(Sobre)vivendo ao novo │✔│

By GiovanaLazarin0

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Melissa Kanaderes não tem do que reclamar acerca de sua vida, a não ser a dor latente da perda de seu melhor... More

✧ Dedicatória ✧
✧ Nota ✧
Prólogo
I - Lidando com o novo
II - Acomodações
III - Un amico
IV - A luta
V - Novidades na cabeça
VI - Um presente de família
VII - Primeira má impressão
VIII - A festa
IX - Desculpas e... um navio?
X - Tomando a frente
XI - Um navio estranho
XII - Te conhecendo de novo
XIII - (re)começo
XIV - Um motivo maior
XV - Meu primeiro monstro
XVI - Bela destruição
XVII - Pela nossa amizade
XIX - Um presente necessário
XX - Aprendendo com você
XXI - Karma
XXII - Minha incríveis ideias de jerico
XXIII - Sendo sincera
XXIV - Acerto de contas (e um pouco de água)
XXV - Lar doce lar
XXVI - Verdade seletiva
XXVII - Um sonho estranho
XXVIII - Dolce illusione
XXVIII - Conversa alheia
XXIX - Ponto de inflexão
XXX - Pelo olhar de Luke Castellan
XXXI - Eu enfrento as sósias das Panteras
XXXII - Tudo vai ficar bem
XXXIII - Enfim outono
XXXIV - A cidade eterna
XXXV - Olá, pai
XXXVI - Há um traidor
XXXVII - Rumo inesperado
XXXVIII - Uma dose de impulsão
XXXIX - Meu primeiro espólio
XL - Adeus (ou pior que isso)
XLI - Uma legítima filha do mar
XLII - O alento da guerra
XLIII - Meu encontro com um leão-cabeça-de-bode
XLIV - Uma pausa no tempo
XV - Deja vu
Epílogo
✧ Notas finais ✧

XVIII - Guru do amor

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By GiovanaLazarin0

Alguns dias se passaram desde que eu e Luke fizemos as pazes.

O acampamento já estava em seu ritmo normal. Essa semana seria a primeira a ter luta e outros jogos novamente. Já havíamos voltado a cantar em volta da fogueira em algumas noites. Com exceção do armazém de artes e ofícios, que ainda estava em restauração, não se via mais sinais da batalha. A vida tinha dado continuidade a seu curso natural.

Mas, ainda havia tensão no ar. Por mais que ninguém falasse sobre, todos nós sabíamos que caminhávamos para uma guerra. O problema com Cronos já se arrastava por longos três anos, já haviam alguns acontecimentos em algumas partes do país, era de comum acordo que uma hora essa bolha estouraria. E confesso que estava com medo desse momento. Se aquela batalha foi apenas uma prévia do futuro, ele me assustava mais do que gostaria de admitir.

Entretanto, não posso mentir para você, querido leitor, eu estava alegre e sorridente como nunca estivera nos últimos tempos. Por mais que não tivesse mais me encontrado com Luke, o fato de estarmos bem me tirava um peso das costas, sentia como se fosse um item a menos na super lista de problemas que Melissa Kanaderes precisa resolver.

Então, eu evitava pensar em todos os problemas que nos rodeavam e seguia minha vida da melhor maneira possível.

Estava em pé em frente ao chalé de Ares, queria falar com Nick, tínhamos combinado de comer morangos e mais algumas coisas do mundo mortal que peguei fiado na lojinha ilegal que o chalé de Hermes mantinha, além de colocar o papo em dia. Tinha acabado de sair de uma tarde inteira de treino de espadas e luta livre, não aguentava mais ouvir "você precisa melhorar". Meu corpo urgia por comida e ócio.

Bati na porta, ouvi um grito mandando entrar, a abri com cautela, me esgueirando para dentro e a fechando em seguida.

Assim que me virei me deparei com Nick saindo do banheiro só com uma toalha amarrada em sua cintura. Ele deu um sorrisinho malicioso ao me ver.

— Hey, senhorita, veio apreciar minha beleza enquanto estou seminu?

Ergui minhas sobrancelhas, caminhando até sua cama e me jogando nela.

— Ah não, obrigada — franzi o nariz, fingindo nojo — Não me surpreende.

— Ah fala sério, eu sou gostosão, não sou? — ele disse enquanto tencionava seus músculos, se exibindo e fazendo poses ridículas.

Revirei os olhos.

— Sim, Nickolai Wright, você é super gostosão e sou completamente apaixonada por você — o olhei com cara de tédio — Agora vá colocar um roupa que estou com fome e irritada, sbrigati! (se apresse!)

