Operação Luthor

By _BiaSantos

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Uma coisa é de conhecimento comum para todos os agentes do FBI: Lionel Luthor fabrica drogas ilícitas. Mas o... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 39 parte 2
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51

Capítulo 8

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By _BiaSantos

Oi,

Muitas coisas nesse capítulo, espero que gostem.

Boa leitura :)

Kara deslizou do corredor para dentro do quarto e fechou a porta.

Do lado de dentro as paredes eram brancas e vermelhas escuro, como se tivessem usado vinho no lugar da tinta. Havia uma grande janela quase escondida por cortinas brancas e leves na parede frontal e a cama de casal tinha sido posicionada no centro do quarto, a cabeceira de madeira preta reluzia a luz que entrava pela janela.

Os travesseiros e as almofadas sobre a poltrona em um dos canto do quarto estavam perfeitamente arrumados assim como todo o resto.

Primeiro ela revirou as gavetas das mesas de cabeceira, depois a estante de livros, as gavetas das mesas no canto do quarto e por fim o closet.

Atrás dos vestidos de Alana e os ternos de Lex haviam caixas cheias de fotos e documentos, mas não eram importantes para ela.

O tempo estava correndo.

Quando ela deixou o quarto ela tinha muita consciência de que ave de rapina podia sair da lavanderia– onde a tinha trancado-a qualquer momento.

O próximo quarto era um quarto de visitas simples e impessoal.

O quarto seguinte era o que ela havia apelidado de "bate porta."

Havia acontecido naquela manhã também enquanto ela descia para encontrar o traidor na cafeteria, ela estava caminhando pelo corredor e então a porta bateu, mas desta vez Kara a viu se mexer.

Ela aceitava perfeitamente que uma vez podia ser a imaginação dela, ou quem sabe o vento, ou qualquer outra coisa que ela preferia não imaginar, como almas penadas.

Duas vezes era suspeito.

Três vezes significava que havia definitivamente algo de errado lá dentro.

Kara observou o corredor antes de testar a maçaneta, estava frio como aço na madrugada.

A porta não rangeu ou fez qualquer outro som quando ela a abriu lentamente.

A primeira coisa que chamou a atenção dela foi o cheiro, ele flutuou pela fresta que ela havia aberto: Quente como se ela tivesse aberto um forno, e cheirado a hospital e remédios, e abaixo de tudo isso ainda havia um cheiro esquisito, ela já o havia sentido antes, mas não conseguia se lembrar em que lugar especificamente.

Kara empurrou mais a porta e olhou.

O cômodo estava completamente escuro.

Ela abriu uma fresta maior e esperou em silencio, tentando ouvir qualquer som ou perceber qualquer movimento suspeito na pequena mancha de luz que foi laçada do corredor para dentro do quarto, mas não ela percebeu absolutamente nada, nem um ruído.

Mas o cheiro ainda fazia o estômago dela revirar, Kara tinha a sensação de que se desse um passo para dentro e acendesse a luz iria encontrar um laboratório macabro, com macas pilhadas de corpos.

Um arrepio subiu pela linha da coluna dela.

Isso, ótimo momento para deixar a imaginação galopar desembestada.

Ela já estava parada ali tempo demais, se houvesse algo vivo a vigiando– como ela tinha suspeitava– já teria pulado para fora, não teria?

Lentamente ela deu um passo para dentro, depois outro, o calor pareceu dobrar e ela começou a suar.

Então um ponto a esquerda dela foi subitamente iluminado.

Kara viu a cabeceira de uma cama, uma cama antiga, cheia de cobertores embrulhados em um bolo próximo a mesa de cabeceira, onde um abajur tinha sido acesso.

Havia alguma coisa ali dentro.

O corpo de Kara se tencionou.

Muitas coisas passaram pela mente dela em um piscar de olhos, desde trolls e vampiros a humanos mutantes que os Luthor criavam por pura diversão.

O coração de Kara disparou quando o monte começou a se mexer e uma cabeleira prateada e encaracolada surgiu de entre os cobertores.

Ela engoliu em seco e se afastou alguns centímetros para trás.

Á luz amarelada do abajur grandes olhos azuis enevoados surgiram e olharam para ela como se não estivessem realmente a vendo, o sangue de Kara parou de circular.

