DEFENCELESS | H.S |

Capítulo 17

Alice
09/08/2019

Solto um suspiro cansado antes de enfiar a chave na fechadura e destravar a porta do meu apartamento. Giro a maçaneta e antes que eu consiga raciocinar, dois braços me rodeiam num abraço acolhedor.

— Aí meu Deus! Você não tem ideia do quanto eu senti saudades — Emma diz ainda grudada ao meu corpo e eu deixo escapar uma risada que é abafada pelo seu cabelo loiro na frente do meu rosto.

— Sabia que você ia sentir minha falta, afinal, quem não sente? — brinco depois que ela se afasta um pouco de mim e vejo uma careta se formar no seu rosto.

— Isso de passar muito tempo com o cantor não tá te fazendo muito bem. Tá pegando o narcisismo dele bonita?

Uma gargalhada escapa da minha garganta enquanto sinto sua mão me puxar para dentro do apartamento. Eu tinha sentido falta dela e dos seus comentários sinceros demais.

— Achei que você chegaria no sábado — digo confusa, já que era sexta-feira.

— Quis fazer uma surpresa para você. Agora senta aqui comigo porque eu quero saber tudo dessa viagem — diz e bate a mão no lugar ao seu lado no sofá.

Na mesma hora um dou um sorriso sem mostrar os dentes e obedeço ao seu comando.

— Você tá preparada para ouvir? — pergunto querendo que ela foque na parte realmente importante da história.

Na verdade, o que Emma precisa saber é que eu não tinha sido tocada naquela festa, os outros momentos que tive com Harry foram tão íntimos e especiais que eu quero guardar somente para mim e à sete chaves.

— Não sei — pondera e se ajeita deixando a postura totalmente ereta — não tô nem aí também, conta logo antes que eu morra de curiosidade! — suas mãos apertam minhas pernas em cima do sofá enquanto as coxas dela se mexem incessantemente pela ansiedade.

— Eu fiz sexo — falo na lata, não querendo mais prolongar o seu sofrimento.

Observo a feição da minha amiga mudar de ansiosa para completamente chocada e depois passar para preocupada. Ela engole em seco e cutuca o lóbulo da orelha com as unhas, sei que isso é um claro sinal de que ela está nervosa, então, resolvo acabar com aquilo logo de uma vez:

— Eu era virgem.

Quando minhas palavras se perpetuam no ar os seus olhos se arregalam e suas mãos sobem automaticamente para a boca, quando elas voltam a descer seu sorriso parece iluminar tanto o local que eu mesma não consigo deixar de imitar o ato. Ficamos nos encarando assim pelo o que pareceu ser uma eternidade, mas deve ter durado no máximo alguns segundos.

Quando o cérebro de Emma parece finalmente raciocinar minhas palavras seu corpo se joga em cima do meu e eu caio para trás no sofá macio enquanto ela me aperta num abraço forte demais.

— Graças a Deus — ela dá um gritinho com a cabeça na volta do meu ombro e eu dou um resmungo por aquele som alto tão próximo ao meu ouvido.

— Emma você tá me machucando — digo um pouquinho mais alto e ela se levanta com um pulo ficando de pé em minha frente.

— Eu acho que nunca fiquei tão feliz com uma notícia na minha vida! — ela exclama fazendo sinais dramáticos com as mãos e eu me permito rir da sua animação — Não vou perguntar os detalhes porque acho que isso é algo que você deve querer guardar para si mesma — fala com o rosto pensativo e eu balanço a cabeça confirmando — Então, tudo o que nos resta é comemorar a sua recente perda de virgindade! Eu acho que isso merece um bolo!