Crush Issues

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Pov Camila

Analisando mais uma vez os papéis em minha mesa, encontro algo em comum entre a certidão de óbito de Penn Badgley e os documentos de entrada no hospital do segurança, o código da ambulância que os socorreu era o mesmo. Eu só precisei de um rápido acesso ao sistema online de saúde pra descobrir quem costumava dirigir aquele carro, Kevin Sanchez. Que atualmente se encontra afastado de seu trabalho, em uma cidadezinha pequena, não muito longe daqui. 

No dia seguinte, faço meu caminho até a casa de Kevin, quem me atende é sua mãe.

-O que quer?

-Oi... eu preciso falar com Kevin Sanchez. -Eu digo.

-Quem é você?

-Eu sou uma investigadora e estou em um caso... Um acidente de ônibus? -Digo, esperando que ela recordasse de algo. -Duas ambulâncias foram mandadas pra lá, e Kevin dirigia uma delas.

-Meu Kevin não tem nada pra conversar com vocês.  Vocês o deixaram. -Ela diz fechando a porta, eu seguro.

-Eu sei que Kevin não retornou pro hospital naquela noite, ele sumiu com a ambulância, nunca explicou o porquê. 

-Você é metida à sabe-tudo então?

-É o meu trabalho... Sei que Kevin não recebeu auxilio desemprego porque roubou a ambulância. 

-Ele devolveu!

-Se eu pudesse entender exatamente o que aconteceu... Talvez eu pudesse mexer uns pauzinhos e reverter o que foi determinado. 

-Bom... Então talvez Deus tenha te enviado. Mas talvez não. -Ela diz abrindo a porta, me permitindo entrar. Ela caminha até sua sala, onde, em uma cadeira, parcialmente imobilizado, ligado à aparelhos respiratórios, está Kevin.

-Isso não estava no arquivo dele... -Eu disse, surpresa com a cena.

-Ele teve um derrame.

-Ele é jovem demais pra ter tido um derrame.

-O corpo dele entrou em choque após a cirurgia... Quando ele doou os dois rins.

-Os dois rins?

-Ele sempre foi tão generoso... Eu nunca imaginei que chegaria à isso. Depois da encrenca com a ambulância, Kevin desapareceu por três semanas. Então, recebi uma ligação do hospital.  O acharam quase morto num beco...

-Esse... equipamento que ele está usando... Parece um pouco caro pra vocês conseguirem manter. 

-Ah, e eu acho que é. Um anjo anônimo nos enviou. Algum doador da cidade, apoiador de boas causas. -Ela dizia sorrindo enquanto olhava pro seu filho.

-Desculpa incomodar, mas a senhora poderia, por favor, me dar um copo de água? -Pergunto, torcendo pra desculpa funcionar.

-Claro. -Ela diz deixando a sala.

Me aproximo do aparelho, enquanto Kevin me segue com seu olhar perdido. Me abaixo, tirando uma foto de todos os dados e números de série do aparelho. Kevin ainda está me olhando, e eu nem sei se ele pode me entender.

-Deus não fez isso com você. O diabo fez. E eu vou encontrá-lo. -Eu falo, só então percebo que ele tem um bloco de notas amassado em seu colo e uma caneta em sua mão, ele começa a escrever... "Penn..." -Eu sei, Penn Badgley. Você sabe onde ele está agora? -Então, ele começa à escrever novamente... "Me mate por favor desligue". Eu olho pro aparelho confusa, e depois pra seus olhos que agora parecem me implorar. -Eu... Eu não posso. -Eu falo, então ele parece começar à chorar. -Me desculpe, eu não... -Vejo sua mãe voltando, pego o papel que ele escreveu e o coloco em meu bolso rapidamente.

How To Be a Shitty Superhero in NYC (Camren)Where stories live. Discover now