Parecia humano.

Então o rosto se descobriu completamente e depois de verificar que não havia uma boca enorme e cheia de dentes a espera dela, Kara reconheceu a quem pertenciam àqueles olhos.

Vovó Mary.

O rosto enrugado e pálido da mulher parecia muito mais velho e sofrido do que na foto que Kara vira, e os cabelos encaracolados e curtos não viam um pente há muito tempo. Caiam em caracóis pela testa pálida e frágil.

O que ela estava fazendo ali? Na casa?!

A velha então murmurou algo baixinho e Kara tentou entender, mas foi impossível.

Ela se perguntou brevemente como a velha agüentava o calor embaixo de todos aqueles cobertores, havia pelo menos três, Kara estava de camiseta e estava suando horrores.

Mary murmurou novamente com os olhos ainda fixos no rosto dela como uma coruja imóvel e Kara se lembrou da conversa que tinha ouvido da governa com Jess, sobre ela não poder se aproximar de Mary, talvez fosse para a própria segurança dela.

— Meu anjinho– Mary sussurrou alto o suficiente para ela conseguir ouvir desta vez.

— Eu?– Kara questionou estupidamente.

— Meu anjinho voltou– A velha disse mais alto e começou a se mexer na cama e a empurrar os cobertores para o lado.

Anjinho?– Kara engoliu em seco.

Um sorriso fantasmagórico se desenhou no rosto magro de vovó Mary, a luz do abajur lançado sombras horripilantes sobre o rosto enrugado.

Kara deu passo para trás quando Mary afastou o resto dos cobertores com um golpe forte dos braços finos.

Devagar a velha deslizou da cama, a camisola amarela florida subiu um pouco e Kara viu pernas muito magras e pálidas e pés pequenos.

Kara olhou pelo canto do olho para o corredor a poucos centímetros de distancia quando a velha se colocou de pé.

Mary era pequena, ela não chegava aos ombros de Kara, e os passos dela eram vacilantes quando ela tentou avançar na direção da agente.

Kara estava paralisada no lugar sem saber o que fazer, parecia que ela tinha pisado em uma tigela de super cola.

Os olhos da velha brilhavam assustadoramente.

Então como um trovão inesperado uma voz berrou a costas de Kara:

O que você esta fazendo aqui?!

Ela se virou, subitamente livre do que a mantinha presa ao chão.

Saia!– Joseph berrou, sufocou com os olhos injetados de sangue parado na porta do quarto como uma estátua grotesca.

Nesse curto período de tempo Mary havia se lançado aos tropeçou para perto de Kara e berrou ao mesmo tempo em que a agarrava por trás:

— Não! Ela é meu anjinho!

Os braços esqueléticos ao redor da cintura dela tinham uma força anormal para o estado da mulher e eram estranhamente frios.

— Não vão tirar meu anjinho de mim de novo!– A velha berrou loucamente contra as costas de Kara a apertando ao ponto de machucar— Meu anjinho vai cuidar de mim, não vai? Meu anjinho. Diz para mim meu anjinho, você vai cuidar de mim não vai? Você é um anjinho tão bom...

Kara havia virado uma estátua de gelo, paralisada, com seus membros frios e incapazes de se movimentarem-se, seus olhos estavam fixos no rosto de Joseph que ficava mais lívido a cada segundo.

Saia!– O velho gritou novamente e então deu um passo para frente e agarrou o braço de Kara com força, as unhas dele se cravaram profundamente na pele dela. — Lauren!

Passos correram pelo corredor e então a governanta passou por Kara e agarrou Mary.

— Não, não, não!– Mary berrou e se esperneou nas mãos da mulher puxando a camiseta de Kara— Me ajude meu anjinho! Quero ficar com você, me leve com você! NÃO ME ABANDONE DE NOVO!

A última frase havia soado como uma súplica.

Quando a governanta conseguiu desgrudar Mary de Kara isso apenas a fez gritar mais, lágrimas grossas começaram a escorrer pelo rosto enrugado, Kara podia sentir a angustia dela se arrastando pela pele dela, o terror, o eco de seus braços finos em sua cintura, o estomago de Kara se revirou.

Ela quase agradeceu quando a mão que ainda segurava o braço dela a puxou violentamente para fora do quarto e a jogou contra a parede. Os gritos se tornaram quase inaudíveis quando a grossa porta foi fechada.

