Capítulo 15

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Ainda com a arma em mãos eu estava nervosa, olhava para Lucas sem saber o que fazer. Ele estava péssimo. Ouvi um assovio.

-Ei, bom trabalho. - disse o chefe, ainda amarrado - Agora me solte, garota.

Corri em direção a ele, e o soltei. Ele se levantou, ficamos frente a frente, ele pegou em meu pescoço aproximando sua boca da minha orelha.

-A parte mais linda de uma rosa não são suas macias pétalas, e sim seus afiados espinhos, que as fazem capaz. -sussurrou em meu ouvido e se afastou, foi até Lucas, que por sua vez ainda estava ajoelhado olhando para sua mãe morta. Ajoelhou-se em frente a ele.

-Fraco. - virou-lhe um tapa na cara. - Não aguentou a mamãezinha, eu podia ter morrido. -virou-lhe outro tapa do outro lado dessa vez.

-Desculpa, chefe... -falou - Não vai se repetir. E-eu,não sei o que aconteceu...

-Você vai sumir dessa cidade, você vai voltar pra capital. - levantou-se - Até eu resolver as coisas por aqui, prefiro que você esteja fora. E leve a... - é, ele não era bom com nomes.

-Killy. –completei.

-Isso, leve a KIlly com você.

-Você lembra que da última vez que eu estive lá, as coisas não correram bem, e... -tentava dizer quando foi interrompido.

-Vai ser outra história, eu deixarei todos avisados, que lá você será o líder de lá.

-O que? Você acabou de dizer que eu sou fraco, e você quer me por em uma liderança?

-Não é "eu quero", o certo é eu vou. -deu passos largos até a porta - Você sabe, você me deixou em risco, e eu já matei por muito menos. Essa é sua chance de me surpreender, caso contrario... -passou o dedo na garganta- Estamos entendidos?

-Claro.

-Agora, eu tô indo, peguem suas coisas, e coloquem fogo nesse lugar, depois que saírem.

Voltou a até sua mesa e procurou algo em fundo falso de uma gaveta. Era uma pistola, linda, totalmente branca, chegava a brilhar.

-Eu já ia me esquecendo, isso é seu. -entregou-me a arma.

-Por que? -indaguei, eu já não estava entendendo mais nada.

Ele apenas riu e partiu.

Juntei as poucas coisas que me restaram e aguardei até que Lucas passasse a gasolina em todo casarão, ateou fogo. E então partimos com as chamas em nossas costas. Íamos até a casa de Lucas pra ele fazer as malas.

-Que história é essa de Killy?

-É assim que quero ser chamada a partir agora.

-Ok, Killy. -riu.

-Lucas, nós precisamos conversar.

-Sobre?

-Você. -olhei para ele e consegui sentir seu desconforto- Olha, eu nõ faço ideia do que aconteceu ali. Que cena foi aquela? Se não fosse por mim, aquela desequilibrada da sua mãe teria te matado, e você lá, jogado, choprando como uma criança assustada. Cara, eu realmente não esperava isso e você. 

-Você não tem nada a ver com isso. -disse pausadamente, como se estivesse irritado.

-Como não? Você não disse que "jamais se perdoaria se algo acontecesse comigo" ? -gritei- Você me colocou em risco, não só a mim, colocou o chefe em risco também, e ele não gostou nada disso.

-O que? Agora você quer me dar lição de moral? Cala sua boca, sua vadia. - vociferou iniciando uma discussão.

-Quem você pensa que é pra me tratar desse jeito? Quer que eu chame sua mãe, pra você chorar mais um pouquinho?

-Você é uma idiota, você acha que é fácil? Ela pode ser a pior pessoa do mundo, mas era minha mãe! Eu não tenho sangue frio pra isso e eu duvido que você teria.

-No seu lugar eu faria, com o maior prazer. -respondi inexpressivamente.

-Desculpa se eu ainda tenho coração e não sou um monstro.

Estacionou o carro, saiu batendo a porta e entrou no prédio. Esperei por ele no carro, eu tinha um último pedido antes de partir para a capital.

KillyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora