CAPÍTULO TRINTA E SEIS

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Ainda atordoada devido ao incidente nos corredores do castelo, a lufana adentrou o escritório da professora Minerva McGonagall. A bruxa indicou com o dedo indicador a cadeira em frente de sua mesa repleta por livros, pergaminhos soltos e um tinteiro. As feições em seu rosto indicavam uma ligeira preocupação.

— Você conseguiu ver o rosto da pessoa? — Minerva cessou o silêncio com a pergunta.

— Não — a garota soltou um suspiro desapontado. — A minha visão ficou embaçada. Eu não conseguia ver nada além de uma sombra.

Uma dor aguda atingiu o seu braço direito e a garota recolheu o rosto em reação. A professora sentou-se à escrivaninha, observando a aluna da Lufa-lufa com a testa enrugada.

— Você acha que é a mesma pessoa dos ataques do ano passado?

— Sim — respondeu a garota com veemência. — As fotos, o bilhete no meu dormitório, tudo deve estar interligado. O que me deixa mais nervosa é não saber quem está fazendo essas coisas. E se algo muito ruim acontecer comigo?

— Algo muito ruim? — a professora franziu uma sobrancelha.

Uma onda de pânico invadiu o corpo da lufana. Somente de pensar nas probabilidades de sofrer danos irreversíveis em sua vida fez um nó invisível se formar em sua garganta. Ela engoliu seco, enquanto se deixava afundar na cadeira.

— Morrer.

— Você está segura nessa escola — a mulher assegurou. Apesar de suas palavras, a sua voz não soava muito convincente. — Nós já estamos tentando achar o responsável por esses ataques.

— Já faz quase um ano — ela murmurou.

— Eu sei — Minerva firmou o óculos no rosto. — A pessoa se esconde muito bem. Eu examinei cada canto daquele bilhete deixado no seu dormitório e não havia nenhum rastro. É mais difícil do que a senhorita é capaz de imaginar.

A frustração preenchia evidentemente o rosto da menina. Ela conseguia entender o ponto da professora em relação à identidade da pessoa que atormentava os seus dias e, até mesmo, as suas noites. Nem mesmo conseguia descansar com a consciência pesando em cima daquele problema em específico.

O que ela não compreendia era como alguém conseguia agir minuciosamente e não ter a sua identidade revelada. Todo esse problema estava cercando a sua mente de angústia e a lufana começava a achar que enlouqueceria se não descobrisse a verdade em breve.

— Você precisa ir até a enfermaria para ver o seu braço — a professora interrompeu os seus devaneios. — Tenha cuidado no caminho e esteja com a varinha pronta em caso de alguma precisão.

O tom de voz da mulher não se parecia com o que ela estava acostumada a ouvir, não era enérgico, seco nem severo, era baixo e ansioso desde o momento em que adentraram aquele escritório. De alguma forma, a garota de cabelos áureos conseguia perceber que a professora estava bastante aflita com toda aquela situação.

A mulher mirou a aluna por um momento, depois fungou, contornou a escrivaninha e segurou a porta aberta para oferecer a passagem.

— Eu mantenho você informada — disse ao ver a lufana passando pela porta para sair de sua sala.

— Obrigada.

FALLING - JAMES POTTEROnde as histórias ganham vida. Descobre agora