Território contrário

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(junho)

Mini maratona em comemoração aos 100k 1/4.

México parte dez.

Bailey May

Eu não sabia por quanto tempo fiquei desacordado.

Apenas o certo é que eu estava com uma dor de cabeça irritante e lá fora a noite já havia caído.

Tentei movimentar meus braços ou minhas pernas para me levantar, mas algo forte me impedia.

Forcei minhas vistas embaçadas por ter acabado de levar uma pancada, estreitei a visão e meus pés estavam presos, amarrados contra a grade de uma cama, assim como meus braços.

Fiquei confuso por alguns segundos, apenas focando em meus pés, comecei a me movimentar.

Freneticamente.

— Que merda é essa? — gritei.

— Calma meu filho — uma voz conhecida falou.

E então respirei fundo, logo reconhecendo o lugar a minha volta.

— Sabina? — perguntei estranho.

Ela assentiu.

— O que significa isso?

— Eu não iria deixar você ir atrás daqueles criminosos Bailey — ela disse calma — Sei que está bravo, mas eles te esmagariam sem esforço, são muitos.

Prendi minha respiração e pressionei meus olhos.

Soltei o ar com calma.

— Você não tinha o direito — quase gritei.

Ela deu de ombros se levantando da pequena poltrona no canto do quarto e veio até mim.

— Aqui não é Los Angeles — começou — Não temos vantagem, estamos no território deles, nós somos os inimigos e você sabe bem o que eles fazem com os que o enfrentam.

— Eu não me importo com os riscos, só quero ir atrás da Paliwal. Ela precisa de mim.

Encarei os olhos da garota à minha frente e ela riu, como se eu tivesse acabado de contar a melhor piada de todas.

— Você não vai conseguir, ir sozinho é uma missão suicida.

Respirei fundo não querendo me render.

Mas ela estava certa e eu sabia disso.

— Onde está a sua namoradinha traidora?

— Não vamos tocar nesse assunto — insistiu — Você está com a cabeça quente, mas tenho certeza que no final vai acabar a perdoando.

— Eu nunca vou perdoa-la — Sabina suspirou — E o que fizeram? — olhei em volta — Como me colocaram aqui?

— Acertamos sua cabeça com um vaso do meu jardim e depois te prendemos aqui — ela deu de ombros — Você tem músculos demais, é pesado.

Neguei com a cabeça.

— Você parece não se preocupar Sabina, Paliwal corre perigo e estamos aqui, parados — conclui.

— Eu só preciso que você se acalme, eu já vivi do outro lado da cidade e sei como tudo funciona...

— Tenho dinheiro — a interrompi.

— Eles não querem seu dinheiro — ela falou simples — Querem te machucar.

Eu encarei seus olhos e ela estava tão convicta do que falava.

Um teto para dois //ShivleyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora