Não me veja.

By SSMSantos

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Você já amou perdidamente uma pessoa sem ao menos vê-la? Amar é acreditar sem ver. É sentir, mas sem tocar. M... More

Personagens.
Apresentação.
Sinopse.
Alessandra - Capítulo 1
Teóphilo - Capítulo 2
Alessandra - Capítulo 3
Teóphilo - Capítulo 4
Alessandra - Capítulo 5
Teóphilo - Capítulo 6.
Alessandra - Capítulo 7.
Teóphilo - Capítulo 8
Alessandra - Capítulo 9
Teóphilo - Capítulo 10
Alessandra - Capítulo 11.
Teóphilo - Capítulo 12.
Alessandra - Capítulo 13.
Teóphilo - Capítulo 14.
NÃO É CAPÍTULO.😳
Alessandra - Capítulo 15.
Teóphilo - Capítulo 16.
Alessandra - Capítulo 17.
Teóphilo - Capítulo 18
Alessandra - Capítulo 19.
Teóphilo - Capítulo 20.
Alessandra - Capítulo 21.
Teóphilo - Capítulo 22
NOTA.
Alessandra - Capítulo 23.
Teóphilo - Capítulo 24.
Alessandra - Capítulo 25.
Teóphilo - Capítulo 26
Alessandra - Capítulo 27
Teóphilo - Capítulo 28
Alessandra - Capítulo 29.
Teóphilo - Capítulo 30.
Alessandra - Capítulo 31
Teóphilo - Capítulo 32.
Alessandra - Capítulo 33
Me Ajudem!
Teóphilo - Capítulo 34.
Alessandra - Capítulo 35
Alessandra - Capítulo 36
Teóphilo - Capítulo 37.
Teóphilo - Capítulo 39
Alessandra - Capítulo 40
Teóphilo - Capítulo 41
Alessandra - Capítulo 42
Teóphilo - Capítulo 43
Alessandra - Capítulo 44.
Teóphilo - Capítulo 45
Alessandra - Capítulo 46
Teóphilo - Capítulo 47.
Alessandra - Capítulo 48.
Teóphilo - Capítulo 49
FELIZ ANO NOVO!
Alessandra - Capítulo 50.
Alessandra - Capítulo 51.
Teóphilo - Capítulo 52
Alessandra - Capítulo 53
NÃO É CAPÍTULO.
Alessandra - Capítulo 54
Teóphilo - Capítulo 55
Teóphilo - Capítulo 56
Teóphilo - Capítulo 57
Teóphilo/ Alessandra - Capítulo 58
Desculpas.
Alessandra/Teóphilo - Capítulo 59
Alessandra/Teóphilo - Capítulo 60.
Teóphilo - Capítulo 61
Teóphilo e Alessandra - Final.
Agradecimentos.

Alessandra - Capítulo 38

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By SSMSantos


Bom dia, Alessandra,

Espero que tenha dormido bem. Velei seu sono até onde pude depois me entreguei dormindo um sono tranquilo ao seu lado. Só não foi melhor pois você roncou um pouco. kkkk

BRINCADEIRA!

Você é linda até dormindo!

Desculpe por não estar ao seu lado quando acordou, mas espero vê-la logo.

Obs.: Nunca imaginei que alguém me faria tão bem.

Você é especial!

Acho que está na hora de deixarmos os bilhetes de lado, não é?

Do seu

TS

**

Peguei este bilhete em cima do travesseiro ao meu lado assim que acordei esta manhã. Li, reli e ainda não caiu a ficha do que aconteceu conosco neste quarto, sobre estes lençóis. A todo o momento que me lembro das sensações, das palavras, dos gemidos e sussurros, sinto meu corpo reagir, me deixando quente e esperançosa por mais, muito mais.

Teóphilo foi um verdadeiro cavalheiro, não ultrapassou os meus limites, foi respeitoso e tudo o que aconteceu foi por consentimento meu. Nunca imaginei que minha noite acabaria tão bem, após um dia conturbado e cheio de revelações.

Foi mágico! – Sussurro. Levanto-me e sigo para o banheiro, sinto meu corpo relaxado.

