Capítulo 12

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Depois do cabelo, Anna foi em meu quarto e escolheu uma roupa para mim, um vestido curto vermelho brilhante com uma belo decote, e para meu desespero um salto 15 de couro preto. Meu primeiro trabalho seria em poucas horas. Apesar de ter sido preparada para aquele momento, é impossível estar pronta para alugar seu corpo.

Tomei um longo banho e me arrumei.

-Alice, você precisa de um apelido para noite. -disse.

-O que tem de errado em Alice?

-Não é sexy. -riu- Você acha que meu nome verdadeiro é Anna? -balancei a cabeça afirmativamente-Não, meu nome verdadeiro é Cecília. Um nome horrível, nem o uso mais.

-Não é um nome horrível, minha mãe se chamava Cecília. -rosnei.

-Desculpe, pode não ser horrível, mas também não é nome de puta. -riu- Então Alice, qual será seu novo nome?

-Killy.

-Nunca vi ninguém com esse nome, mas soa bem. Boa escolha, Killy.

Eu estava tensa, o cara viria me buscar no portão do casarão em pouco tempo. Eu iria acompanha-lo em uma grande festa. Ele era um grande traficante, conhecido por muitos e respeitado por todos. Pela descrição que recebi, cheguei a ficar com medo, mas eu me recusei a sentir esse medo, respirei fundo e parti.

-Boa sorte, não esqueça de gemer. -disse Anna.

Dei as costas e me dirigi em direção ao portão. Esperei alguns minutos parou uma Lamborghini Gallardo, um lindo carro, e para minha surpresa, um lindo cara, de aparentemente 35 anos. Abaixou a janela, e me convidou para entrar no carro, assim que entrei começou a dirigir.

-Sou seu primeiro cara, não é? -afirmei enquanto ele me olhava- Que sorte! Só não sei se é minha ou sua.

-De ambos. -ri falsamente, tentando ser simpática.

-Como se chama, docinho?

"Docinho", não tem nada mais broxante que isso, que tipo de pessoa chama uma prostituta de docinho? Notei que seria uma longa noite.

-Me chame de Killy, e você? Como devo lhe chamar?

-Meu nome é Frederico, mas chame como quiser, Killy. -parou no sinal vermelho e aproveitou para passear com sua mão boba em meu corpo.

-Ok, Fred. -peguei a mão dele e coloquei no câmbio.

O caminho foi longo até a festa, mas chegamos. Era um salão chiquíssimo, com um carro mais caro que o outro no estacionamento. Quando entramos era como estar em outro planeta. Pessoas simplesmente maravilhosas, estupidamente bem vestidas, elegantemente bêbadas.

-Fique aqui do meu lado e sorria. -disse Fred.

Todos iam cumprimentar Fred, notei que ele além de poderoso era muito querido pelos ricaços.

Bebidas caras como Blue Label , whisky Chivas Regal, entre outras. Não bebi quase nada, queria estar sóbria até o fim daquela noite.

Estava ficando chato, ouvir aquelas conversas sobre os melhores investimentos do ano e ter que rir de piadas que nem pareciam piadas. Pessoas ricas são bem sem graça.

Depois de algumas horas de conversas chatas, e alguns bêbados desmaiados, Fred decidiu ir. Me levou a um motel de luxo. Cama redonda, espelho no teto, pétalas de rosa, banheira e tudo que tinha direito.

Logo que chegamos, dei uma amasso em Fred e o joguei na cama. Fiz um strip-tease enquanto ele me olhava embasbacado. Assim que terminei, o despi e montei nele, antes de qualquer coisa coloquei a camisinha, e comecei e então comecei com movimentos suaves. Cada movimento que eu fazia me lembrava de como era bom quando Lucas me ensinava. A melhor maneira de curtir aquele momento era fechar os olhos e imaginar Lucas no lugar de Fred. Funcionou até. Depois do prazer, tiramos um cochilo, pois já era quase manhã. Assim que levantamos, Fred me pagou, um bom dinheiro diga-se de passagem.

-Tem um extra, pelo bom trabalho. Ou será sorte de iniciante?- riu.

-Nunca saberemos. -sorri- Então, vamos?

-Vamos pra onde, docinho? Você vai pra sua casa e eu pra minha, carona de volta não ta no pacote. - deu tapinhas em meu ombro e partiu.

Eu estava muito longe do casarão, estava perto da minha antiga casa. Decidi ir até o ponto de taxi mais próximo a pé mesmo para observar a paisagem. Quando fui atravessar a rua olhei para o ônibus que passava em minha frente. Não pude acreditar no que vi. Era Joe, meu irmão que estava lá. Ele me olhou de volta com um olhar estranho, talvez fosse pela minhas roupas ou o cabelo, mas vi em seus olhos que ele me reconheceu. Ele estava de uniforme indo para escola naquela manhã, nesse ano ele havia crescido tanto, minha vontade era de entrar naquele ônibus e abraça-lo. Mas o que eu diria? Que havia saído de um programa, voltando para o prostíbulo, e o encontrei. Não, eu não podia. O ônibus partiu, junto com ele meu coração, ou o que restou dele. Segui até o ponto de taxi, de olhos marejados, peguei um taxi e fui pro casarão.

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