Não me veja.

Oleh SSMSantos

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Você já amou perdidamente uma pessoa sem ao menos vê-la? Amar é acreditar sem ver. É sentir, mas sem tocar. M... Lebih Banyak

Personagens.
Apresentação.
Sinopse.
Alessandra - Capítulo 1
Teóphilo - Capítulo 2
Alessandra - Capítulo 3
Teóphilo - Capítulo 4
Alessandra - Capítulo 5
Teóphilo - Capítulo 6.
Alessandra - Capítulo 7.
Teóphilo - Capítulo 8
Alessandra - Capítulo 9
Teóphilo - Capítulo 10
Alessandra - Capítulo 11.
Alessandra - Capítulo 13.
Teóphilo - Capítulo 14.
NÃO É CAPÍTULO.😳
Alessandra - Capítulo 15.
Teóphilo - Capítulo 16.
Alessandra - Capítulo 17.
Teóphilo - Capítulo 18
Alessandra - Capítulo 19.
Teóphilo - Capítulo 20.
Alessandra - Capítulo 21.
Teóphilo - Capítulo 22
NOTA.
Alessandra - Capítulo 23.
Teóphilo - Capítulo 24.
Alessandra - Capítulo 25.
Teóphilo - Capítulo 26
Alessandra - Capítulo 27
Teóphilo - Capítulo 28
Alessandra - Capítulo 29.
Teóphilo - Capítulo 30.
Alessandra - Capítulo 31
Teóphilo - Capítulo 32.
Alessandra - Capítulo 33
Me Ajudem!
Teóphilo - Capítulo 34.
Alessandra - Capítulo 35
Alessandra - Capítulo 36
Teóphilo - Capítulo 37.
Alessandra - Capítulo 38
Teóphilo - Capítulo 39
Alessandra - Capítulo 40
Teóphilo - Capítulo 41
Alessandra - Capítulo 42
Teóphilo - Capítulo 43
Alessandra - Capítulo 44.
Teóphilo - Capítulo 45
Alessandra - Capítulo 46
Teóphilo - Capítulo 47.
Alessandra - Capítulo 48.
Teóphilo - Capítulo 49
FELIZ ANO NOVO!
Alessandra - Capítulo 50.
Alessandra - Capítulo 51.
Teóphilo - Capítulo 52
Alessandra - Capítulo 53
NÃO É CAPÍTULO.
Alessandra - Capítulo 54
Teóphilo - Capítulo 55
Teóphilo - Capítulo 56
Teóphilo - Capítulo 57
Teóphilo/ Alessandra - Capítulo 58
Desculpas.
Alessandra/Teóphilo - Capítulo 59
Alessandra/Teóphilo - Capítulo 60.
Teóphilo - Capítulo 61
Teóphilo e Alessandra - Final.
Agradecimentos.

Teóphilo - Capítulo 12.

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Oleh SSMSantos



Nome: Jamal Johannes Ferreira

Data de nascimento: primeiro de março de um mil novecentos e cinquenta

Idade: Sessenta anos.

Natural de: Carmo do Rio Claro Minas Gerais.

Filho de: Aduke Ferreira e Joaquina Johannes Ferreira.

Casado com: Maristela Coimbra Ferreira cujo enlace lhe geraram quatro filhos:

Aurora Coimbra Ferreira dos Santos, casada com Antônio José dos Santos tem duas filhas Giovana Ferreira dos Santos e Carla Ferreira dos Santos, moram em Nova Lima MG.

Alessandra Coimbra Ferreira, trinta e dois anos solteira, formada em pedagogia pela Universidade de UNINTER em Carmo do Rio Claro, MG. Trabalhou na empresa Graham Lacty por três anos e meio. Amasiou-se com Marcos da Silva a qual engravidou e meses depois perdeu bebê. Trabalha como professora na Escola Estadual Santo Antônio na mesma cidade.

Os gêmeos Alexandre Coimbra Ferreira e Antônia Coimbra Ferreira, vinte e nove anos. Estudam na Universidade Federal de Minas e na Universidade Estadual de Minas. Alexandre cursa veterinária e Antônia, Administração Pública.