Ontem, após o orgasmo que Teóphilo me ajudou a ter, parecia que tinha acabado de voltar de um treino pesado na academia tamanho o cansaço que senti, depois veio o relaxamento. Em nenhum momento nos meus antigos relacionamentos foi assim. Teóphilo me ajudou a vestir a calça do pijama e me deixei embalar no sono, aproveitando a escuridão do quarto quando ele apagou as luzes. Naquela hora meu grande corpo precisava descansar. Lembro-me vagamente de ter falado algo, mas não me lembro. Hoje quando nos encontrarmos perguntarei a ele o que eu disse.

Tiro minha roupa e entro debaixo do chuveiro e tomo um banho gostoso. Toco minha pele recordando cada toque de suas grandes mãos, sua boca e sua língua em meu corpo. Nunca havia sentido algo do tipo, nunca tive uma experiência tão maravilhosa como ontem.

Quando era casada com Marcos, as poucas vezes que optamos por fazer sexo oral, ele era o único que aproveitava o ato, ele conseguia desfrutar do que estava acontecendo a sua frente, pois ter o seu pênis entrando e saindo de minha boca era uma visão erótica e sexy, dizia ele. Eu gostava de dar prazer a ele, mas quando era a vez dele me dar prazer ele mal me tocava, mal me satisfazia e já me penetrava não se importando se tinha pouca ou nenhuma lubrificação. Então, na maioria das vezes quando acabava eu estava dolorida e muito machucada.

Relembrar sobre meu passado e o que aconteceu durante o dia de ontem me deixa entristecida e ao mesmo tempo pensativa. Depois que meus olhos foram abertos, consegui enxergar quem era de fato o meu ex-companheiro. Eu já sabia que Marcos era um desgraçado, miserável, mas perceber que ele é ainda pior do que imaginei é assustador. O homem com quem convivi por mais de três anos foi um ser humano baixo, mau-caráter e patife que se afastou de mim por dinheiro. Mesmo não o amando mais, ver essa sua personalidade me deixou chateada, me mostrando que para ele, eu nunca tive importância alguma.

Pensando assim, Marcos foi o primeiro a me trocar por dinheiro. Ele preferiu uma quantia alta e uma pensão mensal bem gorda, a me ter do seu lado. Acho que nasci para ser moeda de troca dos outros.

Acabo meu banho me enxugo e vou até o closet e procuro uma roupa bonita e elegante -não que eu tenha tantas assim- quero estar bem arrumada quando for à empresa depois da escola. Coloco uma calça jeans, uma blusinha sem manga preta com bolinhas brancas com amarração no colo e um sapato com salto baixo para ir à escola. Faço uma maquiagem básica, elabora uma pequena trança na lateral do meu cabelo e deixo o restante solto.

– Ficou bom! Eu gostei. – Viro minha cabeça e vejo a parte de trás e ficou ótimo. Pego meu perfume e borrifo um pouco em minha nuca, nos pulsos, nas dobras dos cotovelos, atrás das orelhas e joelhos, não passo de forma exagerada, apenas para ter certeza de que não ficarei fedida durante o dia. Minha maior vaidade são os perfumes, eu simplesmente amo me sentir cheirosa e adoro sentir o cheiro nas pessoas também, isso me fascina.

Como ainda é cedo, aproveito para tomar café com o pessoal. Pronta, pega minhas coisas e saio do quarto. Sigo em direção a cozinha, encontro dona Guiomar, dona Dalva e uma funcionária da casa ajudando a pôr a mesa. Elas ao me veem e sorriem em conformidade e se aproximam com vasilhas e travessas com alimentos para o café da manhã.

– Bom dia, minhas senhoras, precisam de ajuda? – Me aproximo da mesa e dou um beijo em cada uma delas. Dona Guiomar aproveita e dá um abraço. Não fiquei com raiva dela e muito menos de senhor Alberto em momento algum. Ambos fizeram o que vovó pediu achando que assim eu ficaria livre de uma vez por todas do embuste, mas assim que a mina secou, ele apareceu pedindo por algo que não tinha direito.

Nunca me casei com ele no papel, apenas vivíamos como casados, éramos companheiro e vivíamos em uma união estável e se fosse para alguém ter direito, eu deveria ir atrás dos meus, eu quem deveria receber pensão e ter metade dos bens que adquirimos quando estávamos juntos.

– Bom dia querida, dormiu bem? Conseguiu descansar? – Dona Dalva pergunta e coloco um pão caseiro sobre a mesa. Se elas soubessem...