— Saia daqui!– Joseph urrou com os olhos saltando das orbitas, saliva voando da boca— Saia! SAIA!

Ele a empurrou e Kara tropeçou pelo corredor.

Quando ela recuperou o equilíbrio ela correu para o quarto.

Ela estava tremendo, a respiração dela estava ofegante e a pele dela estava arrepiada com os calafrios fantasmas que corriam por todo seu corpo.

Kara engoliu em seco enquanto se abraçava.

Vovó Mary era pouco mais do que um fantasma.

Kara estava no andar de baixo, assustada demais para permanecer sozinha no quarto.

O cheiro e o terror de vovó Mary pareciam permanentemente agarrados a ela mesmo depois de ter tomado banho e trocado de roupa.

Sua pele estava eriçada como os pelos de um cachorro que esperava ser atacado a qualquer instante.

Ela tinha se sentado na poltrona da sala de estar e aberto as cortinas, a luz do sol que esquentava a pele dela dava-lhe uma sensação de segurança bem vinda. Afastava a sensação doentia que agora ela via e sentia em cada maldito canto daquela casa.

Ela suspirou fracamente e analisou o braço esquerdo.

As marcas da unhas de vovô Joseph estavam marcadas profundamente, meias luas sangrentas e roxas na pele bronzeada.

O homem tinha ficado possesso, Kara achou que ele iria matá-la.

Agora ela sabia aonde vovô Joseph ficava na hora do jantar, uma parte dela ainda se revoltava porque "não havia valido o susto" descobrir.

O primeiro segredo empurrado para baixo do tapete milionário dos Luthor havia se revelado diante dos olhos dela.

Eles tinham mentido sobre a avó de Lena, ela não estava bem. Nem perto disso.

A mulher já parecia estar com os dois pés do outro lado.

Do lado de fora da casa o ronco alto de um carro em alta velocidade se fez ouvir, Kara se encolheu quando os pneus guincharam no pátio da frente da casa.

Ela se levantou e os olhos dela foram diretamente para a porta como se ela esperasse que um touro a arrebentasse a qualquer momento.

Não foi um touro, mas Lionel Luthor que a abriu e a empurrou tão forte contra a parede que a janela da sala tremeu.

O cabelo escuro dele estava desalinhado e a gravata verde solta ao redor do pescoço.

Ele parou por um segundo do lado de dentro olhando para a escadaria como se estivesse se decidindo por alguma coisa, mas então se virou bruscamente para ela.

Os olhos verdes eram pedras afiadas e mortais quando encontraram os olhos azuis.

Ele avançou com passos largos e rápidos na direção dela.

Kara deu um passo para o lado e se colocou atrás da poltrona onde estava sentada segundos atrás.

Lionel atravessou a sala em um piscar de olhos e parou em frente bruscamente, Kara viu uma pequena veia estufada na têmpora dele antes dele levantar o braço em um meio circulo violento que fez a poltrona voar para longe e deslizar pelo piso com um barulho agudo.

O que estava acontecendo?!

Kara deu três passos para trás e então as costas dela bateram na lareira.

Lionel agarrou o braço dela e a empurrou com força contra as pedras.

Nesse instante Lena entrou correndo pela porta da sala e parou subitamente quando os viu.

— Lena... – Kara chamou baixinho quando Lionel se aproximou tanto que o campo de visão dela foi resumido ao rosto dele.

— Achei que tinha sido claro da última vez. – A respiração cheirando a álcool atingiu o rosto dela com fúria— Quero que você fique longe da minha mãe. Eu juro que estou a um triz de arrancar seus olhos.

Ela não tinha muita escolha além de olhar para os olhos verdes dele e a lembrança de como ela tinha comparado os olhos de Lena com os olhos dele a fez se sentir a pessoa mais estúpida da face da terra. O verde que havia nas íris de Lionel era morto como uma planta murcha, o de Lena era como uma floresta verdejante a meia luz.

O aperto no braço dela aumentou, mas nem um som escapou da boca de Kara.

Lionel a manteve imobilizada como uma cobra com sua presa.