Ele riu e jogou um travesseiro na minha cara.

Eu amava a amizade que construíra com Nick, era algo tão leve e divertido. Não havia aquela tensão horrível, aquela dificuldade de desenrolar assunto, sabe?

No começo, eu tive medo de que ele estivesse afim de mim, afinal estava sempre flertando comigo, era gentil, atencioso e, céus, verdade seja dita, ele era mesmo muito lindo, do tipo de cair o queixo. Mas, eu não conseguia o enxergar de outra maneira além de um amigo. Eca, eu tinha nojo só de cogitar algo assim.

Nick era como um irmão.

Então, no dia em que ele me disse que estava afim de Hayley Campbell eu fiquei tão feliz que posso jurar que meu coração dançou uma salsa em meu peito. Primeiro, porque nossa amizade não seria ferida por um amor não correspondido, e segundo porque Hayley era o ser humano mais amável de toda a Terra. Ela era um doce e merecia alguém que soubesse tratá-la como o anjo que ela era, e se existe alguém nesse mundo que sabe como tratar uma garota de maneira digna, esse alguém é Nickolai Wright. Ele é um cavalheiro nato.

Agora, porém, eu tinha a infame missão de ajudá-lo com Hayley e isso não era nada fácil.

— O que você gostaria que um cara fizesse por você? — ele me perguntou com a boca cheia de morangos e doritos, uma bem combinação estranha, tenho que dizer.

Havíamos nos sentado em cima de uma pedra enorme que encontramos floresta adentro. O dia estava quente e abafado, típico de verão. Feixes de luz se enfiavam por entre as folhas densas, deixando todo o ambiente muito aconchegante.

— Não sei — falei enquanto observava um esquilo correndo até um montinho de galhos — Acho que depende da ocasião.

— Tipo, alguma coisa romântica. O que você iria gostar?

Olhei Nick, ele parecia confuso. Não consegui segurar meu riso.

Ele me escolheu para ser a sua guru do amor. O problema é que meu conhecimento acerca do amor era só teórico, resultado dos milhares de filmes românticos que já assisti. Agora, no quesito prático eu tinha um incrível total de zero experiências. Tirando o meu beijo roubado do bêbado na festa, nunca havia dado nem um selinho, nadinha.

Ei, não me julgue. Acredito que você não esteja tão diferente de mim assim, acertei?

— Acho que eu gostaria de alguma coisa simples, mas com muito valor sentimental. Mas, isso sou eu Nick, eu prefiro enxergar a intenção do que o presente em si, entende?

Ele agarrou os cabelos com as mãos sujas de doritos, bufando.

— Por que tem que ser tão difícil? Quer dizer eu... eu tenho medo de fazer alguma coisa que ela não goste, e se eu pisar na bola logo no primeiro encontro? Quando eu a convidei, juro que vi seus olhinhos brilharam de empolgação, e se ela não gostar?

— Errar é normal, seu bobo. Por que não pergunta o que ela tem vontade de fazer? Isso iria facilitar sua vida em, sei lá, mil por cento.

— Não — ele arregalou os olhos havana para mim — Eu tenho que surpreendê-la! Sabia que tem vários garotos querendo sair com ela?! Preciso me destacar! Preciso mostrar que eu sou o cara certo, que eu sou legal.

Eu entendia perfeitamente o porquê, Hayley era tão linda quanto era incrível. Qualquer um se apaixonaria por ela facilmente.

Listei mentalmente algumas coisas das quais gostaria que um garoto fizesse por mim. Sempre achei lindo aquelas cenas em que eles te pegam pela mão e te giram, depois pegam delicadamente em sua cintura e selam seus lábios em um beijo calmo e apaixonante. Isso me parecia tão fofo quanto era romântico.

Sinto muito, acho que estou sendo um pouco melosa demais.

— Por que não a convida para um piquenique? — esse iria para a minha lista também.

— Isso não é muito simples?

Dio mio, o que eu acabei de falar sobre a intenção valer mais que a ação?! — dei um tapa leve em sua cabeça — Acorda, ragazzo, quem complica demais acaba pecando em algo!

Nick pensou por um segundo. Seu cabelo estava cheio de farelo laranja.

— Eu poderia levá-la na praia, posso roubar comida do refeitório ou pegar na lojinha de Hermes e levá-la para ver as estrelas, ISSO! — ele me estendeu a mão para um high five — ISSO! O que você acha? Acha que ela vai gostar?

— Eu me apaixonaria de primeira — dei-lhe uma piscadela brincalhona.