– Dormi bem sim obrigada por perguntar. Estava bem cansada ontem por conta do estresse. Marcos é uma pedra em meu sapato. – Elas sorriem em conformidade. – Preciso ir ao sítio novamente, ele disse que iria lá para conversarmos. Não quero deixar que meus irmãos, mamãe e minha vó revolvam este assunto que é meu. Não quero ter vínculo algum com Marcos e se eu continuar alimentando esta dependência dele com o dinheiro dos outros eu nunca vou viver em paz. – Suspiro.

– Vai dar tudo certo Ale, Marcos é um canalha e, se precisar testemunha contra ele, pode contar comigo. Bom, sente-se e coma alguma coisa. Se quiser posso fazer uma marmitinha para Jurema, sei que ela gosta dos meus bolos. – Dona Guiomar diz e olho para dona Dalva que revira os olhos. Dou risada ao ver a cena de ciúmes entre irmãs. Adoro elas.

– Obrigada dona Guiomar, vou levar sim. Jurema vai adorar! – Sento-me e logo vejo Maxwell entrar na cozinha, ele cumprimenta todos com um beijo na bochecha. Ele olha em minha direção e sorri. Aceno e sirvo-me com um pedaço do pão caseiro, passo manteiga e pego um pouco de café e acrescento leite, faço uma oração agradecendo e passo a comer meu desjejum tranquilamente. Pego uma fatia de bolo de fubá e dou uma abocanhada e gemo ao sentir o sabor explodir em minha boca. Maravilhoso como tudo o que servem nesta mesa.

De repente vejo uma moça entrar correndo na cozinha, ela está bem apavorada. Torce os dedos das mãos nervosamente, seus olhos estão arregalados, logo após ela, uma outra pessoa também entra na cozinha ambas vão até dona Guiomar, esta se vira para a porta e franze o cenho.

– Tem certeza? – Ela pergunta e as moças anuem confusas. – Ok, obrigada. – Elas saem da mesma maneira que entraram. O desespero é visto a quilômetros de distância. Dona Dalva sorri e suspira indo em direção a dona Guiomar que olha para a porta e abre a boca e ergue o cenho. Observa as reações delas e acho estranha a maneira que começam a se mover na cozinha. Olho para Max que também observa as duas correndo pela cozinha.

– Mas o que está acont.... – Max diz e é interrompido.

– Bom dia a todos. – Uma voz grave chega a meus ouvidos fazendo meu sangue gela e meu estômago revira ao me lembrar da noite passada.

– Pai Amado! – Sussurro. Minha pele arrepia chegando aos fios de meu cabelo. Olho para a porta e vejo Teóphilo em pé sobre o batente da porta. Seu cheiro me invade.

– Será que ainda dá tempo de tomar café com vocês? – Dona Guiomar e dona Dalva estão visivelmente emocionadas, elas sorriem para ele e colocam a mão na boca para segurar o choro.

– ATÉ QUE ENFIM IRMÃO! UHUU! – Max grita levantando-se, indo ao encontro de Teóphilo que o abraça. – Cara...eu ainda não acredito que você está aqui! – Maxwell se afasta e o segura pelo ombro. Ele está empolgado e eu sem reação, não sei o que fazer ou falar, apenas observo com os olhos arregalados pela surpresa.

Teóphilo se move e seus olhos estão sobre mim, em nenhum momento seus olhos me deixam. Olho para seu rosto e não vejo mais a barba e nem o bigode, seu rosto está limpo, branquinho, seus olhos ainda mais verdes com um brilho intenso, seus cabelos acobreados incrivelmente cortado e úmidos. Ele está lindo! Ainda mais do que ontem. Abaixo minha cabeça e volto a bebericar meu leite com café. Sinto meu rosto queimar tamanha vergonha e embaraço.

– Você não sabe a alegria que estou sentindo meu filho! Deus ouviu minhas orações! – Dona Guiomar sorri e vai até onde ele está e deixa um beijo em sua bochecha, ele apenas sorri.

– Obrigado, tia! – Ela anui e uma lágrima escorre de seus olhos. Engulo em seco quando seus olhos caem sobre mim novamente. Mordo meu pão e mastigo como se estivesse com uma goma de mascar sem açúcar na boca.

– Como quer seu café meu bem? Posso te servir se quiser. – A empolgação e alegria é sentida na voz de todos. Ter Teóphilo à mesa é algo que nunca vi desde quando passei a morar na mansão.