Fique.Longe.Dela.– Ele rosnou duramente e então se aproximou para sussurrar no ouvido dela— Essa é a ultima vez, se acha que pode me desafiar garota vai aprender do jeito mais cruel o que eu faço com ratos sujos como você. E acredite, nada do que Lena disser vai te salvar então.

Ele se afastou a empurrando com força e Kara bateu a cabeça na pedra da lareira, mas ela não mexeu um músculo até Lionel marchar escada acima e sumir no segundo andar.

Ela nem teve tempo de soltar o ar que tinha prendido ou sentir o estrago na cabeça quando outra mão,menor e gelada, agarrou o mesmo braço que Lionel havia segurado e começou a arrastá-la escada a cima.

Kara fixou os olhos na camisa verde pinho que Lena vestia e no click furioso de seus saltos batendo nos degraus e se forçou a acompanhar para não tropeçar e cair escada a baixo.

Para constar ela não achava que aquela fosse uma boa idéia, subir para o segundo andar quando Lionel estava lá era suicídio.

Como no primeiro dia de Kara na mansão, Lena a empurrou para dentro do quarto e fechou a porta.

Ela levantou uma sobrancelha para Lena tentando não parecer uma criança medrosa, mas era exatamente assim que se sentia.

— Qual é problema desta família?– Kara perguntou e sua voz vacilou— Você é a terceira pessoa que faz isso hoje– Ela apontou para o proprio braço.

—Cale a boca! – Lena rosnou— Eu quero te matar! Como pode ser tão estúpida?!

Lena começou a andar de um lado para o outro passando a mão nos cabelos, desarrumando o coque perfeito bufando e grunhindo.

— Isso tudo porque fui visitar a pobre vovó Mary?– Kara questionou se sentando na cama, as pernas dela estavam fracas.

— Eu juro que não entendo– Lena parou e a olhou friamente— Qual a parte de: você esta terminantemente proibida de visitá-la, você não entendeu?

— Eu não sabia que ela estava aqui, se alguém tivesse me dito quem sabe eu teria pensado no caso.

— E porque acha que não te contamos, idiota? Porque foi lá? O que estava procurando?

Kara cruzou as pernas.

— Ouvi a porta bater e como não tinha ninguém em casa fui ver o que era, apenas isso– Ela se levantou— Não sou quem a prende em uma masmorra escura.

Ela sabia que estava ariscando o pescoço, mas precisava saber mais, saber por que Lionel havia ficado tão revoltado quando aparentava ser tão indiferente para o restante da família. Parecia estranho por mais que a mulher fosse mãe dele. E aparentemente não era a primeira vez que ele ordenava que "ela" se afastasse da velha.

— Você fala como se não fosse você a responsável por grande parte da destruição dela!– Lena rosnou apontando um dedo para o rosto dela— Não queira se fazer de vítima quando você é uma das responsáveis por tudo isso!

Como Kira podia ser responsável por aquilo?

— Vovó gosta de mim– Ela respondeu por que depois de tudo isso tinha ficado bem obvio. — Me chama de anjo.

—Pare de ser hipócrita, você nunca se importou com ela, você só quer o dinheiro dela.

Kara mordeu o lábio inferior.

Tudo bem ela estava entendo agora.

Vovó Mary doente, Kira seu "anjo salvador", dava um pouquinho de atenção a velhinha e em troca ela pegava o dinheiro e jóias da vovó.

Kira era uma vadia sem escrúpulos.

Mas como ela podia ser a responsável pela loucura dela?

Ela se virou para Lena.

—Em vez de perder tempo rosnando igual um gatinho selvagem, você devia levar vovó para tomar sol, uma dica: ela está precisando e muito.

Lena a estudou friamente.

— Lauren vai estar sempre no quarto de Mary a partir de hoje e caso eu saiba de alguma coisa eu mesmo vou contar e deixá-la se resolver sozinha com Lionel.

— Não é como se você tivesse me resgatado das mãos dele lá embaixo. Me diga, meu anjo– Kara se aproximou de Lena e a viu endurecer— Queria que ele fizesse o serviço por você?

Lena cerrou a mandíbula por um segundo, e Kara achou que a resposta dela seria a sufocar com as próprias mãos, mas ela rosnou baixinho e então lhe deu as costas e saiu do quarto batendo a porta.

Kara suspirou e se sentou na cama.

