Vítima

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(Junho)

Shivani Paliwal

Nas palestras da escola e faculdade sempre diziam que violência nunca é o jeito certo de se resolver as coisas.

Que devemos sentar e ter um bom diálogo, sem troca de socos ou xingamentos.

Porém isso não parece se aplicar muito ao momento de agora.

Nem a vida real.

Todo meu corpo está tremendo, e treme sem parar, treme de medo, adrenalina, alívio.

Bailey troca socos com Jack no chão enquanto um homem está caído do outro lado e estou surpresa por não ter entrado nenhum outro ainda.

Mas eu não queria que isso estivesse acontecendo, não queria que chegasse a esse ponto do extremo.

Bailey está apanhando, provavelmente por dores, ele parecia dolorido quando se colocou de pé.

Não acredito que o maníaco do meu ex teve a coragem de tocar no meu homem.

Nem consigo pensar nessa possibilidade.

Mas ver Bay apanhando está me apavorando.

— Bailey — grito desesperada, com as lágrimas ainda escorrendo — Jack por favor — meu coração está a mil.

Sair e chamar por outra pessoa não seria a melhor opção, não quando elas estão do lado do vilão.

— Você não me parece tão forte — Jack gargalha enquanto seu corpo está por cima de Bay e o sufoca com suas mãos.

Provocando-o.

— Deixa ele — eu grito, tentando recuperar o fôlego.

— Está vendo como dói? — e de repente Jack está chorando também, um choro de sarcasmo — Como dói ver alguém que você ama sendo morto? — não entendo sua fala — Você matou meu coração Shivani, e ele te amava. Porque teve que fazer isso? — ele grita as últimas palavras — Estávamos tão felizes.

Eu rio incrédula negando, volto meu olhar para Bay que se contorce contra o piso amadeirado da sala.

Corro meu olhar pelo lugar.

Jack está falando algo mas não ouço direito, ele não é muito maior que  Bailey, mas com certeza não está com dores.

Quando o desespero e o choro parecem está quase me engolindo vejo a arma de Jack, que foi derrubada com o pulo de Bay.

Não raciocínio muito quando corro e a pego, com as mãos tremendo e a respiração ofegante.

Encontro força para silenciar meu choro.

Bay ainda tenta se livrar das mãos de Jack, que está o torturando de forma lenta.

— Solta ele — digo em um tom firme — Solta ou atiro, juro que te mato Jack — miro a arma em sua cabeça.

Com a mão tremendo.

Não sei nem como apertar o gatilho, porém não vou deixa-lo tirar a vida da única pessoa que amo intensamente, com paixão.

Jack vira seu rosto para mim que estou no canto da sala, alguns centímetros distante dele.

Seus olhos se arregalam, se destraindo.

— Você não vai fazer isso — ele ri secamente.

— Eu vou. Se não largar ele agora, disparo e te mato.

— Você é uma ingrata — seu choro de crocodilo cessou e ele está gritando — Uma puta que nunca me deu o valor devido, não teve coragem de se defender de mim e agora quer atirar? Vá em frente, tenha sangue em suas mãos.

Um teto para dois //ShivleyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora