CAPÍTULO NOVE

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Sentadas em suas camas levemente desarrumadas no dormitório da sala comunal da Lufa-lufa, as duas melhores amigas haviam acabado de se arrumar para as aulas diárias. Gastavam um pouco do tempo livre para uma conversa cheia de bom humor e conselhos insistentes da garota de cabelos loiros. Agatha ria com os relatos da outra lufana sobre James e a conversa que tiveram no Baile de Natal.

Você sabe o que isso significa.

— Não faço ideia — Ellie se jogou em sua cama, com as mãos cobrindo o seu rosto.

— Você é muito ingênua — Agatha riu. — Eu acho que está começando a gostar dele.

— Isso não pode acontecer, Agatha — ela encarou a melhor amiga.

— Por que não?

— Ele gosta de outra pessoa e eu não posso gostar de alguém que gosta de outra pessoa — Ellie respondeu, tensa. — Isso é pedir para chorar todos os dias no banho.

Agatha ficou em silêncio por um instante. Os seus olhos verdes ágeis se concentraram no rosto da outra jovem da Lufa-lufa, como se estivessem tentando ler o cérebro da melhor amiga telepaticamente.

— O que foi? — ela se remexeu na cama, desconfortável.

— Eu acho que você está com medo de se apaixonar.

— E desde quando tenho medo de me apaixonar? — Ellie gaguejou.

— Desde quando você tem medo da reação de uma pessoa — Agatha cruzou os braços.

— Não tenho medo da reação daquele que merece um soco — Ellie deu de ombros e Agatha estranhou o apelido. — James inventou esse apelido. Não quero usar o nome dele.

— Já começaram a usar as manias um do outro — ela apertou carinhosamente as bochechas de Ellie. — Como se sente perto dele?

— Por que está me fazendo essa pergunta?

— É um teste — Agatha sorriu.

— É uma mistura de sensações — Ellie cochichou, envergonhada. — Borboletas no estômago? Acho que é essa a sensação.

— Você está apaixonada.

— Não estou!

— Está sim! — Agatha acertou uma almofada no rosto da menina.

— Cansei — Ellie arremessou a almofada de volta. — Você se empolgou demais.

A garota se levantou da cama, as bochechas queimavam por conta da vergonha. Ellie se recusava a acreditar que estava começando a gostar de um de seus melhores amigos. Agatha gritou algo incompreensível quando viu a amiga fechar a porta do dormitório feminino.

Ellie desceu as escadas e saiu do salão comunal da Lufa-lufa. Não queria mais ouvir nenhuma provocação de Agatha durante o dia.

Um pouco distante dali, James entrou no Salão Principal e viu Remus, Peter e Sirius sentados na mesa da Grifinória. Ele se sentou ao lado de Sirius e serviu um pouco da comida do almoço em seu prato.

— Tem alguma coisa estranha — disse James, analisando os alunos sentados na mesa.

— O que foi?

— Ellie não está sentada com a gente — ele respondeu.

Os garotos se entreolharam.

— O que foi? — James corou.

— É a terceira vez no dia que você fala dela — Peter deu uma risadinha.

FALLING - JAMES POTTEROnde as histórias ganham vida. Descobre agora