33 - Relatos e verdades

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     Os rugidos destruíam o que viam a sua frente, as criaturas malignas vindas de outros mundos surgiram num piscar de olhos e devastaram tudo

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     Os rugidos destruíam o que viam a sua frente, as criaturas malignas vindas de outros mundos surgiram num piscar de olhos e devastaram tudo. Entre gritos e rugidos, uma mãe desesperada corria em busca de seu filho, com seus cabelos esvoaçantes adentrou num pequeno casebre e viu o pobre garoto a chorar embaixo de uma mesa de madeira, o reencontro comovente foi selado com um forte abraço e lagrimas.

     Olhos vermelhos flamejantes via-se pela janela e um sopro forte derrubou tudo, o casebre foi estraçalhado pelo imenso rugido, agora desprotegida a mulher colocou seu filho no colo e correu o mais rápido que pôde, mesmo as passadas mais longas não foram capazes de se distanciar da fera.

     Fugir não seria uma opção viável, logo lutar era tudo o que lhe restava, com o pé a mulher escreveu um símbolo sobre a terra em seguida um brilho e a runa magica foi ativada desencadeando uma onda flamejante que seguia em direção ao rugido e o atingiu em cheio, a dor fez a criatura urrar, mas nem chegou perto de para-la e perseguição continuou. A mulher observará que tais criatura invadiram seu mundo através de buracos negros e a partir disso consumiram tudo.

     Enquanto corria desesperada, a mulher sentiu uma força incomum a atrair, e a sua frente abriu-se uma enorme fenda que sugava tudo ao redor, para não ser levada sua única escapatória foi jogar-se no chão e proteger a si e ao filho, mas o rugido que a perseguia logo aproximou-se, desestabilizando ainda mais aquele confronto um outro rugido surgiu do buraco negro. A pressão fez aquela mulher e seu filho serem levados pela fenda e num turbilhão de forças uma outra fenda a traiu e um novo mundo se viu.

 A pressão fez aquela mulher e seu filho serem levados pela fenda e num turbilhão de forças uma outra fenda a traiu e um novo mundo se viu

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     — E assim eu acabei aqui no mundo magico de vocês. — Ciranda contou triste ao relembrar o terror vivido no passado.

     — Isso deve ter sido horrível. — Sensibilizada, Sorah questionou. — O que houve com seu filho?

     — Bem é exatamente nesse ponto que que eu queria chegar, pois é isso que vai revelar o que você está passando. — Ciranda começou a relatar enquanto suas memorias relembrava os detalhes.

     A guerra imperial e o ataque dos rugidos ocorriam, o mundo magico estava um caos, mas tudo passou e Ciranda teve que adaptar-se as novas regras de um lugar desconhecido, pois não sabia como retornar ao seu mundo. No cotidiano do mundo magico, Cirio o filho de Ciranda queria entrar para o instituto magico e fazer amigos, mas para isso o garoto deveria transformar-se em ser magico coisa que era impossível para os seres do seu mundo.

     Para ajudar o filho com seus propósitos, Ciranda pesquisou sobre transmutar magia de outros mundos e através de runas antigas conseguiu que seu filho se transformasse em ser magico. Satisfeito com seus novos poderes, Cirio entrou para o instituto magico e por um breve momento tornou-se um ser daquele mundo, mas as sombras apareceram e tudo que ele havia construído desapareceu inclusive sua própria existência que fora levada por um Sombrio.

     A história havia deixado Sorah impactada com o destino final de Cirio e quanto a Ciranda reviver o passado trouxe as dores de volta em seu peito as cicatrizes voltaram a sangrar, pois a perda de um filho é algo insuperável. O momento de silencio e luto foi interrompido com a pergunta de Sorah:

     — Quem é esse ser sombrio e por que ele está atrás de mim?

     — Ele é um ser dimensional e sua função é estabelecer que a magia circule de forma correta entre as dimensões. — Com certo receio de prosseguir, Ciranda continuou a falar. — E ele está atrás de você por causa da sua transformação, lembra que para que você conseguisse mudar para sua forma magica eu tive que usar magia das runas?

     — Eu lembro vagamente daquele dia. — Com a mão sobre o queixo, Sorah recordou. — Mas agora eu percebo que nesse dia eu também fui atacada por um ser desconhecido e fui salva por meu pai. — Após alguns fatos invadirem a mente dela um novo questionamento surgiu. — A magia da senhora também vem de outro mundo, por que esses seres não a perturbam?

     — Questão de domínio, ao perceber o perigo que eu estava correndo procurei dominar a minha magia e ao acionar eu uso como se fosse o mesmo método desse mundo, assim consigo ocultar a minha presença. — Explicou Ciranda.

     — Eu poderia fazer isso também? — Sorah questionou esperançosa.

     — A magia em você só é ativada após a transformação, esse é justamente o que aciona os sombrios. — Com um tom choroso, Ciranda contou. — Assim que sua forma magica for ativada, eles tentarão te levar assim como fizeram com meu filho.

     O peso dessas palavras deixou Sorah por instantes paralisada, inicialmente a garota não tinha ação e em sua mente vinha diversos pensamentos e nenhum se encaixava o que deixava sua cabeça totalmente perturbada. Presa em suas paranoias um surto de raiva a invadiu fazendo-a gritar:

     — Por que a senhora fez isso comigo? — Levantando-se, Sorah aumentou seu tom de voz. — Sabendo que poderia me colocar em perigo.

     A conversa foi interrompida por um tremor, a estrutura da casa parecia estar sendo forçada e ruía aos poucos. No interior do casebre, Sorah e Ciranda estavam atentas a cada movimento a sua volta, num piscar de olhos a casa foi partida ao meio revelando um céu estrelado que logo fora tapado por uma densa fumaça negra. 

Há MagiaWhere stories live. Discover now