Jamal, começou sua história quando se mudou para o Estado de São Paulo ainda jovem. Seu primeiro trabalho foi em uma loja de eletrodomésticos chamada Gabi Eletro onde trabalhou por dois anos (Ano de um mil novecentos e setenta e dois a setenta e quatro). Ficou desempregado por quatro meses, e no mês de junho do mesmo ano (mil novecentos e setenta e quatro) ele iniciou suas atividades na casa de móveis Paulista S.A, começou como um simples funcionário no período a qual trabalhou na loja de móveis, onde em um mil novecentos e noventa foi promovido de vendedor para sub-gerente. Ficou neste cargo até mudar-se (dois mil e quatro) com sua família para Carmo do Rio Claro cidade de seu nascimento.

O motivo de sua mudança repentina, foi por um suposto envolvimento com jogos de azar cujo dono do estabelecimento senhor Binho (vice-presidente do grupo Fort Leve uma fábrica de telhas da cidade), foi até sua casa cobrar a dívida. Jamal apostou sua casa e perdeu-a tendo que dá-la em forma de pagamento.

...

E são estas e outras informações que venho lendo e relendo há cinco dias.

Cinco. Dias.

Cinco malditos dias que eu só tenho um tipo de pensamento. Busquei uma maneira de sair desta névoa que cobre minha mente, mudar esta rota descabida de minhas ideias, mas a minha consciência, meu conhecimento de causa e meu senso dizem que esta é a melhor opção, é a única possibilidade e alternativa. Mas, mesmo assim estou me esforçando ao máximo para elaborar algo que não prejudique nada e nem ninguém.

Estou sentado em meu escritório na mansão, analiso todas as folhas que Paulo me enviou por e-mail. Tenho fotos e imagens de câmera de onde o pai de Alessandra vai toda as noites jogar e beber. É um cassino clandestino, onde há máquinas de caça-níqueis que fica próximo a uma favela aqui da cidade. Local perfeito para promoção e prática de jogos de azar. Mas o pior é que ele não só se envolveu com este tipo de jogo, ele se tornou um viciado em jogo de carta o famoso truco. Foi por conta deste jogo que ele se endividou ainda mais, colocando o sítio de sua mãe como pagamento da dívida. O cara é um miserável, fazer isso com a própria mãe diz muito sobre quem ele realmente é.

Não conheço sua mãe, esposa, seus filhos e nem mesmo Alessandra. O que sei sobre eles é o li no dossiê e o que tia Guiomar e tio Alberto falam e mesmo assim quando o assunto surgia eu saia de cena para não saber sobre o conteúdo da conversa, saber que a mulher que toma minhas noites estava vivendo seu conto de fadas me feria. Imaginava que sofreria ao ouvir o quão feliz e realizada Alessandra estava com seu casamento e com seu filho que depois fiquei sabendo que seria uma menina. Fiquei imaginado a pequenina com a mesma tonalidade de pele de sua mãe, seus cabelos enrolados diferente dos fios de Alessandra, seus olhos negros e brilhantes e seu pequeno sorriso banguela iluminando a tudo e a todos. Eu me imaginava segurando aquele pequeno ser em meus braços, e tendo todo o amor dela e imaginava ela, erguendo seus bracinhos, tocando meu rosto e me chamando de...pai. Isso inundava meu coração de um sentimento tão puro e doce que por muitas vezes meus olhos lacrimejavam.

Sei que sou um idiota completo por sonhar tanto assim!

Mal sabia eu como aquela mulher estava quebrada, dilacerada. Me senti traído por não saber o que acontecia com ela, quis confrontar meus tios, mas não poderia fazer isso, pois ao confronta-los, eu estaria expondo meus sentimentos. Na verdade, não há sentimentos o que sinto por ela é apenas tesão, desejo e uma forte atração. Não há paixão e muito menos amor, isso para mim não existe. Esses sentimentos são para os fracos, que vivem de ilusão e delírios, achando que contos de fada existem. A dor, o frio e a escuridão são meus companheiros e eles preencheram meu coração de tal forma que não há espaço para esse tipo de sentimento.

Depois que tive uma compreensão melhor de minha co-miseração ao pensar que fui traído, vejo que eu mesmo fiz isso apenas e puramente por ser um miserável invejoso. Eram apenas conversas sobre pessoas queridas por meus tios e eu, por não entender isso, me distanciei, me fiz de desentendido só para não saber de sua história por medo de sofrer ainda mais por vê-la bem e eu, na lama desejando-a como louco sem poder tê-la só para mim.

Ouço um toque na porta.

– Téo, trouxe seu almoço. – Tia Guiomar diz ao entrar no cômodo. Ela carrega um carrinho de serviço com uma bandeja de aço e uma cloche cobrindo o prato com meu alimento. Suspiro e passo a mão no rosto.

