Capítulo 21

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Já no hospital, eu estava sendo carregada por Lucas que berrava por ajuda na recepção, estava perdendo muito sangue, me esforcei para manter-me acordada, mas foi em vão antes que eu visse os médicos chegarem, eu apaguei.

Meu corpo doía como se eu tivesse sido atropelada por um ônibus. Por que hospital tem que cheirar tão mal? Aquela atmosfera ruim me obrigou a abrir os olhos, eu estava em uma cama hospitalar desconfortável com agulhas espetadas em minhas veias, estava com diversos curativos e uma dor de cabeça terrível, mas as coisas mudaram de plano quando eu virei para o lado e me deparei com Lucas dormindo todo desajeitado em uma poltrona, sabe-se lá a quanto tempo ele está ali esperando que eu dê algum sinal de vida. Apesar de tudo isso, eu ainda estava sentida pelo fato de que ele não havia ido até aquele lugar me buscar, eu queria ouvir ele dizer o ponto de vista dele sobre tudo isso. Se tudo realmente era como eu estava imaginando ou havia alguma coisa que podia melhorar a situação. Mesmo fraca eu conseguia falar, devagar, mas conseguia.

-Lucas... -falei o mais alto que eu consegui, ele nem se moveu. Decidi assoviar.

-Alice? -respondeu ainda meio dormindo, quando notou que era eu que havia o chamado levantou-se no ato e dirigiu-se até a cama. -Que bom te ver acordada, como você está se sentindo? E me fala, o que você estava fazendo lá?

-Me fala você, aqueles caras me sequestraram, ou você acha que eu estava naquela situação porque eu gosto de ser torturada? Eles queriam informações sobre você, como eles sabiam quem eu era? Como você não sabia que eu estava lá? Afinal, onde você achou que eu estivesse?

-Alice... Eu vou ser sincero com você, eu pensei que você estivesse morta, aliás, Joyce me garantiu que você estaria. É claro, que ela tem algo a ver com isso, o que explica tudo. - socou a mesinha do lado da cama, irritado- Merda, é claro que ela tem tudo a ver com seu sequestro, ela sabia que eu viria acompanhado. E a invasão de hoje, ela me pediu pra ir sozinho, mas eu que insisti em chamar reforços. Agora eu não sei mais em quem confiar.

-Você não precisa confiar em ninguém, você só precisa das pessoas para usá-las. -segurei firme em sua mão- Eu não vou dizer que está tudo bem o que aconteceu hoje, porque não está. Se você parasse de olhar no decote dela por 5 minutos, você notaria que tinha algo errado. Enfim, o que importa é que ela não me quer viva, e ficar lá pode ser perigoso. Se ela está infiltrada lá, tem alguém por trás, com certeza, a mesma pessoa que está por trás daquele galpão onde você me encontrou.

-Isso, mas nós precisamos voltar para o depósito e vigiar Joyce de perto. Eu vou proteger você.

-Eu não preciso da sua proteção, –retruquei- eu sei me cuidar sozinha.

Eu tive que passar mais alguns dias no hospital pra me recuperar, Lucas estava lá o tempo todo. Ele não estava fazendo mais que a obrigação dele, mas eu achei bom ter ele por perto. 

Joyce era um perigo evidente, eu pude notar que Lucas não estava a vontade com a ideia de que ela era a inimiga, mas independente do que ele acha, ela tem que morrer, e se alguém que vai acabar com aquela garota de vez, esse alguém serei eu.


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