, sendo ele o CEO da empresa, é ele quem deve receber e agradecer a colocação. – Olho para Alessandra. – Venha conosco! Assim podemos aproveitar e passear um pouco no Estado. O que acha? – Ela sorri.

– Não, obrigada! Dispenso a oferta. Pra mim já está sendo um sacrifício enorme ficar em um voo de um pouco mais de uma hora, imagine passar duas horas e meia dentro de um avião! Não, obrigada! – Elisa ri da atitude de Alessandra.

– Medrosa! – Elisa diz, e a morena dá de ombros. – Nunca imaginei que uma mulher tão empoderada como você tivesse medo de voar. – Ela ri da cara que Alessandra faz e eu acompanho.

– Amiga, nem tudo é perfeito! – Gargalhamos. – Sinto muito decepciona-los. – Ela dá um sorriso ladino de forma debochada. Filha da mãe!

– Você é uma cara de pau, sem vergonha Alessandra! – Minha garota ri jogando a cabeça para trás. – Acho que vou pagar para ter umas aulas para aprender a ser como você. – Ela meneia a cabeça.

– Não precisa pagar nada meu bem, eu te ensino de grátis! – Gargalho ao ouvir o erro.

– De grátis eu não quero nada. – Elas riem. – Meninas vamos embora, precisamos fazer nossas malas, daqui a pouco viajaremos. Elisa, mandarei um dos meus seguranças em sua residência para te buscar. Boa noite. – Ela anui e ambas se despendem e espero que Elisa saia com seu carro.

Chegamos em casa, tomamos um banho e jantamos. Me reuni com Maxwell após a janta para conversar sobre a viagem de última hora. Maxwell ficará ocupado com as questões administrativos vendo toda parte de compras de materiais e os gastos da empreiteira. Ele acha que eles estão superfaturando a obra, comprando material de qualidade duvidosa.

– Amanhã pela manhã marquei uma reunião com o dono da empreiteira, com nosso engenheiro e com senhor Ernesto no escritório da empresa. Assim fica mais fácil de entrar no sistema financeiro deles, lá eu terei acesso a tudo. Quero ver os balancetes, enfim toda a parte contábil, já conversei com um amigo meu que é contador, ele irá conosco. O cara é fera demais e sei que com ele acharemos algum erro. – Suspiro. – É uma pena que Alessandra não vá conosco, seria muito bom tê-la conosco, assim ela faria companhia para Elisa. Fiquei com dó dela ter que ir para a capital paulista sozinha, com certeza ela estava bem animada em ir para São Paulo com você. – Meneio a cabeça frustrado.

– Nem me fala! Eu até perguntei para ver se ela queria ir conosco, mas Alessandra não quis. Disse que não aguentaria ficar dentro de um avião por mais de duas horas. – Ele sorri em conformidade.

– Bom, espero que tudo se resolva o mais rápido possível. Quero estar em casa até no máximo quarta-feira. Odeio ficar muito tempo fora. Bom, vou indo, pedi para tia Guiomar me ajudar com as malas, com minha cabeça ruim, com certeza quando chegasse em Mato Grosso e fosse abrir a mala veria que esqueci algo. – Sorrio, pois sou assim também.

– Eu pedi para Alessandra me ajudar também. Sou uma negação com malas, sempre fui na verdade. – Sorrio. – Lembro-me de uma vez que nossos pais, você e eu fomos para um passeio curto, um final de semana para um hotel fazenda mais para o interior daqui de Minas. Mama, me pediu para fazer minha mala, eu fiz coloquei tudo o que achava necessário, quando chegamos ao local e fomos tomar banho eu vi que não havia levado cueca. – Max explode em uma gargalhada. – Cara, eu fiquei dois dias com a pistola balançando pra lá e pra cá. Cara pensa em um desconforto! Eu odeio ficar sem cueca, me sinto nu mesmo vestido com uma calça ou shorts. Quando contei para mama ela simplesmente deu de ombros e disse que eu deveria prestar mais atenção. Eu fiquei muito sem graça, eu um adolescente quase jovem esquecer algo tão simples e de uso contínuo. Depois disso, eu até faço minhas malas, mas deixo para tia Guiomar ou tia Dalva conferir. Não quero mais me sentir nu por ter meus testículos e meu pênis livre. – Ele sorri.

– Você sente falta deles? Digo, de nossos pais? – Os olhos de Maxwell brilham e vejo um pouco de tristeza em seu olhar.

– Sempre, todos os dias! Não tem um momento do meu dia que não me lembre deles. Me sinto feliz em poder levar o nome da empresa para lugar que talvez eles não imaginassem, tenho certeza de que esse prêmio os deixaria felizes. – Ele suspira e anui.

– Com certeza ele estariam. Irmão vou me arrumar e tentar dormir um pouco antes de sairmos. – Ele olha para o relógio em seu pulso. – Temos algumas horas de descanso. – Boa noite, nos vemos daqui a pouco. – Me levanto junto com ele.

– Descanse, peça para tia Guiomar falar com um dos seguranças nos levar para o aeroporto, não quero acordar o tio Alberto para nos levar. Ele precisa descansar, eles têm trabalhado muito esses dias. – Anui.

– Pode deixar, eu falo com ela. – Nos despedimos, vou até a cozinha, pego um pedaço de quindim para Alessandra e para mim, coloca em um único prato junto com um garfo e subo para nosso quarto. Pensar nessa palavra nosso quarto me deixa com uma sensação maravilhosa, dormir e acordar com Alessandra em meus braços e tê-la sobre minha pele é a uma das razões a qual vejo que me casar com ela uma segunda vez será a realização dos meus sonhos.