– Obrigada tia! Estou mesmo com fome, mas preciso resolver um assunto urgente e não sei como fazê-lo. – Ela retira o cloche de cima do prato e cheiro bom de comida invade o ambiente. Pego o prato, faço uma oração e passo a comer. – Isso está uma delícia! – Ela sorri.

– Dalva quem fez o almoço hoje. Precisei me ausentar para resolver um assunto no banco. – Ela se senta em uma poltrona. – Meu Deus, como estou cansada! Enfrentei uma fila quilométrica para poder entrar no banco e outra para poder conversar com o gerente. Me senti mais cansada enfrentando a fila no banco do que quando fico em casa trabalhando o dia todo. Misericórdia! – Pega uma revista próxima e começa a se abanar.

– A senhora não tem o aplicativo do banco no celular? – Ela afirma. – Então por que teve que ir ao banco enfrentar fila apenas para conversar com o gerente? Com uma ligação tudo se resolveria tia. – Ela dá de ombros. – O gerente poderia vir aqui conversar com a senhora. Era só pedir, e ele estaria aqui sem problema algum. – Mastigo o alimento.

– Eu sei disso, mas eu precisava ir até lá. O assunto é meio urgente para esperar uma hora de folga do Rogério. Ele é uma pessoa super ocupada e não poderia vir aqui então fui até ele, mas no fim não consegui resolver nada do que eu precisava. – Ela ainda se abana. – Menino, como você consegue ficar nesse calor? Meu Deus, aqui está quente demais! – Ela inclina e pega o controle do ar-condicionado e liga-o.

– O que é tão importante que não pôde esperar? – Ela me olha e suspira se ajeitando no assento.

– Alessandra. – Meu estômago esfria. Como um bom ator me faço de desentendido e continuo a comer. Sinto meu sangue ferver.

– E quem é essa pessoa? – Engulo a comida e sinto meu estômago doer, como se estivesse cheio de pedras. Ela franze o cenho e eu finjo me lembrar. – Ah, sim a neta daquela senhora que se acidentou. – Ela firma – O que aconteceu? E o que a sua ida ao banco tem a ver ela? – A mais velha meneia a cabeça.

– Alessandra me ligou esses dias me contando que precisa de ajuda financeira. Ela está passando por alguns problemas eu queria ajudar, mas infelizmente não será possível. – Ela mira o controle para o controle e ajusta a temperatura.

– Se for algo que esteja a meu alcance quem sabe eu possa ajudar a moça. – A mais velha meneia a cabeça.

– Não, não acho que Alessandra quererá isso. Ela é uma pessoa muito integra com certeza ela negará sua ajuda, além do mais por que você está oferecendo auxílio sendo que não a conhece, ou melhor nunca se interessou em pelo ou menos ouvir sobre ela e sua família? – Diz com o cenho franzido. – Dona Joaquina, Maristela e Alessandra são nossas amigas faz alguns anos e você nunca nem ao menos perguntou como as senhoras estavam quando se acidentaram. Você fez o que deveria ter feito aposentando-as, mas nunca se importou de verdade. Alberto e eu sempre estamos indo visitá-las, comentamos sempre sobre elas e você nunca em nenhum momento se importou e por que agora? – Suspiro.

– Vi como pareceu aflita ao falar sobre a jovem, por isso achei que poderia ajudar. Na verdade, como a senhora mesmo disse, eu não a conheço, então a ajuda não seria necessariamente para ela e sim para a senhora. O que me diz? – Ela comprime os lábios e depois meneia a cabeça.

– Melhor não Téophilo, já não sou bem vista por muitos por morar aqui na mansão e usufruir de tudo e ainda por cima trouxe agregados. As pessoas falam e eu não sou surda. Ter você e Max como minha família é um prazer imenso, Alberto e eu os temos como filhos e não me arrependo de ter largado meu antigo trabalho para cuidar de vocês, mas o preço que pagamos é alto. Não quero prejudicar ninguém e muito menos Alessandra, ela não merece. As pessoas comentam sobre Jamal o pai dela e elas sabem de seu vício. Você acha que alguém já não sabe do imenso mal que ele mais uma vez trouxe a família? Se as pessoas suspeitarem, eles falarão e isso pode prejudicar a menina e eu não quero ser a causadora deste mal. – Ela se ergue, entrego meu prato e ela coloca sobre a mesinha. – Vou deixa-lo trabalhar tenho algumas coisas para fazer. Se precisar de algo me chame. – Anui, ergo-me e abro a porta para que passe. Beijo sua bochecha e volto ao meu trabalho deixando de lado os papéis sobre o dossiê do senhor Jamal.