Ela imaginou o que teria acontecido se Lionel decidisse que ela não merecia mais uma chance. Lena teria nunca a teria defendido. É claro não, ela estaria ocupada demais assistindo o sonho dela se concretizando.

Kara não a culparia por isso, conviver com Kira deveria ser horrível, o mês que tinha passado com ela tinha lhe dito o bastante.

Mas ela odiaria morrer no lugar de Kira.

Kara passou o restante da tarde dentro do quarto verificando tudo em busca de anotações, qualquer coisa, muito ciente de que a qualquer momento poderia receber uma ligação que cancelaria completamente a missão e a faria perder o emprego.

Como sempre, não havia porcaria nenhuma naquele quarto. Se ela tivesse Kira na frente dela, Kara jurava que a jogava da janela do segundo andar.

Winn ligou perto da hora do jantar para perguntar se estava tudo bem, e Kara achou ter ouvido a voz de Alex ao fundo.

Ela não contou sobre a vovó Mary ou sobre Lionel, ela sabia que estava se colocando em risco, mas se Alex realmente estivesse lá ela iria dar apenas munição para ela terminar com aquilo de uma vez por todas.

E depois do encontro com vovó Mary, Kara achava que podia estar enlouquecendo, mas mais do que nunca ela queria saber o que mais havia debaixo daquele tapete perfeito que os Luthor mostravam a sociedade.

Quando faltava meia hora para a hora do jantar alguém bateu na porta do quarto e Kara bufou debaixo do edredom de costas para a porta.

— Não irei jantar hoje Shiobban– Ela gritou, não depois de tudo que tinha acontecido.

A porta se abriu mesmo assim e Kara se virou pronta para repreender a mulher quando notou que não era Shiobban.

Ela engoliu em seco sentindo dificuldade em absorver a imagem que se apresentou em frente a ela.

Lena Luthor vestida para matar.

Os olhos dela desceram pelo vestido negro e justo de mangas caídas que deixava a pele pálida dos ombros, braços, pescoço e colo de Lena a mostra e descia se aderindo as curvas dos seios, da cintura e quadril de Lena como uma segunda pele até que se tornava mais solto. Uma fenda na coxa esquerda deixava uma parte da pele pálida à vista, apenas uma pequena sugestão de sensualidade. Os pés dela estavam encaixados em sandálias prateadas e delicadas de tiras.

Os cabelos negros caiam soltos em ondas escuras e suaves até os seios de Lena e os olhos verdes destacados pela maquiagem escura brilhavam de um jeito que a desconcertou totalmente antes de seus olhos se depararem com os lábios pintados de vermelho.

Kara tentou não engolir em seco.

— Terminou?– Lena perguntou arrogantemente.

— Tudo isso pra mim, meu anjo?– A voz dela vacilou perigosamente nas últimas palavras.

Lena apenas suspirou como se estivesse lidando com uma criança de dois anos.

— O casal Daxam e o filho virão para o jantar está noite. Aconselho que comece a se vestir, eles chegam em meia hora.

— Podia ter me avisado antes– Kara bufou se sentando na cama.

— Eu tentei hoje de manhã, mas você fez o favor de me ignorar– Lena disse deixando claro que não havia gostado nenhum pouco disso— Estou sendo boazinha e te avisando agora.

— Meia hora antes?!

— Ah, querida– Lena sorriu— Eu poderia ter te avisando quando faltasse apenas dez minutos, então me agradeça.

— E se eu não for?

Lena hesitou por um momento e estudou o rosto dela cuidadosamente.

— Você não tem essa escolha.– Ela disse por fim e então se virou e saiu do quarto.

Kara se esperneou na cama, chutando o cobertor antes de se levantar para escolher um vestido.

Enquanto ela se arrumava, ela aproveitou para repassar tudo o que sabia sobre a família Daxam.

Kira havia os mencionado brevemente, e eles haviam feito uma pesquisa.

Rhea e o marido, Larry, eram médicos renomados e donos de um dos hospitais mais famosos de National City, o filho Manoel Daxam devia ter a idade de Kara e também era graduado em medicina.

Eles e os Luthor, como quase todos os milionários da cidade se conheciam e provavelmente era muito comum que compartilhassem refeições e hobby juntos. Seria como um jantar de domingo onde você reunia seus amigos, acrescente alguns milhões de dólares no bolso de cada um e um pouco de arrogância e tandãn! Você tem um jantar com a classe alta de National City.

