Capítulo 19

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Eu suspirei, mal conseguia me erguer. Tentei gritar por ajuda, mas apenas saíram sussurros indefinidos.

-Quieta! -alguém disse, eu via a sombra perto mas a voz estava longe.

Eu estava sendo carregada, aos poucos a minha consciência voltava, haviam dois homens, estavam mascarados. Fui amarrada com os braços para cima. Eu estava acordada, em sã consciência. Tudo claro como o dia. Minha raiva estava a flor da pele. Um dos caras mascarados estava em minha frente com uma facão.

-Você me dirá tudo que sabe sobre Lucas, e o passado dele. -ordenou.

O lugar era perigoso, a situação exigia cuidado, mas eu não estava nem aí, eu não abaixaria minha cabeça pra nada.

-Eu... Não... Sei... De... Nada. -respondi pausadamente.

Levei um tapa de costa de mão tão forte que me desorientou.

-Seja boazinha e diga tudo que sabe. Porque eu sou o cara bom.

-O que? -afrontei-o- Vai chamar o outro mascarado?

-Não, eu chamarei uma mulher que você detestará conhecer.

-Nada é mais detestável que você. -cuspi na cara dele.

Um ato que gerou duas das minhas maiores cicatrizes. Ele rasgou minha blusa, pegou seu facão com firmeza e fez dois cortes consideráveis, na altura da costela, fez cortes menores na região da minha barriga. Doeu, mas foi até suportável. Ele foi atrás de mim e eu escutei alguns barulhos, ele pegou algo em um armário. Apareceu logo em seguida com algo em mãos, era uma espécie de garrafa com um bico de jato, sem rótulo, apenas com um líquido transparente.

-Você vai me dizer? -Perguntou firmemente, eu podia sentir o ódio na voz abafada pela máscara.

-Eu não sei de nada, porra! -gritei- Mesmo que eu soubesse, eu jamais falaria nada pra você.

-Ok.

Eu estava sangrando, meus cortes ardiam. Ele abriu os cortes com os dedos e borrifou o líquido. Ardia como brasa, o ato de cortar foi apenas um carinho perto da dor que eu senti, eu queria parar aquilo, mas minhas mãos estavam presas, eu não queria demostrar minha dor, mas sem que eu quisesse as lagrimas rolavam.

-Refrescou sua memória, querid... -foi interrompido.

-Fomos invadidos, corre, pega suas armas e chama reforço! -berrou o segundo homem mascarado.

-Quem está lá? -disse enquanto me amordaçava.

-Lucas, como o planejado. Só precisamos capturá-lo.

-Então deu tudo certo? - pegou uma ak-47 e se preparou.

-Não, ele não está sozinho.

Partiram para fora, me deixando sozinha naquela sala mal iluminada. Tudo perdeu o sentido. O que estava havendo? O que era o planejado? Lucas veio para me salvar? Sem respostas. Com dor, fúria, angústia, mas nunca com medo, não mais.

KillyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora