99 - "Quase" é a palavra mais triste

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Então, galera...

Eu nem acredito que é o capítulo 99. Recomendo que vocês bebam água e já separem alguma coisa de conforto, porque eu chorei escrevendo e o final vai ser ainda mais tenso. Espero também que estejam se cuidando! Endireitem essa postura torta, respirem fundo, comam alguma coisa ou vão no banheiro. Você é uma pessoa muito importante também, sabe?

ENFIM. Espero que gostem! Vejo vocês no capítulo 100.

Obrigada, de verdade, por terem lido até aqui <3


"Eu não acredito nisso".

Valentyna riu, alto, e bateu palmas. "Te juro!"

Edgar, sem graça, ficou brincando com o anel entre os dedos. Abriu um sorriso torto, revirando os ombros e concordando com a cabeça. "Eu fiquei nervoso".

"Mas não me é possível...", a garota mais alta prosseguiu, sacudindo a cabeça, virando a cadeira para encarar Théo. "É sério?!"

"Vi com meus próprios olhos ele acordando", o feiticeiro respondeu, rindo e mexendo em uma bola metálica com as mãos, encostado na parede. "Olhou pra gente e meteu essa. A Coroa confirmou a informação logo depois...".

"Não creio", e a Helianthus riu de novo, observando Elisabeth balançar seu copo de suco, balançando a cabeça em negação. "Não, não. É mentira isso aí. Vocês tão zoando com a minha cara".

"Juro de pés juntos que não!", Edgar protestou, gesticulando um X com os braços. "Pode perguntar pra Coroa!"

"Ela não está em reunião agora?"

"Pergunta depois, oxe".

Valentyna apoiou a cabeça em uma das mãos, sorrindo, apesar de sentir os olhos pesarem. Ao redor da mesa, Edgar e Elisabeth continuaram com a discussão de descrença, a Atropa se recusando a acreditar que ele realmente xingou as Flores na cara. Théo, ao fundo, continuava brincando com o negócio metálico, tentando encaixar as peças do círculo no lugar. Opala havia dito que era "bom para descontrair", mas Tyna suspeitava que mais um pouco e uma fumaça escura sairia pelas orelhas do curandeiro.

O grupo havia se instalado na Fortaleza, onde ninguém precisaria disfarçar o que queria fazer ou dizer. Os adultos™ das famílias reais estavam discutindo planos sobre o Dia da Lágrima Dourada, o que deveriam fazer contra a Besta das Cinzas e como abrigar todas as criaturas que Polímata havia levado. Entretanto, Tyna não gostava do quão aliviada estava em não ter que participar daquilo. Eram coisas importantes! E tinha toda aquela palhaçada sobre quererem fazer o Dia ser em sua homenagem. Aquela comemoração não deveria ser para pessoas da realeza, mas queriam. Deveria estar lá para discutir sobre!

A princesa massageou a mão que ainda era de carne e osso. Ainda podia jurar que conseguia sentir o braço podado fora latejando, apesar das placas brilhantes e delicadamente decoradas da prótese lhe dizerem o contrário. Abaixo do pescoço, o broche que media corrupção mostrava três gotas que não queriam ir embora de jeito algum.

Elisabeth agora estava sendo convencida de que o trio não estava fazendo trote. Arqueava uma das sobrancelhas, encarando o céu, pensando nos argumentos que Edgar lhe entregava. Finalmente, depois de uma longa e difícil batalha, concordou com um único aceno de cabeça. O abençoado ergueu as mãos para cima, comemorou com um berro, exausto da árdua luta: "Finalmente! Você é teimosa demais, garota!"

Valentyna sorriu de lado, bocejando. "Cabeça-dura", acrescentou. "Não é?"

"Mais do que você, nunca", a Atropa respondeu, afiada. "E essa corrupção no teu broche, hein?"

(LGBTQIA+) O Conto do Feiticeiro MalignoWhere stories live. Discover now