Capítulo 22

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- Minha querida, que surpresa! Então você é a nossa convidada de honra! - Ela desceu as escadas e veio me abraçar. Estava parada, sem reação. Assim que saí do meu transe retribui o abraço da amável senhora.

- Charlotte! - Ela pega meu rosto entre suas mãos e deposita um beijo carinhoso em minha testa - Você é a... - Olho para Roy, que nos encara com surpresa sem entender o que está acontecendo.

- A avó desse belo rapaz? Sim, sou eu mesma! - Diz orgulhosa.

- Meu Deus! - Exclamo.

- Alguém poderia me explicar o que está acontecendo aqui? - Roy pergunta com a testa franzida.

- Ainda não entendeu, mané? Elas se conhecem! - Disse Evans achando graça da situação. Meu vizinho olha feio para ele e depois volta seu olhar para nós.

- Qual das duas irão me explicar? - Disse cruzando os braços no peito.

- Ora, menino, Ana e eu nos conhecemos quando ela retornou para New York. Passamos praticamente a viagem toda conversando e nos conhecendo. - Charlotte diz acariciando meus cabelos.

- Isso mesmo! - Concordo sorrindo.

- Mas você nunca me falou nada sobre ela e... Ela nem esteve por aqui nos últimos meses, Clara! - Roy diz coçando a cabeça.

- Ficamos um bom tempo sem nos falarmos, mas há duas semanas eu entrei em contato com sua avó, e desde então não paramos de nos falar.

- Lembra-se do dia que recebi uma ligação e fiquei no telefone por um bom tempo? - Charlotte perguntou.

- Sim, quando a senhora chegou da França. Emily e eu estávamos em sua casa. - Ele respondeu.

- Pois bem, estava conversando com a Ana, meu querido!

- Isso é muita informação para uma mente cansada e com sono! Resumidamente, vocês já se conhecem. Ok! Nada de apresentações então. - Declarou dando de ombros.

- Venha cá, meu netinho! Estava com saudades! - Ele caminha em nossa direção e abraça a senhora ao meu lado.

- É bom te ver vovó! - Deposita um beijo em uma de suas bochechas.

- Vó, não esqueça do seu neto postiço! - Evans abraça Charlotte.

- Jamais, meu querido! - Após os cumprimentos, Roy me direciona até o quarto onde ficarei hospedada. Assim como o resto da casa, o ambiente era incrível, mas o que realmente tirou meu fôlego foi a vista impressionante daquele cômodo para a área externa coberta de neve.

Liguei a lareira elétrica, troquei de roupa e fui para debaixo das cobertas. Amava dormir naquele clima. Não demorou muito para a minha mente começar a desligar, fazendo-me apagar em seguida.

***

- Estou com medo! E se eu não conseguir fazer isso? - Digo escondendo o rosto em minhas mãos. Estava em uma varanda estranhamente familiar. Seria a varanda do meu quarto, no Brasil?

- Ei! - Uma voz suave e rouca, responsável por fazer meu estomago se revirar, sussurra atrás de mim. Sinto seus braços me envolvendo em um abraço apertado - Deus jamais deixará você passar por esse momento sozinha esqueceu? - Suas mãos me viram, fazendo-me encarar seus lindos olhos verdes. Em seguida, pega o meu rosto em suas mãos - E eu irei O auxiliar com isso, estarei ao seu lado não importa o que acontecer, meu amor! - Fecho os olhos ao sentir sua mão acariciando minha face - Jamais se esqueça disso! - Diz colocando uma mexa de cabelo atrás da minha orelha. Volto a encará-lo e contemplo seu olhar profundo direcionado a mim.

𝗗𝗮 𝗩𝗮𝗿𝗮𝗻𝗱𝗮 [Livro 1]Where stories live. Discover now