Foco em algumas decisões que Max e eu estamos estudando, vimos que a empresa tem grande potencial de crescimento no exterior, então estamos bolando os planos estratégicos para este negócio, além de definir a visão futura da empresa aqui do Brasil e consequentemente a do exterior. Temos que pensar muito bem antes de tomar qualquer decisão, temos que cuidar da empresa como um todo e principalmente da relação dela com nossa sociedade.

Como presidente e vice presidente, trabalhamos exclusivamente dentro da empresa, supervisionando a parte de operação e o desempenho dos colaboradores nas tarefas. Enviamos uma pessoa de nossa inteira confiança para olhar a cidade, ver como é o bairro onde pretendemos montar nossa fábrica e como são seus moradores. Precisamos cuidar e criar alianças estratégicas de expansão da empresa naquele lugar conversando com o presidente do país, o governador do Estado, os vereadores e a própria população. Queremos que as vendas no exterior sejam altas e os lucros excelentes e favoráveis. Creio que seremos muito prósperos naquele lugar.

Mesmo atuando dentro da empresa temos um diretor financeiro ou um CEO e seu nome é Tiago, ele é o responsável pelas finanças da empresa bem como pelas metas, objetivos e orçamentos. Max e eu nos reunimos com ele para conversarmos e ver se este investimento será bom para nós. A responsabilidade dele inclui resolver e tomar decisões importantes, gerenciar os recursos e operações gerais da empresa e atuar como o ponto central de comunicação entre o operacional e o conselho de administração. Com este novo investimento que iniciaremos, Maxwell já marcou uma reunião com os acionistas e todo o corpo financeiro da empresa, assim como os advogados. Queremos mostrar que podemos sim crescer fora de nossa terra natal.

O dia passa depressa, e minha cabeça não para um minuto. Mesmo com todos os problemas da empresa para resolver, a todo o momento meus pensamentos me traem, me levando a aquela situação que me deixa incomodado. Eu não posso me meter em assuntos alheios, mas quando penso no que pode acontecer, sinto um frio na barriga, o medo me toma me fazendo ter pequenas crises que consigo disfarçar ou pelo ou menos tento fazer da melhor forma possível. Não quero que tia Guiomar ou qualquer outra pessoa se preocupe comigo.

Tomo um banho, desço e como um lanche, pego um comprimido contra dor e vou me deitar. A situação a qual me encontro causa-me ainda mais dores pelo corpo. Devido a depressão sinto dores físicas como dor de cabeça, dor de estômago e muscular. Os profissionais desta área dizem que a depressão cria os sintomas físicos e isso acabam sendo consideradas consequências da doença. Pego um copo com água e tomo dois comprimidos. Espero dormir bem, sem pesadelos para me atrapalhar.

Torço por acordar melhor.

*

Ouço um galo cantar ao longe, me mexo e pego meu celular, são seis horas da manhã. Descubro minhas pernas e sento-me na cama calçando meu chinelo, levanto-me seguindo para o banheiro. Esvazio minha bexiga, lavo minhas mãos e faço minha higiene.

Hoje tive um sonho diferente de todos os que ando sonhando. Não vi Alessandra como a vejo sempre, na verdade eu não a vi. Eu me via andando por um caminho totalmente vazio, eu não via absolutamente nada além de mim. Era como se eu fosse uma pequena formiga andando por uma folha em branco.

Olá Teóphilo, como está? – O homem que surgiu ao meu lado direito me pergunta. Por incrível que pareça eu me sinto bem, não sinto medo e nem vontade de fugir para me esconder. É como se eu o conhecesse a muito tempo. Seus cabelos são pretos, sua pele é clara, mas não consigo ver seu rosto de forma definida.

– Estou bem. – Respondo. De repente olho para meu lado esquerdo e vejo um outro homem, este tem cabelos claros em um tom de louro dourado. – Olá, como vai você? – Este apenas afirma e sorri, também não vejo bem seu rosto.

Teóphilo, estamos aqui para te ajudar. Sabemos pelo que já passou, conhecemos seus traumas, seus temores, seus medos e pavores e, mesmo diante disso tudo, de toda dor que passou, você precisará enfrentar algo que abalará não somente sua estrutura emocional, mas também tudo aquilo que acredita será mudado diante de seus olhos. Você terá um grande desafio pela frente, uma grande luta o aguarda. Sei que em seu coração há um confronto entre fazer o que é certo e aquilo que acha que é o certo. Não fique com medo. – O homem de cabelo preto sorri. Ele para de andar e logo a nossa frente vejo uma pequena ponte e um dos homens que estava ao meu lado, agora está do outro lado me chamando.

