DEFENCELESS | H.S |

Capítulo 14

Alice
Madrugada do dia 08/08/2019

   Eu tenho que admitir que no início, a minha atitude de querer dançar com Christian tinha sido impulsiva e motivada na raiva pelo Harry ter me deixado de lado numa festa em que ele tinha me convidado.

Se Styles queria se comer com a Poppy era só ter me avisado que eu ficava em casa, seria bem mais prático para nós dois.

Solto um suspiro e jogo o cabelo para o lado enquanto me movimento ao som da música. Já que estou aqui o mínimo que eu posso fazer é aproveitar a noite.

Sinto mãos na minha cintura e abro os olhos virando minha cabeça para trás e vendo Christian acompanhar meus movimentos. Abro um sorriso grande para ele antes de voltar a virar o rosto para frente. Porém, antes dessa ação ser concluída sou atraída pelo seu olhar, da mesma forma que um inseto deslumbrado pela a luz.

Olhos verdes pecaminosos me encaram. Sua expressão é um mistério para mim e eu provavelmente ficaria totalmente presa ali por horas se não fosse a cena capitada pela minha visão panorâmica: Poppy apertando e subindo a mão na coxa de Harry.

Como num estalo meu cérebro acorda e eu apenas dou um passo pra trás, numa tentativa de chegar mais perto do meu acompanhante nessa dança. Deixo um sorriso brincar no meu rosto e levanto uma sobrancelha olhando bem no fundo das suas íris verdes antes de voltar a fechar meus olhos e me entregar novamente a música.

Minutos se passam e sinto meu corpo começar a dar indícios de que precisava dar uma parada.

— Quer dar um descanso? — Christian sussurra com a boca colada no meu ouvido, apenas assinto e ele me guia até a cozinha novamente, precisávamos de mais bebida.

Com um impulso me sento em cima da bancada enquanto espero que ele pegue as duas cervejas na geladeira.

— Então, quem é o felizardo? — pergunta depois de me entregar a garrafa e encostar na ilha da cozinha ficando de frente para mim, na mesma posição em que estávamos mais cedo.

Na mesma hora fico confusa. Do que ele está falando?

Provavelmente percebendo minha expressão de quem não entendeu nada do que foi perguntado Christian volta a falar depois de dar uma risada:

— Você é turista e não conhece ninguém na cidade, o que me leva a acreditar que você veio com alguém para essa festa. Você estava dançando de uma forma muito exibicionista que por mais que eu quisesse não era para mim. Isso tudo só me leva a acreditar que você está querendo fazer ciúmes na pessoa que veio com você — explica como se fosse óbvio. Levanto as minhas duas sobrancelhas e deixo minha boca se abrir no que provavelmente é um "O" perfeito.

— Você trabalha para o FBI ou algo do tipo? — pergunto completamente chocada com a perspicácia dele em ler pessoas.

— Sou psicólogo, entendo de comportamento humano, além de que sou um bom observador. Apenas juntei o estudo a um dom natural — dá de ombros como se aquilo não fosse nada demais e eu não consigo conter uma risada.

— Não sei se você costuma acertar todas essas suas... — dou uma pausa pensando na palavra certa — previsões. Mas dessa vez sinto em dizer que está errado com relação a coisa toda do ciúmes — aponto a garrafa para ele quando termino de falar para depois voltar a colocá-la na boca dando um longo gole.

— Tem certeza? — sua voz sai em um tom de deboche e eu reviro os olhos.

— Eu vim acompanhada de um amigo.

— Deixe-me adivinhar, você está apaixonada por ele e ele não sabe disso?

— Nós somos apenas amigos — respondo pausadamente porém com a voz firme e um sorriso irônico cresce no canto de sua boca. Reviro os olhos novamente e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo com o amarrador que estava no meu pulso — Olha só, meu acompanhante e eu temos uma amizade colorida mas não é nada sério, e não, eu não estou apaixonada.