– Pode deixar tia, eu mesmo me sirvo. – Teóphilo faz questão de se sentar na cadeira em frente à minha. Sinto-me tensa e minhas mãos suam. Largo minha xícara e desço minhas mãos e limpo-as na calça jeans.

Reparo na empolgação de todos, inclusive vejo alguns funcionários nas portas, eles passam olhando para dentro procurando por algo, se amontoando nas portas e janelas. A curiosidade toma conta da mansão. Pelo jeito Teóphilo realmente não era visto pelos empregados. Sorrio ao ver como o ressurgimento dele abalou totalmente a rotina de todos, inclusive a minha.

– Bom dia Alessandra, dormiu bem? – Me sinto quente, envergonhada como se todos soubessem o que aconteceu conosco. De cabeça baixa, mordo o lábio inferior e solto o ar pela boca de forma lenta. Como a voz dele mexe comigo.

Harã. – Anui e coço a testa. A única coisa que sai da minha boca é um resmungo. Ouço seu riso anasalado, ergo meu olhar e vejo seu sorriso ladino.

Sexy.

Minha vontade é cair em cima dele e...

Meu Deus pensamentos puros, pensamentos puros!

– Você sabe que Alessandra passou por um estresse muito grande ontem né meu filho. Já disse a ela que se precisar pode me chamar, não esqueça, Ale! – Todos estão à mesa inclusive senhor Alberto que entrou junto com Teóphilo está à mesa.

– O que aconteceu, Ale? Será que posso te ajudar? – Maxwell pergunta, olho para ele que tem sua mão sobre as minha. Ouço um pigarreio alto.

– Não Maxwell, Alessandra não precisa de sua ajuda. Se precisar tenho certeza de que eu mesmo posso fazê-lo irmãozinho. Fique tranquilo. – O sarcasmo pinga de sua voz.

– Claro tia, quer dizer dona Guiomar! Eu...me...me desculpe. – Não sei para quem responder. – Não precisa se preocupar Maxwell, fique tranquilo. – Engulo em seco. – Bom, gente preciso ir, não posso me atrasar para o trabalho. Se me derem licença. – Dou um sorriso forçado para todos. Olho para Teóphilo e imediatamente sei que foi a pior coisa que fiz. Ele olha e ele crispa os olhos e sei que isso não é nada bom. Levanto-me e com passos cambaleantes, sinto seu olhar em minha bunda, vou até o balcão e pego a vasilha com um pedaço de bolo para Jurema e outra vasilha para mim. Saio sem olhar para trás.

– Alessandra. – Escuto meu nome em seu tom de voz firme e sexy quando estou próxima a porta. – Só um momento quero falar com você. – Ouço o arrastar da cadeira e o bater da bengala no chão. Fecho meus olhos ao sentir o toque de sua mão em minha lombar. – Vamos ao escritório, lá teremos mais privacidade. – Deixo que passe e ande em minha frente.

– Ok. – Olho para trás. – Bom dia pessoal! Nos vemos na empresa Max. – TODOS estão sorrindo largamente. Se eu precisasse de alguma aprovação para começar um relacionamento com Teóphilo, com certeza a tenho agora somente com a maneira que eles me olham. Dona Dalva dá um joia com as duas mãos com a maior empolgação do mundo, dona Guiomar vê e dá um tapa nas mãos da irmã e eu me sinto envergonhada, meu rosto está quente. Maxwell meneai a cabeça e gargalha.

– Vocês duas querem parar! Assim Alessandra ficará com vergonha. Deixo-os se conhecerem direito. Vamos tomar nosso café mulher! Pare com isso. – Dona Guiomar revira os olhos e eu sorrio. – Vai lá minha filha, vá conversar com seu esposo. – Anui para senhor Alberto, saio do cômodo com meu coração na boca.

Sigo pelo corredor e vejo Teóphilo entrar por uma porta há alguns metros à frente, sigo o caminho até onde ele está. Parece que tudo está em câmera lenta e meu coração está super acelerado. Acho que vou infartar! Olho para a porta entre aberta, puxo o ar para meus pulmões, toco a maçaneta e abro o objeto entrando no local.

– O que... – Não tenho tempo de pensar em nada apenas sentir. E eu sinto. A boca de Teóphilo me devora, tirando de mim o meu fôlego e minha capacidade de raciocinar.

