Capítulo 6 - A Torre Norte

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Já era madrugada quando Amanda chegou à estalagem que ficava entre os reinos de Reagan e Canthum. Todos pareciam estar dormindo, pois a recepção do local estava vazia, ao canto, quase todas as mesas estavam vazias, sem uma alma se quer. O cheiro de bebida estava forte estava no ar, deveria ter sido um dia agitado para todo ali. A frente de Amanda estava um balcão onde uma moça organiza algumas cartas. Seus cabelos cacheados estavam amarrados, seus olhos castanhos estavam cansados implorando por um bom descanso.

― Boa noite ― disse Amanda ao fazer uma pequena reverência. ― Você tem algum quarto sobrando?

― Você deu sorte, mocinha ― respondeu a atendente esbouçando um sorriso para Amanda. ― Temos um quarto, o número quinze.

― Muito bem ― afirmou Amanda ao pegar a chave da mão da mulher e seguir pelas escadas em direção aos quartos.

Seu quarto ficava no final do corredor. Amanda teve que andar o corredor inteiro, passou por todas as portas olhando para as numerações talhadas na madeira, ao passar pelo quarto 5 sentiu uma energia vindo de lá, algo ruim, uma sensação de que seu coração fosse se partir.

Seu monstro! Fique longe de mim! Era mesma lembrança daquele dia.

Amanda correu para o quarto, fechou a porta, esperou que a sensação passasse para que pudesse dormir.

Aquele dia ainda iria assombrá-la para sempre.

***

Como esperado, Amanda não conseguiu dormir devido a sensação que teve na noite passada. Então, quando o galo cantou e sol brilhou forte pela janela do quarto, Amanda sabia que já era de manhã. Como ainda estava com a mesma roupa do dia anterior, tirou a camiseta que vestia e trocou por uma marrom.

Seu estômago roncou e viu que tinha que tomar café.

Desceu as escadas indo até o refeitório, que era uma sala ao lado do bar perto da recepção. A mesa principal estava repleta de pães dos mais diversos formatos, doces a vontade. Amanda foi atrás do belo café amargo.

Quando pegou um pão em formato de coração, depois pegou um copo de café quente, virou para as mesas, congelou ali mesmo. Não muito longe de onde Amanda estava, viu uma pessoa que não via a tanto tempo. A sensação da noite anterior voltou a tomar seu corpo.

Ele estava ali. Era como ver o diabo em pessoa.

Os cabelos dele ainda estavam no mesmo castanho da avelã, seus ombros a mostra pela regata branca que usava e, para fechar o combo, os olhos verdes como uma folha. Ele pareceu sentir o olhar de Amanda, e de um segundo para outro os dois estavam se olhando.

Ele era Gabriel Griffen, seu ex-namorado.

***

Era primavera quando tudo aconteceu.

Amanda estava em sua casa alugada na Rua do Comendador tomando seu café da manhã, enquanto Gabriel estava no pátio atrás do castelo treinando seus poderes. Nenhum dos dois esperava que aquele dia poderia acabar ruim.

Eles iriam se encontrar para ver o pôr do sol, melhor, antes do pôr do sol veriam a Hora Mágica, momento em que o Outro Mundo e o Mundo dos Vivos se uniriam em um só.

Só que Gabriel não sabia que as coisas que aconteciam durante a Hora Mágica nunca acabavam bem.

Nada de bom acontece durante a Hora Mágica, essa era a regra.

Os dois seguiram com suas rotinas diárias sem pensar na noite. Amanda depois de tomar seu café, resolveu arrumar a casa, pois estava bagunçada e para isso invocou formas de espectro para ajudá-la. Já fazia algumas semanas que queria praticar essa parte da sua magia, seus poderes eram limitados a luz, porém, passado um tempo, a luz ganhou força conseguindo aprimorar suas habilidades.

Místicos - As Crônicas De Myustic - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora