CAPÍTULO TRINTA E SEIS

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A porta se fechou com um gesto de mão da mulher e a garota se viu novamente no mesmo corredor, a única diferença agora era que havia uma concentração de alunos tentando seguir para as suas aulas do dia.

Enquanto procurava chegar até a enfermaria do castelo, ela andou muito depressa pelos corredores. O braço ainda dolorido a incomodava com algumas pontadas à medida de seus passos.

O caminho era percorrido em perfeita harmonia até virar um canto e esbarrar com Pirraça, o poltergeist, um pequeno homem de boca grande que flutuava de costas no ar, fazendo malabarismos com vários tinteiros.

— Veja, é a namoradinha do garoto descabelado! — gargalhou Pirraça, deixando dois tinteiros caírem no chão. Os objetos se estilhaçaram e salpicaram tinta nas paredes. — Achei que ele só gostava de garotas ruivas.

— Dá um tempo, Pirraça.

— Está irritadinha? — exclamou o poltergeist, perseguindo a menina pelos corredores. — O que você acha de uma dose de tinta para alegrar o seu dia?

— Joga qualquer coisa em mim e eu vou fazer você se arrepender de ter existido algum dia — ela ameaçou, estressada.

— Você gosta de amarelo? — ele ignorou a ameaça, examinando uma bexiga amarela em sua mão. — Gerônimo!

A exclamação de Pirraça fez a lufana se precaver diante de uma possível brincadeira, ela pulou para o lado esquerdo e desviou de uma bexiga carregada de tinta amarelo-vivo. Ela suspirou de alívio por não ter sido atingida pela tinta e estirou a língua para Pirraça, o poltergeist a imitou com desdém.

Assim que conseguiu despistar a criatura inconveniente, Ellie perpassou por um lance de escadas e chegou imediatamente até a enfermaria. O lugar estava estranhamente vazio, mas assim que percebeu a presença de um estudante do castelo, a enfermeira-chefe surgiu para oferecer a ajuda necessária.

— O que aconteceu com o seu braço?

— Eu escorreguei no meio do corredor — ela franziu os lábios. O toque de Madame Pomfrey em seu braço fê-lo arder de dor. — Isso dói muito!

— Você vai ter de ficar duas semanas com o braço enfaixado e sem fazer esforços desnecessários — a enfermeira informou, séria.

— Isso significa que eu não vou precisar tomar aquelas poções com um gosto de xixi de duende? — ela forçou um sorriso.

— Eu não vou perguntar como você sabe o gosto de xixi de duende — Madame Pomfrey franziu a testa, guiando a menina até uma maca vazia. — Sente-se. Pelo contrário, você vai tomar uma poção para aliviar as dores no seu braço.

O sorriso fraco se desmanchou e uma frustração invadiu o seu rosto por completo ao ouvir as recomendações da enfermeira. A bruxa se ausentou por dois minutos em busca de um frasco nos imensos armários de vidro da enfermaria. Ela voltou com um cálice prateado com um líquido esverdeado em seu interior e estendeu para a lufana.

— Eu prefiro morrer de dor.

— Beba em apenas um gole — a mulher recomendou. — A poção vai demorar para fazer o efeito se a senhorita não tomar ela de uma vez.

— Helga me proteja dessa gosma esverdeada.

A menina de cabelos áureos levou lentamente o cálice ao encontro de seus lábios, o odor acentuado inundou as suas narinas e ela sentiu uma leve ânsia antes de engolir o líquido em apenas um gole.

FALLING - JAMES POTTEROnde as histórias ganham vida. Descobre agora