– Eu estava louco para te beijar! – Ele diz após sugar minha boca de forma lasciva e totalmente erótica. Minhas pernas estão moles. – Por que não me deu atenção? Eu queria ouvir sua voz falando comigo. – Colo meus seios em seu peito duro. Teóphilo desce sua boca até a minha mais uma vez, e seu beijo é delicioso! Minhas mãos sobem por seu rosto e infiltro meus dedos em seus cabelos me agarrando a ele como minha corda de salvação.

– Téo... – Murmuro totalmente entregue quando seus lábios descem por meu pescoço. Ele para de me beijar e eu embriagada abro os olhos e ele me fita com tanta paixão que me sinto entorpecida.

– Me chame pelo meu nome, gosto de como a pronuncia sai de sua boca. – Passo a língua em meu lábio inferior e ele suspira mordendo o seu lábio. – Fala meu nome. – Desço meus dedos e toco sua face limpa e lisa.

– Ontem sua barba pinicava minha mão, mas sentir sua pele assim é ótimo... Teóphilo. – Ele sorri e seus lábios descem cobrindo a minha boca com um beijo lento e voluptuoso. Teóphilo solta meus lábios e deixa pequenos beijos em meu rosto e encosta nossas testas. Ele me segura como se eu pudesse fugir, seu agarre é forte e eu me sinto segura dentro de seus braços.

– Confesso que se pudesse escolher com certeza ficaria aqui, com você o dia todo, mas eu preciso ir trabalhar. – Ele beija minha testa e eu sorrio. – Queria saber se posso chegar um pouco atrasada na empresa. Preciso resolver aquele assunto com o Marcos. É bem provável que ele vá hoje à tarde no sítio. Não quero deixar minha mãe e minha vó sozinhas para conversar com ele. Minha irmã Aurora e meu cunhado estão por lá passando alguns dias de férias no sítio, mas como é um problema meu, só vou pedir para ela ficar de olho caso ele apareça, eu vou resolver isso. – Ele me aperta em seus braços e ouço seu suspiro.

– Não gosto de pensar que você estará lá sozinha, mesmo tendo os seguranças por perto. Leve tia Guiomar e tio Alberto com você, assim me sentirei mais calmo. – Me afasto e dou um beijo em seu queixo.

– Eu não estarei sozinha, eu disse que minha irmã e meu cunhado estão lá com minhas velhinhas. Eu ficarei bem, não se preocupe. – Dou um selinho e me afasto. – Preciso mesmo ir, senão chegarei atrasada. – Ele me puxa e me beija mais uma vez e eu aproveito e retribuo com o maior prazer. Solto de seus lábios e sorrio. – Tenha um ótimo dia senhor Teóphilo Salazar. – Ele sorri e eu saio do cômodo com meu coração aquecido e mais acelerado do que quando entrei.

Sigo até a garagem, entro em meu possante e dirijo até a escola. Entrego a vasilha para Jurema que falta pular de alegria ao ver o bolo de cenoura com cobertura de brigadeiro. Para mim trouxe uma fatia de pão para comer no intervalo das aulas.

Busco minha turminha que estão em fila indiana próximo ao refeitório no pátio da escola e entro em minha sala. Arrumo meu material enquanto escuto o falatório alto de todos, que também se arrumam em seus lugares.

– Bom dia turma! – Fala assim que vejo todos em seus lugares.

– Bom dia tia Alessandra! – Sorrio.

– Vamos lá começar mais um dia maravilhoso de aula. – Eles resmungam discordando e mais uma vez eu sorrio. – Abram o livro na página quarenta e sete e leiam as palavrinhas.

E assim seguimos pelas primeiras horas da manhã.

*

As dez e trinta o sinal do intervalo toca e todos saem em disparada para fora. Pego minha marmitinha e vou até a sala dos professores pegar uma xícara de café preto. Assim que vou me aproximando da entrada vejo alguns policiais parados em frente a sala da diretora dona Marília. Estranho o fato, mas sigo o meu caminho até a sala dos professores.

– Alessandra! Alessandra! Com licença sim? – Ouço a voz da diretora me chamar. Ela acena e eu vou ao seu encontro. – Alessandra, você tem um minuto? –Anui. – Preciso que venha a minha sala. – Sigo-a até sua sala. – Senhores está é Alessandra Ferreira a pessoa que procuram. Estarei lá for, assim vocês podem conversar com calma e privacidade. – Os dois homens anuem, Marília toca minha mão e sai da sala. Olho para os dois homens fardados e ele me indicam a cadeira, me sento e tento mostrar tranquilidade, mas por dentro estou uma pilha de nervos, não sei o porquê desses homens virem me procurar em meu local de trabalho. A última vez que isso aconteceu foi há alguns anos quando mamãe teve um AVC, aquele dia foi traumático.

