Místicos - As Crônicas De Myustic - Livro 1

Capítulo 8 - Mais Uma Companhia

Gabriel Griffen sentiu o café da manhã subir pela goela ao ver Amanda Specktrum, sua ex, ali na sua frente. Seu corpo inteiro esfriou, sentiu seus poderes sumirem por um breve momento. Tudo que ele queria se esconder em algum lugar e fingir que não tinha visto ela.

Cameron parecia intrigado ao ver a expressão de Gabriel, seguiu o olhar dele. Ele também ficou paralisado, mas não tanto quanto Gabriel. Cameron sabia do passado que existia ali, então ficou do mesmo jeito, não se moveu.

Gabriel estava vendo a pessoa que ele feriu, a pessoa que magoou. Também era a pessoa que ele ainda amava.

― Amanda... ― foi a única a coisa que conseguiu dizer. Os olhos dela estavam congelados, pareciam estar revivendo o incidente da Torre Norte. ― Quer sentar aqui conosco?

"Quer sentar aqui conosco?", Você me impressiona de uma forma, pensou Gabriel sobre seu comentário. Ele sabia que uma aproximação com Amanda levaria tempo, mais do que dois anos, ou até mesmo nunca aconteceria novamente.

― Se não quiser, tudo bem... ― disse Gabriel corrigindo o que tinha dito. ― Não espero que depois...

― Eu quero. ― Amanda respondeu rapidamente. Ela pegou o copo de café e o pedaço de pão que segurava, e sentou-se ao lado de Cameron.

Cada um começou a comer o que tinha escolhido para o café em um silêncio quase que mortal. Gabriel não tinha apetite para comer, não conseguia devido ao nervosismo que sentia. Ele olhou nos olhos de Amanda, ainda eram bicolores, um branco e outro preto. Seus olhos são o perfeito equilíbrio entre os mundos, o bem e o mal.

― Então... ― começou Cameron a dizer. ― O que você faz aqui nesse vilarejo entre Canthum e Reagan?

Amanda ficou um tempo sem responder, parecia estar pensando em uma resposta.

― Ah, lembram da Delfim Clair? ― perguntou.

― Sim, eu lembro ― respondeu Gabriel.

― Também lembro... ― Cameron afirmou.

― Estávamos em indo para Zmaj, mas Delfim foi barrada quando descobrimos que uma família do clã dela foi morta ― Amanda revelou.

Gabriel ficou paralisado. Ele sabia qual era o clã de Delfim, era o clã Heda. Seus olhos foram baixo na mesma hora, como se quisesse esconder a verdade de Amanda. Ele não poderia revelar as coisas que estavam acontecendo, era uma missão. Mas poderia ter deixado algo escapar.

― O que foi, Gabriel? ― perguntou Amanda. ― Eu sei quando você está escondendo algo...

Gabriel viu Cameron levantando os ombros, dizendo: ela tem razão. Os olhos de Amanda cerraram e um linha bicolor. Gabriel sentiu o olhar fumegante.

― Aconteceu a mesma coisa na Metrópole ― Cameron que respondeu. ― Uma família do mesmo clã.

― Então devo supor que Delfim ficou presa na cidade? ― Gabriel perguntou depois de dar uma mordida em seu pão de gergelim.

― Sim ― contou Amanda. ― Ela me disse para vir a essa estalagem, e esperar por ela.

Cameron deu uma leve risada.

― Acho que ela não vai sair tão cedo ― explicou. ― As leis do Comitê são bem regidas... se um grupo sobrenatural sofre algum ataque, ninguém pode sair da cidade até que tudo esteja resolvido, a não ser que sejam em casos extremos. E as bruxas seguem isso à risca.