Kara se olhou no espelho quando terminou de se vestir.

Ela havia escolhido um vestido vermelho longo de mangas compridas para esconder as marcas no braço, ele tinha um decote generoso e uma fenda na coxa muito parecida com a que havia no vestido de Lena, e uma sandália de salto e delicada.

Ela deixou os cabelos soltos em leves ondas e afastou a franja para o lado quando achou que ficaria melhor. Seus olhos azuis estavam destacados pela maquiagem e ela aplicou um batom cremoso rosa queimado nos lábios achando que o vestido e os olhos eram o suficiente para chamar a atenção naquela noite.

Quando ela abriu a porta para sair do quarto deu de cara com Alana em um vestido preto e justo. A mulher devorou Kara com os olhos.

— Você está magnífica– Ela comentou com os olhos fixos no decote de Kara.

— Você também, querida. – Kara devolveu o elogio— Ótima escolha, o vestido realça seu corpo maravilhosamente.

— Talvez você possa me ajudar a tirá-lo mais tarde– Alana ronronou levantando a mão para tocar o ombro de Kara.— Depois que todos forem se deitar, no quarto de hospedes.

—Alana!

Kara se virou bruscamente na direção da voz e avistou os dois irmãos Luthor vestidos de preto se aproximando pelo corredor.

Lex com uma carranca e Lena com rosto ilegível e de mão dadas com uma Luna carrancuda e de pijama.

— Também quero ir mãe!– A criança resmungou quando o trio parou a um metro de distancia de Kara e Alana.

— Não vai ser divertido Luna– Lena respondeu afastando o cabelo do rosto da filha— Jess vai ficar com você, pedi para que ela trouxesse alguns lanches e seu bolo de chocolate favorito, e depois podemos assistir um filme juntas se quiser.

A criança pensou um pouco como se estivesse calculando as vantagens e os contras da proposta. Kara quase riu da cara concentrada dela.

— Tudo bem– Ela respondeu.

— Vamos Alana– Lex chamou enlaçando os braços com o da esposa, Alana lançou um olhar estranho para ela antes de seguir o marido.

—Vamos– Lena disse e caminhou pelo corredor com a filha, Kara as seguiu.

— Não seja difícil com Jess– Lena pediu e se abaixou para deixar um beijo na bochecha da filha.

— Mãe!– A menina protestou quando uma mancha de batom manchou sua bochecha e fez uma careta para Kara como se estivesse esperando que ela zombasse dela, Kara soltou um risinho.

— Trate Jess como você me trataria mini Lena.– Kara aconselhou e recebeu um grunhido de Lena.

Lena abriu a porta para a filha e esperou que ela subisse na cama antes de voltar a fechá-la. Kara teve um vislumbre do edredom e do travesseiro azuis com estampas de dinossauros sobre a cama.

— Muito bem– Lena suspirou olhando para Kara– Terei que te aturar, se comporte pelo menos.

— Não sou uma criança, meu anjo.

— É claro que não, e se fosse eu teria pena da sua mãe– Lena avançou pelo corredor.

Kara revirou os olhos e a seguiu a um passo de distancia.

Lena parou no topo da escada e esperou Kara parar ao lado dela para enlaçar seus braços juntos e estampar um sorriso feliz e falso nos lábios.

Kara a imitou e então elas começaram a descer os degraus como um casal apaixonado.

Quando estavam na metade da escadaria à porta foi aberta por Kevin e o rapaz deu passagem para o casal Daxam entrar na sala de estar, o filho Manoel entrou logo atrás dos pais.

Os olhos dos convidados foram atraídos para sua imagem e a de Lena, e Kara estudou o olhar no rosto de Rhea e do marido, antes de se mudar para o rosto de Manoel.

Um sinal de pânico imediatamente queimou na mente dela com o olhar esfomeado que o rapaz mantinha na direção dela.

Kara quis dar meia volta e voltar para o quarto quando reconheceu outro dos amantes de Kira, ali, parado na sala de estar e que parecia pronto para pular em cima dela.

E ai? Curtiram?

Quem achou que tinha se livrado do Mon-el nessa fic? Kkk

Galera me contem o que vocês estão achando.

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