CAPÍTULO TRINTA E UM

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O chilrear harmônico dos pássaros e a poeira suave da luz solar foram as duas primeiras coisas que o cérebro da jovem lufana conseguiu registrar na manhã seguinte à festa no salão comunal da Grifinória. Quando a realidade se instalou em seus sentidos, a manhã deixou de ser aparentemente normal.

Uma dor excruciante preencheu a cabeça da menina e ela se sentou na cama, apoiando as mãos sobre os cobertores e as almofadas. Ainda era cedo e não havia ninguém acordado no dormitório que compartilhava com as suas colegas de casa, ainda mais com o clima da noite anterior.

A festa na sala comunal da Grifinória trouxe ressaca para quase todos os estudantes do castelo, e para a artilheira da Lufa-lufa, a ressaca veio com uma decepção como bônus.

Ainda não conseguia acreditar que James havia interceptado as suas cartas durante o verão. Ellie Lupin detestava desconfiar das pessoas, mas também odiava quando alguém escondia a verdade de seu conhecimento, o que colocava a confiança em risco.

— Já acordou?

Desorientados e exaustos, os olhos da jovem correram até o encontro da cama de sua melhor amiga. Agatha estava deitada com as cobertas até a altura de seus ombros, aparentemente fatigada depois da comemoração noturna. Ela se espreguiçou e bocejou ao mesmo tempo.

— Eu não estou mais com sono.

— Por outro lado, eu quero dormir até o final do ano letivo — Agatha virou-se para o outro lado da cama. — Parece que alguém passou em cima de mim e ainda jogou fogo no meu corpo.

— Quanto você bebeu ontem? — Ellie perguntou.

— Um pouco demais.

— É perceptível.

A garota levantou-se da cama e conjurou um pouco de água em um cálice com a ajuda de sua varinha. Estendeu uma mão com um remédio que aliviava as dores e a outra com o líquido ao encontro de Agatha. A jovem deitada franziu o cenho em uma careta.

— Você vai me agradecer por isso.

— Tem gosto ruim?

— Tem, mas é muito melhor do que sentir que o seu corpo foi atropelado e incendiado — ela insistiu e Agatha apanhou o remédio e a água, ingerindo-os em seguida.

— Horrível — ela estirou a língua. — Obrigada, mãe.

— De nada — Ellie deu um sorriso curto. — Tenha um bom sono.

— Que ótimo — Agatha disse, fingindo sonolência. — Acabo de ser envenenada sem notar.

— Não seja boba — a lufana revirou os olhos, abafando uma risada. — É assim que ele faz efeito.

Após absorver o gosto desagradável do medicamento, Agatha se acomodou debaixo dos cobertores e adormeceu em menos de cinco minutos. A sua melhor amiga desejou voltar a dormir, mas não conseguiria nem mesmo com um sonífero.

A sua mente estava repleta por pensamentos de desconfiança e confusão. O clima da manhã era desencorajador para a garota, mas ela decidiu sair da sala comunal da Lufa-lufa e encarar uma conversa com o namorado antes que fosse tarde demais.

Ellie arrancou os seus pijamas e se vestiu adequadamente para andar pelos corredores do castelo até o salão comunal da Grifinória. Estava trajando um suéter amarelo e preto e uma calça jeans azulada.

FALLING - JAMES POTTEROnde as histórias ganham vida. Descobre agora