– Pois não senhores, o que desejam falar comigo? – Ambos se sentam à minha frente e um deles pega uma pasta de papel pardo que estava sobre a mesa.

– Bom dia senhora Alessandra, nos desculpe vir em seu horário de serviço, mas precisamos colher algumas informações importantes. – Anui. – A senhora conhece Marcos Dias da Silva? – Sinto um frio subir por minha espinha.

– Sim, conheço. Ele foi meu companheiro por mais de três anos. Por que a pergunta? – Um dos policiais me entrega a pasta. Olho para sua mão. – O que é isso? – Ele mais uma vez insiste que eu pegue o objeto e assim o faço.

– Hoje pela manhã, a exatamente duas hora e meia atrás, recebemos um telefonema anônimo informando que um homem negro havia sofrido um acidente próximo ao Hotel Fazenda Tormenta. Quando chegamos ao local vimos que não foi um acidente e sim um assassinato. Seu ex-companheiro Marcos Dias da Silva foi brutalmente assassinado com uma arma branca e disparos de arma em sua cabeça e nuca. Foram quinze facadas no peito e abdômen e três disparos na cabeça e dois na nuca. – Enquanto o homem discorre o ocorrido abro a pasta e vejo as fotos tiradas de Marcos no local onde seu corpo foi encontrado. Sinto meu estômago girar e uma ânsia de vômito forte me toma de tal forma que caio sobre meus joelhos.

– A senhora está bem? – Um dos policiais me perguntam ao se ajoelhar ao meu lado. Meneio a cabeça e volto a colocar tudo o que comi para fora. – Chame a diretora, rápido! – O homem fale exasperado. Ouço a porta abrir e não se fechar, logo dona Marília está ao meu lado junto com uma pessoa que limpa o meu vômito.

– Traga um copo de água para ela por favor! – Ela pede para a funcionária da escola.

Eles me ajudam a ficar sobre meus pés, um deles traz uma cadeira e sento-me em seguida sentindo tudo girar a minha volta. Dona Marília me entrega o copo com água e eu bebo todo o liquido. Faço o exercício de respiração e logo consigo desacelerar os batimentos cardíacos.

– Dona Alessandra, quando foi a última vez que viu seu ex-companheiro? Sabe onde ele morava? – Um dos policiais pergunta. Apenas meneio a cabeça.

– Desde quando nos separamos não tive notícias dele. Marcos sumiu e só o vi ontem no horário do almoço no sítio de minha avó. Fazia anos que não o via. – Passo a mão em meu rosto com as mãos.

– Entendo. Como a senhora foi a companheira dele viemos dar-lhe a notícia e fazer mais algumas perguntas. Precisamos de informações senhora para chegar na pessoa que cometeu este crime hediondo. – Anui. Os policiais começas a fazer várias perguntas, repondo a todas. Vários minutos dentro daquela sala, escuto meu celular tocar, abro a bolsa e vejo que há uma mensagem. Deslizo o dedo pela tela e vejo a mensagem, leio e logo vejo um vídeo.

– Bom Deus! O que é isso! – Digo e coloco a mão sobre a boca.

Olá, Alessandra.

Fiz uma visitinha a seu ex-companheiro e ele ficou bem irritado quando disse que era para se afastar de você. Como ele é um ser humano horrível precisei tira-lo de uma vez por todas de nossas vidas. Espero que goste do presentinho, fiz o vídeo pensando em você.

Falta pouco para te ter em meus braços e deles você nunca mais sairá, pois você é minha.

Minha, minha para sempre!

Largo o celular na mesa e me afasto ao ver o pequeno vídeo. Sinto-me fraca e sem forças.

– Deus quando isso vai acabar?

Se é que um dia vai realmente acabar.



Gente, boa noite tudo bem?

Tem um tempo em nossa vida que parece que tudo acontece de uma vez. Pedi oração essas semanas por minha sobrinha por estar bem doente e quando foi ontem (dia de postagem) fiquei no hospital com meu pai. Ele precisou passar por uma intervenção cirúrgica hoje pela manhã.

Por favor orem por mim e minha família. Precisamos demais.

Segue mais um capítulo e espero que gostem.

Beijo enorme.

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