19 - O Trato Entre Anjo E Demônio

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TENTO RESPIRAR MAS ME PARECE IMPOSSÍVEL. Esse lugar é ... Terrivelmente assustador e macabro. Sinto o calor e a pressão desse ambiente subjugar minha força. As chamas em alguns pontos do chão deixam o ambiente ainda menos confortável, e os "vermes" que se rastejam pelo chão me dão medo; assim como as feras que sobrevoam todo o terreno. E sem ter nenhum motivo aparente, sinto que este lugar é familiar; mas não que isso seja bom ou conforte-me de alguma maneira.

Olho para Carly que me parece estar enjoada, e eu também estou. Quando direciono meus olhos para o anjo, noto que ele tem sua atenção presa em algo.

— Ganhamos uma recepção, que educado — Samael fala sarcástico para Mammon.

O demônio estava a alguns passos de distância de nós. Ele nos olha com dúvida, provavelmente se perguntando o que fazemos ali. Ele olha para Carly ao meu lado, depois para mim, e em seguida para Samael.

— O que fazem aqui? — ele pergunta para Samael. Em seguida se vira para mim e Carly. — Aqui não é um parque de diversões, crianças.

Samael me contou que Mammon estava presente quando Carly quase tomou os remédios, e não fez nada. Para ele é tudo um jogo, tudo é divertido. Vamos ver se ele vai achar graça do que vou fazer com ele. Com raiva, balanço o braço em um movimento veloz e expulso a luz; formando uma espécie de lâmina de energia que atinge o demônio. Carly e Samael se afastam assustados.

O demônio tomba para trás, quase caindo. O clarão some, e posso ver a fenda que surgiu na sua carne; indo do pescoço até o abdômen. Sangue negro escorre junto aos resmungos altos de dor que ele dá, o mesmo está com a coluna virada para trás por conta do impacto. A ferida incrivelmente começa a se fechar, as fibras dos músculos se conectam, e o sangue fica denso o suficiente para que pare de escorrer. O demônio vai corrigindo sua postura conforme o corte se fecha.

Sinto uma dor de mil navalhas perfurando meu braço.

— Isso é pelo o que fez com a Carly — Eu digo escondendo a dor na voz.

— Mas eu não fiz nada! Porra... — Mammon passa a mão na esponjosa cicatriz que ficou pelo seu corpo com o lábio superior elevado.

Meu braço começa a latejar, e mordo o lábio para evitar um resmungo. Carly parece notar, e vem para ficar bem ao meu lado, escondendo meu braço; que, notei estar com a pele vermelha e com gotículas de sangue que saíam pelos poros.

Escuto uma risada baixa e sufocada vindo de Samael, que obviamente estava achando graça da situação do Mammon.

— Seu filho da puta, contou para ela e a ensinou a fazer essa merda, não foi? — o demônio diz ríspido.

— Não tinha ideia de que ela faria isso — o anjo respondeu, me dando um olhar de canto de olho e um sorrisinho.

Eu também sorrio. Mammon intercala seu olhar para mim e para Samael, e ele faz uma careta.

— Oh, não. Vocês... Oh. — Ele finge que vai vomitar. — Parem antes que eu vomite.

Ok, agora eu estou com vergonha.

— É ela, a Amélia é a Azebel — Samael diz.

O demônio começa a rir, a gargalhar.

— Você surtou, anjo.

— É verdade, sou eu — falo meio sem jeito.

Samael vem e segura minha outra mão.

O demônio realmente vomita.

— Quer saber, eu nem vou perguntar — Mammon diz. — O que querem aqui? Com certeza não vieram para que eu dê os parabéns.

— Lilith — Samael fala. — Vamos falar com ela.

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