Vamos Teóphilo, atravesse a ponte! – O louro do outro lado diz. Olho para o homem de cabelos escuros e ele está na extremidade da ponte.

Você precisa fazer uma escolha e esta mudará toda sua vida. – Ele aponta para o homem que está do outro lado. – Se você decidir atravessar esta ponte indo para o outro lado saiba que as lutas que enfrentará serão grandes, as maiores que já enfrentou. Será necessário passar por tudo, para que ao final você Teóphilo veja a mudança não somente em seu exterior, mas principalmente em seu coração e sua mente. – Olho mais uma vez para o louro do outro lado. De repente, me vejo do lado oposto ao que estava e os dois homens juntos sorrindo para mim.

Mesmo que em algumas vezes, parecer que esteja sozinho, você não estará. Todos que estão a sua volta formarão uma fileira carregando em suas mãos uma lança e na outra um escudo, todos apontados para você, para te abrigar, te cobrir e te ocultar, pois a sua função nesta batalha é defender e acolher alguém muito especial que está enfrentando um grande adversário para se possível morrer entregando a própria vida como exemplo de força e coragem. – Ele diz isso tudo e sinto-me revigorado, uma paz interior enorme inunda meu coração.

Ajude-me, por favor, ajude-me! – Ouço alguém pedir por socorro insistentemente.

Vá Teóphilo, alguém precisa de você e implora por ajuda. Vá, se forte e corajoso. – Olho para trás e ouço mais uma vez a voz protestar. Volto meu olhar para os homens, mas estes já desapareceram.

Acordo deste sonho com meu coração transbordando sabendo o que deve fazer.

*

Já se passaram onze dias.

Estou no escritório da fazenda, resolvi vir para cá pois aqui posso extravasar, gritar, vociferar e esbravejar o quanto quiser que ninguém entrará, ninguém me interromperá. Sento-me em minha cadeira atrás da grande mesa e fico aguardando. Espero até que no horário marcado ouço um bater em minha porta. Esta reunião será a noite, decidi fazer neste horário para me privar. Já conversei com as duas senhoras hoje quase no fim da tarde, agora só falta o homem.

Ergo meu rosto quando a porta é aberta e tio Alberto entra por ela.

– Ele está aqui. – O mais velho diz me olhando com frieza.

– Deixe que entre. – Digo com ainda mais frieza, ele anui e sai fechando a porta.

Levanto-me, saio detrás da mesa e fico próximo a janela em um canto mais escuro do escritório. Olho para baixo e vejo tio Alberto indo para o veículo. Cruzo meus braços em frente ao meu peito e aguardo a pessoa entrar. Logo ouço um toque mais suave e ele entra.

No breu, vejo seus passos vagarosos e medrosos. O mais velho olha para todos os cantos. Ele está com a roupa social bem simples, lembro-me que trabalha em minha empresa. Em suas mãos vejo um chapéu. Ele aperta a aba do objeto e eu sorrio ao ver seu medo.

– Olá senhor Jamal, como vai? – Pergunto e ele olha assustado para onde estou.

– Estou bem senhor Salazar. – Ele diz e seu tom de voz é de puro medo.

– Que bom, senhor Ferreira. – Movo-me para a luz fraca do cômodo e vejo o homem arregalar os olhos em total desespero.

– O que o senhor quer de mim? – O homem aperta ainda mais o chapéu em suas mãos pergunta e eu mais uma vez sorrio

– Perdoe a minha indelicadeza. Me chamo Teóphilo Salazar e, eu como sabe sou seu chefe. O senhor quer saber o que eu quero de você. – Olho em seus olhos medrosos. – Como seu chefe eu sei tudo sobre meus funcionários e com o senhor não seria diferente. Sei de tudo mesmo senhor Ferreira. – Vejo o homem suar. – Por favor, sente-se, temos muito o que conversar. – Aponto para uma poltrona em frente à minha mesa.

O mais velho engole em seco e é ali que tomo a decisão que mudará as nossas vidas para sempre.


Olá, pessoal como estão?

Segue mais um capítulo, espero que gostem.

Feliz Páscoa e que o verdadeiro significado desta data nunca se perca. Que ovos de chocolate não apaguem o que Cristo Jesus fez por nós morreu e ressuscitou para nos dar vida.

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