Alessandra é meu sonho realizado!

Entro no quarto e vejo que está tudo quieto, fecho a porta e caminho até o closet, vejo a porta do banheiro fechada.

– Alessandra, você está aí dentro? – Dou um toque leva sobre a porta. Ouço um barulho de um baque surdo. Meu sangue gela, toco na maçaneta e dou graças a Deus pela porta estar apenas fechada e não trancada. Entro e vejo Alessandra debruçada sobre o vaso sanitário. – Alessandra, por Deus o que está acontecendo, meu amor? – Ando rápido e me agacho ao seu lado.

– Não sei, eu comecei a sentir uma dor muito forte em meu estômago. Parece que tem alguém cortando meu estômago. Ai, ai, ai... – Seu rosto pálido me mostra que ela não está nada bem.

– Vamos, eu te ajudo a ir para a cama. – Me levanto e seguro em suas mãos para que se erga.

– Meu Deus que dor! – Ela se curva e isso me deixa desesperado. – Acho que não consigo andar Teóphilo! – Sua voz angustiada e chorosa me deixa da mesma forma.

– Vamos faça um esforço meu amor! Não posso te deixar aqui nesse banheiro enquanto vou a procura de remédio. Vamos, me ajude a te ajudar. – Seguro em sua cintura e a passos lentos a ajuda chegar no quarto e se deitar. Ela se encolhe toda, sua pele gelada e seus lábios roxos me deixam com a espinha gelada. – Vou pedir que ia Guiomar faça um chá e trago com um remédio para seu estômago. Não se mova, fique quietinha tá ok? – Ela anui lentamente.

Chamo por tia Guiomar que prontamente me ajuda. Ela preparou um chá de gengibre e me deu um omeprazol para que Alessandra tome junto. Assim que chego vejo que ela dorme, seu cenho franzido me mostra que seu sono está bem conturbado. Toco seu rosto e ela acorda em um sobressalto.

– O que aconteceu? – Ela diz tentando se levantar.

– Você dormiu. Fui em busca de remédio para sua dor. Tia Guiomar fez um chá de gengibre e falou para você tomar com esse remedinho. –Entrego e Alessandra logo põe em sua boca. Ela bebe todo o líquido e volta a deitar.

– Nunca senti tanta dor assim, acho que vou marcar uma consulta com um gastro. Não sei o que pode ser. – Ela fecha os olhos. – Me perdoe por deixa-lo preocupado. Sei que daqui a poucas horas você estará viajando e eu só queria me despedir de você apropriadamente, mas desse jeito que estou o máximo de atenção que você terá de mim é minha cabeça em seu peito. – Sorrio me deitando e trazendo seu corpo de encontro ao meu.

– Eu não me importo, acho que vou deixar apenas Max e Elisa irem, não posso te deixar doente em casa. – Ela se aconchega e beija meu peito.

– Não precisa se preocupar comigo. Vá e fique em paz. Tenho certeza de que isso é fruto de tanto estresse aqui a poucas horas estarei bem, Maxwell e Elisa precisam de você por lá. – Suspiro. – Fique tranquilo esposo, eu ficarei bem. – Aperto seu corpo contra meu peito sentindo um aperto em meu coração.

Vejo-a fechar os olhos e minutos depois o sono vem. Ela dorme tranquila, totalmente diferente de alguns minutos trás. Mesmo ela me dizendo que ficará bem eu me preocupo com seu bem-estar.

Nossos dias têm sido tão turbulentos que acho que não daremos conta, mas Alessandra sempre me surpreende com sua garra, sua perseverança de vontade e sua obstinação. A paixão dela pela vida e por tua a sua volta de dá forças para seguir em frente.

Saio da cama e fico na poltrona ao lado observando e zelando seu sono. Me troco, pego minha bolsa carteira e sigo para o lado da cama.

– Te amo e logo, logo estarei de volta. – Digo e deixo um selinho em seus lábios.

– Eu te amo. – Ela sussurra de olhos fechados, sorrio ao ver que ainda dorme.

Saio, olhando para trás, deixando um rastro de tristeza e angústia pelo caminho. Sobre minha cama está o meu coração, a minha vida e o motivo de ter vivificado e estar nesse momento rompendo mais uma barreira.

– Que tudo se resolva logo. – Sento-me no assento reservado para mim, minutos depois o avião decola deixando meu estado de espírito ainda mais inquieto.

Espero que todo o problema seja solucionado mais rápido possível, para que daqui a poucos dias eu posso voltar para casa, e poder vê-la e ama-la sobre nossa cama.

– Que essa semana passe rápido!

Espero isso com todo meu coração.



*CAT : Comunicado de Acidente de Trabalho : é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma doença ocupacional. A empresa é obrigada a informar à Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Em caso de morte, a comunicação deverá ser imediata

https://www.gov.br/inss/pt-br/saiba-mais/auxilios/comunicacao-de-acidente-de-trabalho-cat






Boa noite pessoal! Como vocês estão? Como passaram o Natal? Espero que tudo tenha corrido bem!

Segue mais um capítulo e espero que gostem.

Desejo a todos um Feliz Ano Novo repleto de bênção, paz, alegria, saúde e que nesse novo ano os sonhos aqueles engavetados sejam realizados e que tudo dê certo.

Beijo grande e até semana que vem.

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