20 - Da glória à queda

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     Depois de ouvir tantas palavras de ódio, a esquadra azul despertou um sentimento ruim em Sorah, cheia de ressentimentos ela saiu da sala do embaixador e dirigiu-se para o salão principal no centro da torre, local onde ocorreria a cerimônia de...

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     Depois de ouvir tantas palavras de ódio, a esquadra azul despertou um sentimento ruim em Sorah, cheia de ressentimentos ela saiu da sala do embaixador e dirigiu-se para o salão principal no centro da torre, local onde ocorreria a cerimônia de apresentação dos novatos e a entrega do manto azul, símbolo da esquadra. Assim que se aproximou da multidão ouviu chamarem seu nome em alto tom, era a lista dos recrutas que deveriam apresentar-se ao público, com pressa passou pelo amontoado de seres e subiu no palco enquanto uma senhora morena de feição severa a descrevia:

     — Sorah da família Esperança, de classe servil, nossa recruta está no primeiro estágio da transformação e sua principal magia é o "guardião da esperança."

     Coberta pelo manto azul a imagem de Sorah no palco aos poucos causou uma movimentação estranha e um barulho que abafava as palavras da apresentação, e uma longa vaia iniciou, palavras maldosas e uma intensa negatividade rondaram aquela cerimonia. Ainda em meio a vaias, a garota deu passos desajeitados rumo à outra extremidade do palco, local onde os outros recrutas que já haviam se apresentado estavam, quando foi pega de surpresa por um elemento esverdeado e gosmento que voava em sua direção e acertou sua face, diversos elementos semelhantes a atingiram.

     Com as mãos estendidas, Sorah defendia sua face e em meio à agitação correu para desviar do foco de ataque e saiu do salão principal, mesmo ao longe ainda conseguia ouvir as vaias e gritos. No salão a auditora que realizava a cerimônia interviu com um sermão:

     — Péssimo exemplo vindo de membros de famílias reais. — Ao pigarrear e limpar a garganta usa um tom mais sério. — Tomarei as medidas cabíveis quanto a esse incidente, princesa Volt vá direto para a sala do embaixador Flamel, sabemos que tem dedo seu nisso!

     Com um olhar de ódio, Volt encara a auditora como se quisesse passar sobre sua autoridade e desobedecer a ordem, todos olhavam surpresos para aquela atitude, pois ninguém enfrentava a princesa do mundo mágico, depois de alguns minutos naquele embaraço, Volt cedeu e acatou as ordens, mas antes vangloriou-se ao falar:

     — Sabemos que isso não resultará em nada! — Ao virar-se e andar para a saída do salão, ironizou. — Luizi está testando sua autoridade, mas veremos quem tem mais poder a auditora ou a princesa.

     Depois daquela situação as apresentações continuaram no salão principal, apesar dos novos rostos o grande foco era o decorrido anteriormente e todos ali presente cochichavam sobre o assunto gerando grande desinteresse na cerimônia que passava despercebida.

      Longe dali, Sorah corria pelos corredores buscando a saída da torre, com os olhos banhados por lagrimas e o rosto cheio de gosma, a garota não conseguiu notar o ser a sua frente e o encontro entre os corpos a atirou no chão, com uma feição d...

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      Longe dali, Sorah corria pelos corredores buscando a saída da torre, com os olhos banhados por lagrimas e o rosto cheio de gosma, a garota não conseguiu notar o ser a sua frente e o encontro entre os corpos a atirou no chão, com uma feição de repulsa o ser bradou:

     — Olha por onde anda! — Enquanto tentava limpar a gosma que caiu sobre sua roupa, continuou. — Veja como deixou minhas roupas.

     Enquanto enxugava os olhos e limpava parte do rosto, Sorah enxergou um jovem alto e forte, cabelos negros na altura dos ombros, trajando uma bela roupa marrom escuro coberto por um vistoso manto azul; tratava-se Leon Horus, um habilidoso jovem uma das promessas para o futuro do mundo mágico, vendo o mal-estar que havia causado, ela abriu a boca e suavemente falou:

     — Desculp... — Antes que completasse a frase houve uma interrupção.

     — Por que você não faz o caminho reverso pelo túnel? — Ao se livrar da sujeira em sua roupa, Leon complementa. — Só assim nos livraríamos desse incomodo que é dividir nossa esquadra com uma servil!

     As palavras doíam como uma punhalada no peito e com os sentidos fracos, Sorah não conseguiu responder apenas baixou sua cabeça como se estivesse desistindo de lutar, ao ver que não entraria em debate, Leon afastou-se. Reflexiva, todos os momentos vivenciados na esquadra azul remetiam a tristeza, apesar da gloria que aquele lugar trouxe, não compensaria conviver ali, pois era um ambiente que causava-lhe grande dor, e então a proposta feita pelo desconhecido tornou-se uma solução viável, vendo apenas as costas do garoto, ela correu e pousou a mão em seu ombro, e quase sufocando as palavras saíram:

     — Me mostre como sair daqui, nunca pedi pra estar no topo. — Ao respirar fundo desabafou. — Do que me adianta estar na esquadra mais poderosa se me sinto mais fraca que nunca, este não é o meu lugar.

     Tais palavras tocaram Leon profundamente e por alguns instantes sua voz não saia e seu corpo paralisou. Sem forças para continuar falando, Sorah calou-se e os dois ficaram em uma inércia atemporal. Seguindo como duas estatua frente à saída da torre, a atualidade foi restabelecida ao som de um grito irado:

     — AH! — Um ser mágico sobrevoou a entrada da torre e conjurou. — "Rajada negativa".

     Um raio negro saiu das mãos do ser e atingiu Sorah que soltou um alto grito de dor, a forte descarga a lançou na altitude e sem firmamento seu corpo desmaiado despencava do céu em alta velocidade rumo ao solo. Assustado com a extrema atitude, Leon encarou o ser radiante que possuía uma aureola de elétrons sobre a cabeça, e batia suas asas duplas fortemente causando uma ventania, pelas características, ele reconheceu o ser e num tom elevado questionou:

     — Volt, o que está fazendo?

     — Essa garota está aqui há um dia e me causou grandes problemas, despertou a minha ira. — Pousando a frente de Leon, Volt explicou. — Graças a ela eu fui obrigada a ir conversar com o embaixador Flamel e acabei recebendo uma advertência, agora vou ter que suportar a cara debochada da auditora Luizi. — Enquanto socava a parede frontal da torre, Volt concluiu. — Como não posso descontar no embaixador ou na auditora, sobrou pra essa servil pagar a conta.

     — Não pode tomar uma atitude desesperada assim isso irá piorar a sua situação. — Olhando a imensidão procurando o paradeiro de Sorah, Leon constatou. — Além do mais você deve ter ferido ela gravemente.

     — Isso pouco me interessa. — Elevando a voz, Volt expressou seu ódio. — Eu quero que ela morra! 

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Chegamos ao capitulo 20, estou muito feliz com os comentários e gostaria de agradecer os leitores que acompanharam a historia até aqui!

Há MagiaWhere stories live. Discover now