Peguei mais um morango e fiquei o tamborilando com os dedos, nervosa com o que faria a seguir. Queria ser totalmente transparente com Nick, assim como ele era comigo.

Prendi a respiração por um instante, tomando coragem para falar o que precisava.

— Nick — comecei com cautela — Eu preciso te contar uma coisa um pouco séria.

— Ah não — ele me arregalou os olhos — Que merda você fez Melissa? Não me diga que está afim de mim, por favor. Você é super linda e afins, mas eu só tenho olhos para a Hayley!

— Stai zitto, stronzo! (cala a boca, idiota!)  enfiei o morango inteiro em sua boca — Eu não gosto de você não, tapado! É sobre outro assunto que quero conversar.

Ele mastigou o morango enquanto eu roía uma das minhas unhas, ganhando tempo para estruturar o que eu ia falar.

Mas, Nick foi mais rápido. Ele deu um longo suspiro e se voltou para mim com um semblante sério.

— É sobre Luke. Você voltou a falar com ele, não foi?

O encarei boquiaberta, como ele sabia?

— Como... como...

— Percebi o quanto está alegre nos últimos dias — ele deu de ombros — Está sorridente como se tivesse ganhado na loteria — ele pensou por um instante — Se bem que no seu caso, acho que ganhar na loteria não faz muita diferença, não é?

Fitei o chão, sem saber o que responder.

— Ele é meu amigo, Nick — comecei — Temos dez anos de história... não é tão fácil se desapegar de algo assim.

Nick pegou uma de minhas mãos e a acariciou.

— Eu sei que ele é importante para você, Melissa — sua voz era terna — Sei que você gosta muito dele, é notória a sua felicidade com essa reconciliação. Eu não me importo que ele seja nosso inimigo, de verdade, só quero que você seja feliz. Você merece um pouco de paz.

Dei-lhe um sorrisinho. Funguei para tentar espantar o nó que vinha se formando em minha garganta.

— Mas... — Nick tocou em meu queixo com uma de suas mãos, erguendo meu olhar até o dele — Não é todo mundo no acampamento que pensa assim, a maioria não verá dessa forma, você bem sabe. Ainda mais se formos considerar de que suspeitam haver algum traidor entre nós... — ele secou uma lágrima solitária que dispendia de meus olhos — Apenas tome cuidado com isso, ok? Me prometa que vai ser cautelosa.

Concordei com a cabeça.

— Além do mais... cuidado para não se entregar demais e se afogar. Você é uma garota incrível, Melissa, merece alguém que saiba enxergar isso. Não aceite menos do que o melhor de alguém.

Não me aguentei e o abracei, céus eu amava aquele garoto. Tinha vontade de guardá-lo em um potinho e o levar embora comigo.

— Eu não gosto do Luke assim, Nick — cocei meu olho — Ele é só um amigo, nós só temos muita história juntos, mas somos apenas amigos.

Nick semicerrou seus olhos e me deu um sorrisinho fraterno.

— Se você diz, senhorita, quem sou eu para falar o contrário?

Sorri para ele, voltamos a comer em silêncio e observando os pequenos bichinhos que passavam por ali. Disse a mim mesma que não importasse o rumo que minha vida fosse tomar, eu queria continuar sendo amiga de Nickolai Wright até a minha morte.

Voltei para o meu chalé quase no fim da tarde, Percy, como de costume, não estava lá. Nos últimos dias eu mal o havia visto, o mesmo para Annabeth e Grover. Na maioria do tempo eles estavam enfiados no escritório de Quíron ou conversando em algum canto, tinha a impressão de que tinha algo de errado, mas não ousava me intrometer. Se eu fosse necessária no que quer que eles estivessem fazendo, com certeza me chamariam, não iria dar uma de sonsa só para bisbilhotar.

Caminhei até a minha cama e me sentei nela, olhando pela janela a tarde que já começara a dar indícios de que chegava ao seu fim. Decidi ir tomar um banho, mas algo em minha mesa de cabeceira me chamou a atenção. Uma fitinha branca que eu não fazia ideia do que era pendia da minha gaveta fechada, coloquei minha mão com cuidado em sua maçaneta e a abri com receio.

Havia um pedaço de papel com alguma coisa escrita a caneta, o peguei para que pudesse ler:

"Que tal vermos o pôr do sol hoje? Te pego as 7 no pé da colina"

Não havia assinatura, mas nem precisava, eu sabia a quem aquela caligrafia pertencia.

Olhei no relógio, marcava seis e meia, pulei da minha cama e rumei para o banheiro, não podia controlar o imenso sorriso que se abria em meus lábios.

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