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— Se eu fosse você, não daria mais um passo

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— Se eu fosse você, não daria mais um passo.— Digo apontando para o homem quando a porta destranca com o impacto. Uma verdade é que portas de quartos de suítes caras em hotel são uma porcaria.

Eles realmente não fazem pensando que uma pessoa poderia querer se trancar, fazem pensando na possibilidade de facilmente arromba-la caso acontecer alguma coisa.

É uma boa logica. Mas não muito eficiente no momento.

Do outro lado tem um rapaz que provavelmente é pouca coisa mais jovem que eu, ele usa uma calça escura assim como sua camisa, o cabelo longo e loiro está quase todo coberto pelo capuz do seu casaco. E ele segura uma pistola, apotando-a em minha direção. E depois mudando o rumo para Natália, quando a vê – pouco atrás de onde estou. – na cama.

A atriz agora está de joelhos sobre o colchão, e não preciso olhar para seu rosto para ver o mais completo horror.

Gostaria tanto de lhe dizer que isso tudo é uma farsa, mas infelizmente é a mais pura realidade.

— Se eu fosse VOCÊ, não ficaria entre nós dois. — O rapaz fala em um tom assustadoramente psicótico. Claramente ele não está bem.

— Como assim? — Pergunto tentando ganhar tempo. Onde estão esses malditos seguranças?

Temo que ao atirar contra ele, a sua bala vá à direção de Natália.

— Oh, não sabe? — pergunta me olhando com um sorriso convencido. — Não contou para ele, querida?

— Nem te conheço. — Natália diz, sua voz fraca, mas corajosamente enjoada.

— Que indelicada. — O rapaz sorrir, de forma distante. E sua mão treme enquanto segura a arma, o que me leva a acreditar que ele não está muito habituado a segurar o objeto. Mas também, me faz perceber o quão instável ele está. — Bem, que eu tal eu mesmo me apresentar?

— Sinta-se a vontade. — Falo sério, dando um passo para o lado enquanto ele olha para Natália.

— Eu e Natália estamos em um romance já faz um tempo, mas ela gosta de me provocar. Com seus sorrisos indiscretos, seu corpo indecente, e esses olhos completamente maliciosos. — Preciso respirar fundo para não atirar contra ele agora mesmo. — Mas, ela enjoou disso. Então tivemos que começar um novo jogo.

Enquanto ele fala, aproveito para dar dois passos para o lado, o suficiente para ficar em um ângulo mais próximo de Natália.

— O que foi, querida? Não gosta mais de mim? Pensei que estivesse gostando do nosso jogo, pelo menos ele disse que sim.—  O homem diz me olhando por um momento antes de olhar preocupado para Natália. Como se na sua mente isso realmente fosse real, e eles tivessem mesmo um caso. O que chega s ser preocupante de tão doentio.

— Pare com isso.— Natália pede mantendo uma calma fora do comum, e anoto mentalmente de parabeniza-la por isso. — Por favor.

— Natália. — Falo em aviso, não sabemos o que passa na mente desse maluco. Não podemos subestimar a sua capacidade de distorcer os acontecimentos.

— Não. — O homem começa a falar virando sua arma de lado na minha direção, e sinto Meu sangue gelar um pouco. — Não vou deixar que você nós interrompa. É isso que quer não é?— Pergunta com seus olhos tão vidrados sobre mim, que tenho absoluta certeza que um momento em falso, e estarei confirmando seja lá o que ele está pensando

Escuto passos do lado de fora, e simplesmente sei que são os seguranças. Isso deveria me trazer alívio, mas diante da face transtornada do homem a minha frente, percebo que se ele de sentir marcado, não pensará duas vezes antes de fazer algo.

E certamente sua primeira ação será pensar em Natália. Usa-la como refém, ou qualquer outra ideia maluca que passe em sua mente, de qualquer maneira sinto Meu corpo arrepiar ao me dar conta que ela estará em perigo.

Eu preciso fazer alguma coisa, agora.

— Querida...— O homem diz olhando de relance para Natália, sua arma tremendo em seus dedos, e respiro fundo vendo as sombras mais próximas da entrada da suíte . Através da abertura da porta onde o homem permanece.

Não tem como sairmos, mas ele ainda não entrou completamente.

Mantenho minha arma ainda em mãos, e por isso talvez o doido não tenha feito nada significativo além de algumas palavras incoerentes.

— Abaixe sua arma.— Mando chamando sua atenção do rosto de Natália, para o meu.

— Não ache que pode dizer o que eu faço.

— Abaixe sua arma.— Mando novamente, mirando bem na direção dele.

As coisas acontecem em uma velocidade um pouco além do que eu consigo processar. Os seguranças entram armados dentro do cômodo, ao mesmo tempo que o homem percebe o acontecimento e se assusta, mirando a arma na direção de Natália - que já está em pé, fora da cama.- não tenho muito tempo para pensar. Ou atiro nele, ou tento proteger Natália.

Minha decisão é tomada mais pela impulsividade do que pela razão, pela primeira vez me deixando levar pela emoção e o desejo ardente em meu peito se mante-la em salvo.

Sinto meu braço queimar, em seguida de um dor que não doi tanto até que eu vire meu rosto e veja o sangue começar a colorir a minha camisa social branca. Respiro com dificuldade enquanto caio no chão, tentando manter-me acordado. Estou nesse meio por tempo o suficiente para saber que quando uma doe intensa como essa surge, uma das primeiras coisas a se perder além do sangue, é aconsciência.

O rapaz me encara chocado, abaixando o olhar para as mãos. Faço um esforço fora do comum para pegar minha arma e atirar contra qualquer ponto de seu corpo, mas um dos seguranças de fora é rápido o suficiente para fazer isso, mirando contra algum ponto em sua barriga já que i rito bate diretamente ali.

Ele grita, caindo no chão e soltando a arma enquanto treme algumas vezes, e os seguranças do hotel entram de uma vez no cômodo.

— Meu Deus!— Natália grita ficando de joelhos ao meu lado, suas mãos passando por meu ombro encharcado de sangue, e  a cada respiração que dou. Sinto que é mais difícil puxar o ar. — Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem.— Ela garante antes de gritar para alguém ligar peabum médico.

Escuro falatório, vejo luzes distorcidas, e sinto meu corpo se movimentar e balançar, mas não me concentro nisso. Preciso conversar com Natália, preciso que ela saiba que é importante. Que seu pai é um cuzao,  e que Robert é um merda, e aquele stalker então? Que NADA disso é culpa dela, e que ela é muito provavelmente uma das melhores pessoas que eu pude conhecer.

Mas no meio de tudo isso, e das cores, a única coisa que parece certa em minha mente e meus movimentos: é a escuridão.

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SHE | S.M ( completo)Where stories live. Discover now