CAPÍTULO TRINTA E SEIS

Comenzar desde el principio
                                    

— Eu me sinto morta por dentro depois de tomar essa poção.

— Não seja dramática como os seus amigos — a mulher abafou uma risada, enquanto terminava de enfaixar o braço machucado da lufana. — Está pronto. Não se esqueça de não fazer esforços desnecessários.

— Tudo bem — a garota se levantou com calma da cama. — Eu já posso ir embora ou a senhora vai me envenenar com outra gosma nojenta que costumam chamar de poção?

— Pare imediatamente de andar com aqueles quatro garotos da Grifinória — a enfermeira revirou os olhos. — Você está atingindo o nível máximo de drama.

— Não mesmo — riu. — Eu não vou parar de andar com eles.

— Eu desejo uma boa sorte e uma dose diária de paciência — Madame Pomfrey guiou a menina até a porta da enfermaria.

A garota da Lufa-lufa checou o seu relógio. Como já estava no horário do almoço no castelo, ela caminhou em direção ao saguão e encontrou um Salão Principal apinhado de estudantes famintos nas mesas de suas respectivas casas.

Ela andou até a mesa da Grifinória. Por mais que não fosse a mesa de sua legítima casa, a menina precisava se juntar aos quatro garotos para contar sobre o acontecimento nos corredores.

— Qual é o seu método de estudos? — Sirius perguntou. — Eu preciso de um método eficiente.

— Café e lágrimas — Remus respondeu sem desgrudar os olhos da comida em seu prato.

— Eu vou conseguir uma boa nota com esse método?

— Talvez — Remus deu de ombros. — O máximo que eu consegui foi uma noite sem sono, um olho inchado e um ataque de ansiedade.

— É melhor não estudar e esperar que alguma força do além faça a gente tirar uma boa nota — James caçoou.

— Boa tarde — a garota cumprimentou, interrompendo a conversa sobre os estudos e os exames finais.

— Boa tarde.

Eles responderam em uníssono. Quando a menina se sentou ao lado de James na mesa, os olhares dos quatro garotos expressaram preocupação ao mesmo tempo em que fizeram contato facial com a lufana.

— O que aconteceu com você? — James arqueou a sobrancelha.

— Você está bem?

— É claro que ela não está bem.

— Ela está com um sorriso no rosto.

— Corrigindo, ela está com um sorriso nervoso e desesperado no rosto — Remus disse, encarando a irmã mais nova.

— Muito obrigada — ela suspirou e se juntou aos meninos na mesa. — Alguém me passa um prato de batatas?

— Algum bicho mordeu você? — Peter perguntou, receoso.

— Não, mas em compensação, o meu dia mal começou e já fui atingida por um feitiço no meio dos corredores e o Pirraça quase me encharcou com uma bexiga de tinta amarela — ela abriu um sorriso visivelmente falso. — E como vocês podem ver, eu machuquei o meu braço.

— Muita informação em uma frase — James encarou a namorada. — Quem te atingiu com um feitiço? Eu vou matar o Pirraça. O seu braço está doendo muito?

— Muita informação em uma frase — ela repetiu as palavras do namorado. — Eu não sei quem me atingiu com um feitiço. Foi tudo muito rápido.

— Você avisou alguém? — Remus perguntou, preocupado.

— Sim — ela respondeu, enquanto abocanhava uma batata. — A professora McGonagall ficou sabendo na mesma hora. Ela me garantiu que a pessoa vai ser punida em breve, mas não coloco muitas expectativas.

— Eu acho que ela vai conseguir descobrir a identidade da pessoa — Sirius palpitou. — Sem demora.

— Eu espero que você esteja certo — ela suspirou.

As conversas dos estudantes sentados às mesas foram brevemente interrompidas pela entrada de uma coruja pequena e desajeitada no Salão Principal. O animal piava enquanto se desvencilhava das cabeças das crianças e dos adolescentes presentes para o almoço.

— Alguém se atrasou na entrega — Sirius brincou. — Por que ela está vindo na nossa direção?

A coruja pousou ao lado de um cálice com suco de abóbora, causando a maior sujeira ao espalhar o líquido na mesa. Ela deixou o pergaminho em frente ao prato de comida da lufana e mordiscou a sua mão.

— Hoje é o dia oficial de me machucar? — ela exclamou, irritada. — Alguém pode abrir para mim?

O garoto de óculos apanhou o pergaminho levemente sujo com resquícios de suco de abóbora e abriu com cuidado. O papel era curto, mas a pequena mensagem transcrita em letras legíveis dizia mais do que um milhão de palavras.

— As coisas irão piorar se descobrirem a verdade — James leu, apreensivo. — E o feitiço não fará apenas cócegas, ele causará mortes.

A simples menção daquela última palavra no pergaminho foi suficiente para que um soco invisível colidisse com o seu estômago e o coração arfasse em seu peito.

Aquela pessoa não era capacitada apenas de realizar armadilhas, espalhar boatos ou praticar ameaças vazias. Ela estava disposta a provocar a morte de outra pessoa. A morte era um ferimento que remoeria a lufana internamente por não existir uma maneira de reverter a drástica situação.

E aquilo era o que a garota da Lufa-lufa mais temia ultimamente em sua vida.

FALLING - JAMES POTTERDonde viven las historias. Descúbrelo ahora