41 - Triuno

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   Um barulho pelos corredores do castelo do céu despertou Urion, seu corpo doía depois de ter recebido um forte golpe que o deixou inconsciente

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   Um barulho pelos corredores do castelo do céu despertou Urion, seu corpo doía depois de ter recebido um forte golpe que o deixou inconsciente. O som parecia cada vez mais próximo, o que obrigou o garoto a esconder-se atrás de um grande cortinado, pelas pequenas brechas viu uma mulher trajando uma elegante roupa de dormir, sua pele morena encaixava-se bem ao seu cabelo negro e olhos azuis, trava-se de Juzi Arino, a viúva do antigo senhor do ar, mãe de Chassã e madrasta de Silfo.

   Transtornada com o estado do castelo, Juzi corria de um lado a outro em busca de seu filho, mesmo sem pistas a mulher mantinha-se esperançosa em acha-lo. Vendo a residente daquele castelo distanciar-se, Urion aproveitou a brecha para escapar sem ser visto, tomando cuidado para não fazer nenhum barulho, ele rastejava pelos corredores, quando enfim avistou a saída que encontrava-se em péssimas condições depois que a sequestradora destruiu os portões, carregando sua magia, o garoto transformou-se em ser magico e voou para longe.

   Fugindo o mais rápido que podia entre as nuvens, ele logo alcançou o solo e entre arbustos enxergou seus companheiros. Aproximando-se da floresta viu Sorah fazendo uma expressão de força enquanto arrastava Silfo desmaiado, pousando próximo a essa ação o garoto questionou:

   — O que houve?

   — Ainda bem que está aqui! — Sorah parou a ação que praticava, e sua expressão mudou enquanto explicava tudo que aconteceu ao amigo. — Depois que a tal Genetriz nos derrotou, Silfo tentou confrontá-la novamente, mas ele estava muito fraco, pois desde o mundo sombrio que a sua forma magica está ativada, com isso o corpo dele não aguentou. — Em seguida, ela aproveitou para se desculpar. — Sinto muito termos abandonado você no castelo.

   — Tudo bem, eu entendo a situação. — Lembrando dos fatos passados, Urion sentiu falta de uma explicação. — E o que aconteceu com o Chassã?

   — Ele foi levado! — Sorah respondeu com uma feição tristonha.

   Enquanto discutiam sobre o ocorrido, eles buscavam formas de reanimar o companheiro desmaiado. Depois de tentar as mais diversas maneiras que puderam pensar acabaram por desistir disso e optaram por um novo plano, Sorah emendou as palavras:

   — Ele não vai acordar tão fácil, está muito abatido, passou por maus bocados da dimensão sombria e a luta contra a Genetriz foi bem difícil. — Lembrando de uma possibilidade, ela comentou. — Temos que levá-lo para os desertores, lá cuidarão bem dele, caso algum ser do sistema magico o encontre as coisas podem acabar mal.

   — E você sabe onde eles se encontram?

   — Sim, naquele dia que sai sozinha depois da aula eu fui até as terras sem lei, eles vivem por lá. — Encarando o amigo com olhos de sinceridade, Sorah falou. — Sinto muito não ter contado a você.

   — Tudo bem, ao menos você está contando agora. — Com presa em arrumar a situação, Urion se dispôs. — Vamos levá-lo.

   Combinando as forças os dois alçaram voo, cada um segurava em um braço de Silfo o que dividia o peso entre ambos. Seguindo a jornada rumo as terras sem lei que ficava longe dos domínios do sistema magico, eles aceleravam o bater de asas mais rápido que conseguiam, assim poderia chegar o quanto antes.

   Voando sobre uma imensa floresta, Urion teve uma sensação estranha e compartilhou esse sentimento com a colega, o que deixou o dois atentos a qualquer movimentação incomum nas proximidades. Num piscar de olhos eles foram cercados por três seres mágicos, o de aparência feminina tinha asas azuis com pontas cristalinas como gelo, de seu longo vestido azul era expelido uma nevoa e seus cabelos loiros quase brancos eram presos por estrelas de gelo, seus olhos azuis claros penetrantes encaravam os garotos ao falar:

   — Parados aí. — Estendendo a mão, ela falou. — Não se mexam!

   O outro ser que estava na extremidade aproximou-se ao bater suas asas draconicas que havia aberturas onde hélices giravam sem parar, o ser usava roupas sombrias como as de um ninja, o propósito de sua aproximação parecia ser Silfo, pois seus olhos mirava o homem inconsciente. Diante dos desconhecidos, Urion tomou uma posição de defesa e se fosse preciso lutaria para proteger seus companheiros.

   O terceiro ser interveio antes que o combate se iniciasse, mesmo com uma parte do rosto coberto por uma chapa metálica, Sorah reconheceu que se tratava de Titânio o companheiro desertor de Silfo. Com suas imensas asas metálicas, Titânio ficou entre o conflito ao estender suas garras explicou:

   — Calma, eu os conheço estão apenas ajudando o nosso líder. — Apontando a garra pontuda, ele explicou. — Aquela é a Sorah, nomeada como membro honorário dos desertores vermelhos, já o outro, conheço apenas de vista.

   — Titânio, que bom te ver. — Em meio a feição de derrota uma esperança surgiu no rosto de Sorah ao contar o decorrido. — Estávamos levando Silfo para as terras sem lei, ele foi derrotado.

   — Derrotado? — Titânio falou com uma expressão de surpresa.

   Com a grande movimentação naquele lugar, Silfo tornou a si ao abrir os olhos, vendo os companheiros ali perto, ele deu um sorriso abatido, como líder não poderia mostrar fraqueza mesmo no seu pior momento. Todos pareceram aliviados com a sua recuperação, e tomando uma posição dominante, Silfo falou:

   — Garotos, esses são Quione de gelo, Jhérfs o sônico e Titânio o metálico que vocês já conhecem, juntos eles formam o "triuno" um poderoso grupo dos desertores vermelhos. — Com uma voz dominante, ele concluiu. — Deixem-me com eles, ficarei seguro, e em seguida voltem para seus lares antes que amanheça.

   Sob o comando de Silfo os recém conhecidos agiram organizadamente, o triuno levou o líder de volta as terras sem lei, enquanto Sorah e Urion fizeram o caminho de retorno para suas casas. A derrota trouxe um gosto amargo, provar o fracasso é ter em mãos o seu pior, mas cabe-lhe a decisão de aceitar essa condição ou lutar para revertê-la.

Há MagiaWhere stories live. Discover now