72 (o retorno de quem não foi) - Rapaz quase morre ao lembrar que é bissexual

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Sabe o que teremos agora, meu caro Narrador?


Outra visão no lugar de um sonho?


Outra visão no lugar de um sonho!


Oh, eu adoro isto! Mesmo que ocorra com tanta frequência assim...


Pois é. Talvez seja algo desse mundo? As coisas aparecem nos seus sonhos e você que se vire para entender?


Talvez seja uma das "regras de conveniência". Lembre-se do que nos ensinaram! Algumas coisas ocorrem por conveniência pela história.


Ou talvez seja falta de criatividade de quem quer que tenha criado esse mundo.


Nem todos os mundos são minuciosamente feitos por outros seres, em outros lugares. Você aprendeu isso em...


Lógica de mundos e como não a entender, eu sei, porque fui eu quem te ensinou isso. Enfim, de qualquer forma! Vamos falar do sonho da vez!

Edgar acordou de pé em um lugar gigantesco, com paredes flutuando e raízes crescendo e se conectando de todos os cantos, enquanto pontos de luzes iluminavam tudo. Era uma zona aberta, muito aberta, e também muito escura. O céu era apenas vários tons tão escuros de cinza que mais pareciam preto, ou tons de preto que mais pareciam cinza, formados de uma forma tão estranha que Edgar achou que aquilo era feito de lágrimas. Mas, espere...! Eram lágrimas!

O rapaz arregalou os olhos e encarou o chão: Não era feito de pedras, ou terra, ou qualquer coisa que chãos geralmente eram feitos, mas, sim, marcas de pés, pegadas tão juntas e tão amontoadas em si que formaram um piso firme e forte.

Pior ainda, as paredes flutuantes não eram feitas de coisas que paredes eram feitas, mas sim marcas de palmas, palmas de tantos formatos e tantas cores e tão juntas que mais pareciam parede.

Edgar encarou a raiz mais próxima de si, imediatamente reparando que ela não era feita de raiz mas sim de fios, numerosos e coloridos fios, fios fortes e tão juntos que quando ele encostou o dedo neles, sentiu uma raiz, e não um tantão de fio.

Deu alguns passos para pegar uma das flutuantes bolas de luz em suas mãos. Ela pulsava, firme e forte, mostrando-se ser, na verdade, um cristal emitindo luz, e o nosso rapaz, sem saber muito bem o porquê, colocou a orelha próxima do mesmo, escultando o pulsar de um coração.

No susto, afastou-se daquela coisinha estranha, apenas para tropeçar numa das raízes e cair nas pegadas. "Mas o quê?!", indagara, em voz alta, sentando-se e massageando as costas. "Que chão duro...!"

E levantou-se, esticando-se um pouco, estranhando e analisando o lugar enquanto andar. Inconscientemente, quando olhava para o chão, tentava encaixar os pés descalços nas pegadas – e foi aqui que notou que ele usava um tipo de túnica/vestido/alguma-coisa-parecida-ele-não-sabe-nada-desse-assunto, e apenas isso como roupa.

"... É confortável", concluiu, indiferente, antes de dar outro pulo de susto.

As raízes estavam ligadas a uma coisa – ou melhor, a um alguém, bem no centro daquele lugar. E esse alguém era ninguém menos que Imani, na mesma forma gigante da outra visão, exceto que apenas o seu tronco era visível pois estava saindo do que parecia ser um poço tamanho-família.

(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro MalignoWhere stories live. Discover now